Bom. Chegamos ao final, último capítulo. Sei que muitos irão achar um final meio em graça, mas... Foi uma história super longa, e dolorosa de escrever, visto que foi um dos períodos mais turbulentos da minha vida, com exceção da morte dos meus pais.
Amanhã posto um capítulo especial com algumas considerações importantes.
☆
Comecei a pensar, involuntariamente, dos momentos ruins.
Seus pais foram assaltados. Mas eu estava lá pra ajudar o Biel.
Sofri um acidente. E o Biel lá, do meu lado, me ajudando a passar essa barra.
E como não lembrar da Dayana? Fazia uns 8 meses. Mas ainda era como ae tivesse sido ontem que tudo aquilo aconteceu. Ainda tenho viva cada lembrança daquele dia.
...
Quando olhei a hora, eram 5:45, ainda faltavam Duas horas e meia pra o Gabriel partir. E duas horas pra o início da bendita prova de Matemática.
Me arrumei pra ir a escola, com o pensamento no Gabriel. Tomei café normal, e sai com o motorista.
Quando chega em um certo ponto da Av. Recife (quem mora, ou já passou por aqui sabe), tem uma bifurcação, a esquerda Boa Viagem (escola), à direita, Aeroporto. Tinha que decidir...
- Joaquim, segue pro aeroporto.
- Mas sr. Lúcio, hoje tem a prova, você precisa fazê-la.
- Joaquim, vai pro aeroporto agora. Que se dane a prova.
Por sorte, nesse dia eu teria aula pela tarde. Estava com outra camisa na mochila, e troquei ali dentro do carro mesmo.
Joaquim estacionou no aeroporto, mal esperei ele desligar o carro e saí correndo pra dentro do aeroporto pra o portão de embarqueFui correndo com toda velocidade que conseguia encontrar em mim. Eu Precisava ver o Gabriel, uma ultima vez!!! Saí em disparada pelo saguão, subindo as escadas (O embarque fica no segundo andar do predio). Assim que chego lá me deparo com a seguinte situação: Umas 15 pessoas, entre meninos e meninas, junto com uns 6 adultos, que deveriam ser os professores-instrutores que iriam com eles. E no meio deles, meu Gabriel.
- GABRIEEEL! - Gritei com toda minha força que restava. Ele me olhou, largou tudo no chão e veio correndo até mim. Não preciso nem dizer que todos pararam o que estavam fazendo e olharam pra gente.
Ele veio correndo me abraçou bem forte.
- Eu sabia que você viria!
- Eu te amo Biel, eu não poderia deixar você partir sem antes te ver uma última vez. Só ontem não foi suficiente. Gabriel eu... eu espero que você não me esqueça nunca. Não que eu seja um atormentador do seu futuro. Mas que... quando você lembrar de mim, você fique feliz. Eu quero ser um passado feliz. Além de seu primeiro namorado. Quero ser lembrado como... como seu primeiro amor. Seu melhor amigo. Nosso namoro acabou. Mas nossa amizade vai continuar. Espero de coração que você seja feliz!
- Eu vou ser feliz Lúcio. Só por saber que, depois de tudo que aconteceu, você escolhe ficar do meu lado em tudo, me apoia em tudo, eu te amo demais Lúcio. Amigo Lúcio! - nesse momento o Biel começou a chorar, e pela primeira vez, chorei na frente dele.
Sim, ainda não havia chorado na frente do Gabriel, talvez por eu querer passar uma imagem de forte emocionalmente, mas naquele momento, foi inevitável. Nos olhamos nos olhos, pude notar felicidade e tristeza nos olhos do Biel. Involuntariamente, acho que por força do hábito, nos beijamos. Ali, na frente de algumas dezenas de pessoas que passavam pra lá e ra cá. Um beijo calmo, triste e apaixonante. Nosso beijo foi parado por uma salva de palmas que surgiu das pessoas que estavam ali nos observando, pude ouvir uns "O amor é lindo", "Que coragem de vocês", etc.
Não preciso ne dizer que fiquei morto de vergonha, e o Biel de super branco, parecia um tomate. Então, ouvimos aquela voz que nos separaria "Senhores passageiros com destino a São Paulo, vôo 7322 da GOL, embarque imediato."
- Então. É o fim. Adeus Biel. - falei.
- Não Lu. Não é o fim. Até breve, eu vou voltar! - falou o Biel, me abraçando de novo, mas bem mais forte, e eu retribui. Ele se afastou, pegou algumas malas de mão, e foi andando, rumo ao portão de vidro que nos separaria para sempre. Depois que todos passam, chega a vez do Biel, ele atravessa a porta, mas não se afasta totalmente, fazendo com que a porta automática continue aberta.
Eu levanto o braço, mando um beijo pra ele. Ele pega o beijo no ar, e guarda no coração. Damos um xauzinho um ao outro.
Neste momento o Gabriel sussura um "eu te amo", antes que eu pudesse pensar em fazer alguma coisa, a porta automática se fecha.
《《FIM》》