Como atrasei o capítulo de quarta, to colocando esse capítulo hoje, como uma forma de desculpas.
Obrigado por todos os comentários. Vocês sãos uns lindos e me incentivam pra caramba a continuar escrevendo.
===== Capítulo 5 =====
- Quer dizer então que a bixinha do colégio arrumou um macho? – uma voz masculina, gritando, nos tirou do nosso momento pessoal.
Levei um susto tão grande que eu me afastei do Thiago rapidamente, sentindo meu coração disparar. Mas instintivamente, meio que me escondendo atrás dele – de alguma forma eu me sentia protegido por aquele homem de 1,90m de altura.
- O que foi, Bruninho? Não vai apresentar seu macho? – ele continuava insistindo, em tom de provocação de deboche.
Eu estava num sentimento misto entre dar um soco na cara dele e sair correndo pra minha casa. Eu não queria ter que passar por essa situação, ainda mias na frente do Thiago, ainda mais depois de ter dado meu primeiro beijo. Eu não conseguia entender o porquê do Victor estar fazendo isso. Ele nunca me tratou bem na escola, mas também nunca tinha me tratado mal ou me constrangido em público. Talvez por ele estar com mais dois amigos dele, ele estava querendo se mostrar e dizer que era “o machão”.
- Qual seu problema, hein? Não te fiz nada! – Eu gritei pra ele, ainda meio escondido atrás do Thiago.
- Ah, qual é Bru Bru. Tava aí no maior love com esse cara e agora vai pagar de santinho?
- Ô pirralho! Cê ta louco? Vai cuidar da sua vida antes que eu amasse essa sua cara! – O Thiago falou alto e com um tom de voz bravo que deu medo até em mim.
- Ui! Então o viadinho não consegue se defender e precisa que o macho dele o proteja! Que donzela... – o Victor continuo falando, agora com sua fala meio apagada por um riso de nervoso.
Eu tentei segurar o Thiago pelo braço, mas ele sendo maior e BEM mais forte do que eu, simplesmente não consegui. Quando entendi o que estava acontecendo o Thiago já tinha derrubado o Victor, que estava largado no chão com o rosto coberto de sangue, e estava rolando no chão com um dos amigos do Victor. Eu não consegui diferenciar se estavam se batendo, agarrando, torcendo, quebrando... Minha consciência só foi retomada, me fazendo sair do meu estado de pânico congelado, quando a Giovana gritou ao lado do Thiago para ele parar de fazer aquilo senão ia matar os dois moleques.
O Thiago se afastou dos três, que estavam largados no chão. Seu nariz sangrava e sua camiseta estava rasgada, mas o estrago que ele tinha feito nos três era muito pior. O Victor ainda estava largado no chão, parcialmente inconsciente se retorcendo de dor com as mãos sobre seu rosto. Enquanto os seus dois amigos estavam desacordados no chão, sendo que um deles tinha seu braço esquerdo em uma posição extremamente incomum, deixando a única alternativa de estar quebrado.
- Você está louco!? Podia ter matado os três! Sabe que não pode bater nos outros na rua. Deixa isso pra sua academia, seu idiota irresponsável! – A Gi gritava com o Thiago enquanto enchia ele tapas nos braços e socos em seu peito, aparentemente ignorados por ele.
- Você está bem? Machucou muito? – eu falei, me aproximando do Thiago temendo que ele estivesse seriamente ferido.
- Estou ótimo. – ele me respondeu secamente, sem nem mesmo olhar nos meus olhos. – Vamos embora. Acho que a noite já deu por hoje – continuou, falando pra Giovana. – E você, vê se vai pra casa. Não quero você metido em confusão essa noite – terminou a conversa, olhando pra mim e falando com tom autoritário.
Os dois viraram as costas e foram embora. Sem um abraço, sem um tchau, sem nem mesmo uma explicação do porquê daquilo ter acontecido daquela forma. Depois de uns 15 segundos parado olhando pros três no chão, quando outras pessoas começaram a se amontoar em volta pra entender o que tinha acontecido, eu também fui embora.
Já havia escurecido e as ruas estavam mal iluminadas pelos postes que não davam uma aparência muito agradável ao local. Acelerei o passo pra ver se eu chegava logo em casa, tomava um banho e tentava entender o que tinha acontecido. Minha cabeça estava a mil e eu não conseguia organizar os pensamentos todos que passavam por ela. Thiago, beijo, cheiro, gosto, Victor, briga, sangue, Gioavana, gritos. Era muita coisa prum adolescente de 16 anos.
- Desistiu de ficar lá na pracinha? – Ouvi alguém perguntar atrás de mim. Meu coração disparou e eu quase tive um treco.
- Puta que pariu, Rafael! Você não se cansa de me assustar quando estou na rua, não? Idiota!
- Eita! Calma lá. Foi só uma pergunta inocente.
- Inocente, seu cu! – estava puto e sem paciência nenhuma pra aguentá-lo.
- Nossa Bruno, desculpa! Não era pra você ficar nervoso. Eu estava chegando lá na praça, mas parece que rolou uma briga e eu resolvi voltar. Você estava lá, né? Ta sabendo o que rolou?
- É... Não. To sabendo, não. – falei meio engasgado querendo disfarçar.
- Tendeu. Mas e aí? Já vai pra casa mesmo? Não ta a fim de fazer nada?
- Nem tô. Acho que desanimei, mesmo. Vou ficar de boa em casa vendo The Walking Dead.
- Ah. Que pena. – ele falou meio baixo, mas se aproximando de mim.
- O que foi? – perguntei só pra confirmar o que ele havia dito.
- Nada, não.
- Então vou nessa. Até segunda na escola! – falei já virando as costas e continuando a minha caminhada rumo ao meu paraíso do sossego e pensamentos: meu quarto.
- Espera! – ele disse segurando o meu braço, me fazendo ficar de frente pra ele. Se aproveitando dos meus dois segundos de silêncio, enquanto eu o encarava, ele segurou meu rosto e colou seus lábios nos meus.
===== FIM do Capítulo 5 =====
Sei que esse capítulo foi mais curto que os outros, mas até eu estava ansioso para contar logo da confusão. Quem não gosta de uma treta, né gente? Hahaha
Deixem os comentários aí, tá? Bjos