No dia seguinte...
Will, Vic e Kauã haviam acabado de chegar no colégio, estavam no pátio e Kauã não tinha conseguido ir atrás de Will na sua casa como no dia anterior.
Will: Onde o Murilo está?
Lara: Ainda não apareceu com o Manuel!
JP: Será que ele não vai vir?
Will: Espero que esteja tudo bem! - Entrou na sala.
Mal Will entrou e Kauã chegou por trás agarrando-o.
Will: Ei, alguém pode entrar!
Kauã: Tô nem aí!
Os dois se agarraram, Kauã beijava Will com força, passava a mão por seu corpo com vontade, quando ouviram passos e se soltaram.
JP: Manuel e Murilo acabaram de chegar!
Will: Que bom.
Saiu.
Will foi até o amigo. - Você está bem?
Murilo: Sim.
Will: Não passou mal de ontem para hoje?
Murilo: Não, obrigado pela preocupação.
Will: Vem.
Will foi com ele junto a Vic para a sala de aula e Manuel veio logo atrás.
Kauã saiu junto a Manuel...
Lá fora.
Manuel, JP, Kauã e os gêmeos sentaram para conversar...
JP: Galera tá na hora da gente brincar com alguém, nunca mais a gente fez nada!
Manuel: Verdade.
Kauã: Galera...
JP: Ah nem vem Kauã, a gente não fez por sua causa a dias, todas as vezes você dá uma desculpa!
Manuel: O que tá acontecendo com você Kauã?
JP: Se continuar assim, vamos eleger um novo líder.
Manuel: Boa!
Kauã: Ok então, vamos!
JP: Olha lá, os nerds!
Manuel: Bem na hora!
JP: Vamos.
Os meninos foram, chegando lá...
Manuel: Hora hora hora, vejam quem apareceu!
JP: Óculos novos hein? - Pegou os óculos de Rafael.
Rafael: Por favor devolve!
Os outros garotos que vinham com Rafa saíram correndo.
JP: Por onde vamos começar? - Olhou para Kauã esperando uma atitude.
Kauã: Pela carinha!
Todos riram, Kauã armou um soco e quando ia desferir, ouviu: PARA!
Kauã olhou para trás vendo Will em sua frente.
Will: Não faça isso Kauã!
JP: Olha o cara kkkkkk Quem é você para dizer o que devemos ou não fazer?
Will: Você não vai fazer isso! - Falou olhando Kauã nos olhos.
Manuel: Anda logo Kauã, garoto louco se metendo! - Todos riram.
Kauã olhou para frente e acertou o rosto de Rafael que caiu no chão.
Will coorreu até Kauã e o empurrou. - SAI DAQUI!
Manuel e JP riram.
Kauã não se moveu...
Will: SAI SEU IDIOTA, SAI!
JP: Vamo Kauã, deixa ele aí ajudando o Nerd. - Entregou o óculos a Will.
Saíram.
Will levantou Rafael que estava com o canto da boca sangrando. - Você está bem?
Rafa: Sim.
Will entregou os óculos a ele.
Rafa: Ainda bem que não quebraram.
Will: Vem, vou com você até a enfermaria.
Rafa: Obrigado.
Já na enfermaria Rafa foi logo atendido e já estavam saindo.
Will: Rafa, a partir de hoje sou seu novo amigo, não esqueça, ok?
Rafa: Obrigado novamente Will, vamos?
Will: Não eu tenho uma coisa para fazer, pode ir na frente.
Rafa: Ok!
Will foi para a quadra, se sentia super mal quando via alguém sofrendo bullying, já passou por o mesmo e era inevitável as lembranças ruins tomarem de conta do seu psicológico naquele momento. Will sentou só na arquibancada e chorou.
No mesmo instante ouviu seu nome e ele conhecia muito bem o dono da voz que o chamava, virou de costas não queria falar.
Kauã: Você está chorando?
Will: Me deixa em paz!
Kauã: Você não está chorando pelo que houve, está? Só porque eu bati naquele cara...
Will limpou seu rosto com as mãos. - Ah Kauã, em toda escola existem dois lados da moeda, é sempre igual, só mudam as pessoas e o local, mas no mundo inteiro tudo é tão igual que me revira o estômago e me dá vontade de vômitar! E aqui eu e você estamos de lados opostos.
Kauã: Não estou entendendo nada.
Will: Existe o lado dos populares, perfeitos (fez aspas com os dedos) agressores, intimidadores, que todo mundo respeita e inveja. Esse é você! E existe o lado dos patéticos e ridículos (novamente fez aspas com os dedos) que todo mundo quer distância, que ninguém respeita, todo mundo tem preconceito, vítimas que sofrem agressões verbais e físicas pelo que são. Esse sou eu!
Kauã: Oi?
Will: Kauã, eu já sofri muita, mais muita discriminação na minha vida pelo que sou, eu poderia estar sofrendo isso por você e seus amigos aqui agora, mas vocês por pura sorte minha, vocês não tem preconceito contra homossexuais... Eu não vou cruzar os braços enquanto os vejo agredindo alguém, humilhando pelo que são, eu sei como dói, eu já passei por isso e não estou livre de passar novamente.
Kauã: Você está exagerando!
Will: Não Kauã, não estou. Eu vejo o Manuel fazer o mesmo com o próprio irmão dele calado a dias, mas cansei de ficar calado sabe? Eu sempre tive nojo de pessoas como você que julga os outros pelo que são, que humilham e batem nas pessoas unicamente para se divertir com o sofrimento delas... Você acha exageiro porque nunca passou por isso, é perfeito para os olhos da sociedade e o padrão que ela impõe! Só não é perfeito para mim.
Kauã: O que quer dizer com isso?
Will: Que eu nunca imaginei na vida que um dia iria me apaixonar por uma pessoa como você, isso vai contra tudo que eu já acreditei e acredito... Por esses dias eu até esqueci como você realmente é, acreditava de verdade que no fundo você era diferente, uma pessoa maravilhosa e admirável e foi por esse Kauã que eu acreditei existir que eu me apaixonei, porém ele não existe!
Kauã: Você tá querendo acabar comigo?
Will: Kauã eu já sofri muito bullying na vida e não vou de forma alguma ficar com alguém que faz isso com os outros, que pregam a violência, humilham e batem gratuitamente alguém pelo que é. E outra, não tem nem o que acabar aqui porque não temos nada, você namora outra pessoa.
Kauã: William você não vai me deixar e se eu namoro a Vic ainda, é porque você quer assim.
Will: Me esquece Kauã, esquece que eu existo, estou com ódio de você.
Will ia saindo e Kauã segurou em seu braço.
Will: Me solta.
Kauã: Se eu prometer mudar a gente continua?
Will: Eu não acredito na sua mudança.
Kauã: Eu prometo nunca mais mexer com ninguém se você continuar do meu lado. Eu juro mudar Will!
Will: Kauã...
Kauã: Eu mudo por você.
Will: Bem, eu vou ver isso como uma experiência social, transformar uma pessoa preconceituosa e agrassiva em uma pessoa boa. Mas Kauã se eu ver você maltratando alguém mais uma vez eu juro que não quero mais nada com você.
Kauã: Não, eu juro que não faço mais.
Kauã beijou Will que se soltou.
Kauã: O que foi?
Will: Não sei, depois a gente se fala.
Saiu...
Na sala de aula Will sentou com Vic e Murilo.
Vic: Onde você estava?
Will: Impedindo que Kauã, Manuel e JP batessem em um garoto!
Vic: Ai não acredito!
Will: Pois pode acreditar! Vic esse seu namorado é um ogro.
Murilo: Não me surpreendo, sempre foram assim!
Murilo baixou a cabeça.
Will: O que foi?
Murilo: Gostaria de me abrir com vocês, contar minha história, mas tenho medo!
Will: Envolve o Manuel né?
Murilo mexeu a cabeça falando que sim. - Mas aqui não é lugar e a história é longa.
Will: Olha eu não estou com a minima cabeça para assistir essa aula!
Vic: Nem eu.
Murilo: E?
Will: Vem, vamos para um lugar mais reservado e conversamos.
Murilo, Will e Vic foram para a quadra e sentaram.
Murilo: Por favor, eu peço a vocês que não me julguem, vocês e a Lara são os únicos amigos que tenho faz muito tempo e não quero perdê-los, só não aguento mais guardar tudo só para mim.
Will: Vai por mim Murilo eu não gosto de julgar ninguém, já sofri muito na minha vida e não faço o mesmo com as pessoas.
Vic: Eu também não. Convivi muito com Will que é como um irmão para mim, presenciei o quanto sofreu e não faço isso com ninguém.
Murilo: Já percebi como são bons, por isso confio o maior segredo da minha vida a vocês.
Will e Vic: Obrigado.
Murilo suspirou. - Quando Manuel e eu éramos crianças, tinhamos uma relação tão boa sabe, normal, brincávamos, estudávamos, faziamos tudo juntos, principalmente quando com 9 anos pulei série e ficamos estudando juntos... Mas o tempo foi passando e ele mudando comigo, Manuel passou a me tratar mal e eu não entendia porque, não me deixava entrar em seu quarto, não falava comigo, me maltratava. Quando completei 11 anos o peguei lendo meu diário, foi aí que o inferno começou, ele descobriu que eu estava me descobrindo gay, meu primeiro beijo foi com um garoto.
Will: Mas qual a necessidade dele te maltratar desse jeito?
Murilo fez sinal de espera com a mão e continuou. - Manuel me ameaçava, falava que iria contar para o paipai e a mamãe, falava que não queria me ver com nenhum garoto ou transformaria minha vida em um inferno!
Murilo olhou para Will e Vic com dúvida. - Vocês juram que não vão se afastar de mim e que vão guardar esse segredo a sete chaves?
Will: Eu já disse que sim.
Vic: Eu também.
Murilo: Dos meus 11 anos aos 12 Manuel me fez passar o pior ano da minha vida, ele me dizia coisas horríveis e me ameaçava... Mas a noite... A noite ele ia no meu quarto que na época tinhamos quarto separados, hoje resolvemos dividir o mesmo, bem ele no meu quarto e fazia carinho em mim, achava que eu estava dormindo e não via, falava coisas lindas. No inicio eu realmente dormia, mas uma noite eu acordei e vi, apartir dessa noite eu o esperava de olhos fechados, adorava sentir meu irmão tão perto, falando palavras doces e fazendo carinho em mim.
Will: Ai Murilo. - Limpou os olhos. - Mas porque ele só demonstrava carinho por você a noite? Sem você ver?
Murilo: Um dia, ele apareceu como todas as noites, sentou na minha cama e fez carinho na minha cabeça...
Flash back:
Murilo estava de olhos fechados ouvindo o irmão e sentindo seu toque.
Manuel: Porque tudo tem que ser tão difícil maninho? Porque eu tenho que guardar isso comigo? Esse sentimento que me consome mais e mais... Porque eu tenho que te amar desse jeito Murilo? Eu sou doente, não sou normal! Me odeio. Você é tão perfeito, tão maravilhoso, tão bom... Nunca vai me corresponder.
Murilo não estava acreditando naquilo que seu irmão estava falando, só podia ser um sonho!
Manuel continuou: Eu sonho em sentir o gosto da sua boca, sonho com seu toque e em você me dizer que também me ama. Mas não, tenho que te maltratar, você não pode nunca sonhar que sinto isso por você! Vai me achar um doente, ninguém nunca pode saber.
Murilo sentiu seu irmão se inclinando sobre ele e logo depois a respiração dele em seu rosto com o toque dos lábios dele nos seus.
Manuel se afastou e depois Murilo ouviu o batido da porta.
Murilo tocou os lábios, estava confuso, seu coração batia rápido, e sentia borboletas no estômago, parecia que estava flutuando.
Passou alguns dias na mesma, Manuel invadindo seu quarto e se declarando até que uma noite...
Manuel mais uma vez estava do lado de sua cama fazendo-o carinho, se inclinou e foi beijar sua boca, no fim do beijo Murilo resolveu abrir os olhos.
Manuel se assustou. - Murilo?
Murilo: Calma!
Manuel: Como calma? Não olha mais para mim, finge que não existo.
Murilo levantou: Manuel espera!
Manuel: Não. - Ia saindo.
Murilo segurou seu rosto olhando nos olhos. - Eu te correspondo, eu sei o que você sente, eu também te amo!
Manuel: Não.
Murilo aproximou seus lábios do dele e o beijou, os irmãos estavam se beijando pela primeira vez de língua.
Manuel parou o beijo encostando sua testa na do irmão de olhos fechados. Ficou um tempo assim... - Não.
Saiu correndo e batendo a porta.
Murilo sentou na cama tocando nos lábios e sorrindo.
Fim do flash back.
Will estava de boca aberta. - Isso é uma pegadinha não é?
Vic: OMG!
Murilo estava com vergonha, era a primeira vez que ele contava sua história para alguém, absolutamente ninguém sabia do seu romance com o irmão. - Tem mais, vocês ainda querem saber?
Vic: Claro que sim.
Murilo: A partir dalí ele passou a me ignorar, fingir que eu não existo, nem a noite ele ia me ver mais. Passou a namorar uma garota chamada Camila, mas continuava me ameaçando para não ficar com nenhum garoto, foi assim durante um ano. Com 13 anos eu descubro que era doente...
Flash back:
Fazia dias que Murilo não se sentia bem, estava mal, cansando fácil, ficando tonto e sentindo algo estranho no coração.
Os garotos haviam acabado de chegar a escola, mas Murilo aquele dia estava pior e foi falar com seu irmão.
Manuel estava com Carla no pátio.
Murilo: Manuel?
Não respondeu.
Murilo: Manuel podemos falar a sós por favor?
Manuel: Claro!
Foram para um canto.
Murilo: Obrigado por aceitar falar comigo.
Manuel: Murilo quantas vezes eu já te disse para fingir que eu não existo como faço contigo? Me esquece, não fala comigo, nem se quer olha para mim. Eu não te queria na minha vida, desde que nasceu transformou minha vida em um inferno, preferiria que não existisse, por sua causa me transformei em um doente, te odeio! Some, seria um favor.
Saiu.
Murilo não entendia porque Manuel falava que ele tinha o transformado em um doente e porque Manuel o odiava tanto, enquanto que ele o amava. Murilo o amava mais e mais, antes como irmão, mas desde o beijo como homem e como tudo no mundo, não entendia o porque do ódio.
Saiu chorando, muito desilidido e triste.
O tempo passou...
Manuel e Murilo no momento estavam na aula de ed. Física, Manuel estava jogando com alguns amigos e Murilo se alongando para correr, não se sentia bem ainda, mas imaginava que correr poderia fazer com que suas forças voltassem.
Começou a correr, enquanto corria pensava nas palavras do irmão, tudo vinha na sua mente e ele simplesmente não conseguia esquecer.
Murilo começou a ficar tonto, sentir uma palpitação no coração quando de repente tudo ficou escuro e ele caiu batendo a cabeça no banco a sua frente.
Manuel ao longe viu a cena e correu para ver o que havia acontecido com o irmão.
Ajoelhou e começou a bater em seu rosto. - Murilo chega de brincadeira acorda!
Murilo não acordava, Manuel virou seu rosto e viu o hematoma em sua testa sangrando, pegou Murilo nos braços e foi com ele a enfermaria...
A doutora o fez acordar.
Murilo: O que aconteceu?
Doutora: Você desmaiou na ed. Física, o que está sentindo? Está bem?
Murilo: Minha cabeça. - Pegou na testa. - Ai.
Doutora: Você bateu a cabeça, cuidado.
Murilo: Mas eu já estou bem.
Doutora: Você comeu algo hoje?
Murilo: Não.
Doutora: É isso, vou pegar algo para você comer, ok?
Manuel: Você quase me faz morrer do coração e é só porque não comeu? Pelo amor de Deus.
Murilo: Porque? Acho que se eu morresse você ficaria muito feliz, deveria está tranquilo, pelo menos foi isso que falou mais cedo.
Manuel ficou sem jeito. - Que se dane!
Saiu.
A doutora chegou com comida e forçou Murilo a comer.
Alguns dias se passaram e era o aniversário de 14 anos de Manuel, ele pediu para dar uma festa e exigiu que Murilo não participasse, com muita briga dos pais ele deixou, mas Murilo mesmo assim não quis.
Se sentia mal por saber que o irmão não queria sua presença em sua festa e preferiu não participar.
Alugaram um local para a festa e os pais do garoto iriam participar mesmo ele exigindo que não.
Quando estava quase amanhecendo o dia, todos retornaram e ao abrir a porta se depararam com Murilo desmaiado na sala, seu pai correu para pegá-lo, chamaram uma ambulância e ele foi ao hospital junto aos pais e o irmão.
Murilo foi diágnosticado com HCM por seus sintomas e exames feitos, por sorte não teve um ataque cardíaco, houveram sérias restrições e sua vida a partir dalí mudou drásticamente.
Manuel estava morrendo de chorar, quase perdeu o irmão, continuava amando-o mais que tudo, mas sabia que aquilo tudo era loucura, o afastava falando que o odiava e o culpava por amá-lo.
Entrou no quarto do hospital enquanto o irmão estava dormindo.
Manuel: Eu achei que iria te perder. - Fungou. - Desculpa, por favor me perdoa pelo que eu falei todo esse tempo maninho. Você precisava me odiar, eu precisava te odiar, mas é que não consigo, eu te amo tanto, posso te perder a qualquer momento agora e isso me deixa em pânico... Eu te amo tanto.
Murilo abriu os olhos. - Eu também.
Manuel se assustou.
Murilo: Por favor não me afasta novamente? Eu te amo Manuel, você falou que fez isso tudo para eu te odiar, mas nem assim conseguiu, eu continuo te amando!
Manuel: Isso é loucura.
Murilo baixou a cabeça triste.
Manuel: Você nem imagina o quanto eu morro quando te vejo sofrendo, chorando triste! O quanto é difícil para mim te maltratar ou ignorar, quando tudo que eu queria era te mostrar o quanto te amo.
Murilo: E porque não faz?
Manuel: Porque é proibido, é doentio, anormal... Somos irmãos.
Murilo: Eu te amo tanto! Por favor Manuel me ama, vamos viver isso enquanto é tempo. Eu posso morrer amanhã ou depois, ou agora mesmo!
Manuel: Não. Você não vai morrer, não pode.
Murilo: Eu quero viver um amor verdadeiro antes disso. - Pegou no rosto do irmão. - Eu te amo.
Manuel aproximou seu rosto e o beijou. - De hoje em diante tudo vai ser diferente, você é meu e eu sou seu e nada vai mudar isso..
Murilo: Obrigado!
Fim do Flash Back.
Will e Vic continuaram calados sem nada falar.
Murilo: Depois desse dia passamos a ser um casal normal e quando viemos para cá a dois anos, já estávamos juntos.
Will: Vocês é...
Murilo: Sim, perdi minha virgindade com ele e não me arrependo! Olha, minha doença segue igual, eu posso ter um ataque cardíaco a qualquer momento fatal ou não, e quero seguir meus sentimentos enquanto vivo, quero aproveitar minha vida provavelmente curta, não me importa o que as pessoas pensam disso, não me importa se julgam ser errado, meu coração é dele até a minha morte.
Will começou a chorar e abraçou Murilo: Você é a pessoa mais maravilhosa que eu já conheci.
Vic abraçou os dois. - Murilo você é forte e não vai morrer nem tão cedo, vai viver muito ainda com seu amor.
Will: Eu não aprovei algumas atitudes do Manuel mas compreendo, ele estava confuso, apaixonado pelo irmão e achando completamente errado está.
Murilo: Sim. Ele se arrepende até hoje. As vezes chora em meus braços quando lembra de algumas palavras que falou para mim. Eu o consolo e digo para esquecer.
Will: Quer dizer que todo aquele ódio dele por você aqui é fachada?
Murilo: Sim. E todas as vezes que demonstrei ódio dele também. - Sorriu. - Eu e ele nos encontramos as vezes aqui na quadra, ou em outro lugar as escondidas, precisávamos enganar todos de alguma forma, então fingimos nos odiar.
Will: Entendo muito.
Vic: Fingem muito bem porque ninguém nem imagina!
Murilo: Não digam a ele que sabem algo, não sei se ele gostaria, acho que surtaria se imaginasse que contei a alguém!
Vic: Não.
Saíram para a entrada da quadra...
Os meninos mataram a primeira aula e agora iriam direto para a ed. Física, já estavam na quadra...
Will: Fica com a gente?
Murilo: Prefiro não!
Will: Vai, eu fico com você, o professor não se importa, só faz a chamada e nem liga!
Murilo: Tá, eu fico.
Murilo ficou com Vic e Will...
Manuel fez uma cara de que não estava entendendo e Murilo sorriu.
Murilo foi sentar em um banco embaixo e os outros foram para o vestiário...
Manuel ficou só com Murilo. - Bebê o que você veio fazer aqui?
Murilo: Vim acompanhar Will, ele disse que vai ficar falando comigo.
Manuel: Hum, cuidado, vou ficar te cuidando de longe. Matou aula hoje, fiquei preocupado e fui na enfermaria!
Murilo: Fui falar com o Will e a Vic um pouco, estavamos aqui mesmo.
Manuel: Dá um jeito de me avisar da próxima vez, tá?
Murilo: Tá!
Manuel olhou de um lado e de outro dando um beijo em Murilo e depois correu para o vestiário.
Lá dentro...
Will vestia sua roupa enquanto Kauã o olhava.
Will: Para de me olhar!
Kauã falou baixinho: Onde estava hoje na primeira aula?
Will: Não te interessa!
Kauã: Como é que é?
JP se aproximou...
Will: Já falei para parar de me olhar desse jeito! - Falou mais alto.
Kauã: Tô vendo como você é feio!
Will: Não mais que você!
JP: Isso é lógico, todo homem acha homem feio, a não ser que seja gay!
Will: Eu acho o Kauã, você e outros homens feios e sou completamente gay!
JP: Eu sou um gato meu filho!
Will: Kkkkkkk Pois acho que estou precisando de óculos porque até agora só vejo um JP horroroso!
Saiu com o tênis na mão.
JP: Cara chato, a única pessoa até hoje que me esculachou!
Kauã morreu de rir.
Lá fora...
Will sentou no banco com Murilo colocando o tênis encima.
Murilo: Tem certeza que não vai querer fazer nada com a galera?
Will: Tenho sim, já que você me confiou seu maior segredo eu também vou te confiar o meu! Ah Murilo, eu não posso mais guardar isso só para mim, eu tenho que contar para alguém ou vou surtar!
Murilo: Mas nem a Vic sabe?
Will: Ainda bem que te encontrei, agora posso me abrir com confiança!
Murilo: Pode sim, desabafa, seja o que for vou entender e te ajudar com conselhos, como você fez comigo! Pode confiar.
Will: Estou com alguém!
Murilo: Mas daqui?
Will: Sim.
Murilo: Quem?
Will: Você conhece muito bem!
Murilo olhou para os garotos correndo para a quadra.
Murilo: Ber!
Will: Não, isso vem de antes e o do Ber não foi para frente, por causa dessa pessoa.
Murilo: Um dos machões da nossa turma?
Will: Ô e como!
Murilo: Fala logo que eu tô morrendo.
Will: Não me orgulho, mas aconteceu... Estou com o Kauã!
∵∵∵∵∵∵∵∵∵∵∵∵∵∵
Gente desculpa a demora!
Beijokas 💋💋