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Um conto erótico de guilhermewhitehorse
Categoria: Homossexual
Contém 1837 palavras
Data: 19/10/2015 09:01:17
Assuntos: Gay, gays, Homossexual, musica.

- Seu idiota, ah como eu te odeio - Eu disse pra mim mesmo revoltado enquanto tentava salvar as migalhas mas minhas partituras que meu cão havia devorado. - Eu disse pra você nao deixar isso solto por ai. E agora, o que eu vou fazer hoje a noite?

Me debrucei sobre o travesseiro da minha cama e suspirei enquanto enterrava a cabeça nele e tentava me sufocar. Eu estava perdido.

Antes de mais nada permitam-me me apresentar. Meu nome é Bryan. Tenho 20 anos. Sou alto,magro. Tenho cabelos escuros e ondulados e pele clara. Olhos escuros como as sombras e um olhar de deboche que eu não consigo tirar do rosto desde os sete anos de idade. Eu trabalho em um escritório de contabilidade como auxiliar operacional. Mas no momento isso nao é muito importante. O mais importante é que eu estava me preparando para uma audição na academia de artes da cidade que iria acontecer naquela noite, mas...infelizmente, meu amado cão havia comido as partituras da minha melhor musica. O que eu ia fazer?

Levantei a cabeça quando ficou claro que eu nao ia conseguir me matar e olhei para o relógio. Ja eram sete da manhã e eu estava atrasado. Me coloquei de pé e fui até o espelho... Tudo o que eu vi foram dois olhos inocentes(nem tanto assim) terrivelmente assustados e ansiosos. Respirei fundo, peguei minhas coisa. Coloquei a jaqueta de couro preta que me deixava ainda mais sombrio e saí pela poeta antes que minha mãe ou mais alguém na casa acordasse.

Quando cheguei ao escritório havia apenas dois dos meus companheiros de trabalho ali. Vitor, um garoto de cabelos castanhos e baixo que não ia com a minha cara, e Jean, um garoto altíssimo,de pele clara, cabelos escuros e perfeitamente musculoso que trabalhava na movimentação de caixas com documentos. Ele era lindo de morrer... Ma era hétero. Infelizmente.

Quando me aproximei dele ele sorriu.

- E ai, Bryan - ele disse. A voz estava um pouco rouca.

- Bom dia Jean - eu disse. Me aproximei um pouco mais e coloquei as duas mãos em seu peito imenso.

Ele corou. Em seguida riu e me abraçou.

- Seu tarado - ele disse em meu ouvido.

- Sou tarado, e você gosta - falei sorrindo.

Ele riu e foi para o refeitório. Guardei minhas coisas no armário e fui para a minha mesa antes dos outros chegarem. Comecei a organizar as pastas antes de verificar os documentos dos inúmeros clientes. Enquanto pensava em como ia resolver o problema das partituras. Era um teste muito importante. Tudo na minha vida dependia dele naquele momento.

- Acorda, desgraça - ouvi minha amiga dizer do outro lado da sala.

- Vadia! - eu disse com um imenso sorriso sarcástico no rosto.

- Passou a noite toda dando e não dormiu? - Ela disse. O nome dela era bruna. Era a maior vaca que eu já havia conhecido na vida. Era linda.tinha cabelos prateados e pele de seda. E ja havia saído como todos os heteros do escritório e das empresas vizinhas.

- Primeiro, eu não sou você. - eu disse - e segundo, teria sido ótimo se tivesse acontecido, mas não foi bem assim. Meu cachorro comeu minhas partituras.

- Sua anta, porque voce deixou?

- E você acha que eu vi ele comendo? Se eu tivesse visto nao tinha deixado. Tava em cima da minha cama.

- E tem gaveta pra quê? - ela disse - meu deus do céu. E agora vai fazer teste como?

- sei lá, improvisar?

Ela revirou os olhos e foi pro computador. Vamos imprimir de algum site. Que musica vai cantar?

- The Scientist - falei.

- Que The Scientist? - ela riu - você é gay tem que cantar Katy Perry, I kissed a girl. Coloca "boy" no lugar que fica ó... Perfeito.

- É artes dramáticas. Não posso chegar lá cantando pop.

- Pop é dramático bitch. - bruna disse - a dificuldade de um rapaz em falar pra mãe que é gay e usar a música pra isso é muito dramático.

- Sim, mas eu já passei dessa fase e ja contei - eu disse enquanto tentava focar no trabalho.

- Contou que é gay, mas não contou que já deu pra escola toda no ensino médio.

- O ensino médio é passado e ela não precisa saber disso - articulei.

- Até mesmo porque se ela souber vai te botar pra fora de casa. - ela riu - quem diria hein, o filho querido da família tão tradicional e religiosa nao passa de uma biscate.

- Pelo menos eu não engravidei de um maconheiro - rebati.

- Golpe baixo! - disse bruna de olhos arregalados. Ela se levantou e foi para a impressora pegar as partituras. Em seguida ela veio até minha mesa e me entregou com toda delicadeza do mundo...só que não.

Olhei para as partituras e vi o título.

- Thinking of you? - indaguei.

- Sim. É pop. É gay. E é dramática. Canta essa e você. Vai longe. Logo estará na Broadway.

Suspirei e guardei as partituras na minha pasta. Não que eu realmente fosse cantar aquilo, mas resolvi guardar pra um caso de emergência.

Os outros foram entrando na sala junto com nosso chefe. O dia passou tão devagar quanto aqueles anúncios do YouTube que nunca acabam.

Quando finalmente o expediente acabou eu fui para casa. Fui para o banho. Demorei um pouco até eu perceber que estava pronto para encaram o desafio que viria e saí. Novamente coloquei minhas roupas escuras, sequei o cabelo e vesti minha jaqueta de couro. Peguei minha pasta e sai de casa. Estava escurecendo. Peguei a moto do meu irmão empestada pra chegar mais rápido e poder visualizar o local do teste antes do próprio começar. Devia ter pelo menos 100 pessoas ali para disputar 20 vagas na temporada daquele ano na academia. Um frio invernal cortou minha barriga quando eu passei por aquela multidão e tentei chegar até a secretaria para apresentar minha ficha de inscrição. Eu era o numero 12. Ia me apresentar no primeiro time.graças a Deus.

A academia de artes tinha uma política um tanto cruel e impassível no meu conceito para selecionar os integrantes do time. Se 100 pessoas se apresentassem e só houvessem 20 vagas... As 20 primeiras pessoas que impressionassem os jurados estavam dentro e o restante nem precisaria se apresentar. Tudo dependia de talento e sorte. Se não tivesse sorte não adiantava ter talento.

Fui levado com mais 19 pessoas para um corredor longo e antigo da escola. Os outros candidatos eram misteriosos e todos ali pareciam ter mais experiência e talento do que eu. Parecia que eles iam me engolir vivo.

De repente uma porta dupla grande se abriu e uma senhora de óculos redondos e olhar amistoso saiu com uma prancheta nas mãos e chamou o primeiro nome.

Uma garota de cabelos azuis entrou. Minutos depois ela saiu...chorando.

Outra garota foi chamada e a Mesma coisa ocorreu. Cinco candidatos depois e de repente houve aplausos do lado de dentro e um garoto de olhos azuis que havia entrado nao voltou a sair.

E então ela chamou meu nome. Minhas mãos suavam e meu coração galopava como um cavalo selvagem.

Adentrei o que era um grande salão de festas. Era retangular. As paredes eram altas e o chão era marrom e brilhante. Havia bancos nas laterais onde os veteranos estavam sentados. No meio deles estava o garoto de olhos azuis que havia entrado antes. Ele havia conseguido pelo que percebi. Alguns veteranos me olhavam de vi a baixo com desdém. Outros com curiosidade. E o resto com indiferença.

A direta havia uma cadeira onde uma mulher de meia idade, cabelos vermelhos e olhos verdes estava sentada.

- Como se chama? - Perguntou ela.

- Bryan - respondi.

- Você vai...

- Cantar - eu disse rápido. Peguei a pasta com as partituras. Houve alguns risos pelos cantos da sala. A mulher suspirou.

- Violino - disse ela.

De repente um garoto alto, de pele morena. Olhos escuros e cabelos curtos se aproximou. Ele vestia roupas pretas e empunhava um violino com um olhar misterioso.

- Rather be - disse ela.

E então começou.

O garoto se aproximou de mim tocando o violino e introduzindo a musica que eu conhecia perfeitamente. A mulher se pôs a me analisar enquanto eu hesitava. Diversos olhares pairavam sobre mim e eu tremia. O garoto tocou perto de mim e sorriu.

- Coragem - eu pude ouvir ele dizer. E então eu comecei.

- we're a thousand miles from comfort - eu comecei a cantar com os olhos fixos nos dele -We have traveled land and sea, but as long as you are with me, there's no place I'd rather be.

Comecei a me movimentar para a direita com uma leveza que eu não conhecia. Ele me seguiu com o violino. Os olhos dos outros nos seguiam.

- With every we take, Kyoto to The bay. Strolling so casually.we're different and the same. Gave you another name. Switch up the batteries.

Comecei a andar ainda mais. Uma garota dos veteranos se levantou. Outra garota e um garoto a seguiram e combinaram suas vozes as minhas.

- If you gave me a chance I would take it - eu disse juntou a eles. - Its a shot in The dark,but I'll make it.Know with ali of your heart you can't shame me. When i am with you there's no place I'd rather be.

O garoto tocou e permaneceu olhando pra mim enquanto eu me movimentava. No final eu virei as costas pra ele. Tirei a naquela e caminhei lentamente na direção da jurada.

- When I am with you there's no place I'd Rather Be - encerrei.

A mulher me olhou séria. Em seguida ela agradeceu aos garotos atrás de mim e mandou que se sentassem. Ela se voltou para mim.

- Talento você tem. Embora um tanto dramático e inseguro. Ma acho que vale tentar.

Ela disse.

- Sente ali com os outros. Bem vindo a academia de artes.

Suspirei e tentei me mover. Nao havia palavras para descrever aquilo. Eu estava dentro. Fazia parte daquela academia agora. Finalmente. Depois que eu me sente outros nomes foram chamados. Algumas apresentações foram desastrosas. Outras incríveis. Depois de 50 testes ja havia 20 aprovados e os outros foram mandados para casa. Me senti mal por eles e esperei que pudessem ter outra chance na próxima temporada. Quando havia acabado notei que o garoto que havia tocado o violino me olhava de longe. Ele era perfeito. Ele sorriu pra mim. Um grupo de veteranos nos cercou e nos puxou pra fora. Nós os acompanhamos rindo e comemorando. Quando chegamos a frente da academia houve uma explosão de diversas partes e uma tempestade de poeira vermelha e verde nos cobriram por toda os lados. Houve risos dos veteranos enquanto eramos bombardeados.

- Bem vindos, manés - o garoto do violino disse e olhou para mim antes de entrar e nos deixar pra fora todos cobertos de poeira colorida.

Então este foi o primeiro capitulo de uma série que eu gostaria de trazer para vocês. Espero que gostem e que comentem. Em breve trago outro capítulo. Muito obrigado pela sua atenção e paciencia e um grande abraço.

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