Chegando na coordenação Gustavo pede ao coordenador para liberar o laboratório para pegar os materiais. Achei aquilo exagero, era só um pequeno corte… que não tinha percebido até naquela hora o quanto latejava.
Estávamos a caminho do laboratório quando ele me pergunta:
- Edu, como foi esse escorregão? - Pude perceber um tom de quem quer descobrir algo – Foi mesmo um escorregão? Pode falar, confie em mim.
- Gus, você sabe que eu confio em você – falei olhando nos olhos dele, fiquei lá perdido mesmo – Foi no banheiro, estava molhado, e tropecei, e cortei o braço em um objeto do banheiro que não sei para que serve. Eu não ando me cortando, ok?
-Eu acredito em você – Ele falou se aproximando de mim – Agora vamos fazer esse curativo direito mocinho.
Ele só estava abrindo a porta, nem tinha percebido que havíamos chegado. Entramos, e ele foi buscar as coisas. Abriu umas gavetas, pegou uma coisa, outra, e veio trazendo. O Laboratório era grande, tinha uma maca com um boneco em cima, uns 12 bancos, e muito material de enfermagem, além das paredes terem estantes, e balcões. Escolhemos sentar no chão mesmo, ele tirou o que eu fiz, com cuidado, e começou a fazer o curativo.
-Vou logo avisando que vai doer – Disse ele pegando um vidrinho marrom igual ao dele – Não quero ser assassinado.
-Ok – disse rindo e já fechando o olho. - Não ardeu muito como quando fui pego de surpresa.
-Que Deja vu não é? - Ele falou começando a pôr gaze – Só que naquele dia nós estávamos lá na sala. - percebia um tom nervoso – O que queria dizer aquilo que você disse?
-É uma frase de uma música – respondi e já mentalizei a música, que o tom precisa ser doce, e comecei.
Setsunasa no kagiri made dakishimete mo
Itsumade mo hitotsu ni wa narenakute
Yasashisa yori fukai basho de
Fureau no wa itami dake
Futari wo musunde kudasai
Algo me diz que ele gostou muito, parecia bobo, o melhor e mais bonito bobo do mundo.
-Você sabe a tradução? - ele perguntou – Dessa parte toda?
-Sim, sei – falei e comecei da dizer a frase em japonês e a tradução dela.
Setsunasa no kagiri made dakishimete mo
Mesmo que nós nos abracemos até sentir dor
Itsumade mo hitotsu ni wa narenakute
Não seremos capazes de nos tornar um só
Yasashisa yori fukai basho de
Em um local que seja mas profundo que a gentileza
Fureau no wa itami dake
Nos tocarmos só nos gera dor…
Parei de falar aí…
-Você ainda não disse o que quer dizer – Ele percebeu – O que quer dizer aquela parte.
-No momento certo eu digo – Falei pesaroso, essa parte é um pedido – Quem sabe já não esteja perto.
Tinha falado aquilo na esperança de um dia falar para ele que gosto dele, que quero beijá-lo, quero nos interlaçar como fala essa parte.
-Pelo menos repita – Ele disse – Mais uma vez.
-Tudo bem – disse – Futari wo musunde kudasai.
- Vou pesquisar isso – ele disse terminando o curativo – Não vai falar mesmo. Já está pronto.
- Se quer tanto saber eu digo – Falei, se ele pesquisasse perderia todo o sentido – Isso quer dizer, “Por favor, interlace nós dois”.
- Sabe – Disse ele, surpreso como se eu tivesse dado uma boa notícia.
-O que? - Falei.
-Eu sempre quis fazer isso – Disse ele se aproximando cada vez mais.
Dessa vez não tinha maçaneta, ele olhava nos meus olhos e eu nos dele. Esqueci tudo e nem pensei em resistir. Quando dei por mim nossos lábios se encontraram. Senti um frio dentro de mim, no meu estômago, e logo ele indo embora, vindo um calor, senti o gosto de sua boca, era bom, doce. Minhas mãos não queriam ficar soltas, refugiei-as, uma no seu cabelo que eu tanto gostava, e a outra em suas costas, ele fez o mesmo. Era um beijo calmo, forte, eu sentia que naquele momento nós eramos um só. Eu não conseguia conter o quanto eu queria sentir mais. Tínhamos uma conexão perfeita, sabíamos o que o outro queria. De vez em quando eu o sentia sorrir, e fazia o mesmo. Naquele momento todas as dúvidas que eu tinha de que eu estava apaixonado por ele não restavam mais. Estava muito bom, apaixonado, mas estava a bom tempo assim, e eu acho que ele percebeu isso, sentir sua língua invadir a minha, e depois foi minha vez. Respirar estava quase impossível, ele mordeu meu lábio superior e me deu um selinho. Quando eu quis continuar ele recuou. Estava me provocando. Sorri e beijei seu rosto, acho que ele entendeu a mensagem que logo veio de novo. Dessa vez ele já estava brincando com minha boca, e como ele sabia fazer aquilo, eu mordia seu lábio, ele o meu, já estava tão rápido que nossa respiração não alcançava mais. Ele já estava me curvando para o chão. Quando lembrei que estávamos no laboratório, na escola. Levantei de uma vez. Paramos. Ele olhou para mim assustado.
-Poderia… vir… alguém! – Falei sem ar .
- Desculpe Eduardo – Ele disse triste – Faz muito tempo que eu estava com vontade de fazer isso. E hoje eu tive certeza que estou apaixonado por você.
- Pera… Oque? Apaixonado por mim? - Falei em um misto de surpresa e alegria muito grande – Eu não acredito nisso.
- Eu sabia que essa seria sua reação – ele disse mais desanimado ainda, abaixou a cabeça – Droga, por que eu fiz isso, vou perder até sua amizade.
- Que reação – Eu disse – Eu não acredito por que, olha aqui. - Levantei sua cabeça – Eu também sou apaixonado por você, já faz um bom tempo, e eu tenho certeza que se você não me der mais, esse foi o melhor beijo da minha vida. Eu não acredito nisso, você não imagina o quanto eu gosto de você.
- Você… Você… você é apaixonado por mim? Sério? Não, não – Ele falou espantando e gaguejando – E eu segurando essa vontade a tanto tempo.
Eu ia beijá-lo de novo mas alguém abre a porta do laboratório.
- Owh!! Que susto meninos! O que vocês estão fazendo aqui? – pelo que eu conhecia ela era a professora do curso de enfermagem – Vocês tem autorização?? Gustavo, o que você??
-Oi professora Lívia – Disse ele muito calmo, e sorrindo, eu deveria estar assustado mas olhava para ele – Vim fazer um curativo nele, e sim, pedi autorização na coordenação.
- Sendo assim… Preciso dar aula aqui agora – Ela fala – Já terminaram?
- Sim já estávamos de saída – Eu falei dessa vez – Desculpe-nos pelo susto.
- Sem problemas – Ela disse sorrindo.
Parecia até uma pessoa legal se não fosse palpável a falsidade.
Saímos do laboratório, depois que organizamos as coisas.
-Ainda não acredito nisso – Gustavo disse – Se eu soubesse que você também gostava de mim. Eu sempre tive muito medo, de perder sua amizade de você se afastar de mim. Olha para mim e diz que você não está brincando.
- Eu não estou brincando – Falei olhando nos olhos dele – Faz muito tempo que eu não consigo parar de pensar em você.
Ele sorriu. Eu tive que parar de olhar para ele antes que eu o beijasse ali mesmo,
- Vamos para sala que ainda temos uma aula – Falei sorrindo – Nós conversamos depois.
Fomos andando até a minha sala, quando chegamos, eu agradeci a ele pelo curativo.
- Curativo né? - Ele disse mordendo o lábio – Amei fazer esse curativo.
- Não me olha com essa cara de santo – Falei irônico.
Ele se despediu e saiu. Abri o maior sorriso que eu tinha e fiquei na porta.
-Posso entrar professor? - Perguntei.
-Onde você tava? - Ele perguntou.
- Fui fazer um curativo no laboratório – Falei levantando o braço.
- Pode, pode sim – Ele falou – PáginaOk, obrigado professor.
Maya sorria para mim… Tinha muita coisa para contá-la.
Continua…
JuJu, SSLeitor, R.Ribeiro - Muito obrigado seus Divos <3
Neto.M - Muito obrigado mais uma vez pelo seus concelhos e sua paciência Um Grande Abraço
Hello ^^ Não tem problema Obrigado por comentar bjos :*
Mais um Capítulo ^^ Espero que tenham gostado ^^ Muito Obrigado por lerem! E esperarem