Cap.2
Ele se virou, olhou nos meus olhos e então me abraçou novamente, recostando a cabeça sobre o meu ombro.
- As minhas preces foram ouvidas... - disse, voltando a chorar.
- EI ? Não chore mais, tá bom ? - disse, massageando os seus cabelos - quer comer alguma coisa ?
- Quero...
- O Que ?
- Ah... Não sei... - falou, se separando de mim, e encolhendo-se novamente.
- Como não sabe ? Não está com fome ? - logo percebi que ele estava com vergonha de dizer o que queria - quer comer pizza ? - ele apenas balançou a cabeça concordando - então vamos ?
- Aonde ?
- A pizzaria ? Conheço uma ótima aqui nas redondezas.
- Espera... Você já me fez tão bem... E eu nem sei o seu nome ! - sorri.
- Me chamo André, Adryan. Agora Vamos, você deve estar com muita fome mesmo...
MINUTOS DEPOIS
Ele não demonstrava, mas estava estampada em sua feição a Felicidade que ele estava sentindo por eu te-lo tirado daquele antro de sacanagem.
- André... Porquê ?
- Porquê o que ?
- Porquê você vai me ajudar ? Eu... Eu não consigo acreditar que seja apenas por bondade... As pessoas não agem assim...
- As outras pessoas não agem assim. Eu ajo. Você está precisando de ajuda e eu posso ajudar você, porquê não te ajudar ?
- Mas... Você nunca me viu antes na vida...
- Algo me diz que você não é uma pessoa ruim. É alguém que se pode confiar. Eu sei que não estou errado ! Você é só um garoto que teve que ficar sozinho no mundo sem querer... Eu não me sentiria bem se não ajudasse você... Eu posso te ajudar, OK ? Então não fique perguntando o porquê. Apenas aceite a ajuda. E em troca, você me dá a sua amizade - ele sorriu.
- Tem certeza ? - revirei os olhos.
- Tenho Adryan !
- Eu juro que irei devolver a ajuda a você. De algum jeito. Eu juro ! - falou, olhando nos meus olhos.
NO DIA SEGUINTE
Assim que acordei, fiquei pensando ainda por alguns segundos. Estava dormindo no quarto de hóspedes, pois já não conseguia mais dividir a cama com a minha esposa. Eu sou um grande executivo. Tenho bastante dinheiro. Qualquer outra pessoa diria qualquer coisa e se livraria daquele garoto. Mas eu não... Por algum motivo eu quis ajuda-lo. Por algum motivo eu quero gastar o meu dinheiro o ajudando. Comecei a me perguntar o porquê. Porquê eu irei ajuda-lo ? Será se é apenas fascínio... Será se é apenas o meu coração mole, que não aceita injustiças ? Eu não sei. Mas eu iria ajuda-lo ! Acordei cedo, como fazia todos os dias. Vesti meu terno, peguei a minha maleta. Nem passei pela cozinha, fui direto para o carro e saí. Fui até uma padaria e comprei algumas besteiras. Pão, bolo, queijo, presunto, salgados, enfim... Um monte de coisas para o café. E então fui para o apartamento dele. Apertei a campainha umas três vezes, até que a porta foi aberta.
- André ?
- Bom dia Adryan. Café da manhã - ele sorriu. Estava ainda com o cabelo bagunçado. Logo percebi que ele tinha acabado de acordar - acordou agora ?
- Não. Faz um dez minutos que eu acordei. É que eu estava com preguiça de levantar - ri.
- Quem dera se eu ainda pudesse ter preguiça de manhã. Trouxe um monte de coisas gostosas pra gente comer. Está com fome ?
- Estou...
- Eba. Então vamos comer ! - entrei, coloquei as coisas sobre a mesa. Ele pegou alguns copos. Neste momento eu pude observa-lo. Estava sem camisa. Ele realmente portava uma beleza inumana. Durante alguns segundos pensei algumas bobagens - já fez academia antes ?
- Não...
- Nossa, então a sua genética é muito boa.
- Porquê ?
- Olha o seu corpo - ele riu...
- Desde que eu me tornei adolescente ele sempre foi assim. Eu não precisei de academia...
- Que sorte ! - ele sentou perto de mim e então começou a comer.
- Eu já te agradeci por ter me tirado daquela rua ontem ?
- Já, muitas vezes - falei, sorrindo.
- Mas é que você não tem noção do bem que fez pra mim. Eu não queria... Acho nojento ter que fazer isso... Mas era a minha única alternativa.
- Eu Entendo Adryan. E é justamente por Isso que quero ajudar você. É tão jovem, tem uma vida toda pela frente... Porquê eu deixaria você se juntar aquele mundo ruim. Você não merece entrar nesse mundo - olhou para mim, e continuou comendo.
- Você comprou muitas coisas...
- Guarda o resto e come depois... - olhei para ele, e por alguns segundos admirei aquele rosto incrivelmente bem desenhado - Adryan ?
- O que ?
- Quanto falta para o financiamento ser quitado ?
- Acho que uns 100 mil, porquê ?
- Você ficaria feliz se eu pagasse ele pra você ?
- O Que ? 100 mil ? Não... Pelo amor de Deus, é o preço de um carro ! Eu nunca deixaria você gastar tanto dinheiro comigo !
- Mas...
- Não André ! É muito dinheiro... Eu já estou relutante em aceitar essa grande ajuda que você está oferecendo... Eu me viro e pago o financiamento.
- Porquê você não deixa o orgulho de lado um pouco e aceita a minha ajuda ?
- Porquê não... Eu... Eu não me sinto bem com isso...
- Olha só... Eu é que não me sentirei bem se você perder o seu lar. Ligue para o banco, e nós iremos resolver isso.
- Meu Deus, André. São 100 mil reais !
- E aí ?
- É muito dinheiro !
- Eu tenho esse dinheiro. É por isso que estou oferecendo essa ajuda. Faça o que estou dizendo, ligue para o banco e iremos resolver isso...
- Mas...
- Agora eu preciso ir... Não posso me atrasar para o trabalho - beijei o seu rosto, fazendo ele corar Rapidinho - vá ao supermercado. Use o dinheiro que eu dei a você. Tchau Adryan...
Sai daquele apartamento com um sorriso no rosto. Por algum motivo encontrar com ele me alegrava. Ele tinha algo tão bom dentro de si. Algo que estava me fazendo pensar muito nele.
DIAS DEPOIS
Nos reunimos com o banco e então eu paguei tudo a vista para ele. Eu percebi o desconforto dele, mas fiz mesmo assim. Eu estava fazendo uma ótima ação o ajudando. Enfim ele teve nas suas mãos a escritura total do imóvel. Agora ninguém poderia tirar dele aquele apartamento. Observei os gostos dele, e então comprei diversos móveis que estavam faltando no apartamento.
- Ah, Oi André... Estava emoldurando a escritura agora pouco para pendurar na parede, você quer ver ?
- Quero, claro. Mas antes eu tenho uma surpresa para você - tirei a nota fiscal do bolso e entreguei a ele.
- O Que é isso ?
- É tudo seu - ele arregalou os olhos.
- O Que ? André... Eu não acredito !
- Pois acredite - disse, apontando para o elevador. Lá vinham os carregadores trazendo tudo o que eu havia comprado para ele.
DIAS DEPOIS
Os dias iam passando e cada vez mais eu visitava a casa dele. Detestava ficar na minha casa, quase sempre eu brigava com a minha esposa. Então eu costumava pegar o meu filho no colégio e levar para a casa dele, já que eles dois tiveram uma afeição quase que instantânea.
- Oi tio Adryan ! - gritava ele, assim que entrava no apartamento.
- Oi Gabriel - ele corria e se jogava nos braços do Adryan. Eu apenas ria daqueles dois. Cada dia mais amava ver aquela cena.
- Quer ir no cinema hoje ? - perguntei olhando nos olhos dele.
- É tio, vai estrear um desenho um desenho super legal. Vamos vai ? Vai ser divertido !
- Vamos ? - perguntei...
- Eu tenho escolha ?
- Não ! - dissemos eu e Gabriel juntos. Ele apenas sorriu. E foi tomar banho.
MINUTOS DEPOIS
Enquanto ele tomava banho, olhei uma a uma as roupas que o seu closet tinham. Muitas ele já tinha. Mas muitas foram presentes meus pra ele. Gostava de olhar as suas roupas, pois me lembrava de cada momento que vi ele as usando. É, cada vez mais ele invadia a minha memória e não soltava mais. Cada vez mais era difícil de esquece-lo.
- Porquê não usa essa ? - Perguntei assim que ele saiu do banheiro, mostrando a ele uma camisa preta.
- Você acha que vai ficar boa ?
- Acho - ele sorriu.
- Então eu uso - era uma camisa preta, cheia de botões no meio. Ele colocou, ficou lindo nele.
- Você está cada vez mais lindo, sabia ? - ele sempre ficava envergonhado quando eu o elogiava. Até tremia as vezes. Tirei suas mãos dos botões e terminei de abotoar o que faltava. Ajeitei a gola e a camisa. Estávamos tão pertos um do outro, os nossos olhares tão unidos que se não fosse o Gabriel ter nos chamado eu não teria conseguido me segurar. Será se eu estava me apaixonando ?
HORAS DEPOIS
O filme foi muito engraçado. Fazia eu me lembrar da minha infância, então era agradável de assistir. Gabriel dormiu na metade kkkk . O meu objetivo era apenas deixa-lo na sua casa e voltar para a minha.
- Vou parar aqui..
- falei, na porta do elevador. Desci, para me despedir dele formalmente, quando vi uma coisa
- Que droga !
- O que foi ?
- O pneu tá furado.
- E agora ?
- Pior é que eu já estou usando o estepe e não troquei. Sabe se tem borracharia aqui perto ?
- Não... Fica um pouco longe... E tá chovendo... Como você vai fazer ?
- Não vai ter jeito ! Eu não vou sair com o pneu furado. Vou ficar no seu apartamento. Posso ?
- Claro que pode né ?
MINUTOS DEPOIS
Gabriel ia no meu braço, já que eu não queria acorda-lo. Assim que entramos, eu o coloquei no sofá. Olhei pela janela, e a chuva só aumentava.
- Meu Deus... E agora fica ruim para eu conseguir voltar para casa...
- Mas tem problema se você não voltar ?
- Não. É só eu avisar a Marina para ela não ficar preocupada com o Gab. Em falar nela, vou entrar com o divórcio na próxima semana.
- Ah e ? Acha que o melhor.
- Eu acho. Não sinto absolutamente mais nada por ela. Somente vivemos atualmente.
- Ah... - continuei olhando o pé d'agua cair - André ?
- O Que ?
- O que você... Bem... Pensa de mim ?
- Como assim ?
- O que sente quando me vê ?
- Ah.... Eu Me sinto feliz. Você me alegra bastante - disse, sorrindo - me sinto vivo. Mas porquê está perguntando isso ? - ele sorriu.
- Não... Por nada...
- E você, o que sente ?
- Sinto como se todos os meus problemas sumissem quando estou perto de você. Já que você é o meu anjo da guarda.
- Anjo da guarda, eu ?
- É ? Você me salvou de um mundo horrível. Pagou a minha casa, a mobiliou, e me cobrou apenas a amizade por isso. No mínimo você deve ser um anjo enviado por Deus. Um anjo que... Mudou a minha vida... - assim que ele falou isso, ficamos nos olhando. Eu não consegui mais me segurar. O beijei.
Continua
Gostaram ??? Gente, comentem, vocês sumiram dos meus textos. Não se esqueçam que eu só escrevo por causa do comentários. Beijos