Diários de um Hétero - O amor não se ama só.

Um conto erótico de Biel Sabatini
Categoria: Homossexual
Contém 2748 palavras
Data: 21/11/2015 22:21:57

“Maktub”, uma expressão árabe que significa: Estava escrito. Será que a nossa vida já estava desenhada antes mesmo de virmos para esse mundo? Quando nos surpreendemos com o curso que as coisas tomaram, achamos que foi obra do acaso e quando nos deparamos com um fato consumado, culpamos o destino. E nós? Somos meras marionetes a mercê dos acontecimentos? Não. Nós somos os atores principais no palco da vida. O poder de ir e vir, de dizer sim ou não, é seu. A estrada não é reta, tem suas curvas, buracos, um precipício ali, uma tempestade acolá e encruzilhadas. Decidir virar ou permanecer no mesmo percurso, é uma escolha sua. Acredito que tem coisas que realmente estão no nosso caminho por um propósito, para aprendermos algo que necessitamos. Pessoas que entram e saem da nossa vida, encontros improváveis que quando acontecem, são tão perfeitos que parecem realmente escritos pelo destino. De qualquer forma, nada exime a sua responsabilidade diante das suas decisões, escolhas e ações. A vida é sua, o remo é seu. Não se esquive. Faça acontecer.

Era uma quinta feira, se bem me lembro, quando recebi uma mensagem do Erick para ir até sua casa. Estava saindo da academia e resolvi passar em casa, tomar um banho, antes de ir pra lá. Cheguei e assim que ele abriu a porta, me beijou com desejo, sugando meus lábios demoradamente, para depois parar com um selinho.

- Cadê sua irmã?

Eu perguntei, preocupado.

- Saiu com as amigas e vai voltar bem mais tarde, de madrugada. Vem.

Ele disse, pegando minha mão e me levando para o quarto.

Assim que entramos, vi uma pequena mala aberta, com algumas roupas e entre outros itens.

- O que é isso? Vai viajar?

Eu perguntei.

- Por isso te pedi pra vir hoje. Amanhã eu e a Alê vamos visitar nossa mãe e eu só volto domingo à noite. Quero aproveitar antes de ir.

Ele disse, mordendo os lábios de forma safada.

Eu o puxei e o beijei com fome, engolindo sua boca e sugando sua língua com vontade. As roupas foram caindo, entre carícias. Nossos quadris se esfregavam, enquanto nossas mãos deslizavam soltas pelos nossos corpos.

Deitei por cima dele e senti suas pernas se entrelaçarem na minha cintura, suas mãos apertando meus ombros, enquanto minha boca deslizava pelo seu pescoço, mordendo-o. Senti ele segurando meu pau, encapando-o, posicionando na entrada e com uma mordida leve na minha orelha, disse num sussurro: “vem” e assim eu o penetrei devagar, sentindo minha rola entrar aos poucos até estar inteira dentro dele.

Senti ele percorrer minhas costas com as unhas, apertando meu quadril e indicando que eu podia começar a movimenta-lo, entrando e saindo de dentro dele, rodando o quadril a medida que eu metia cada vez mais fundo, fazendo com que ele gemesse alto. Abri mais suas pernas e bombei com força, sentindo ele morder meu ombro com força, abafando o urro. Acelerei os movimentos, sentindo que ele se punhetava cada vez mais rápido e até que ele começou a arfar e gozou. Eu ainda meti mais um pouco e jorrei, me contorcendo de prazer em cima dele.

Descansamos, ofegantes, abraçados, conversando, até que resolvi ir embora. Não queria que a Alessandra me pegasse ali. Antes de ir, olhei mais uma vez pra ele.

- Boa viagem e se cuida.

- Pode deixar. Vou sentir saudade.

Ele disse, sorrindo.

- Eu também.

Eu disse, dando mais um beijo nele.

No Sábado, estava com a Leticia, deitados no sofá, vendo TV, quando meu celular começou a apitar. Olhei rapidamente o visor e vi que era o Kadu, chamando para ver uns filmes na casa do Guto. Guardei novamente o aparelho no bolso, mas devido a insistência que ele vibrava, ela perguntou o que era.

- O Kadu ta chamando pra ir na casa do Guto ver uns filmes e tal.

- Vamos ué.

- Não, Lê. Eu não vou. O Erick viajou pra visitar a mãe e eu acho que não tem nada a ver eu ir na casa do Allan.

- Não é só a casa do Allan. É a casa do Guto também e eles só estão chamando pra ver uns filmes. O que tem de mais?

- Você sabe o que tem, não se faz de desentendida. Por que eu acho que você ta tramando alguma coisa?

Eu perguntei, olhando desconfiado pra ela.

- Eu??? Imagina, meu bem. Só acho que não tem nada a ver a gente ver uns filmes lá, entre amigos. Fala com o Erick. Tenho certeza que ele não vai se opor. Vocês nem namorados são. Para de besteira.

Ela disse, com naturalidade.

Peguei o celular e mandei algumas mensagens pro Erick falando que precisava falar com ele, pra que entrasse no chat, mas ele não respondeu. Me arrumei rapidamente, passamos no mercado para comprar algumas bebidas e petiscos e partimos pra casa do Guto.

Chegando lá, fomos recebidos pelo Kadu, que estava somente com uma bermuda, sem camisa. Confesso que as vezes ainda estranhava a intimidade crescente entre eles e como o meu amigo, sempre tão livre, estava se comportando bem naquele namoro. Sentia uma pontada de ciúmes, mas minha felicidade por eles era maior que qualquer coisa.

Ficamos na sala, conversando e bebendo, rindo das diversas histórias que a Leticia contava, daquele jeito peculiar dela. O tempo todo eu olhava em direção ao corredor, atento por alguma movimentação, mas sem coragem de perguntar sobre o motivo da minha curiosidade.

Me controlei ao máximo, até que comecei a sentir vontade de urinar. Fui até o banheiro e na volta, parei na frente do quarto dele. Vi pela fresta, uma pequena luminosidade e minha mão coçava pra girar a maçaneta, mas me contive. Porém, continuei parado ali, pensando em mil coisas diferentes, até que instintivamente, bati com os dedos na porta.

- Entra.

Ele falou.

Eu abri a porta com cuidado e olhei para dentro. Ele estava deitado na cama, com alguns livros espalhados, com as costas apoiadas na cabeceira, fones de ouvido e com aquele óculos de grau, que ainda me causavam estranhamento.

- Oi.

Falei, tímido.

- Oi.

Ele disse, abrindo um sorriso.

Eu entrei e me senti um idiota, sem saber o que fazer. Não sabia se sentava ou ficava em pé, se saia ou continuava ali. Enquanto isso, ele me encarava com aqueles imensos olhos azuis, por de trás daquelas lentes transparentes com a moldura grossa.

- A gente vai ver uns filmes... Não ta afim de assistir também?

Finalmente perguntei.

- Eu tenho que estudar.

Ele respondeu, olhando pros livros em cima da cama.

- Ah, isso é bom. Fico feliz que esteja se empenhando.

- Pois é, eu vou fazer as provas semana que vem e se eu conseguir as notas, eu consigo recuperar o ano que eu perdi. To muito nervoso.

Ele disse.

Eu me sentei na beirada da cama e olhei pra ele.

- Ei, olha pra mim. Você vai conseguir. Você sempre foi tão estudioso, Allan. Espoleta, sim, mas estudioso. Eu tenho certeza que você vai conseguir recuperar o tempo perdido.

- Tomara. Você sempre acreditou em mim, quando eu mesmo não acreditava mais. Não tenho como te agradecer.

- Então não agradeça.

Eu disse, sorrindo.

- Cadê o Erick?

- Viajando.

- Ah... Você não iria trazer ele aqui, né?

- Acho que nem ele iria querer.

Respondi.

Olhei pra gaveta semi-aberta da pequena cômoda ao lado da cama e vi a caixa. Aquela mesma caixa que eu abri, no intuito de encontrar a chave do meu apartamento, mas encontrei lembranças do nosso relacionamento.

- Que caixa é aquela?

Eu perguntei.

Ele olhou para caixa e ficou em silêncio. Depois, tentou aparentar tranquilidade.

- Não é nada. Só umas coisas que eu guardo. Quer ver?

- Eu sei... eu abri essa caixa.

Admiti.

- Como assim?

- O dia que eu vim aqui procurar a chave do apartamento e encontrei as drogas, eu abri essa caixa. Me desculpa... eu sei que invadi a sua privacidade, mas eu precisava recuperar a chave do meu apartamento pra você parar de entrar quando bem quisesse.

- Nossa, Biel. Que merda... Eu não vou falar nada porque estava errado, mas você não podia ter arrombado a minha caixa. É pessoal e íntimo. Poxa...

- Eu sei...

Eu admiti, ressentido.

Ele pegou a caixa na gaveta e a abriu. Estendeu pra mim. Olhei pra ele, um pouco receoso e segurei a caixa, olhando para o conteúdo dela. Ele sentou do meu lado, esperando alguma reação minha. Segurei uma foto nossa nas mãos e a observei. Eu tentando tapar o rosto, enquanto ele sorria abertamente, com aqueles dentes alvos, fazendo pequenas covas nas bochechas.

- Quando foi que tiramos essa foto?

- Uma vez que você dormiu aqui em casa, depois do nosso aniversário de namoro. Foi um sacrifício, porque você não deixava eu tirar a foto. Falei pra você que tinha apagado, mas revelei assim que pude.

Ele disse, sorrindo.

Continuei a mexer na caixa e encontrei o óleo, que havia comprado no sexshop. Meu rosto corou na hora, pois meus pensamento vagaram pra aquela noite em que quase nos matamos de tanto fazer amor. Olhei pra ele rapidamente e suas bochechas estavam levemente avermelhadas. Ele mordeu os lábios e abaixou o olhar, um pouco envergonhado.

Achei um bilhete que havia lhe escrito logo que começamos a namorar. Se não me engano, tinha deixado dentro do seu caderno, um dia qualquer: “Mais tarde vou te pegar na escola. Te amo, meu bebê”. Eram tantas coisas que ele havia guardado. Rolha de vinho, de uma noite especial provavelmente. Etiqueta de uma blusa que havia lhe dado de presente, ticket do motel, um pedaço de tecido com o meu perfume.

Eu olhei pra ele, sério, enquanto ele também me olhava. Devolvi a caixa pra ele e nossas mãos se tocaram.

- Por que guardou tudo isso?

- Porque tudo foi muito especial pra mim. Dessa forma, parece que consegui eternizar um pouco daquilo que vivemos. E porque eu te amo... eu sempre te amei.

Ele disse, me olhando.

Eu passei a mão de leve pelo seu rosto, tirando os óculos de grau e mergulhando naquela imensidão azul dos olhos dele. Meu rosto foi se aproximando do dele, sem que eu sentisse ou controlasse. Nossos lábios se encostaram tímidos, num toque suave. Foi como se uma pequena descarga elétrica percorresse nossos corpos, pois o senti tremer também. Aos poucos a boca dele foi se abrindo, para dar passagem a minha língua que adentrou devagar, sem pressa. Senti ela se enroscar a dele, de forma gostosa, fazendo com que nos beijássemos com saudade.

Num ímpeto, segurei sua nuca e engoli sua boca, sentindo seu gosto, sugando sua língua com paixão num beijo intenso. Ele girou a cabeça, enquanto seus lábios envolviam a minha boca com fome, nossas línguas dançavam juntas e minha barba arranhava de leve o seu rosto. Suas mãos escorregaram pelos meu cabelo, apertando e puxando-o, intensificando ainda mais aquele beijo.

Num esforço sobre humano, parei de beijá-lo, encostando minha testa a dele, com os olhos fechados e respirando com dificuldade.

- Você é o homem da minha vida. Foi meu primeiro e meu único amor. Eu sou seu, só seu.

Ele disse, com a voz meio rouca e a respiração ofegante.

Me afastei e olhei pra ele. Me lembrei do pacote de camisinhas que eu tinha achado na sua gaveta de roupas e as que faltavam ali.

- Eu não fui o único. Você transou com outro cara. Eu sei.

Eu disse, quebrando o clima por completo.

- Do que você ta falando?

- O Guto já havia me falado que você andava dormindo na casa do Murilo e eu achei o pacote de camisinha, vi que faltavam algumas. Pelo menos você se protegeu, né? Teve uma faísca de juízo.

Eu falei.

Ele olhou pra mim e depois abaixou a cabeça, constrangido.

- Eu comi ele...

- Hã? Você..

- Eu comi o Murilo. Eu queria saber como era ser ativo e...ele aceitou com a condição de me comer também, mas eu não dei pra ele. Levei umas três camisinhas porque achei que ia precisar, mas só usei uma. Comi e foi horrível. Vazio, desconfortável, sem sentimento e ele sujou meu pau.. eu quase morri de nojo. Foi péssimo... eu só conseguia pensar em você...

Ele disse, com os olhos um pouco marejados.

Eu me levantei e me afastei, chocado com aquela revelação. Não sabia se ficava feliz por ninguém ter comido ele, ou se ficava enojado com aquilo que ele tinha me contato. Então ele continuou:

- Apesar de ter a liberdade que eu tanto queria, eu não fiquei com ninguém. Essa parada que rolou com o Murilo, foi uma coisa idiota. Eu tava chapado e só queria zoar, mas nem por um momento eu deixei de pensar em você, de te desejar...

Ele disse, levantando e se aproximando de mim, mas eu me afastei novamente. Ele parou e olhou pra mim, com uma lágrima escorrendo pelo rosto.

- Eu sei que eu errei. Querendo viver e ganhar o mundo, eu me fudi. Eu perdi tudo. A confiança da minha família, o ano na escola, meus amigos ou... quem eu achava que era. Mas nada, nada... doi tanto do que ter te perdido.

Ele disse, me abraçando.

Eu me desvencilhei e sai do quarto, passando direto pela sala e indo lá pra fora. Sai pelo portão e encostei no muro, respirando com dificuldade, atordoado com tudo aquilo.

- Biel, o que aconteceu?

Ouvi a Leticia perguntar.

- A culpa é sua! Eu te falei que não queria vir, mas você como sempre parece que não me ouve! Fica me empurrando pro Allan, causando esse tipo de situação. Será que você não vê que me faz mal?!

Eu quase gritei.

- Gabriel, acorda! O que te faz mal é negar os seus desejos, os seus sentimentos! Eu facilito o seu acesso a ele, porque eu sei que você ama esse garoto! Por mais que você não queira aceitar, que você fuja, eu sei que é ele que você quer! Até quando você vai castiga-lo e se punir junto?!

- Isso não é problema seu!

- É sim! Porque eu te amo e você é uma das pessoas mais importantes na minha vida. Eu quero aquele sorriso que você carregava no rosto quando tava com ele. Eu quero o bom humor, a felicidade que eu via nos seus olhos. Ele errou, sim. Todo mundo erra, Gabriel! Ele ta pagando pelos erros dele, tá se mostrando responsável, assumindo tudo de frente. Você não precisa abrir mão da sua felicidade, pra puni-lo ainda mais.

Ela disse.

Eu queria falar, argumentar, esbravejar, mas minha voz sumiu. Esfreguei o rosto com as mãos, me sentindo exausto.

- O que foi que aconteceu?

Ela tornou a perguntar.

- A gente fez uma viagem ao passado... e acabamos nos beijando... Com que cara eu vou olhar pro Erick? É tão injusto com ele.

- Não precisa contar se você não quiser. Vocês não tem compromisso e foi só um beijo, você não quer reatar o namoro.

- Você sabe que eu não sou assim. Não conseguiria nem dormir se não falasse. Eu vou falar com ele e... definir essa situação.

Eu disse, sentando na calçada.

Ela se sentou ao meu lado e alisou meus cabelos.

- Você gosta do Erick, né?

- Gosto. Gosto muito. Eu não queria ceder as investidas dele no inicio porque eu não queria que ele sofresse, porque eu sabia que eu não ia conseguir me apaixonar por ele sendo que eu ainda...

- Ama o Allan. Eu entendo. Olha, vocês sempre jogaram limpo e ele sempre te falou pra viver o momento. Vai dar tudo certo. E eu vou estar sempre, sempre do seu lado.

Ela disse, beijando meu rosto.

Fui embora e no dia seguinte, passei o dia agoniado, pensativo e ansioso. Mandei uma mensagem pra ele e pedi que assim que ele chegasse de viagem, me avisasse, que eu iria lá. Quando caiu a noite, recebi uma mensagem dele e parti para sua casa.

- Oi

Ele disse sorridente, vindo para me beijar, mas eu desviei.

- Erick, a gente precisa conversar.

.... Continua

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Hey Galera,

Ta aí, mais um capítulo fresquinho. Espero q gostem. A continuação do capitulo já está disponível la no blog: www.bielsabatini.wordpress.com . A grande maioria das pessoas que comentavam aqui, estão comentando lá e não to vendo mt necessidade de continuar postando aqui. Então acho que é a ultima semana. Toda sexta feira tem cap novo lá e durante a semana tem mt coisa legal, todos os dias. Faço o maior questão de interagir com tds por lá. Quem ainda não foi, bora.

Email: biel.sabatini@yahoo.com.br

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Comentários

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sou nova aqui e amei a sua história, li todos os contos que vc escreveu e fui tbm no seu blog, sua história eh mto linda e emocionante... estou esperando o próximo capítulo, bjsss....

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Foi muito lindo essa intro e o conto, esse beijo, essa viagem ao passado, tudo. Que pena que o Erick saiu magoado nessa história, ele já sabia que mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer, mais fazer o quê? Ninguém escolhe com quem nos apaixonar, e torço pra que ele encontre a felicidade e você também independentemente com quem seja. Bjão, Biel!

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Sabe é incrível tudo o que você escreve, sou um grande admirador seu. Sabes que eu sempre achei muito bonita a ligação sua com o Allan, torci muito por vocês dois, mas sabes que depois que o Erick entrou na jogada eu aprendi a gostar dele, e de verdade eu torci para você amar ele também, da mesma forma que ele ti ama, sei também que muitos aqui irão me crucificar, pois a maioria torce pelo retorno do namoro com o Allan, mas é o que acontece, não adianta tentar fugir do destino, ele sempre da um jeito de resolver tudo, abraços!! (Ficou incrível o bônus desta parte)

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