Cap.17
Fui pego de surpresa com aquela notícia. Eu sabia que o momento de me graduar estava chegando, e esperava que logo ela quisesse que eu fosse me graduar, mas não na Europa. Esperava que ela quisesse que eu fosse pro Rio, ou pra São Paulo. Mas não... Ela quer que eu vá a Europa. De repente, milhões de idéias vieram a minha mente, e olhando para aquele monte de gente que comemorava comigo o meu aniversário, eu só pensava em uma coisa. Seria possível eu encontra-lo ?
HORAS DEPOIS
Todos já haviam ido embora, mais uma vez apenas eu e os funcionários ficamos na casa. Olhava os meus presentes no meu quarto.
- Que lindo ! - dizia, olhando uma nova camisa que haviam me dado. Basicamente naquele momento, minha mãe entra no quarto.
- Oi filho.
- Oi mãe - me abraçou - não é linda essa camisa.
- É sim.
- Foi a tia Célia que deu
- Ah, que legal - de repente ela sentou ao meu lado - filho ?
- O que ?
- Que curso que você vai fazer ?
- Pra falar a verdade, eu nem sei ainda - falei, parando para pensar.
- Como não sabe ? Você deveria já ter em mente - passei alguns segundos pensando, quando me lembrei de uma cena.
FLASHBACK
- Antoine, acorda !
- O que foi ? Eu não estou dormindo !
- Olha para o céu !
- Ué, mas está de noite, que graça tem olhar para o céu - soltei o livro e fui para a beira da janela e assim como ele. Quando olhei para cima, arregalei os olhos - ué, cadê a Lua ?
- Ela está ali ! - apontou.
- Mas... Porquê está escura ?
- Ué, você não sabe o que é esse fenômeno ?
- Não...
- Chamam isso de eclipse...
FIM DO FLASHBACK
Um dos momentos mais marcantes que eu passei ao lado dele, agora influenciavam a minha escolha.
- Eu quero fazer Astronomia ! - falei, com toda a certeza do mundo.
- Sério ?
- Sim...
- Mas porquê isso agora ? Você nunca demonstrou muito interesse no universo.
- Mas eu tenho. Eu quero ser astrônomo mamãe - ela apenas sorriu.
- Se você diz, tudo bem... Mas, e quanto a universidade ?
- Como assim ?
- Existem muitas meu filho. Roma, Madrid, Lisboa, Londres, Amsterdam, Estocolmo, Moscou, Paris... - não pensei duas vezes.
- Paris !
- Nossa, assim de cara ?
- Sim... Assim de cara. Ouvi falar que lá tem um ótimo curso de Astronomia... - mais uma vez ela nada falou.
- Tudo bem então. Vou começar a providenciar tudo para a sua mudança, querido. Tenho certeza que você vai ser um astrônomo famoso e reconhecido - falou, me animando ainda mais.
UM TEMPO DEPOIS
Ela preferiu vir comigo até a França, mesmo eu dizendo que não precisava. Como ela não tinha mais contato com a amiga, ficava difícil pedir para alguém nos ajudar com um local para morar. Então ela preferiu vir, para me ajudar a procurar.
- A senhora não acha que é melhor alugar ? - perguntava eu, olhando para ela ainda no hotel - comprar um imóvel só seria desperdício de dinheiro. A senhora teria que vender e iria se desvalorizar depois.
- Você tem razão ! - falou, se sentando na cama - se ao menos eu soubesse aonde a minha amiga mora, seria mais fácil.
- Ela não deixava endereços nas cartas ?
- Não, apenas o nome. O endereço do remetente era sempre o do Correio.
- Então teremos que procurar, nós mesmos - falei, vestindo o meu paletó.
Paris já estava bem melhor. Ainda haviam sim as marcas de que meses atrás ali uma guerra passou. Mas agora já Não se via mais tristeza e ruas vazias. E sim pessoas alegres, comemorando o fim de um sofrimento. Andávamos pelo Centro de Paris, em busca de um aviso de aluguel. Minha mãe fala francês, isso facilitou muita coisa. Andamos mais alguns metros, até que vimos um anúncio.
- Olá ! - minha mãe disse, em francês claro.
- Olá...
- Nós vimos o anúncio de que está alugando apartamentos. Gostaríamos de ver como eles são.
- Ah, mais claro ! Agora só sobrou um, os outros todos eu já aluguei - era uma senhora francesa, parecia ter uma grande idade, e estava com a felicidade estampada em seu rosto - eu até estranhei porque com a fama da Guerra, Achei que ninguém iria querer vir para cá. Mas vieram kkkk
- E foi muito sofrido para a senhora ?
- Para nós foi não é minha filha. Afinal, faltou tudo aqui em Paris durante a Guerra, e houveram vários bombardeios. Restou a nós apenas rezar para que nada acontecesse. E não aconteceu !
- Que bom ! - ela logo abriu o local que estava alugando. Logo vimos que era um bom local. Amplo, com sala, cozinha, banheiro, dois quartos, sala de jantar, varanda, enfim... Era um bom apartamento. E o melhor, já estava mobiliado
- Eu não sei se é mobiliado que vocês procuram, mas esse é o único que eu tenho.
- Melhor ainda que seja mobiliado, economizamos o dinheiro da Mobília. E ai, o que achou Antônio ?
- É lindo mamãe - falei, olhando a vista da varanda.
- Então está resolvido ! Façamos o negócio !
UM MÊS DEPOIS
Tudo havia sido resolvido. Já estava instalado na minha nova residência, já tinha sido matriculado na Universidade de Paris, só tinha mais um objetivo na vida. Me formar, ser um astrônomo de sucesso ! E assim seria feito !
2 ANOS DEPOIS
Agora eu tinha 20 anos. A 2 anos estudava na França. Com muito esforço e dedicação eu aprendi o Francês rapidamente e logo estava habituado a tudo aquilo. Durante esses dois anos, pensei em uma coisa apenas, os astros e as estrelas. Nada mais cabia em minha vida naquele momento. Tive contato com pessoas que foram consideradas loucas um dia, mas que agora já não eram mais tão loucas, como Marie Curie e Albert Einstein. Este tinha recebido o Nobel de Física um ano atrás quando eu o conheci. Quase cai para trás, pois ele também contribuiu para a Astronomia mesmo sendo de outra ciência. E quanto a namoros ? Bem, muitas garotas tentaram me terem para si. Mas eu sempre recusei.
- Vamos Antônio, visitar a Torre Eiffel - pedia Antonieta, uma espanhola que estudava Astronomia comigo.
- Não, obrigado. Eu preciso estudar a Teoria do Einstein.
Eu não me enganava. Sabia que as mulheres não me atraíam. E eu não podia também engana-las. Voltei da universidade a pé, como fazia todos os dias. As crianças brincavam nas ruas, os carros andavam livremente, quem diria que ali uma Guerra passou anos atrás ? Subia a rua da minha casa como fazia diariamente quando de repente, esbarrei em alguém que apareceu de não sei aonde. O esbarrão foi tão forte que eu acabei caindo no chão e os meus livros também.
- Excuse-moi ! (Desculpe-me) - gritou o homem várias vezes, enquanto me ajudava a levantar - você está bem ?
- Sim, estou... - disse, recolhendo as minha coisas - preste... - não consegui terminar a frase quando vi quem era.
Continua
E aí ??? Gostaram ??? Comentem e votem por favor pessoal, vocês estão sumidos kkkk Comentem os outros também please. Beijos