"Se me perguntassem pra que vamos ao cinema para ver contos de fadas: A rainha adormecida acordou com seu verdadeiro beijo Uma princesa que coloca sua coroa de lado para progredir Amantes separados se unindo novamente, Mas a vida não é um conto de fadas e finais felizes são poucos e raros. Na vida a jovem rainha vira uma tirana e leva seus súditos para a guerra. E é por isso que precisamos de filmes: para lembrar que apesar de tudo o amor ainda pode renascer nos locais mais improváveis e algumas vezes ate contos de fadas podem se realizar"
Eu: - Acabou Caio! Acabou - gritei com os olhos ainda trancados para conter as lágrimas. - Não chegue perto de mim outra vez, NUNCA MAIS
Caio: Calma não é assim que as coisas funcionam, é só uma conversa no Facebook, eu não ia... você sabe que eu não... é... você sabe... morreu o assunto! - disse nervoso e gaguejante
Eu: Não, não é só uma conversa no Facebook e morreu o assunto... São meses de namoro que morreram, são votos de confiança que morreram, são os melhores meses da minha vida que morreram!
Caio: Mas, eu juro que não ia ficar ele de verdade - tentou argumentar - eu só queria me vingar porque ele sempre me desprezou. Eu só queria marcar com ele e fazê-lo esperar ou chegar la e dar um toco. Eu juro que iria te contar depois
Eu: Depois... - sussurrei em furia e aos poucos subi o tom de voz - Eu estou indo pra casa, deixo suas coisas com alguém depois e não quero que me procure mais - falei firme e frio em direção a porta da casa dele
Caio: se você sair por essa porta não precisa mais voltar
Ignorei e continue caminhando
Caio: O problema é que foi com ele ne? Pode falar... fala logo, ADMITE. - Caio falava de um garoto que foi vizinho dele na época do ensino fundamental, nunca o vi, se quer sabia o seu nome apenas sabia que ele havia se mudado para Florianópolis há um ano.
Eu: O problema é que nos tornamos muito diferentes, você mudou muito e eu não consegui acompanhar essa mudança
Lucas: Diferente como? Como cara fala? Tá vendo? Agora percebe que tu exagerou?
Eu: você se tornou alguém sem caráter e eu continuei sendo alguém sem tempo pra perder com pessoas assim - bati a porta e acordei meio desesperado. Chega! Chega desse sonho, chega de gastar meus dias chorando por alguém que se vira muito bem sem mim e se quer sente minha falta. Já se passou um mês e dois dias... droga ta vendo? Olha eu até decorando datas! Chega mesmo. Já era hora de tomar uma atitude, nem vi a cara do dia la fora, já é noite eu apenas gastei em vão meu último dia de férias.
Mãe: Ei, Ei onde o senhor pensa que este a entrando desse jeito Igor? Numa boate ou num puteiro? - gritou quando entrei na sala como um furacão, havia dormido no quarto de hóspedes por medo de encarar o meu.
Eu: Mãe agora não. - subi as escadas e fui para o meu quarto.
Logo que cheguei tratei de juntar tudo o que me lembrava o Caio: CDs, roupas, cartas, livros. Juntei tudo com o edredon que ele me deu com a estampa do Evanescence minha banda favorita e fiz uma enorme trouxa que só não era tão grande quanto o trouxão de 1,75 aqui e desci as escadas.
Mãe: Ou, onde tu vai correndo desse jeito? Que negócio é esse ai? Filho eu tenho que viajar você lembra? Me da um beijo aqui - beijei minha mãe e tentei parecer calmo.
Eu: Mãe vai com Deus
Mãe: Você vai ficar bem?
Eu: vou sim, eu juro
Mãe: quando eu voltar vou querer saber direitinho o porque desse stress. Se não quiser ficar sozinho chama o Ca... - Eu interrompi
Eu: Mãe eu não preciso dele, eu me viro muito bem sozinho
Eu ignorei e fui para o Jardim atrás da casa antes disso peguei um cigarro que meu pai havia esquecido na mesa da copa. Subi de novo e peguei meu taco de baseball, álcool e fósforos.
Coloquei meu fone de ouvido e rapidamente veio como um Flash a memória do dia em que o ganhei do Caio. Sem demoras eu o tirei e joguei junto ao resto no chão. Coloquei meu iPhone em uma banco de pedra que havia ali perto e deixei tocar, nada como ouvir Amy Winehouse tomando uma boa vodka para calar qualquer berro que sua alma insista em ecoar.
Com as mãos esmagando o taco de baseball e os dentes serrados eu comecei a bater e quebrar todos aqueles objetos, tomei 2 comprimidos para a dor de 500 miligramas e ao som de cada coisa que se quebrava eu sentia um pedaço de minha história morrer. Um bandolim que ganhei de Natal, minha coleção de Harry Potter, discos da Lana Del Rey, Pitty, e o meu até então adorada White Álbum dos Beatles. A trilha sonora não podia ser melhor:
Love is a losing game - Amy Wimehouse
"Pra você eu fui um caso
O amor é um jogo de azar
Cinco andares se incendiaram assim que você chegou
O amor é um jogo de azar
Como eu queria nunca ter jogado
Oh, que estrago nós fizemos
E agora o lance final
O amor é um jogo de azar.
Desgastado pela banda
O amor é uma aposta perdida
Mais do que eu poderia aguentar
O amor é uma aposta perdida
Declarado... intenso
Até o encanto se quebrar e notar que você é um jogador
O amor é uma aposta perdida
Apesar de estar bastante cega
O amor é um resignado destino
Lembranças denigrem minha mente
O amor é um resignado destino
Acima de inúteis expectativas
Ridicularizado pelos deuses
E agora o lance final
O amor é um jogo de azar"
Bem no momento em que joguei álcool sobre as inúmeras fotos e ateei fogo. Logo tudo aquilo não passava de um monte de lixo em chamas e eu me sentei assistindo tudo o que tanto significou pra mim um dia virar uma fogueira. Peguei um Hollywood vermelho que havia roubado do meu pai e o acendi. Decidi que não iria mais chorar ou reclamar quando o fogo se estinguisse então aproveitei o tempo das chamas para por pra fora tudo o que ainda me assombrava. O fogo logo fez bastante fumaça o que deve ter incomodado algum dos vizinhos pois começava a escutar a campainha no portão porém ignorei. Continuei lá quase que em transe deitado sobre a grama e observando tudo ruir, de alguma forma eu sei que aquelas luzes quentes que ofuscavam meus olhos também me chamavam para perto, eu só queria queimar junto a tudo, eu só queria ter a chance de me incendiar e depois voltar das cinzas, senti um impulso forte como se tivesse sendo levado por alguem para um lugar molhado, meu corpo balançava lentamente e meus pés não tocavam o chão
- VOCÊ ESTA LOUCO? - aquela voz me despertava do meu nirvana ou era mais uma alucinação? Era doce e firme quase um canto de uma sereia se não fosse tão máscula era de um jeito familiar porém diferente - OU IGOR? TEM ALGUEM AI? - Então vi uma mão com bem mais de cinco dedos se agitar na frente dos meus olhos e então despertei e me vi sentado distante do fogo no colo de alguém como um bebê que dormia. Minha visão estava embaçada e eu fraco então apenas vi os lindos faróis de luz que os Deuses já criaram, azuis e firmes como um mar tempestuoso porém doces como um crepúsculo de Primavera. Vi claramente o sol nascer dentre aqueles cabelos lisos, loiros e desgrenhados, via lábios carnudos e rosados se moverem porém não ouvia nenhum som, um rosto angelical, um cheiro de paz me invadia e aquela sensação de conhecê-lo de algum lugar. Será que e eu estava morto? Seria o céu assim tão leve? Por um impulso eu voltei os olhos para seus lábios e tentei me concentrar porém ainda assim não entendia nenhuma palavra se quer, aqueles lindos lábios formavam uma perfeita pintura junto às bochechas meio rosadas do meu anjo e por mais herege que parecesse eu não me contive e o beijei. Ele estranhamente retribui, e eu me deixei levar até que apaguei.
Manhã seguinte:
Acordei com uma enorme dor de cabeça e me virei na cama ainda sem abrir os olhos mas notei que esbarrei em algo então sedi a claridade e tomei um puta susto
Eu: AAAAH! SOCORRO! - gritei ao ver ele só de bermuda que dormia na minha cama e parecia um surfista com aquele velho ar arrogante e debochado. Afinal o que o Johnny estaria fazendo aqui? Meu inimigo desde o primeiro dia de aula... já caímos na portada umas mil vezes, até as minhas namoradas ele roubava nas épocas de hetero, teve uma vez em que ele me fez tirar 4 notas zero consecutivas e meu pai teve que pagar uma fortuna para eu não repetir de série.
Johnny: Ah acordou? - disse e deu um sorriso ainda de olhos fechados e um enorme cheiro de fumaça - pensei que ia dormir pra sempre - e me olhou diretamente.
Num Flash me veio a noite se ontem na mente, o Caio, o Fogo, os remédios, o anjo, o beij... o anj...
Eu: EPA! O QUE VOCÊ ESTA FAZENDO NA MINHA CAMA? EU ACHEI QUE TINHA MORRIDO E VOCE ERA TIPO UM ANJ... CEIFEIRO - gritei até ser interrompido por uma risada escandalosa - RAPA FORA DAQUI SEU MERDA! ACHEI QUE TIVESSE IDO EMBORA
Garoto: Você é muito comédia, eu já deveria estar em casa mas pelo visto você ainda está delirando. Fui morar um ano com minha mãe em floripa, mas ela quis voltar comigo pra ca - levantou as sombracelhas e sorriu com uma cara de superior - pelo visto alguém sentiu muito minha falta na escola ne?
Eu: Delirando não, e você não vai embora daqui até me explicar essa história... o que você está fazendo na minha casa? Por um acaso voltou la da pura que o pariu pra me fuder? - saltei da cama e corri para trancar a porta, era estranho como ficar perto dele me causava tantas sensações ao mesmo tempo: dúvida, coração acelerado, felicidade, dor, desrespeito, paz... Tudo junto
Johnny: Que isso boyzinho, tudo bem você me agarrar ontem afinal é normal sentir atração por seu herói mas, hoje de novo? Acho que meu namorado não vai gostar da ideia - e fez um biquinho após piscar pra mim
Me lembrei de beija-lo mas, não lembro bem se foi bom ou ruim. Então comecei a reparar nele... ele estava bem diferente e... meio que... lindo, cabelos loiros e lisos meio bagunçados exatamente como me lembrava porém com um brilho a mais, lábios rosados e carnudos isso não posso negar ele sempre teve uma boca linda e um sorriso matador. um par de olhos azuis penetrantes, bochechas vermelhas, covinhas e um corpo bem mais legal também. Seu abdômen mesmo sentado era de tanquinho, pelinhos loiros fazendo aquele caminho do Paraíso perto do umbigo, esses eram os únicos pelos que ou de reparar e seus braços eram meio fortes porém nada exagerados. E ele estava mais Alto, mais atraente...
Johnny: terra chamando - e balançou as mãos na minha frente como ontem - sei que to gato mas, chega de me secar meu Iguinho - odiava quando ele me chamava assim, quando descobriu que eu era gay ele começou a dizer isso sempre que podia como uma firme de me diminuir perante ele.
Eu: Ah desculpe acho que não estou muito bem, tomei remédios em uma dosagem muito alta e fiquei perto de mais do fogo. Preciso tomar um banho e comer algo. Você pode ir embora, obrigado
Igor: Você tem certeza que se vira sozinho? Sua mãe viajou você lembra? Sei que não nos damos muito bem mas, ja que sou seu herói posso cuidar de você um pouco
Eu: espera... como tu sabe disso? Quem é você afinal e o que fez com o escroto do Jonathan?
Garoto: sou seu anjo lembra? O que salvou tua vida ontem, o que você beijou e deu uns gemidinhos gostosos - mordeu os lábios sorrindo, eu corei sem graça porém algo me fez levantar e subir na cama indo em direção a ele de novo
Johnny: Eu tenho namo... - dessa vez eu o interrompi com um beijo, seus lábios doces e macios, sua língua suave em movimentos precisos me deixaram louco em questão de segundos. Ele logo me puxou para mais perto então me sentei em seu colo ficando frente a frente com ele. Suas mãos apertavam minha cintura e sua boca me atraia como um imã, quando ele beijou meu pescoço não me contive e gemi baixinho, virei um pouco para frente o abraçando e senti que ele estava excitado e o volume me pareceu bem grande. Ao beija-lo me sentia diferente, meu coração batendo feito a bateria da mangueira alias o beijo era 10 nota 10 kk. Continuamos assim por muito tempo, as vezes paravamos um pouco e apenas olhávamos nos olhos um do outro até que as coisas voltaram a esquentar. Haviam muitas emoções agindo sob mim naquele momento. Eu o odiava com todas as minhas forças porém agora só sentia um encontrolavel tesão.
Eu: tem alguém animadinho
Johnny: Sou um anjinho mal - deu um tapa forte seguido de um apertão na minha bunda enquanto forçava seu corpo para cima me fazendo sentir ainda mais seu membro em mim. Não resisti e dei uma reboladinha no seu pau
Johnny: Hmm, até que não é tão ruim assim ser o meu iguinho ne? - disse mordendo os lábios. Antes eu odiava essa mania mas agora sempre que fazia isso me dava uma vontade enorme de agarra-lo
Eu: É... finalmente descobri algo pra que você preste - e sorri o beijando
Johnny: Ainda não te mostrei no que sou bom... - e colocou as mãos por dentro da minha roupa apertando minha bunda
Eu: então me mostra Johnny e senti seu pau pulsar embaixo de mim no momento em que alguém toca a campainha. No início não liguei até que o telefone dele tocou
Johnny: É sua sogra por um dia ligando, deve ser ela na porta vai atender por favor afinal a casa é sua - e sorriu com uma cara de safado. Antes de ir eu o beijei mais um pouco
Fui até a porta e lá estava uma senhora de meia idade bem parecida com o traste que até agora não sei porque estou beijando
Eu: Oi a senhora deve ser a mãe do anjo... É quer dizer do...
Mulher: Do Jonathan - Disse ela meio seca - Meu filho veio aqui ontem saber o porque de tanta fumaça e depois me avisou por mensagem que iria dormir aqui.
Eu: Ah sim, prazer meu nome é Igor pode entrar
Senhora: Prazer Lúcia - E nos comprimentamos ele desceu as escadas com uma cara de sonso e veio até a porta
Johnny: Oi mãe, vejo que já conheceu o vizinho problema ne? - e riu olhando pra mim
Eu: Ou não é bem assim Johnny
Jhonny: É sim, mas amei desvendar um pouco esse problema... - E sorriu com suas lindas e irritantes covinhas
Lucia: bom meninos sinto muito estragar o flerte de vocês mas preciso do meu filhi em casa agora - Disse ela mudando totalmente seu temperamento de calma e seca pra um tom estressado
Johnny: Bom, a gente se vê por ai?
Eu: Claro, afinal somos vizinhos agora é amanhã tem aula
Lucia: Adeus- Disse seca e saiu puxando o filho
Andes de fechar a porte pude ouvir murmúrios do tipo " o que tu acha que ta fazendo se agarrando com o vizinho?" "Não foi nada mãe" "sabe a expectativa que temos com relação a você e você tem namorado se esqueceu?"
Fui para dentro de casa e resolvi tomar um banho. Deixei o celular no aleatório e não demorou muito até que começasse a reproduzir as mesmas músicas de ontem é foi quando muitas coisas passaram pela minha mente, me lembrei de mãos fortes, doces e firmes me pegarem, lembrei dos meus pés no ar, do colo de alguém que me afagava, de olhos penetrantes e encantadores, dos lábios quase que perfeitos do meu anjo, lembrei de tudo ficando escuro e de apagar aos poucos.
Tudo parecia tão inconsequente, beber vodka com remédios para dor, quase morrer queimado, ser salvo por um garoto que parecia de outro mundo, beija-lo, dormir na mesma cama, beija-lo de novo, sentir algo inquietante sempre que o toco porém como se trata de mim, todo conto tem que ter uma pedras no caminho que fodem com qualquer possibilidade de final feliz: ele tem namorado! E o traste do Jonathan!! Meu inimigo número um isso se não for o único... roubava meu lanche no pré escola, sempre disputou comigo a faixa de capital no time de natação, brigavam por garotas e agora a gente tinha ficado e a pior parte é que foi ótimo...
"Com o tempo certo, todos encontramos o que procuramos.. mesmo que sempre estivesse por perto."
Olá galerooo, espero que gostem do meu novo conto, a história ainda está bem no início porém muita coisa legal vai acontecer logo! Tem umas surpresas bem cabulosas ja para o próximo capítulo. Qualquer dica é bem vinda viu? Comentem o que acharem e votem por favor. Se gostarem eu continuo. Beijo a todos e me indiquem seus contos favoritos para eu ler.
