Balancei o corpo ao som da música eletrônica que tocava pelo meu quarto. Somente de cueca, procurei meu telefone pela bagunça. No meio das roupas desarrumadas, eu o encontrei, jogando-me na cama. A tela estava acesa e o meu ex, Peterson, tinha me mandado uma mensagem:
“Chego em Curitiba de madrugada, Vine. Quero muito te ver!” Sorri sincero com o recado virtual dele. Peterson foi o meu primeiro namorado. O primeiro cara que eu amei, o primeiro que eu possui. Ele era um ano mais velho que eu e nós ficamos juntos por um ano, quando eu tinha de 16 para 17, antes de terminarmos, porque ele passou em um concurso militar para oficial e teve que se mudar. Pouca gente sabe que ele é bi, já que discrição é o forte dele. Peterson tem o cabelo raspado em máquina, já que é milico. Tem a pele moreninha, cabelo preto, olhos escuros. Não usava barba por causa do quartel, mas tem feições de adulto, parecendo ter mais de 20. Tem uma carinha de macho alfa, impossível acreditar que ele gosta de dar o rabo. O corpo dele é um perigo a sanidade de qualquer pessoa, de tão gostoso que ele é. Todo trincado, ele tem um pouco de pelo no peitoral e abdômen, o que eu, particularmente acho um tesao. Lembro que eu adorava gozar no corpo dele depois de o foder a noite inteira. Mesmo tendo terminado há dois anos, nós ainda nos víamos sempre que ele vinha a Curitiba. Eu não o amava mais, mas o carinho que tínhamos um pelo outro era tão palpável que eu podia considerá-lo meu melhor amigo.
“Pet, vem dormir comigo esse noite quando você chegar na capital.” Respondi animado, já ligando para os meus colegas e avisando que eu não ia precisar sair essa madrugada. O cara que eu mais gostava de comer no mundo caiu de bandeja nos meus braços, inteirinho a minha disposição. Catei uma bermuda pela sala, assim que recebi resposta:
“Combinado, delícia. Mas eu não quero dormir! Quero esse caralho gigante me fodendo a noite inteira. Pela uma da manhã, eu chego.” Ele respondeu direto como sempre. Não que precisasse ele avisar, eu não deixaria o Pet dormir a noite inteira. Ia mandá-lo pra casa dos pais todo assado. Sai feliz da vida do meu quarto, procurando meu pai para avisar que eu não ia mais sair:
“Pai, o Pet tá chegando em Curitiba hoje e vai vir dormir comigo!” Comentei assim que encontrei ele, minha madrasta e o Bruno assistindo TV na sala. O meu pai assentiu autorizando, antes de responder:
“Eu e Alice vamos sair pra namorar, então não deixa aquele cabeçudo ir embora amanhã sem me dar tchau.” Ele me respondeu sem tirar os olhos da TV. Meu pai era louco pelo Peterson e vice-versa.
“Ele não iria embora sem dar tchau pro melhor sogro que ele já teve!” Falei, sentando ao lado de Alice na sequência.
“Por que vocês não voltam?” A minha madrasta perguntou curiosa, antes de começar a fazer cafuné em mim. Bruno desviou a atenção da TV e olhou pra mim, aparentemente interessado na resposta.
“Porque a gente não se ama desse jeito mais. Peterson foi o meu primeiro, eu nunca vou esquecê-lo, mas não teria clima nesse ponto da minha vida. Somos diferentes agora! A amizade é o que nos une.” Respondi Alice olhando no fundo dos seus olhos. Pet sempre teria uma parte do meu coração, mas nós éramos amigos com benefícios agora.
“Outras coisas unem vocês também, né, Vinicius. Eu não quero ouvir gemido de marmanjo essa madrugada, se não arrebento vocês dois.” Bruno falou sério, enquanto me encarava! Eu, em contrapartida, comecei a rir muito dele, que ficou enraivado que eu estava debochando dele.
“Primeiro, inteligência pura, você já esqueceu que o Pet tem 1,90 e é todo malhado por causa do quartel? Ele te derruba com um tapão do lado do ouvido, só você vir se engraçar pro nosso lado.” Constatei ao meu irmão postiço o que poderia acontecer, se ele vier se aparecer pro lado do meu ex, que não era conhecido por ser muito paciencioso e realmente tem 1,90, assim como eu. O Bruno deve ter 1,80, por aí. “Segundo, que você não vai ouvir gemidos, vai ouvir a oitava sinfonia de Beethoven inteira. Eu lá tenho cara de quem dou mole na cama? Vou fazer o Pet cansar mais do que no quartel. Arruma uns fones de ouvido, porque deve ter um motivo pra ele me procurar toda vez que vem a capital, né? Eu faço a noite valer a pena.” Terminei piscando meu olho esquerdo pra ele, que estava vermelho de raiva pela patada que tinha levado. Pra piorar, a tia Alice começou a rir e disse:
“Se você puxou aos dotes do seu pai, eu entendo, porque seu ex te procura tanto.” Ela comentou descontraída, deixando Bruno mais vermelho ainda. Eu gargalhei, enquanto batia palmas.
“Saudades da época que você era virgem, bebê.” Seu Bernardo comentou pesaroso. Apesar de ele gostar do Pet, ele morre de ciúmes de mim. “Usa camisinha, nenê do pai!” Ele fez uma vozinha fina, como se estivesse falando com um bebê.
“Minha carinha de quem vai usar plástico no meu pirulito.” Respondi ao meu pai, recebendo um olhar de desaprovação do Bruno, que gritou comigo inesperadamente:
“Eu sempre te chamei de viado, mas não de idiota, porque eu nunca achei que você fosse. Tá querendo estragar com sua vida? Você é inteligente, bem apessoado, é a pessoa que eu conheço com o futuro mais promissor. Vai jogar fora a troco de quê? Não botar plástico no pirulito? Isso até nem é uma metáfora engraçada.” Ele vomitou em cima de mim, de tão rápido que falou. Nós três ficamos o encarando, provavelmente surpresos com a preocupação dele comigo e a forma como ele me elogiou. Eu não entendi da onde isso veio, mas pareceu sincero e sem planejamento.
“Bruno, obrigado pela preocupação, mas não precisa, cara.” Respondi de forma educada, já que ele não tinha me ofendido pela primeira vez em anos. “Se eu fosse em uma balada e conhecesse um cara, eu usaria camisinha, com certeza. Nesse caso, eu fui o primeiro homem do Pet. Eu confio demais nele, sei que ele não vai me passar nada, nem resfriado.” Falei olhando direto pra ele. Alice nos olhava admirada. “E se você gritar de novo comigo dessa forma, eu quebro essa tua carinha de príncipe playboy.” Completei, só pra ele não esquecer que eu que mando nessa casa. “Vou cochilar um pouco. Já que vocês vão jantar fora, a janta aqui é por minha conta, se você quiser, maninho.” Debochei dele, que me encarava de uma forma que eu não sabia decifrar.
“Não abusa, purpurina. Me chama de maninho de novo e eu pulo em cima de ti.” Ele falou numa falsa brabeza.
“Eu duvido que você aguente pular em tudo isso. Tenho certeza que você arregaria.” Disse, enquanto segurava no meu volume. Ele me jogou o chinelo e eu desviei, antes de correr em direção a escada para evitar que ele me jogasse outra coisa. Sorri ao deitar na cama. O dia tava sendo bom!
Acordei duas horas depois, quando já eram quase oito horas da noite. Espreguicei-me na cama, impulsionando meu corpo para a frente, sentando na beira do móvel. Procurei uma camiseta pelo quarto e, assim que encontrei, vesti-a, saindo em direção ao corredor. A chave do carro do meu pai não estava no chaveiro, então, eu supus que ele e minha madrasta já tinham saído para a noite do namoro. Os dois mantinham essa tradição desde que começaram a namorar: eles saiam para ver filme, jantar e depois terminavam a noite em um motel. Eu achava engraçado esse momento adolescente deles, mas isso ajudava a eles a não brigarem, manterem a paz. Desci as escadas a passos arrastados, procurando por alguém na casa. Como estava um calorão, eu imaginei que Bruno deveria estar no pátio. Quando cheguei lá, ele estava sentado na beira da piscina com um copo de cerveja. Sem camisa, eu pude admirar as costas malhadas e fodidamente gostosas dele. Mesmo sentado, a sunga me possibilitava ver o contorno da bunda dele, que parecia ser um tesão. Assim que comecei a me excitar, desviei a atenção para não arrumar incomodo:
“Não vai sair, Bruno?” Perguntei um pouco antes de parar de pé ao lado dele, admirando a água da piscina.
“Vou em uma balada com o pessoal da sala mais tarde. Preciso de mulher para esvaziar as bolas, antes que eu faça uma loucura.” Ele respondeu, mais para ele que para mim mesmo.
“Ih, calma nesse coração. O que aconteceu?” Questionei sentando ao seu lado. Ele suspirou forte, como se procurasse força pra me falar alguma coisa. No fim, desistiu e disse:
“Você não entenderia, cara. Só preciso de companhia pra beber.” Ele falou baixo e eu assenti, tomando um gole de cerveja do seu copo. Ele sorriu amargo, antes de brincar: “você não precisa fazer xuca pra dar essa noite?” Eu ri da cara de pau dele, respondendo:
“Eu não dou, Bruno. Sou só ativo!” Falei, recebendo um olhar surpreso dele. “Eu gosto é de mandar, cara. A ideia de ser dominado me broxa muito!” Completei, tomando outro gole da cerveja.
“Sério? Você nunca deu?” Ele perguntou e eu assenti negativamente. “Eu nunca imaginei o Peterson sendo a vadia de um outro cara. Ele parece mais homem que eu.” Ele comentou, pegando o copo da minha mão e levando a sua boca.
“Ninguém imaginar que eu faço o que eu quero com ele quando estamos entre quatro paredes é o mais gostoso pra mim. E ele não é menos homem do que qualquer um de nós, porque gosta de ser passivo! Ele segue sendo homem, ainda mais por aguentar todo meu caralho dentro dele.” Eu disse olhando nos olhos de Bruno. Ele escutava atento e estava diferente desde hoje mais cedo, quando se mostrou preocupado comigo. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas eu estava gostando.
“Você sempre fala tanto do seu pau, que deve ser micro e você tem vergonha de admitir.” Ele falou zoando e eu o encarei com cara de poucos amigos. Ninguém fala do Jr!
“Cala a boca, Bruno. Meu pau é maior que o seu, com certeza!” Falei, dando um tapa na cabeça dele.
“Você quer apostar?” Ele perguntou interessado. Eu assenti mais ainda, sabendo que provavelmente venceria. “Quem perder, vai ser o escravo sexual do outro pelo número de horas que tiver os centímetros do pau do ganhador.” Ele propôs, oferecendo a mão pra selarmos o compromisso com um aperto. Eu fiz uma cara de estranhamento para ele, surpreso com a proposta.
“Você é bi, Bruno?” Eu perguntei, realmente estranho o que ele sugeriu.
“Sai fora, viado! Eu só quero abaixar esse teu topete, enquanto te como. Cu virgem a gente não dispensa, não importa de quem seja.” Ele respondeu, encorporando o Bruno idiota homofóbico que eu odiava. Ele só queria me foder pra provar pra ele mesmo que era melhor que gays por ser héteros. Eu bufei com raiva! Estendi minha mão, selando o acordo com ele. Eu ia arregaçar Bruno, até ele dizer chega.
“Combinado! Final de semana que vem, papai e tia Alice vão viajar e ficaremos sozinho em casa. Então, quem perder, paga a punição. Estamos dando nossas palavras, não vale dá pra trás.” Eu disse, já me levantando. Ele levantou também, concordando com tudo que eu disse.
“Eu sou um homem de palavra, Vinicius. Espero que você seja também!” Assenti pra ele, antes de avisar:
“Vou pegar uma fita métrica pra medirmos nossos instrumentos.” Falei risonho. “Você pega um filme qualquer pra nos excitarmos. Pode ser hetero, eu foco na perfomance do cara. Me imagino comendo ele.” Avisei ao Bruno, que concordou indo em direção a dentro da casa. Eu fui atrás da maleta de trabalho do papai, pegando a fita métrica que tinha lá. Agora era hora da verdade, eu e Bruno íamos combater nosso maior bem: a nossa masculinidade. Nossas brigas de 5 anos iriam se terminar na cama, com um subjugando o outro. Quando cheguei à sala, Bruno já estava sentado no sofá e o filme estava começando já. Sentei ao seu lado sem dizer nada, tirando minha camiseta para não atrapalhar. Fechei meia olhos e me imaginei fodendo Bruno em todas as posições que eu conheço. Dois minutos depois, estávamos os dois duros. Bruno foi o primeiro a abaixar a bermuda e a cueca, revelando um pau grande e grosso. Eu olhei admirado, pois era uma vara bonita e ele sorriu orgulhoso, cantando vitória antes da hora. Aquela cara de playboy homofóbico me excitou mais ainda. Alcancei a fita métrica pra ele, que mediu:
“19.3, Vinicius.” Ele falou orgulhoso, estufando o peito.
“Você tem um pau grande e grosso, Bruno. Mas o meu é maior e mais grosso.” Admiti, baixando a bermuda e a cueca na sequência. Ele arregalou os olhos, abismado com o que estava vendo. Puxei a fita da mão dele e confirmei minha vitória, mesmo ele já sabendo. “22. 5, Bruno.”
“Isso não é possível. É muito grosso e muito grande! É praticamente um cavalo. E eu achando que era grande. Sou um nada perto de ti.” Eu gargalhei do modo admirado que ele descreveu meu pau, com uma certa inveja.
“Final de semana que vem, o viado aqui vai ser teu dono por 22 horas e meia. Se prepara, só pretendo parar quando tu implorar por arrego.” Sussurrei no ouvido dele, que literalmente tremeu.
“Eu perdi e eu vou cumprir. Não se preocupe!” Ele falou baixo, olhando para o chão. Eu gargalhei desse lado submisso que eu não conhecia dele.
“Eu não estou preocupado, já você deveria. Tenho muita raiva pra descarregar nessa bundinha virgem.” Disse baixo, novamente no seu ouvido. Ele engoliu seco e gemeu, quando eu bati em sua nádega desnuda com toda minha força. “Mal posso esperar as 22 horas e meia mais gostosas da minha existência!” Subi minha bermuda e cueca, a minha camiseta e fui para a cozinha preparar a janta. Eu sabia que Bruno iria cumprir a aposta. Mais humilhante do que dar para mim seria eu duvidar da sua palavra de homem. Sorri ao encarar meu próprio reflexo na geladeira. Eu ia dar a Bruno o sexo mais gostoso da sua existência, fazer ele gostar da coisa.