Cap.22
- Fizemos algumas tomografias e... É possível que ele tenha algum problema cerebral. Desde uma amnésia até uma dislexia. Só saberemos quando ele acordar realmente, e então poderei fazer exames melhores. Mas qualquer sequela cerebral que ele tiver, será temporária. Só resta saber quanto tempo ele vai demorar para se recuperar.. - dizia ele, me deixando atônito.
- E... Se ele simplesmente me esquecer ?
TEMPO DEPOIS
Aquela era a hipótese que eu menos queria que acontecesse. Antes ele tivesse uma dislexia temporária do que me esquecesse. Eu não sei se teria forças para aguentar ficar longe dele por causa disso. Eu já passei tempo demais longe dele.
- Filho ? - a mãe dele me chamava, tirando a minha atenção.
- Sim...
- Você não quer ir para casa ? Descansar.
- Eu não conseguirei descansar. Não antes de vê-lo e saber direitinho o que houve com ele, e o que ele está sentindo.
- Mas...
- Por favor... Eu não quero... Eu não vou para casa - dizia, escorando minha cabeça na parede. Rezava para todos os meus santos, em busca de algum que atendesse meu pedido e fizesse com que nada demais tivesse acontecido. Quase que nesse momento, o doutor aparece no corredor.
- Ele acordou !
NARRADO POR LUCAS
Parecia que eu estava nascendo. De repente acordei, em um local muito claro, branco, com cheiro de limpeza. Aos poucos minha visão foi se ajustando a luminosidade, e eu pude perceber que estava num local que se assemelhava a um hospital.
- Ah, você acordou ? - perguntava uma enfermeira, que colocava um remédio no soro.
- Sim... - minha cabeça doía - o que houve, o que estou fazendo aqui ?
- Ué ? Não se lembra ?
- Não... - falei, recostando novamente minha cabeça no travesseiro. Vi ele sair por alguns segundos, e em seguida entrando novamente com um médico.
- Olá ?
- Olá... Por favor, o Senhor pode me explicar o que houve para que eu tenha vindo parar aqui ?
- Vou já dizer, mas antes - eles se entreolharam - qual é o seu nome ? - algo que devia ser tão simples para que eu respondesse, de repente sumiu na minha mente. Eu não lembrava de nenhum nome. Eu não lembrava de nada, antes do momento em que acordei.
- Eu... Eu não sei...
- Você lembra alguma coisa ?
- Não... Minha mente está escura, doendo... Eu não lembro de nada... - os dois mais uma vez se entreolharam, e ele escreveu algo em uma ficha. O que teria acontecido para que eu viesse parar num hospital, totalmente dolorido e sem lembrar de nada ?
NARRADO POR GHILHERME
Os poucos segundos desde que o médico disse aquilo para que eu saísse correndo pelo corredor pareceram uma eternidade.
- Ele acordou ! - dizia eu, sorrindo em direção ao quarto. Eles saíram em disparada atrás de mim também, mas eu era mais rápido. Olhei janela por janela, até que vi aquele rostinho que mesmo a quilômetros faria o meu coração bater forte. Abri a porta, para que em seguida os pais dele e os médicos chegassem.
- Lucas ! - meus olhos brilharam e ao mesmo tempo meu coração apertou. Brilharam por ver que ele estava vivo e estável. Apertou por ver ele cheio de arranhões, vulnerável naquela cama de hospital.
- Calma Ghilherme, você ainda não me deixou falar - o médico alertou. Mas eu não dei ouvidos. Me aproximei dele na maior velocidade que podia, e toquei em seu rosto, mesmo machucado - que bom saber que você está bem ! - fiquei confuso, pois a cara que ele fazia não era de nenhuma felicidade.
- Quem é este garoto, doutor ? - só então eu pude entender. Meus olhos se arregalaram, e encheram-se de lágrimas.
- Não pode ser... - sussurrei comigo mesmo
- Ele não lembra de nada Ghilherme - o médico falou, fazendo eu me afastar. De repente minhas pernas falharam, e eu cai no chão. Não podia acreditar. Ele não se lembrava de mim. E eu não sabia por quanto tempo isso iria durar.
NARRADO POR LUCAS
Eu não entendia o que estava acontecendo ali. Quando vi aquele garoto, por algum motivo meu coração acelerou. Mas eu não lembrava dele. Não fazia a minha ideia de quem seria o garoto. Não entendia nada, pois ninguém me dizia nada. Fiquei ainda mais confuso quando ele Caiu no chão e começou a chorar. De repente um casal se aproximou de mim, e assim como o garoto, choravam.
- Quem são vocês ? - perguntei, amedrontado.
- Somos seus pais, Lucas - dizia a mulher, aos prantos.
- Pais ? Lucas ? Esse é o meu nome ?
- É - falou o doutor, pegando a minha ficha na cabeceira da cama.
- O que houve ? O que... Aconteceu comigo ?
- Você foi atropelado, na festas de Bodas dos pais dele.
- E... Quem é ele ? - perguntei, virando o rosto. Vendo o garoto com a cabeça entre as Mãos.
- Ele é o seu namorado.
- Namorado ?
Continua
E aí ??? Gostaram ??? Comentem e votem por favor. Galera, tem GNT que pede para que eu aumente mais ainda os textos. Porém, se eu fizer isso muitos diálogos desnecessários terão que ser criados. Eu costumo escrever tudo num tamanho necessário, para que a história fique interessante do começo ao fim do capítulo. Além disso, o tempo que eu tenho para escrever é curto. E apenas em ocasiões especiais extrapolo esse tempo. Beijos :)