O CRIME DOS VIEIRA DE MELO - Parte 11
João Paes estava deitado recostado no chão, com a cabeça apoiada nas mãos entrelaçadas sob a nuca, olhar perdido nas nuvens. A negra Eulália estava deitada atravessada, de bruços, com a boceta encaixada no pênis amolecido do rapaz e a cabeça apoiada no peito de Mtumba, que estava deitado ao lado do moço, acariciando-a no cabelo, fazendo-lhe cafuné. Os dois homens descansavam, depois de fazerem um ménage à trois com a ex-escrava. Esta esperava os dois descansarem para pedir mais sexo. Adorava foder com o velho negro, de pica maior. Mas o sinhozinho não perdia feio em tamanho e grossura do pau. E sabiam, ambos, fazerem uma mulher feliz. E aquela vida nova, de plena liberdade, estava sendo maravilhosa para a negra. Aí o velho guerreiro finalmente quebrou o silêncio:
- Como foi lá na senzala? Por que a sinhazinha não veio com vosmecê?
- Ela não quis vir - disse o jovem, num fio de voz, apoiando-se nos cotovelos, erguendo o tórax, mas sem se desencaixar do sexo da negra - afirmou que estava disposta a cumprir a sua pena, casando-se com o filho do fidalgo. Pediu que eu a esquecesse.
- Então, ela te ama - resmungou o negro - mulheres costumam dizer o contrário do que pensam, quando se trata do coração.
- E não é o homem quem age assim? - intrometeu-se Eulália.
Mtumba, sem dar atenção à observação da mulher, olhou para o cavalo que estava atado à uma árvore bem próxima. O animal estava excitado. Seu pau estava enorme e pulsante. Parecia que tinha ficado com tesão ao presenciar a foda dos três, havia pouco.
- Veja, o garanhão ainda está excitado. Sente falta da égua. E vosmecê, desistiu da sua potranca? - perguntou o negro.
Eulália olhou em direção ao garanhão, ficando espantada com o tamanho da rola do animal.
- Puxa, nunca vi um cavalo com um pau tão enorme - disse a negra - nunca me atrevi a olhar esses bichos fodendo. Mas parece que estou perdendo a vergonha. Vosmecês tem me feito muito bem.
Ela media com o palmo o tamanho da pica do negro, que ainda estava excitado, apesar de o cacete estar meio bambo.
- Adorei ter esse pau enorme na minha bunda. Ele é quase do tamanho da pica do garanhão, meu rei. Será que fez mal às minhas pregas? - quis saber a negra, empinando a bunda para que os dois homens visualizassem o seu buraquinho um tanto protuberante, depois de levar rola até se fartar.
- Vosmecê sabe quantas pregas tem um cu, meu velho? - perguntou João Paes, alisando com a ponta do dedo o ânus da negra.
- Num sei contá direito - resmungou o guerreiro.
- Dizem que tem cerca de trinta e sete - arriscou Eulália - Uma das negras lá da senzala certa vez contou. Mas ela também não sabe direito de números.
- Pois eu acho que são 365: uma prega a ser perdida por cada dia do ano - rebateu João, rindo, sendo imitado por uma sonora gargalhada do casal.
- Vosmecê vai desistir da branca? - insistiu em saber Mtumba.
- Ela pediu para que eu fosse embora. O que eu poderia fazer?
Mtumba não respondeu. Levantou-se com impensada agilidade para um homem da sua idade e foi até o garanhão. Cochichava algo ao ouvido dele, enquanto tirava-lhe os arreios. Acariciou o animal, que ficou com o caralho maior e mais pulsante. O negro deu-lhe uns tapinhas no pescoço e depois tirou-lhe também a sela. Eulália sentou-se sobre o corpo do sinhozinho, sem perder o encaixe do sexo dele no dela. Sentiu o pênis do rapaz dar sinais de vida, mas não disse nada. Estava abestalhada em ver o negro "conversando" com o animal.
- Meu rei fala com os bichos? - dirigiu-se ao moço.
- Ele adestrou esse animal desde que era apenas um potro. Esse negro faz coisa que até Deus duvida.
Após libertar o garanhão dos arreios e da sela, Mtumba deu-lhe dois tapinhas na anca. Este relinchou contente e empreendeu um apressado galope em direção à mata, ainda de cacete duro e pingando porra, desaparecendo entre as folhagens. Intrigado, o moço perguntou:
- O que está fazendo? deixou-nos sem montaria...
- Confie neste negro. Ele sabe o que faz - disse Mtumba, referindo-se a si mesmo. Querem esperar aqui, ou nos embrenhamos no mato de volta para o Engenho Velho, onde já devem estar as duas escravas de lombos lanhados?
- Espero que o garanhão não seja capturado. Ainda acho que os irmãos da sinhazinha estão vindo atrás da gente. Mas confio em vosmecê e torço para o que esteja pensando dê certo, seja lá o que for - respondeu o jovem, levantando-se do chão depois de afastar gentilmente a negra de seu colo, deixando-a frustrada. A preta esperava que ele fosse foder a sua xana de novo.
Os três tomaram um ligeiro banho, vestiram-se e empreenderam a marcha em direção ao engenho onde moravam. Logo estariam lá. Sabiam que o garanhão acertaria o caminho de volta. E o pai do jovem deveria estar preocupado, pois decerto as duas negras alforriadas tinham contado o que se passara no Engenho Pindobas, arrendado pelos Faria e Souza. E o sol já estava quase a pino, fazendo um calorão danado.
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Francisco de Souza se preparava para partir. Esperava os escravos testarem a liteira, onde estavam acomodadas as duas mulheres. Quatro deles suspenderam a pequena cabine fechada, com cortinas adornando as duas pequenas janelas. Ana de Faria estava de olhos vermelhos de tanto chorar. A sua mãe repetia pela enésima vez que a causa de ela estar indo tão cedo ser entregue a seu prometido era dela mesma, por ser tão desobediente e rebelde. O pai apressava os outros escravos que cuidavam de reunir, em uma espécie de cesto feito de cipós, roupas e pertences da sinhazinha.
- Onde estão meus filhos, não irão conosco? - quis saber o senhor de engenho.
- Saíram em caça do escravo fugido e do negro mascate e ainda não voltaram, meu amo - respondeu um negrão com toda finta de capitão-do-mato.
- Estão vindo ali - apontou um outro negro.
De fato, os dois irmãos e os dois capitães-do-mato que haviam perseguido Mtumba e João Paes estavam voltando, cabisbaixos por conta do fracasso da caçada. Acercaram-se da comitiva, ainda sem conseguirem encarar o senhor de engenho. Este também não quis saber de explicação.
- Vão tomar um banho rápido, pois sinto o cheiro de carniça do suor de vosmecês, e alcancem a gente. Vamos levar sua irmã degenerada para ser entregue ao futuro marido e queira Deus que o Senhor Bernardo a aceite de bom grado.
- Ela ainda é virgem, pai? - arriscou perguntar Joaquim, um dos irmãos de Ana de Faria.
- Sua mãe fez o teste do rosário na minha frente. A cabeça da desgraçada não passou pela abertura, atestando sua virgindade - suspirou o patriarca, que temia perder o engenho se a filha houvesse perdido a castidade.
- Que teste é esse, pai? - perguntou o irmão mais novo da sinhazinha.
- Eu explico a ele enquanto tomamos banho lá na bica, senhor meu pai - disse Joaquim - vão adiantando a marcha para não chegarmos lá muito tarde. Já nos juntaremos à comitiva.
Francisco de Souza apoiou o pé no estribo e preparou-se para montar na égua. Quando ia fazê-lo, no entanto, o animal recuou de repente, quase fazendo-o perder o equilíbrio. É que a égua havia sentido o cheiro do garanhão. Este relinchou, das proximidades da senzala, irrequieto. Estava todo suado por ter galopado desde onde esteve acampado o grupo liderado pelo sinhozinho, seu dono. A égua, ainda no cio, empinou e partiu para perto dele, que ainda tinha o pau enorme quase ereto e babando porra. O senhor Francisco tentou deter a fêmea, mas essa se desvencilhou dele e dos escravos que tentaram detê-la em vão. O animal juntou-se ao garanhão, lhe lambeu o pau pingando esperma e relinchou alto, como se estivesse feliz pela chegada do amante. Os irmãos, que haviam estancado sua ida à bica para tomarem banho, voltaram correndo:
- É aquele maldito cavalo. Quer levar nossa égua, que está no cio. Atirem no desgraçado! - gritou Joaquim.
Um feitor, que a tudo observava do alpendre da casa grande, armou a espingarda. Um dos capitães do mato apontou para o garanhão, mas a égua, como se quisesse proteger o amante, ficou na frente do cavalo, impedindo o homem de atirar. Todos ficaram chamando ou tangendo a bicha, para que tivessem visão melhor de tiro. O senhor Francisco, irritado, tomou a arma de um dos capitães e apontou, atirando em seguida. Atingiu a égua de raspão, na anca. Esta deu um relincho de dor, depois um pinote e quis dobrar as pernas. O garanhão, no entanto, puxou-a com os dentes pelas rédeas, fazendo-a retornar ao galope. Ouviram-se vários tiros, mas nenhum atingiu os dois animais que conseguiram fugir em disparada por entre as árvores. Os irmãos chamaram uns escravos em perseguição, mas logo perderam distância para a fuga da dupla de equinos.
Mais uma vez, voltaram de mãos abanando para perto do pai, que estava irado. A sinhazinha sorria intimamente, adorando a esperteza do garanhão. Isso fazia com que lembrasse seu amado, o jovem dono do animal. Mas estava prometida a outro e agora tinha que se conformar com sua sina. Seu pai não desistiria de levá-la, por conta do recente incidente. A mãe repreendeu-a pelo sorriso estampado no rosto, mas também não conseguia deixar de admirar a esperteza do animal. O patriarca mandou todo mundo voltar aos seus afazeres. A viagem para Olinda havia sido adiada para o dia seguinte, pois o homem não estava disposto a ir a pé, já que só tinham como condução uma mula de carga que decerto não alcançaria em galope o garanhão, se o perseguissem com ela. Mandariam um negro ir até o Engenho dos Vieira, na capital Olinda, para que ele mandasse uma comitiva a cavalo vir buscar a família Faria e Souza.
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Quando João Paes e Mtumba chegaram ao Engenho Velho, de propriedade dos Barreto, as duas irmãs negras vieram recebê-los todas contentes. Souberam do ato de ousadia e coragem da negra Eulália, pela boca do sinhozinho, e abraçaram-na em agradecimento por ter salvo seus libertadores. Já não guardavam rancor da ex-escrava, que lhes causara uma surra brutal de chicote. Agora eram negras livres e estavam muito felizes.
- O que vai ser de nós agora, sinhozinho? Vosmecê continua dizendo que podemos ter guarida aqui? - perguntou a gordinha.
Mtumba, leve-as todas e apresente-as a mama Eudóxia - disse o jovem - eu vou tomar novo banho e descansar um pouco.
- O sinhozinho quer que eu lhe dê um banho? - perguntou a negra Eulália.
- Vosmecê também deve estar cansada. Siga com seu rei e ache um lugar para ficar. Descanse e depois me chame na hora do jantar. Estou com fome, mas não quero comer nada agora. Vou tomar um banho e tirar um cochilo, pois estou morrendo de cansaço - dispensou-a o jovem.
João Paes não demorou a dormir. Nem bem terminou seu banho numa tina de madeira, deitou-se na velha cama do quarto onde dormia quando criança. O Engenho Velho, depredado pelas guerras de resistência contra os holandeses, estava semidestruído. Seu pai fora um dos que lutaram para expulsar os galegos de Pernambuco, cedendo seu engenho para rancho das tropas e para os combates. Depois, ficara difícil restaurar a velha construção, destruída pelos tiros de canhões e arcabuzes dos soldados de Maurício de Nassau. Construíram, então, o Engenho Novo e para lá os Barreto transferiram a família. Muitos escravos, alforriados pelo pai de João Paes e dono dos dois engenhos, permaneceram no Engenho Velho e se viravam comercializando mercadorias e produzindo aguardente para vender, e dali tirarem seu sustento, já que não trabalhavam mais no corte de cana e o mercado do açúcar estava cada vez pior devido à descoberta do produto comercializado nas Antilhas. Aí João Paes começou a sonhar.
Sonhava casado com a sinhazinha e tendo vários filhos com ela. Fodia com a bela moça no meio dos filhos, que aplaudiam cada gemido da mãe gozando com o pai. O bando de crianças amontoava-se ao redor do casal, que ficava constrangido em foder na presença deles. Estranhamente, todas as crianças eram do sexo masculino. Todas, sem exceção, estavam de pinto duro, olhando o casal fodendo. Então, uma serpente enorme ergueu-se, derrubando vários meninos. Projetou-se em direção ao pênis de João Paes, abocanhando-o. O rapaz acordou do pesadelo ouvindo o próprio grito. Mas a sensação de ter o falo abocanhado pela serpente não se diluiu. Aí, o moço olhou para o próprio pau. Qual não foi a sua surpresa ao ver a ex-escrava Eulália chupando gulosamente seu cacete?
- Desculpe, sinhozinho, eu não quis acordá-lo - disse a negra apreensiva, temendo que ele ralhasse com ela - Vim chamar vosmecê para o jantar, como pediu, e não me contive em vê-lo dormindo todo nu, com esse pau enorme duro e a descoberto.
- Vosmecê está ficando safada e viciada em sexo - resmungou o jovem sem, no entanto, afastar-se da negra.
- O sinhozinho me dá o prazer de continuar? - pediu ela toda dengosa.
Ele não respondeu. Relaxou o corpo e fechou os olhos. Ela voltou a abocanhar seu falo, desta vez com carinho. Afagava os bagos e batia uma punheta bem suave, enquanto lambia e chupava a glande ou beijava toda a extensão do cacete dele, babando-o todo. Parou por um momento e depois acocorou-se sobre o jovem. O rapaz sentiu a vulva dela pegando fogo engolindo seu membro. Gemeu alto. Animada, ela enfiou-se mais um pouco, gemendo também. Ele, ainda de olhos cerrados, segurou-a pela cintura, puxando-a mais para si. Então, o jovem sentiu algo duro roçar sua coxa. Abriu os olhos e mirou naquela direção. A negra, percebendo sua curiosidade, levou uma das mãos às costas e voltou com um estranho objeto nela, mostrando ao sinhozinho:
- Adorei levar rola na frente e atrás, então inventei este brinquedinho - disse Eulália com um sorriso safado no rosto.
Era um falo branco enorme, esculpido numa comprida macaxeira(*) crua e descascada, com a forma de uma pica, imitando o formato da glande e do talo. Estava lubrificada com babosa e por isso tornava-se escorregadia. Ela havia enfiado o objeto no cu enquanto encaixava a boceta na pica no rapaz. Ele voltou a fechar os olhos e sentiu aquela trolha roçar seu pênis, por dentro da negra. Ela revezava os movimentos, ora se enfiando mais na rola dele, ora introduzindo mais profundamente, com a mão, o brinquedinho improvisado no ânus. Quando teve a boceta totalmente preenchida com o cacete pulsante do rapaz, soltou o objeto do cu, que começou a ser expelido de lá aos poucos, causando uma gostosa sensação de prazer no moço. Ele começou a fazer os movimentos de cópula, erguendo a pélvis, penetrando-a mais profundo. Aí ela se mijou toda e entrou num frenesi desvairado, quando expeliu finalmente o objeto em forma de falo do rabo...
FIM DA DÉCIMA PRIMEIRA PARTE
(*) Aipim ou mandioca, como é chamada em algumas regiões do Brasil