Na manha seguinte acordei, e notei que ele não estava na cama. Coloquei uma roupa dele, e segui pelo corredor da casa, mas antes de chegar à sala, ouvi ele ao telefone... Não quis incomodá-lo. Encostei-me na parede, e ouviEstá tudo seguindo de acordo com o SEU plano... Sim eu sei... Disso também... Ele nem desconfiou... Fica tranquilo...Estou com tudo sobre meu controle... )
-****
Corri para o quarto de volta e me enrolei novamente no edredom, fingindo estar dormindo... Eu precisava pensar em algo o mais rápido possível... Eu estava correndo perigo ali, ao lado de Cláudio.
Será que ele estava falando com aquele que fez eu fugir todo esse tempo?
Eu não podia correr esse risco. O demônio não podia me encontrar.
Fechei os olhos e flashs do meu passado começaram a surgir em minha cabeça:
(Eu vivia com um homem antes de me mudar para essa cidade, um homem que antes parecia ser um anjo, mas que de repente tornou-se um demônio, que fez da minha vida um inferno, que me mantinha sob o domínio das drogas para usufruir da herança que meus pais me deixaram. Eu era maltratado todos os dias, torturado, da forma mais inadmissível que se possa imaginar. Léo era o nome dele, o demônio em pessoa. Ele chegava em casa, descia as escadas até o porão onde me mantinha amarrado, jogava restos de comida pra mim, e sempre trazia amigos para se divertirem comigo, mordiam minha carne e me faziam de objeto, realizando todos os seus desejos mais profundos e sujos. Um desses amigos de Leo,um dia apiedou-se de mim, e tentou me ajudar a fugir, mas Léo chegou bem na hora, e acabou matando ele em minha frente, e me obrigando a partir sua carne e colocar em uma banheira, lavando o corpo até que não tivesse mais sangue, e em seguida, Léo joga soda para dissolver o corpo indefeso do pobre que tentara me ajudar. Por um impulso, lutei com o pouco de forças que me restavam e empurrei Léo na banheira... Eu não tinha intensão de machucá-lo, mas já era tarde, e sua carne começava a queimar... Os gritos dele estão em meus pesadelos até hoje. Deixei ele lá, e fugi, sem pegar nada além de meus documentos, e desde então fujo, pois sei que se Léo sobreviveu, ele virá atrás de mim.)
Eu não podia acreditar que todo o meu pesadelo voltaria, e que Cláudio, aquele que eu pensei estar em meu destino para me salvar, fosse quem me levaria de volta ao escárnio.
- Juh?- disse Cláudio entrando no quarto.
Preciso me manter calmo, pensei... e agir na hora certa.
Levantei-me e o encarei.
Claudio olha em meus olhos e diz:
- Precisamos sair daqui. Agora!
- Não vou a lugar algum com você! – respondi com medo.
- Voce precisa! ELE ESTÁ VINDO!
- Ele quem?- perguntei, fingindo não saber da resposta.
-LÉO!- ele me disse. Fiquei confuso pois não sabia se ele estava preparando algum tipo de cilada ou queria realmente me ajudar. Mas uma coisa é certa, ele estava ali a mando de Léo, e talvez tivesse me visto quando estava no telefone.
- O que ele quer? Por que você?- indaguei.
- Dinheiro. Ameaça. Léo quis que alguém conquistasse sua confiança pra que ele pudesse se aproximar na hora certa. Mas não temos muito tempo. Precisamos ir agora.
- O que ele quer?
- TE MATAR.
- Não vou dar esse gosto a ele- disse levantando-me.
- Temos que fugir. Nós dois, porque quando ele souber que estou com você, que me apaixonei, ele vai acabar com nos dois.
Talvez aquilo tudo fosse apenas um plano para me levar até onde Léo pudesse estar esperando... eu não sabia mais em quem acreditar.
Fomos até a cozinha, com pressa para fugir, mas eu tinha outros planos. Peguei a maior faca que vi em minha frente e apontei para Cláudio.
- Por favor, não me mate. Eu sei que errei, mas quando te conheci, tudo mudou...
- Desde quando?
- A muitos meses te observo... Antes mesmo de tentar se matar da primeira vez.
- Como sabe disso?
- Fui eu quem te levou ao hospital da primeira vez, e ainda não era a hora de me revelar...
Flashs daquela noite no parque vieram em minha cabeça com força, fazendo ela doer... e eu lembrei do rosto do sujeito que me carregou para o hospital. Era Cláudio sim, por isso eu sentia como se o conhecesse.
- Mas e no dia da ponte?
- Eu te segui... sempre te sigo.
- Mas a explosão de casa...
- Era o que faltava pra vc confiar em mim, e vir até aqui, onde logo se encontrará com ele. O que eu não esperava era me apaixonar por você. Depois do nosso beijo de ontem, só penso em te salvar e te ter pra mim.
- Eu não acredito em você. Se ele me quer morto, por que não deixou eu morrer em todas essas vezes?
- Porque ele quer te matar. Quer fazer isso devagar...
- Não vou dar esse gostinho a ele- eu disse.
Em seguida passei a faca pelo meu pulso, e antes que o corte se aprofundasse, Claudio foi pra cima de mim, e por ser mais farte, conseguiu retirar a faca de mim, mas eu o feri ...
-Vamos fugir, agora...
Escutamos carros chegando...
- Agora já é tarde- disse Cláudio...- Vamos nos enconder....
Corremos em direção ao fundo do quintal, onde havia um celeiro onde guardavam-se objetos antigos...
Ouvimos barulhos de passos vindo em direção... A porta do celeiro se abre...
- Oi amor... Eu sei que você está aqui... Posso sentir seu medo- dizia Léo..
Pela frestra eu podia ver mais quatro homens junto com ele...
Leo com a cara toda deformada...
- SaBE que uma das únicas coisas boas de ter perdido uma das vizoes é isso? Poder sentir o medo dos outros...Mas pode ficar sossegado que quero matar você aos poucos, não antes de matar o idiota do Claudio... Achou mesmo que ia se esconder por muito tempo Ju? E você Claudio, achou mesmo que ia conseguir me enrolar?
O silencio imperava no local até que Léu dá um passo, eu me assusto e derrubo uma enxada no chão...
- Sabia que estava aqui....
--***** CONTINUA****
AINDA HOJE PARTE FINAL... DESCULPEM A DEMORA... MAS TIVE PROBLEMAS COM A INTERNET POR CAUSA DAS CHUVAS E SÓ REPARARAM ESSA SEMANA...COMENTEM!!!