- Vamos sair? Jantar fora? – Ele me perguntou depois que saímos do banho
- Vamos!
- Mas, só nós dois! Não chama ninguém!
- Tá bom!
Nós nos arrumamos e saímos. Era fim de tarde, nós fomos caminhando até o metrô. Fomos direto para a Champs-Élysées, Bruno amava ficar andando por lá. Nós amávamos um restaurante que ficava ali próximo, o La Marée. A comida lá era dos deuses. E foi para lá que nós fomos.
Nossa noite foi linda, fazia muito tempo que nós não saíamos somente nós dois, que não ficávamos juntinhos.
- Não sei por que tu gostas tanto daqui.... Paris tem lugares bem mais bonitos.
- Eu gosto daqui, acho lindo. Não que não haja outros lugares bonitos em Paris, é claro que há, mas eu gosto daqui.
- Vai entender... Agora que eu lembrei, aqui só entra com reserva... a gente não vai poder jantar aqui, não.
- E quem disse que eu não fiz reserva? – Ele me olhou com cara de safado.
- Sacana! Tu tinhas certeza que eu ia te perdoar?
- Claro que não, mas eu esperava que me perdoasse. E caso me perdoasse, eu te traria aqui. – Ele sorriu
- Quer dizer que estava tudo esquematizado?
- Claro que sim! Eu só consegui reserva aqui por que o Pi me ajudou.
- Aquele traíra! Quer dizer que ele era o teu espião?
- Óbvio! Quem iria me manter informado sobre o senhor?
- Que sacana! E eu contava tudo pra ele! Meu Deus será que ele... – Eu fiz a maior cara de medo.
- Que ele o que Antoine? – Ele me olhou sério.
- Amorzinho, não adianta tu tentares me enganar, eu sempre viro o jogo.
- Como assim, maluquinho?
- O Pi não te contou nada, tu acabaste de te entregar...
- Droga, toda vez tu fazes isso e eu caio.
- Tá vendo, por isso que tu não podes tentar me enganar. – Eu disse rindo.
- Boa noite! Seus nomes, por favor!
- Bruno M. e Antoine G.
- Sejam bem-vindos, senhores! Eu irei lhes acompanhar até sua mesa.
Nós fomos até nossa mesa e o maître nos deu o menu. Bruno fez todo o pedido e eu fiquei super orgulhoso de vê-lo falando tão bem francês. Ele estava estudando feito um louco e já podíamos ver o resultado. Nós quase não falávamos mais português, para que ele pudesse aprender mais rápido, ele tinha que viver a língua e era isso que fazíamos em casa. Ele e Pi se tornaram grandes amigos, então, ele não tinha outra saída a não ser aprender a falar francês, já que Pi não sabia falar nem “oi” em português.
- Que lindo, amor! Tu falaste muito bem!
- Falei/ – Ele ficou todo bobo.
- Falou! Tudo certinho, entonação e pronunciação perfeitas!
- Super! – Ele disse em francês
- Lindo!
- Tu estás melhor? – Ele me olhou do jeitinho que só ele sabia
- Estou!
- Tá feliz?
- Estou! Mas, continuo querendo voltar pra casa.
- Já já nós voltamos!
- É, né? O que eu posso fazer? O jeito é esperar!
Nossos pratos chegaram e nós jantamos com muita calma. Pedimos a sobremesa e a saboreamos também. Ali, naquele restaurante era tudo simplesmente DIVINO. O ambiente era agradabilíssimo, e a comida então...
Nós pagamos a conta e depois saímos para andar pela Champs-Élysées.
- Amor, eu nunca ia imaginar que eu estaria casado com a pessoa que eu amo, e ainda estaria com ela em Paris. Isso é um sonho!
Nós andávamos de mãos dadas em Paris, nos sentíamos livres para isso. Fazia muito frio naquele dia, muito frio mesmo.
- Eu te amo, Bruno! Nunca dúvida disso, nunca mesmo!
- Eu posso parecer bobo, mas o que tu sentes realmente pelo Thiago?
- Eu amo o Thiago, Bruno. E isso não vai mudar nunca, eu tenho uma vida inteira com ele. Nós somos amigos desde quando estávamos na barriga das nossas mães, eu acho. Mas, eu não o amo como antigamente. O amor que eu sinto por ti tem proporções tão grandes que não há espaço para outro homem na minha vida. Thiago é meu amigo, é meu irmão. Eu queria que tu entendesses isso.
- Amor, é meio difícil entender isso. É difícil ver teu marido sendo amigo do ex dele.
- Olha só, eu te amo. Te amo demais, mas não posso abrir mão do Thi.
- E de mim, tu podes abrir mão?
- É claro que não! Eu acabei de falar que não existe espaço para outro homem na minha vida, Bruno. O único homem que eu quero viver, que eu quero acordar ao lado todas as manhãs és tu, sempre serás tu.
- E se eu te falar que eu não sei se eu consigo aceitar essa tua amizade com ele?
- Eu ia te pedir com muito amor para que tentasse aceitar. Por que eu não quero abrir mão do meu amigo, e abrir mão do meu marido está fora de cogitação. Então, se eu não vou abrir mão de ninguém, eu preciso que vocês saibam conviver. Ele conversou muito comigo, logo quando voltamos a nos falar, e ele me prometeu que não daria em cima de mim, não nos colocaria em nenhuma situação constrangedora. E desde então, ele nunca tentou nada comigo. Ele é o velho Thiago de sempre, bobão e brincalhão. Ele está feliz como há muito ele não ficava. Eu me preocupo com ele, amor. Eu não quero que ele passe por tudo o que ele passou novamente.
- Eu acho que eu preciso conversar com ele, então.
- Tu farias isso por mim?
- Bom, se tu não estás disposto abrir mão da amizade dele, o que eu posso fazer?
- Eu te amo! Te amo! Te amo! – Eu pulei nele no meio da rua. – Obrigado! Obrigado!
- O que eu não faço pra te ver feliz?
- Obrigado por tentar, amor! – Eu dei um beijo nele.
Enquanto conversávamos, nós íamos caminhando pela cidade. Nós andamos bastante, andamos tanto que acabamos chegando na Pont des Arts, a famosa ponte dos cadeados. A vista dali é incrível. Quem tiver oportunidade um dia e estiver passando por Paris, não esqueça de visitar a Pont des Arts, por mais que agora ela não tenha mais seus milhares de cadeados, ela continua linda.
Eu me inclinei na ponte, coloquei os dois cotovelos na barra. Poder ver La Seine daquela ponte é algo que não pode ser expresso em palavras. Bruno tirou uma foto minha ali (foto que eu amooooo), depois tiramos várias fotos nossas. Nós estávamos radiantes. Nós demos uma de loucos e deitamos lá mesmo. Loucos meeeeeesmo por que deitar ali e no frio? Só sendo muuuuiiiitoooo loucos! Podíamos olhar o céu, estava noite, então, não tinha muita gente andando por ali, o que facilitou nossa loucura. Nós ficamos em silêncio durante todo o tempo que ficamos lá. Nós não precisávamos falar nada. Ele me beijou e nós resolvemos nos levantar, só fizemos isso por que o frio estava intenso.
Nós retomamos nossa caminhada pela cidade.
- Ai! – Eu resmunguei de dor.
- O que foi?
- Não sei, senti uma pontada na costa, agora.
- Uma pontada? Onde? Me diz exatamente...
- Aqui! – Eu disse apontando
- Será que é por que tu estavas deitado lá na ponte? Tu viste se tu não deitaste em cima de algo?
- Acho que não, acho que são aquelas dores voltando. Elas sempre começam com uma pontada dessa.
- Vamos ao hospital!
- Eu já fui, Bruno. Isso é só cansaço, eu só preciso descansar.
- Não, não, a gente precisa ir lá.
- Amor, eu já fui, o médico já me examinou, eu já fiz até exame de sangue. Tá tudo certo, é só cansaço. Eu acho que a gente vai ter que ir pra casa.
- Vamos! Onde a gente pode pegar o metrô?
- A gente pode ir andando por ali e logo encontramos a estação Louvre.
Nós fomos andando até a estação e logo pegamos o trem. Em minutos já estávamos descendo na estação de casa. Eu estava com dor em todo o corpo, mas não falei nada para o Bruno senão ele iria me arrastar para o hospital, e isso era a última coisa que eu queria, no momento. Eu já vinha sentindo essas dores, mas dessa vez elas estavam bem fortes. Nós chegamos em casa e eu me deitei.
- Tá melhor?
- Tô!
- De verdade?
- De verdade!
- A dor não aumentou?
- Não, foi só aquela pontada.
- Tá, então eu vou lá na cozinha, vou preparar um chá pra gente.
- Tá bem!
Ele foi para a cozinha e eu fiquei deitado, a dor só fazia crescer. Eu tinha que tomar o remédio que o médico tinha me dado, mas ele já havia acabado. A dor era tamanha que eu sentia meu corpo inteiro tremer.
- Brunooooooooooooo!!! – Eu gritei quando a dor já estava insuportável.
Eu só ouvi as coisas caírem lá para a cozinha e ele vir correndo para o quarto.
- O que foi? A dor aumentou?
- Aumentou!!!
- Vamos para o hospital!
- Não, não!
- Vamos, se for preciso eu até carrego. Fica aqui que eu vou chamar o Pierre.
Ele saiu correndo para chamar o Pi. Eu fiquei na cama, mas estava muito enjoado e tive que me levantar para ir ao banheiro vomitar. Eu quase não consigo chegar lá com tanta dor que eu estava sentindo. Mas, felizmente, eu consegui chegar na privada. Quando eles entraram no quarto eu estava jogado no chão do banheiro.
- Pierre, me ajuda! – Bruno disse
Eles me levantaram.
- Amor, amor, tá me ouvindo.
- Tô! – Eu disse em um sussurro.
- O que ele tem, Bruno? – Pi perguntou preocupado.
- Não sei! Vamos para o hospital.
Eu me apoiei no Pi enquanto o Bruno pegava nossos documentos.
- O hospital fica longe daqui, Pi?
- Não, é bem pertinho.
- Então, vamos!
Pi foi dirigindo rápido, ele que era sempre cauteloso na direção, dirigiu como se não tivesse outros carros na rua. Logo nós chegamos ao hospital.
Bruno preencheu todas as fichas que eram necessárias, e nós fomos direto ao consultório do médico. Por sorte, era o mesmo que tinha me atendido e ele foi logo me examinando.
Bruno disse que era meu marido e que também era médico. Ele passou todo o meu histórico e pediu para o médico solicitar alguns exames específicos. Ele com certeza estava desconfiado de algo. O médico me encaminhou a um leito e receitou alguns medicamentos. Eu fiquei meio grogue logo quando o enfermeiro me aplicou os remédios na veia. Foram coletadas amostras de sangue que logo foram encaminhadas ao laboratório.
O médico insistia em dizer que era somente um mal-estar causado pelo cansaço, mas o Bruno insistia em pedir mais e mais exames. Como ele foi meu médico, ele conhecia muito bem meu organismo.
O médico saiu do quarto e nós ficamos lá esperando sair o resultado dos exames. Graças a Deus a dor tinha passado, eu já estava bem mais tranquilo, mas parecia que eu tinha fumado uns 20 cigarros de maconha.
- Por que tu pediste tantos exames? – Pi perguntou ao Bruno.
Eu tive vontade de beijar o Pi, por que era essa a pergunta que eu queria fazer.
- Eu só quero tirar uma dúvida.
Eles dois ficaram conversando e eu escutava a voz deles bem longe, o sono foi me dominando. Quando eu acordei, Bruno estava deitado ao meu lado e o Pi estava deitado, todo sem jeito, em uma poltrona.
- Amor! – Eu cutuquei ele – Amor!
- Oi!
- O que deu no exame? Que horas são?
- Nada! Já está amanhecendo.
- Nada?
- É! Nada!
- Eu disse que era só cansaço!
- Antoine, essas dores não são só cansaço. Pode ter certeza!
- Mas se não deu nada...
- Não deu nada no exame de sangue, nós vamos ter que esperar o resultado dos exames específicos que eu pedi ao médico. E agora tu vais fazer uma tomografia.
- E quando sai?
- Daqui uns três dias.
- Espera aí, pra que é que eu vou fazer uma tomografia?
- Bom, tu estás com dor no corpo, a gente precisa saber de onde vem essa dor.
- Hum... e por que demora tudo isso para sair o resultado?
- É que são exames específicos.
- Específicos pra que?
- Para essas dores, ué?!
- E quando eu saio daqui?
- Daqui a pouco, só vamos fazer a tomografia e a gente já sai.
- Entendi! Então, vamos!
- Tu não estás sentindo nada?
- Não! Estou bem!
- Aïe! – Pi reclamou
- Pi, tu não precisavas ficar aqui...
- E eu ia deixar vocês aqui? Claro que não! Aïe! – Ele reclamava de dor ao se levantar e se espreguiçar.
- Daqui a pouco já podemos ir!
- E o exame?
- Não deu nada, tá tudo normal.
- Graças a Deus! Vamos pra casa, então!
- Isso!! Vamos pra casa, eu odeio hospital! – Eu disse
- Não senhor, ainda tem a tomografia.
Enquanto eu fazia a tomografia, Bruno pagou a conta do hospital. Após o termino do exame, eu me troquei e nós fomos para casa. Nós paramos para comprar algo para comer e depois fomos para casa. Enquanto eu tomava banho Bruno e Pi arrumaram a mesa para tomarmos café. Quando eu sai do banheiro, Bruno entrou e Pi foi para a casa dele tomar banho também.
Quando todos estavam de banho tomado e devidamente arrumados, nós sentamos para tomar café.
- Tá tudo bem, primo? – Pi perguntou.
- Tá, sim! – Eu sorri para ele
- Que bom! – Ele sorriu de volta
Eu sempre penso em como eu sou sortudo, em como eu tenho pessoas especiais ao meu lado. Pi é uma delas, como ele estava feliz em estar ali conosco, eu também estava muito feliz em tê-lo próximo a mim. Ele é o tipo de pessoa que nos faz bem só por estar por perto. Seria muito difícil me despedir dele quando nós voltássemos para o Brasil.
COMENTÁRIOS DO AUTOR
Boa noite!!
Gente, socoooooorrooooo eu vou ficar mais uma semana sem internet. Hoje, eu fui lá na empresa e eles me falaram que como o problema é em todo o meu bairro, as visitas dos técnicos estão agendadas, e a minha só será na próxima semana. Que tristeeeeeee!!! Eu estou quase ficando louco sem internet! E pior ainda é ter que vir toda vez na casa de maman para publicar os capítulos. Mas, eu estou me esforçando ao máximo para não deixá-los sem capítulos fresquinhos.
Jamesblack: Oiiiee!! Saudades de ti, James! Sériozão, estou sem internet! Para a infelicidade de muitos! Mas, voilà, mais um capítulo. Não some, hein! E que bom que gostaste do capítulo. Beijooo.
Plutão: Verdade, foi infantilidade. Maaaas, o que seria da relação sem essas infantilidades? Tudo ficaria monótono e sem graça. Kkkk Elas ajudam a manter a relação saudável. Eu estou em Macapá desde o final de julho. Como tu podes esquecer o próprio aniversário? Kkk
Ninha M: Oi, minha flor! Como tu estás? Nã, nã, ainda tem muita história pela frente, ainda temos muitos momentos felizes, muitos momentos tristes... kkkk O que uma tequila não faz, não é? Kkkk Beijooooooooo, minha linda!
Ale.blm: kkkkk Tinha que desabafar, Ale! Já estou angustiado com essa situação antes mesmo do meu sumiço. Kkkk
FASPAN: Que bom que encontraste minha história, que bom que gostaste e que bom que tu acompanhas. Fico muito feliz por isso! Acredito que nem seja culpa das postagens irregulares, pois antes, quando eu postava todos os dias, muitos liam e poucos comentavam. Os que comentavam, comentam até hoje. E sou muito grato a todos vocês que param para conversar um pouquinho comigo. A torcida pela internet não foi suficiente, ainda ficarei um bom tempo sem. OOoooooo tristeza! Beijoooo!!
Gabriel1978: Oi, Gabriel! Que bom que você comentou! E tu acompanhas desde o primeiro capítulo e nunca parou para falar um pouquinho comigo? Poxaaaaaaa!!! Bom, mas agora que falaste, não para não, tá? Vamos conversaaaaar!! Kkkk Beijo!
Mille***: Oiiiiiiiiiiiieeeeeeeeee, mille!!! Como tu estás, menina ? Estava com saudades de ti! Nãooooooooooooo, não abandonei, não! Tive alguns probleminhas, mas estou de volta. Já disse, não irei parar de escrever, posso ter alguns obstáculos, mas parar eu não paro, NÃO! Beijooooooooooooo, minha linda!
Meus comentários foram bem breves, pois, como vocês sabem, eu estou correndo. Venho voando na casa de maman, essa nossa vida louca não nos deixa muito tempo livre. É trabalho, é casa, é academia, é trabalho em casa (por que vida de prof é assim)... Ain, quanta coisa! Mas forçaaaaaa, que tudo dá certo, no final!
Beijoooooooooooooo em todos!
PS1: Vamos fazer uma campanha: VENHAM CONVERSAR COM O TIO ANTOINE, LEITORES OCULTOS. VENHAAAAAM! VENHAAAAAM!!! VEEEEEENHAAAAAAM!!! Kkkk
PS2: Tau, Jeff, cadê vocês, meus amores? Por que não comentaram no último capítulo, hein? Ai, ai, ai!!! Eu sinto logo a falta de vocês! Beijooo nos dois!