O CRIME DOS VIEIRA DE MELO - Parte 09
- Vistam suas roupas e vamos embora - disse Mtumba, apertando a encilha da mula carregada de mercadorias.
As três negras descansavam à sombra de uma frondosa árvore, à beira do rio. Já passara do meio-dia e elas tiravam a sesta, depois de fornicarem até cansar o velho negro. Este cochilara um pouco, mas despertara antes das escravas recém-libertas.
- Não vamos esperar o sinhozinho? - Perguntou a gordinha.
- Não. O sinhozinho sabe se cuidar - afirmou o negro - E os filhos do Tal Francisco devem estar vindo com reforços, para se vingar de mim.
As escravas se levantaram de um pulo, ao ouvirem essas palavras. Não queriam voltar para o engenho, e isso seria o que aconteceria se o velho negro fosse subjugado ou morto. Num instante, vestiram suas roupas e disseram-se prontas para partir dali. Mtumba voltou a ajudar as mulheres de lombos feridos a chicotadas a montar no garanhão e pegaram a trilha. Ele puxava o animal pelas rédeas e a negra Eulália conduzia a mula, empreendendo a marcha a pé. Nenhuma delas perguntou para onde estavam indo. Confiavam no velho guerreiro.
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João Paes Barreto estava sentado no chão de terra batida. Tinha o pescoço amarrado por uma argola que era presa por uma corrente a um tronco de árvore morta, quando os dois irmãos adentraram a senzala. Ambos estavam furiosos. Indagaram ao jovem:
- Onde mora aquele negro desgraçado?
O moço logo percebeu o corpo encalombado e vermelho de ambos e não foi difícil adivinhar que haviam levado uma surra de urtiga. Não conseguiu evitar de sorrir, quando respondeu:
- Sempre moramos ao relento, em qualquer mata, normalmente à beira de um rio - mentiu o rapaz - Vosmecês tiveram problemas com urtigas?
Recebeu um pontapé no estômago, mesmo estando sentado e preso, sem condições de reagir. Levou a mão ao local atingido, mas não perdeu o sorriso dos lábios. Os dois se afastaram um pouco e ficaram cochichando por um tempo. Depois, foram embora sem voltar a atenção para o jovem. João Paes ficou preocupado. Não conseguiu ouvir nada do que falaram, mas com certeza teriam algum plano para se vingar do velho amigo. Ele não poderia se demorar no engenho, se quisesse alertá-lo. No entanto, estava disposto a esperar pela noite e completar o plano traçado por Mtumba, para que ele voltasse a se encontrar com a sinhazinha. Já era final de tarde e logo escureceria. Resolveu dormir um pouco e esperar que todos estivessem adormecidos. Os escravos já voltavam do corte da cana e eram amarrados aos troncos, como animais. Olhavam-no, curiosos por verem um branco nas mesmas condições que eles. Mas nenhum disse nada. Um senhor robusto e com cara de mau, que lhes punha os grilhões, não permitia conversas entre escravos em sua presença.
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O barulho de uma pesada porta rangendo ao ser aberta despertou o rapaz. Estreitou os olhos em direção à entrada da senzala e teve a impressão de que uma escrava acabara de entrar por ali. Estava muito escuro por ser uma noite sem lua. Viu a figura feminina parar no meio da senzala e girar o rosto lentamente, como se estivesse à procura de alguém. Ela aproximou-se de um dos negros e perguntou-lhe algo. O escravo apontou em direção a João Paes. Só então ele reconheceu a sinhazinha metida em trajes de escrava. Seu coração deu um pulo de contentamento.
- Não posso me demorar muito - disse ela quase chorando, ao aproximar-se dele - meus pais já sabem que me encontrei com vosmecê lá no rio.
João Paes quase não a deixou terminar a frase, puxando-a para si e dando um apaixonado beijo. Ela estremeceu o corpo num prazer até então desconhecido. Mas afastou-o imediatamente.
- Não, não devemos mais nos dar a essas intimidades - agora ela estava em prantos - estou prometida a um alferes, filho do dono deste engenho. Parto amanhã para Olinda, de modo a encontrá-lo. Meus pais vão me levar até lá, para me dar em casamento a ele.
- Vamos fugir juntos, minha amada - pediu o jovem - venha morar comigo no engenho do meu pai. Ou então, partiremos para longe e viveremos só nós dois.
- Oh, meu amor, eu gostaria muito de ir consigo, mas não posso fazer isso - choramingou a moça acariciando o rosto do jovem - meus pais perderiam tudo, se eu fugisse. Fui prometida para pagar o endividamento da minha família. O senhor Bernardo Vieira assumiu todas as dívidas do meu pai, conquanto que eu casasse com o filho dele. Se eu faltar com o compromisso, meus pais decerto cairão em desgraça.
- Eu sinto que vosmecê também me ama. E sei que não quer casar com um homem que nem conhece. Então, fuja comigo - implorou o jovem.
- Sim, eu te amo. Mas não posso deixar que minha família fique na miséria. Por favor, não me peça isso - desesperou-se Ana de Faria.
Beijaram-se novamente. O jovem ousou meter a mão entre as pernas dela, apalpando sua boceta, mas ela fechou as coxas, impedindo-o. Ele, insistente, puxou-lhe a mão para o pênis já endurecido. Ela apalpou-o com gosto, respirando com dificuldade. Estava ardendo de tesão e de vontade de ceder a ele, foder ali mesmo na senzala, pensando em ser descabaçada antes do casamento. No entanto, conteve-se a custo. Olhou em volta e os escravos dormiam ou fingiam dormir. Agachou-se entre as pernas dele e retirou-lhe o pau das calças. Meteu a boca ali e chupou-o com urgência e gula. Fazia-o como em despedida. Queria guardar na memória o gosto do caralho do rapaz. Ele tentou mamar-lhe os seios, mas ela o impediu. É que o tempo urgia. Havia pedido permissão à sua mãe para se despedir dele, já que partiriam logo cedo. A matrona permitiu o rápido encontro, mas ficou acordada, esperando por sua volta. Não devia se demorar. Se o pai acordasse e procurasse por ela, estaria perdida. Então, masturbou o amado enquanto engolia seu cacete, querendo apressar seu gozo. Desejava seu esperma jorrando goela abaixo. Mais uma vez, ele meteu a mão entre suas pernas, enquanto gemia baixinho. Dessa feita, ela permitiu a carícia. Mas ele roçou o dedo na sua xoxota, lambuzou-o da seiva que escorria farta e enfiou a falange no ânus dela. Ela estancou, surpresa, mas ele pediu que ela permitisse a invasão. Garantiu que iria gostar.
Ana de Faria relaxou as pregas e o jovem fez-lhe uma massagem, untando-a com o próprio cio. Depois, introduziu o dedo médio, fazendo movimentos suaves e circulares. Ela voltou a agachar-se, lhe chupando o pau e facilitando-lhe o acesso à bunda. Aí, a moça sentiu as veias do ânus ficando mais grossas e intumescidas. Gostou daquela sensação. Aos poucos, foi-lhe dando arrepios na espinha. Liberou perfume do corpo, antecipando o gozo. Logo, expandia o túnel, sentindo o dedo do moço aumentar a pressão em seu buraquinho. Enfiou-se mais na falange, sentindo os primeiros espasmos do orgasmo provocado pela masturbação dele ali. Mas logo quis afastar-se, incomodada por aquele dedo. Ele ajeitou-se melhor e lhe introduziu mais um no cu. Ela soltou um gemido prolongado. Retirou o caralho dele da boca, querendo prolongar aquele gozo tão diferente dos que já sentira. Virou-se de costas, num pedido mudo para que ele lhe metesse na bunda. Ficou de quatro e o moço veio por trás dela. Encaixou com urgência a glande naquele orifício e não demorou a ter todo o caralho dentro da donzela. Ela mesmo fazia os movimentos de cópula, de forma cadenciada e sensual.
Ana de Faria estava convencida de que era muito mais gostoso gozar por trás, mesmo sem nunca haver tido um cacete metido na boceta. Lembrou-se que a mãe se masturbava enquanto tomava no cu e levou a mão ao clitóris. Esfregou o dedo ali, sentindo a aproximação do orgasmo duplo. Abriu mais o ânus e permitiu que ele recebesse mais a trolha. Depois, ficou mordiscando o pênis dele com as pregas, sentindo que o rapaz gostava quando ela fazia isso. Aí, percebeu o caralho dele inchar mais dentro de si. Ele anunciou que ia gozar. Ela preparou-se para ter o cu inundado de esperma. Esse pensamento fez com que antecipasse o próprio orgasmo. Ana de Faria e João Paes Barreto gozaram ao mesmo tempo.
FIM DA NONA PARTE