Folhas Secas - Capítulo 2

Um conto erótico de Hunno Saggie
Categoria: Homossexual
Contém 1836 palavras
Data: 06/11/2015 17:13:45
Última revisão: 14/11/2015 01:57:47

Novamente meus sinceros obrigados, tô postando dois capítulos já, então boa leitura.

~ Replicando Comentários ~

R.Ribeiro: Muito obrigado!

Targaryen: Eu sou muito fascinado por mitologia helênica, mas nunca li essa saga, já ouvi falar claro. Filho de Apolo me lembra de Asclépio, o deus da medicina, também um dos mitos que deu origem à constelação de Serpentário. Agora filho de Hades é nova pra mim rsrs. Acho que em alguns versões dele ter algum. E eu entendo, é espontaneidade.

O.J. Carmo: Eu que te pergunto: O que seria uma boa morte?

S2DrickaS2: Também acho!

Geomateus: Valeu.

Irish: Todos temos um lado sombrio, né==============================================

Folhas Secas

Capítulo 2 - InverdadesQuase no final daquela tarde, em um lugar relativamente distante do nobre cemitério dos Anjos, era a Casa de Repouso São Leopoldo das Graças. Lugar grande, ar arbóreo, solene em sua arquitetura, com certeza muito prestigiado pela alta classe da região, tão antigo quanto seus residentes, uma história que mistura com a de São Leopoldo. Lugar onde vivem as mais provectas das vidas, que lutam para viver bem em seus últimos anos, talvez o lugar com mais remorsos que uma Igreja. É nesse lugar que trabalha Igor, que depois do fatídico funeral de um de seus residentes, voltava para o trabalho, devido uma concessão da Dona do lugar em seu padecimento. Igor chegara logo se uniformizando novamente, e planejara ir à um quarto antes.

“Igor...”, dizia uma senhorinha com a voz cansada ao vê-lo entrar uniformizado em seu quarto.

“Dona Hilda, o que faz em pé aqui? Tá se sentindo melhor?”, indagava Igor entrando e fechando a porta.

“Eu gosto de andar com meus próprios pés”, falava a anosa pausadamente com uma bengala de ajuda tentando caminhar para cama

“Espera, vou te ajudar, Hilda”, Rapidamente Igor intervia próximo de Hilda.

Seguro-a com cuidado com uma mão nas costas, virando para frente da cama, apoiou seu outro braço por debaixo de sua perna, e fez um impulso cuidadosamente para a idosa se sentar ao tocar na cama.

“Isso, Dona Hilda, com cuidado”, Dizia Igor atencioso. “Não quer se deitar?”, sugeriu.

“Não, não”, balbuciava Hilda descontente. “Não gosto que fique fazendo tudo por mim”, resmungou irritadiça segurando a bengala com as duas mãos.

Igor apenas sorriu, para ele, se Dona Hilda ainda mantivesse sua teimosia e independência, significava que ela estaria vivendo, mesmo com do dificuldades do tempo. Também porque era seu trabalho ter cuidados paliativos e manter a independência dos idosos.

“Tudo bem”, expressou Igor sorrindo e se afastando.

“Igor...”, murmurava com dificuldade.

Por um momento a velha dona Hilda ficou cabisbaixa, seus olhos não mais jovens como alguns anos de sua adolescência, marcavam uma tristeza profunda em um semblante depressivo que afetava o humor de Igor ao perceber.

“Como foi o enterro do Sebastião? “, perguntava Hilda com a voz sofrida relembrando coisas.

“Deu tudo certo”, respondia Igor reflexivo. “Acho que agora ele tá bem melhor em algum lugar”, inferia Igor sorrindo tentando animar Hilda que passara a olhar estranhamente. “E a senhora? O que fez?” questionou Igor mudando de assunto.

“Fizemos uma corrente de oração no pátio agora de tarde Sebastião com a Nazaré”, explicava Hilda. “Já que não podíamos ir...”, Hilda parecia frustrada.

“Entendi.”, arfou Igor observando. “Sebastião com certeza gostaria”, disse o enfermeiro com um semblante sério.

“Deus não abandona aqueles dos seus”, Hilda Rebateu olhando para janela do seu quarto aberta. “Igor...”, clamava a velhinha novamente sinalizando com as mãos.

“Sim, dona Hilda?”, prontamente Igor se abaixava diante da idosa na cama.

“Me diz por favor”, iniciou ela. “O filho de Sebastião foi no velório dele?”, perguntou Hilda com o olhar brilhante e sofrido.

Igor olhou para baixo tentando encontrar palavras, algo na pergunta o incomodava exacerbadamente, e ele sabia o porquê. Dona Hilda só observava o jovem com ternura esperando uma resposta, talvez ela compreendesse o enfermeiro.

“Foi sim, Dona Hilda”, respondeu Igor com exatidão. “Eu não fui para o velório porque só tive tempo liberado para o enterro...”, explicava Igor levantando o olhar. “Fui junto de Eliza, e o filho dele e toda sua família estavam presentes. Prestei minhas condolências”, Respondia Igor com afinco.

Hilda por um tempo olhando Igor, parecia analisá-lo, mas logo voltava sua visão para janela que entrava uma leve brisa, olhou para o teto com sua visão já limitada, em um branco como tudo estivesse rodeado com um fundo preto como em um “fade out” estático. E por fim sua estátua da santinha, que lhe parecia tão especial, perto da cabeceira da cama ao lado de um abajur. A idosa nos seus 77 anos, lamentava algo dentro de si, ao saber de como foi o enterro de seu velho amigo, suspirou em um gemido decadente, cheia de dúvidas.

“Será que minha filha vai vir no meu enterro se eu morrer?”, perguntava Hilda com sofreguidão olhando para Igor que logo se levantava em súbito.

“Que isso, Dona Hilda?”, Levantava Igor com seu tom de voz indignado. “A senhora não vai morrer ainda”, desejava Igor um tanto aflito.

Por um momento Dona se sentiu mais triste e culpada pela repreensão do amigo enfermeiro por seus solitários e declinantes pensamentos, abaixou a cabeça, causando compaixão de Igor.

“Às vezes entenderia se minha filha não quisesse me ver”, disse a velha confrangida. “Não a vejo faz tempo... Nem no natal veio”, arfou com ar tristonho.

*Não fale isso, Dona Hilda”, replicou Igor com a voz terna se abaixando novamente. “Posso não saber de tudo o que aconteceu na sua vida, mas tenho certeza que sua filha não é um monstro. Ela não comprou a sua santinha para senhora fazer orações no quarto como queria para recompensar sua falta no natal?”, indagou Igor mudando totalmente de ação, estava mais sagaz, apontava para a imagem da santa ao lado.

“Sim... Eu adorei minha santinha”, disse a velhinha um pouco melhor. “Mas...”, Hilda mudara de expressão, hesitava em falar alguma coisa.

“Sem mas!”, exclamou Igor interferindo e segurando delicadamente nos ombros de Hilda. “Eu sei que sua filha não lhe odeia, eu já falei com ela, ela não tem tempo nem pra ela, vive trabalhando.”, disse Igor convencendo a velhinha olhando profundamente em seus olhos. “E tenha certeza que falarei com ela novamente e trarei ela até aqui nem que seja arrastada.”, prometia inconsequentemente.

Em sua fase sazonal da vida, Hilda como muitos moradores do asilo, pensavam e repensavam na vida que tiveram, em todos os erros que cometeram, era o único momento e lugar que podiam se arrepender e tentar viver com o mínimo de dignidade e conforto. Contudo, com Hilda, parecia que um fantasma a assombrava constantemente, só com a presença e esperança de Igor, que dava notícias de sua família ela ganhava uma força a mais em sua frágil vida.

“Muito obrigada, Igor, você é um anjo”, sucessivamente dona Hilda sorri serenamente e vagarosamente abraça Igor. “Me sinto melhor agora.”, revelou a macróbia.

“De nada...”, murmurava Igor com o olhar estático como tivesse sido petrificado abraçado à dona Hilda, estava tenso. “nada...”

“Eu vou dormir”, avisava Hilda se desprendendo e deixando sua bengala com Igor. “Sem ajuda”, advertiu.

Igor apenas observava a idosa se deitando com dificuldade, mas conseguindo aos poucos. Tendo se acamada em seu leito, Igor prontamente ajeitou seu travesseiro e pôs outro entre seus braços e outro entre seus joelhos.

“Vou indo...”, avisava Igor terminando seu serviço. “qualquer coisa pode me chamar, tenho que falar com o clínico “, explicava Igor guardando a bengala ao lado de fácil alcance.

“Tudo bem”, suspirou Hilda fechando os olhos.

Igor olhava serenamente para Hilda tentando cair no sono, era realmente como uma criança que precisava de cuidados, dona Hilda foi a que mais se apegou a Igor e Igor à Hilda, porque no fundo Igor era marcado pela mesma dor, a dor de ser abandonado. Mas havia uma grande culpa consumindo Igor após isso. Igor mentiu, mentiu deliberadamente para Hilda sobre sua filha estar ausente por causa do trabalho, ele nunca conseguira entrar em contato, pois a santinha foi ele que comprou, e continuava com suas mentiras, seu intuito era nobre, trazer paz para uma alma, confortar uma dor, dar esperança a alguém tão perto da morte, que ele compreendia mais que tudo. Então deveria ser um ato certo, certo? Era a questão que sempre afligia Igor em seus emotivos atos.

Então Igor seguiu seu trabalho, saindo do quarto com cautela para não fazer barulho, encostando a porta lentamente com a fechadura, foi nesse intervalo que fechando a porta, que Igor desatento virou-se e acabou esbarrando em alguém que chegara e estava logo atrás dele, a colisão fez seu corpo por reflexo se jogar para porta em um leve impacto, assustando-o.

“Uooou”, Dizia uma voz de sobressalto.

Igor depois percebeu de quem se tratava, se sentiu envergonhado por tamanha falta de atenção por ser com quem era, que logo se recompunha.

“O-o-o-oi Doutor Humberto, me desculpa”, Igor se desculpava corado se afastando da porta.

“Claro que não”, dizia o doutor entusiasmado. “Eu que fiquei atrás de você sem você perceber”, Relatava com um sorriso. “E só deixou meu estetoscópio fora do lugar ahah”, sorridente como sempre, ajeitava seu estetoscópio na gola de seu jaleco.

A resposta de Humberto estranhou e constrangeu Igor, que hesitou em perguntar, porém mal conseguia falar com sua presença.

“É-é...”, gaguejava Igor olhando para baixo por estar constrangido com a situação.

Doutor Humberto era o aclamado médico geriatra da Casa de Repouso de São Leopoldo das Graças, homem íntegro e bem sucedido, mas aparentemente com seus mistérios, não falava muito de sua vida pessoal, mantinha uma grande simpatia e bom humor por onde passava, chegava a contagiar a quase todos, por isso muito adorado tanto entre os residentes do local tanto pelos próprio corpo médico.

“Deixa disso, vim aqui só para fazer a consulta com Hilda”, disse o Médico batendo no ombro do enfermeiro.

“Acho melhor não agora, doutor”, explicava Igor interferindo na entrada de Humberto que o olhou com um olhar enigmático. “É que ela tá dormindo agora, poderia voltar outra hora? “, pedia sinceramente.

Humberto parecia analisar o pedido de Igor, fez uma expressão confusa e séria que amedrontava um pouco Igor, era uma das sensações que causava ao jovem enfermeiro. E era uma diversão ao médico.

“Tudo bem, volto outra hora”, respondeu Humberto de súbito com seu sorriso fazendo sinal que sairia, mas postergou. “Ah! Igor, você foi no funeral do velho Sebastião?”, perguntou o médico para surpresa de Igor.

“Sim, sim, fui.”, respondeu Igor em frenéticos termos.

“Eu também fui, mas cheguei atrasado pelo jeito”, disse o médico descontraidamente colocando a mão por trás da cabeça.

“Entendo... Eu também só tive tempo pro enterro.”, explicava Igor mais acostumado. “Tenho que ir doutor, tenho que falar com a Nazaré “, falava Igor se despedindo.

“Tudo bem, Tchau. Até o próximo esbarrão”, disse Humberto bem humorado corando Igor.

E assim Igor continuou seu trabalho até o fim de seu turno, em ir para sua casa terminando sua rotina, mas as coisas mudariam um pouco daqui em diante para Igor.

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Comentários

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Muitooo boom , qq o humberto tava fazendo parado atrás do igor :3 kkkk . Então eu tbm fiquei de cara quando eu li no livro que o nico era gay , tipo quando hades veio pra terra falar com zeus e posseidon para eles fazerem um juramento de não fazerem mais semi-deuses , porem antes dele ir ele fez secso kkk com uma mortal que ele gostava e acabou nascendo nico di angelo . Eu sou fascinado por mitologia kkkkk . Beijos de sangue e fogo de um targaryen .

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Não sei nunca morri :) Hmm... esse doutor Humberto, Hmmm ai tem, hein!?

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