Obrigado a todos vocês, leitores do meu coração, espero que tenham gostado e a todos que comentaram, muito obrigado. Bom, se quiserem que eu volto com mais uma história, deixem nos comentários, se não, não deixem nada kkkkkk. Eu não sou escritor de verdade, mas fico muito feliz em poder agradar. Beijos de sangue e fogo... até a próxima. <3
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Pela manhã acordei o Cley e fomos tomar café. Assim que terminamos, meu pai chegou e estava com uma cara péssima.
— bom dia meninos. — ele disse e se sentou.
— bom dia, plantão ruim, pai?
— não. Até que foi bem tranquilo.
— mas sua cara não está nada boa. Aconteceu alguma coisa?
Por alguns minutos meu mundo parou. Saber que a Beth tinha sido procurada pela Interpol e que num ato de desespero de fuga, havia se jogado do prédio onde morava, me deixou consternado. Eu não sabia se chorava ou se sentia ainda mais raiva dela. Ela se fez justiça e acabou se suicidando. Meu estômago revirava e fui até o banheiro vomitar.
— calma, amor.
— filho, eu sei que é difícil...fique calmo.
— eu queria que ela pagasse, mas não desse jeito horrível. Apesar de tudo que ela me fez, eu nunca desajaria algo tão terrível.
— sua avô disse que o corpo chega semana que vem.
— eu não vou no fuberal, pai. Por favor, não me obrigue.
Meu pai desse que nunca me obrogaria a ir e que se eu quisesse ir pra chácara ficar uns dias lá, eu podia. Nunca imaginei que a Beth fosse capaz de acabar com a própria vida.
Como meu pai não queria que eu ficasse sozinho em casa, pediu aos pais do Cley se ele poderia ficar umas semanas comigo, pra me apoiar. A agenda do meu pai estava bem cheia e ele não podia largar tudo e nem eu pediria a ele.
O Cley ficou comigo uma senama, até a agenda do meu normalizar.
Um mês depois da morte da Beth, meus avós foram aos Estado Unidos buscar seus pertences. Em meio suas coisas, encontraram uma carta escrita a mão. A carta não tinha remetente, mas quando minha avô abriu, viu que era pra mim.
Dois dias depois que meus avôs retornaram ao Brasil, tive a surpresa de ter a presença dos dois aqui em casa. Minha vó entregou a carta para que eu lesse. mas no começo fiquei meio resistente, até que meu vô me convenceu.
" LUCAS, SE VOCÊ ESTÁ LENDO ESSA CARTA, É PORQUE NÃO ESTOU MAIS NESSE NUNDO. TALVEZ A POLÍCIA VENHA ME PROCURAR E SE VIER, JÁ ESTAREI EM OUTRO PLANO. EU SEI QUE NUNCA FUI UMA MÃE DE VERDADE PRA VOCÊ E SEI TAMBÉM QUE VOCÊ NUNCA IRÁ ME PERDOAR, MAS QUERO QUE SAIBA QUE ME ARREPENDO POR NÃO SER SIDO A MÃE QUE VOCÊ TANTO SONHOU, EU FIZ MINHA ESCOLHA, FOI ASSIM QUE EU DECIDIR VIVER. SEU PAI SEMPRE FOI UM HOMEM MUITO BOM E SEMPRE O CULPEI POR ISSO. EU SEI QUE NÃO TENHO DIREITO DE TE PEDIR NADA, MAS SIGA OS PASSOS DO SEU PAI, SEJA COMO ELE, VIVA COMO ELE E CERTAMENTE VOCÊ SERÁ UMA PESSOA MAIS FELIZ DO QUE EU NUNCA FUI.
ELIZABETH..."
Certamente ela já tinha percebido a grande burrada que havia feito e achou melhor antecipar tudo. Peguei a carta e levei até a cozinha para queimar. Meus avós ficaram na cidade mais alguns dias e eu resolvi vender as ações. Meu vô disse que eram minhas de direito e que seria loucura eu me desfazer delas. Disse que não queria e que já estava tomada a minha decisão. Ele ligou pro meu tio Carlos e perguntou se ele se interessava. Pra minha sorte ele disse sim e começamos a negociar.
Um mês depois que meu tio comprou as ações que eram minhas, fui ao banco e pedi que o gerente fizesse uma transferência todos os meses ao orfanato. Meu pai assinou a autorização e a partir desse dia, todo mês eu doava uma boa quantia para as crianças. Eu começava a sorrir de novo e por uma boa causa.
Já estava mais do que na hora de eu decidir de vez o que fazer da minha vida. Eu teria que enfrentar o vestibular se quisesse ser médico e o Cley também, se ele quisesse ser Arquiteto. Nossas responsabilidades iriam aumentar e fiquei com medo da possibilidade do nosso namoro esfriar. Eu não podia abandonar meu sonho, mas também não podia deixar a chance de ser feliz com alguém escapar.
Vocês podem até achar exagero da minha parte, mas nos dias de hoje é tão complicado encontrar alguém que realmente esteja disposto a dividir uma vida ao lado de alguém. Eu amava o Cley e sei o quanto ele me amava, mas eu também queria estudar, me realizar profissionalmente e isso tomaria muito tempo. Fiquei confuso por uns dias e acho que ele notou minha preocupação.
— está acontecendo alguma coisa? Estou achando você tão preocupado. — ele disse.
— não. Eu é que não estou muito disposto, sei lá.
— é por minha causa? Faz dias que venho notando que você está meio ausente. Eu fiz alguma coisa que você não gostou?
— Cley, você não fez nada, que coisa amor.
Ele disse que ia embora, que precisava ajudar a mãe dele com algumas coisas do restaurante. Eu não queria que ele fosse, mas disse que tudo bem e que íamos nos ver no sábado. Ele meio que torceu o nariz, ainda era quarta-feira.
— só no sábado? Hum, está bem então.
— estamos juntos todos os dias...
— você nunca reclamou. E eu sempre achei que você gostasse de ter eu por perto.
— e eu gosto.
Ele se levantou, deu um beijo na minha testa e disse que tudo bem nos vermos no sábado.
O que eu estava fazendo? Eu estava magoando a pessoa que eu mais amava. Ele saiu de casa tão triste que não aguentei e comecei a chorar.
Conversei com meu pai a respeito e ele disse que somente eu poderia escolher o que seria bom pra mim. E isso estava me consumindo. Acabei tomando a maior decisão da minha vida. Eu não podia deixar de seguir meu sonho.
Pedi que meu pai fosse comigo ao banco. Eu queria ver o quanto rico eu estava e o que poderíamos fazer com aquele dinheiro.
— nunca vi tanto dinheiro. A gente precisar usar tudo isso pra alguma coisa.
— realmente é muito dinheiro. Nem sei quanto tem eu levaria juntando tudo isso. — meu pai disse rindo.
Conversamos com o gerente e acabamos aplicando uma quantia num fundo de investimentos.
Na sexta-feira eu saí bem cedo. Chamei um taxi e vi meu celular chamando, era o Cley.
— oi. — disse.
— oi amor. Fazendo o que?
— nada, to deitado.
— hum, ta bom então. Nos vemos a noite?
— pode ser.
Ele desligou meio frustrado, mas o que eu podia fazer? Dizer: olha Cley, eu estou indo pro shopoing porque decidi minha vida e achei melhor a gente estreitar nossos laços, por isso vou te dar um anel de compromisso... não né? Ei tinha que manter um clima de mistério, ou ele descomfiaria.
Eu, junto com meu pai, acabei tomando uma decisão que mudaria pra sempre o rumo da minha vida. Eu estava disposto a abrir uma ONG e meu pai disse que me daria todo o suporte possível. Tinha deixado um pouco de lado minha faculdade e adiar por algum tempo. Eu iria me dedicar à ONG e sei que tomaria muito tempo e com a faculdade, não seria possível. Além do mais, eu estaria perto das crianças e isso seria maravilhoso. Decidi deixar o Cley de molho um pouco e acabei desligando o celular. Fui até uma joalheria e comprei as alianças. Liguei pra mãe do Cley e combinamos um jantar a noite, mas que ela não dicesse nada ao Cley. Fiz tudo que eu queria e quando cheguei em casa e liguei o celular, apareceu várias chamadas do Cley. Coitado, ele estava desesperado atrás de mim e liguei pra ele.
— oi garoto.
— oi nada, Lucas, você está bem mesmo?
— claro. Por que não estaria?
— você disse que viria aqui em casa e te ligo e não atende. Se você quer me falar algo, me fala logo.
— a gente se fala a noite.
— você está muito estranho.
— deixa de ser ancioso.
— tudo bem, se cuida.
Ele estava muito nervoso e eu acabei rindo. Mas eu também ficaria se ele ficasse me dando um gelo. Mas era por uma boa causa e ele ia adorar.
A noite, meu pai e eu nos arrumamos e ele foi comigo até a casa só Cley. Ele teria plantão depois da meia-noite, então, daria tempo suficiente dele ver minha surpresa. Levei uma orquídea linda pra ele e quando chegamos, pedi que a mãe dele escondesse.
— ele está tão triste. — a mãe dele disse.
— eu sei, eu andei dando um gelo nele.
— sobe e fala com ele.
Antes de eu subir, a irmã dele chegou e me disse que ele tinha ido até a casa dela. Disse que estava com medo da gente terminar, que eu estava muito estranho e que não atendia o celular. Resolvi subir e falar com o chorão. Bati na porta do quarto dele e quando ele abriu, pensei que não veria aquele sorriso que eu tanto amava em seu rosto.
— pensei que você não vinha.
— eu disse que viria. Tudo bem?
— tudo, e você?
— estou bem. — ele chegou bem perto de mim e ia me beijar, eu dei um passo pra trás e ele ficou me encarando.
— o que foi?
— desde comigo? A gente precisa conversar.
— se for o que eu estou pensando, pode dar meia volta e ir pra sua casa. Não precisa nem dar edificações. A única coisa que eu sei é que não sei o que te fez mudar tanto comigo, mas tudo bem, a vida as vezes ferra tudo mesmo.
— deixa de ser criança e vamos conversar direito. Desce comigo!
Ele passou por mim feiro um furacão e fui indo atrás dele, quando chegamos na escada, ele olhou pra baixo e viu a mãe dele segurando a orquídea. Ele olhou pra trás e pedi que decesse. Ele desceu a mãe dele entregou a flor.
— que isso gente? — ele já estava chorando e todo mundo ria. O seu André abraçou ele e eu me ajoelhei na frente dele.
— então, garoto. Eu sei que você deve estar meio chateado, mas será que ainda sobrou um pouquinho de amor por mim?
— que você está fazendo, seu doido? — ele segurava a flor e limpava os olhos.
— nesse tempo namorando, você passou comigo momentos felizes e momentos tão tristes, mas sempre esteve ali, sem se abalar...
— levanta dai... — ele disse rindo.
— eu levanto, mas primeiro eu quero te dar isso... — tirei as alianças do meu bolso e ele ficou me olhando espantado.
— meu Deus... você é completamente pirado. Eu achando que você ia terminar comigo... eu amo você.
— eu também te amo Cley.
Ele veio me abraçar e sentir aquele abraço foi o melhor de todos. — nunca mais me de um gelo daquele de novo. Ele disse no meu ouvido, chorando. Eu o abracei forte e o beijei. Esqueci por instantes de todos que estavam ali e selei nossos lábios.
— me dê sua mão. — coloquei a aliança em seu dedo.
— a sua agora. — ele colocou a outra em mim e beijou minha mão.
— eu não estou te pedindo em casamento não heim, mas você aceita manter esse compromisso comigo até você ter maturidade suficiente pra encararmos um relacionamento mais sério? — todo mundo riu.
— você é mesmo um babaca. Eu aceito.
Nos abraçamos mais uma vez e a mãe dele pediu que fôssemos até a sala de jantar. Nossos pais e a irmã dele conversavam e ele ainda me xinhando por eu ter enganado ele. Contei o que havia decidido e ele ficou meio preocupado.
— amei a surpresa . Agora, me diz uma coisa, você tem certeza de que quer fazer isso mesmo? Seu sonho era se formar.
— ainda é meu sonho, eu só vou adiar um tempinho, pra poder organizar a ONG.
— você é incrível. Eu vou te ajudar. A gente vai ajudar aquelas crianças e muitas outras.
— obrigado. Não poderia esperar menos de de você.
O jantar estava perfeito e meu pai teve que ir. O Seu André perguntou se eu não queria dormir ali e disse que sim. Era meio estranho quando eu ficava na casa do Cley, eu ficava mais a vontade em casa, mas aquele dia eu me sentia tão feliz que nada me abalou. Ajudamos a mãe do Cley com a louça e depois subimos.
Eu senti tanta a falta de ter ele em meus braços que quando entramos, o abracei com força e ele me beijou.
— faz amor comigo. — ele disse e foi se despindo.
— faço, mas quero que você em mim. Você ainda tem aquela vontade de ser ativo?
— claro que tenho. Você está tão bonito.
— você também. Vem...
Nos amamos intensamente. Nossos corpos era apenas um, em meio os lençóis amassados. Ele se entregou a mim e depois, eu me entreguei mais uma vez a ele. Cada segundo junto dele era como se eu tivesse no céu e não queria que acabasse. Passamos uma noite incrível juntos.
Os dias foram passando e as obras no orfanato estavam bem adiantadas. As crianças teriam uma passagem de ano como mereciam e resolvemos passar o Natal com elas.
Depois do ano novo já estava tudo concluído e fizemos uma festa de reinauguração. Estava tudo lindo e organizado, cada coisa no seu devido lugar e ver aquelas crianças felizes era o maior presente que eu poderia ter ganho.
Tudo estava se ajeitando e meu pai e eu estávamos felizes por mais um ano que começava. Ele me ajudou a dar inicio no meu projeto e eu sabia que podia contar com ele como colaborador.
Era o inicio de uma nova etapa em nossas vidas. Eu sonhava com um futuro melhor, ao lado de quem eu amava. Eu tinha um pai-heroi que independente de qualquer coisa, me amava incondicionalmente. Tinha também um namorado, que me apoiou nos momentos mais difíceis e que era meu porto seguro, meu refúgio.
Realizei meu sonho de poder ajudar crianças carentes, não só financeiramente, mas carente de amor.
O Cley passou no vestibular pra Arquitetura, não de primeira, mas ele se esforçou e deu seu melhor. Dois anos depois era minha vez de continuar sonhando e ser um médico tão bom quanto meu pai e com sua vontade de também querer abraçar o mundo.
— está feliz, amor? — ele disse.
— muito e você?
— demais. O que a gente faz agora?
— a gente poderia morar juntos...esqueceu que eu tenho todo aquele dinheiro?
— caramba, eu sempre esqueço. Está falando sério?
— acho que seria bem legal...
— eu também acho, mas você lava a louça.
— Ahh Cley... o que seria de mim sem você?
— não seria nada. Do mesmo jeito que eu não seria nada sem você...
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FIM!!!