(IN)DIFERENTE-CAP. 3

Um conto erótico de Niss
Categoria: Homossexual
Contém 2412 palavras
Data: 25/11/2015 04:38:53
Assuntos: Gay, Homossexual

Logo que percebi que ele estava chorando eu fiquei um pouco sem reação, estava parado no meio da calçada com o celular no ouvido, eu não falava nada e ele também não.

-Calma, vou deixar minhas coisas aqui em casa e eu subo pro teu... -Fui interrompido

-NÃO, EU NÃO MORO MAIS LÁ, eu estou na frente da tua casa, vem logo por favor-disse ele finalizando com gemidos e soluços. Nunca o vi assim.

-Ok.-Disse e desliguei, apressei o passo e assim que viro a esquina da alameda Portugal, lá estava ele, com umas malas e caixas. Fui em direção a ele e larguei tudo pra consola-lo.

-Ei o que aconteceu? -Perguntei já pensando na resposta, e foi ela que veio mesmo.

-Meu pai, ontem eu estava conversando com um amigo lá de South, e expliquei pra ele, e de repente o meu pai entrou, quebrando tudo, gritando e gritando, que ele não tinha criado um menino pra ser traveco meia-boca, um inútil que fica se vestindo de mulher, ele me disse coisas piores, minha mãe entrou no quarto já chorando tentando fazer ele parar, ele bateu nela, com força, a dona Lolita (empregada), que já trabalha conosco há anos tu sabes, ela ficou com medo e aquela cena me cortou o coração, parece que ele pegou uma faca e cortou todo o meu coração eu não aguento mais, só fiz chamar a ambulância, a Janaina (irmã) chegou e acompanhou a mamãe e a dona Lolita. Minha mãe disse pra eu vir pra cá, ela já deve ter falado com a tua mãe, ela mandou eu arrumar minhas coisas, eu já emiti a minha passagem, viajarei no sábado. Me desculpa, mas, deixa eu ficar aqui contigo por favor Daniel. -Ele disse meio a soluços, lagrimas, e suplicando. Eu não ia deixar o meu amigo só, não mesmo.

Apenas o abracei fortemente, pedi ajuda da portaria para com as bagagens, e o ajudante nos ajudou bastante, levou tudo pro meu closet. Deixei-o dormindo na cama depois do banho.

Pensei, pensei, pensei... Eu vou com ele!!

Liguei pro Cassio, expliquei superficialmente as coisas, não toquei no assunto sobre sexualidade, limitei a problemas, e que iria com o meu amigo a Southampton. Depois liguei para minha mãe e com a autorização eu emiti os tickets, baseado na passagem impressa que ele tinha me mostrado, sairemos de tarde rumo a Lisboa e seguiremos pra Londres.

Estava terminando de imprimir as passagens, e ele apareceu pela sala, com a cara inchada de choro, logo se sentou no sofá. Apenas o encarei e fui preparar um lanche. Voltei com dois três sanduiches e dois sucos. Lanchamos sem falar nada e depois eu o olhei e falei:

-Eu vou com você.-E ele me olha confuso.

-Mas, pra onde?-Pergunta

-Pra Inglaterra ora, falei com o Cassio, com a mamãe e eles deixaram.-Respondi sorrindo.

-Oh Niel, você não sabe o quanto será mais fácil com você lá. -me respondeu com uma satisfação.

-Eu sei mas vou ter que ficar pouco tempo, não posso faltar muito a aula.-Respondi meio cabisbaixo por não poder acompanha-lo.

-Mas já faz muita diferença o voo é muito cansativo e você já passou por Lisboa uma vez não é?

-Sim só faço conexão lá, então vai ser mais fácil.

-Pois é eu só faço em SP.

Logo a minha mãe chegou e já foi abraçando-o e consolando, meu pai pensou que ele queria passar um tempo com a gente, não soube o real motivo já que os dois pais te quase os mesmos pensamentos, não poderia ser diferente em relação a isso.

A semana passou lenta, minha mãe foi a escola para explicar as minhas faltas e levar os documentos de transferência do Lexi.

Logo era sábado e eu levanto mais cedo para organizar toda aquela burocracia de voos internacionais etc... Nossas mães eram responsáveis por nos embarcar e os nossos irmãos Lucas e Cassio eram os que iam nos desembarcar. Chegamos ao aeroporto e tudo ocorreu normalmente, comemos, nos distraímos vendo aeronaves e tudo mais. Após as despedidas típicas de mães, conselhos, abraços como sempre. Embarcamos e logo estávamos nós decolando com a típica turbulência da tarde. A primeira parte do voo foi legal, nós lemos, e assistimos filmes. Pousamos em Belém, mas, foi bem rápido e já estávamos a 38 mil pés acima do nível do mar. O voo foi bem exaustivo e mega turbulento, parecia que estávamos dentro de um avião de brinquedo onde a criança chacoalha pra todos os lados. Enfim a segunda parte terminada, tivemos uma pequena complicação com o nosso avião que seguiria pra Londres, fomos em uma aeronave maior do que era pra ser e isso ocasionou uma confusão engraçada a bordo. Ninguém sabia o numero dos seus assentos, era engraçado e muito empolgante ver a tripulação a trabalhar na acomodação de todos os passageiros. Enfim o voo foi tranquilo em relação ao outro, logo pousamos na cidade da Rainha e começou aquela parte chata, o desembarque, pega mala, e outra, e outra, e leva pra revistar e etc...

Logo estávamos com os nossos responsáveis no carro seguindo para Southampton.

Lexi dormiu logo, eu ainda troquei umas palavras com o Lucas e o Cassio que avisaram a nossa chegada para o pessoal do Brasil. Quase fez um ano que não vinha pra cá. É tudo muito diferente, só foi o tempo de comer uma frutinha tomar banho e dormir, dormir...

Dormimos umas vinte horas seguidas. O famoso jet lag.

Acordei chequei o celular e ainda eram 1h da manhã no Brasil então supus ser umas 5h por aqui. Levantei, fui pra cozinha, todos ainda estavam dormindo, dormimos no apartamento do meu irmão Cassio. Lucas morava no andar de baixo. Esperei um pouco no sofá e então resolvi fazer um café da manhã. Tostei umas fatias de pão, fiz café, leite, chá, cortei umas frutas, peguei iogurte, e cereal e montei a mesa. Como lá estava bastante frio, o iogurte demorava pra esquentar. Sentei na varanda. Vendo o nascer do sol, tirei umas fotos e vi que o Lucas estava online no What's chamei-o pra tomar café, ele mal chegou e o meu irmão sai do banheiro, nem o vi entrar.

-Bom dia -Disse Lucas sorrindo.

-Bom dia -respondi- Bom dia Cassio!

-Bom dia para os dois-Respondeu Cassio- Niel?

-Oi

-Fez café?-Disse Cassio olhando surpreso para a mesa.

-Fiz. -Respondi-o sorrindo.

-Meu Deus, nem sei quando foi a ultima vez que tomei café da manhã em casa!-Ele disse sorrindo, empolgado.

-Aproveite!-disse sorrindo, e ele foi chamar a minha cunhada, que se chama Vanessa.

-Lex não acordou ainda?-Perguntou Lucas

-Acho que não, espere ai. -Fui no quarto e ele estava soluçando. Abracei-o.

-Ei, estamos na Inglaterra, não há motivos para ficar triste, seu irmão te aceita cara!!-Disse sorrindo.

-Eu.. Sei... Mas é di.. Dificil esquecer... -Disse meio a soluços.

-Eu entendo, mas, temos que segui em frente, mostre pra eles que és forte, que vais seguir a sua vida, e eu sei que vai ficar tudo bem amigo, posso não estar aqui com você, mas de lá, estarei torcendo por você. És forte, é a sua maior qualidade, vai dar tudo certo!!Eu te amo amigo, conte comigo sempre. Ele apenas concordou com a cabeça, e chorou mais uns minutos no meu abraço.

-Vamos tomar café? Seu irmão está ai fora te esperando.- Eu disse

-Tá, vou lavar o meu rosto. - E saiu rumo ao banheiro, fiquei meio comovido com o Lexi, ele sempre demonstrou-se muito feliz, e agora está assim, mas, infelizmente acontece com muitos.

Eu sai, ele trocou de roupa, e tomamos café todos juntos. Nossos irmãos foram trabalhar, e eu Lexi e a Van, pegamos um trem para Londres, ela como era a mais experiente, apesar de eu já ter vindo algumas vezes guiou-nos, fomos aos shoppings, mercados, assistimos a uma apresentação dos soldados, passeamos por toda aquela área, fomos ao Aeroporto que fica á beira do Tâmisa No começo da tarde estávamos indo almoçar.

-O que vocês preferem almoçar meninos?-Perguntou Van, enquanto andávamos pelo centro.

-Ah eu prefiro massas, amo!!!-Disse empolgado

-Eu também!-Disse Lexi, e nos olhamos surpresos, e rindo como retardados. A primeira vez que o vi sorrir desde quarta.

-Bom então podemos ir á um restaurante ótimo. -Disse Van empolgada.

Fomos á um restaurante muito legal, de vista tínhamos o Rio Tâmisa

-Nossa, esse panzerotti estava divino-Disse.

-Eu sei, a comida deles é fantástica-Van disse.

-Eu que o diga, comi mais que o suficiente, e olha que o gordo aqui é ele -Disse passando a mão na barriga, como se tivesse.

Eu não fico triste com as brincadeiras que os meus amigos fazem, eu mesmo brinco com eles, Ster, Carmen, Lexi, Lucas, Van, July e muitos amigos meus, até eu consigo rir das piadas hahaha.

-Meninos, o trem sai ás 18:45, combinei de ir á casa de uma amiga. Vocês sabem falar inglês muito bem, sabem das regras inglesas, por favor, não fiquem rindo que nem retardados, vão pensar que estão drogados, andem com documentos, fiquem relaxados, vocês conhecem Londres, não são burros, quando o filme acabar, me avisem, vocês sabem como chegar em casa, têm GPS, sabem se virar eu sei, amo vocês dois, tenho que ir. -Finalizou nos abraçando e nos beijando.

A Vanessa sempre foi assim, cuidadosa, nos tratava sempre com carinho, sorrindo, e ela é louquinha como a gente. Pedimos esse tempo para irmos na Clínica, ver a questão da cirurgia do Lexi. Mas só o Lucas sabia que iriamos na clínica. Pagamos a conta, e saímos, tomamos um táxi e fomos para o nosso destino. Chegamos na clinica, esperamos pouco tempo, e logo entramos. Conversamos com o médico-cirurgião, particular no caso, ele acordou-nos um valor bem acessível, tendo em vista que os nossos irmãos são muito bem pagos por conta da boa formação. Ele ficou bem animado, pois, não será necessária ajuda dos pais, pode parecer orgulhoso, mas, quanto maior a independência melhor.

-Agora só falta eu ir na escola, fazer a prova do Sixth Form, e ingressar na universidade.-Ele disse, animado

-Pois é, eu falei, vai dar tudo certo, eu vou estar aqui para a cirurgia.-disse sorrindo.

-Daniel, eu não sei o que seria da minha vida agora, senão fosse você-Ele disse me abraçando e beijando a minha testa.

-Que isso, sou seu amigo, sempre vou ser. -Disse retribuindo, abraçando-o. Fiquei feliz por ele, ele está voltando a ser carinhoso, na verdade ele nunca deixou de ser, mesmo na época em que ele "era hetero", é isso que adoro nele.

Como amigos, andamos abraçados, demos voltas e voltas, sentindo o frio maravilhoso de Londres. Por ser uma época de muito frio, o sol se põe as 17h em Londres, assistimos, junto á muitas pessoas, tiramos fotos, e fomos para um restaurante, comemos, e logo fomos á estação esperar a Vanessa, mas quando chegamos, ainda abraçados, ela estava sentada à uma mesa com outras três garotas, acenamos e ela chamou-nos:

-Ei, já estava nos esperando?-Perguntei em portugues. Ela no mesmo idioma repondeu:

-Na verdade, resolvemos vir pra cá, pois Lily irá conosco, ela quem é a namorada do Lucas.

Lexi e eu cumprimentamos-a, e começamos a conversar em ingles. Meio a conversa Lily disse:

-Bom então cunhadinho, você é viado?

-Oi? - Lexi e eu nos entreolhamos rapidamente, conversamos com os olhos coisas do tipo "que cara de pau", "não gostei dela" "e agora?"

-Ele é seu namorado certo? -Ela insistiu, cinicamente, e as garotas nos encaravam, menos a Van, que não entendia.- É que eu vi voces caminhando abraçados. Disse em tom de deboche.

Já indignado respondi:

-Somos amigos! Desde quando abraçar um amigo é ser gay? Não tenho culpa se na sua cultura isso é estranho, mas, nós somos estrangeiros, então temos culturas diferentes, e antes de você abrir a boca pra falar, deve ter conhecimento para não falar besteiras, e demonstrar uma possível senhorita ignorante. -Respondi no mesmo tom, e me levantei da mesa.-Com licença senhoritas, mas, me recuso a se relacionar com esse tipo de gente. E saímos, depois mandei uma mensagem a Vanessa avisando-a que iriamos espera-la na area de embarque.

Claro que já sou acostumado a ser zoado, xingado, a ouvir pessoas falando mal de mim e não senti muito. Ao contrario do Lexi, que estava começando, e ainda estava sensível por causa da conversa com o pai. Meio a olhares de algumas poucas pessoas, o abracei, e sentamos no banco. Esperamos, logo avistamos Vanessa vindo com a Lily do lado e com uma cara nada boa, parecia que a megera, havia explicado a cena pra Van. Ela chamou-nos, entregou nossos cartões de embarque. O trem tinha configuração 2x2, ou seja, quatro poltronas por fileira, e um corredor cortando entre as mesmas. Embarcamos e sentamos atrás delas, era possivel escutar uma conversa, que tinha como assunto algo que Lily insistia em chamar de "homossexualismo". Eu estava com cara de enojado para ela, e estava prestes a descer do salto. Porém, não quero ser punido e deportado. Então mantive a classe, e se eu tiver de discutir vai ser pra humilha-la. Mas que dá vontade de sentar a sapatada, dá. Logo que desembarcamos, saimos da estação e os nossos irmãos estavam nos esperando. E a megera insistiu em beijar, e agarrar o Lucas. Que correspondia. Ficamos olhando eles terminarem:

-É Lexi?- disse Lucas- Essa é a Li..

-Já conheço-Ele o interrompeu com um sorriso falso pra megera.

-E eu disse, nós vamos dar uma olhadinha pela cidade, vamos caminhando não se preocupem, em poucos minutos chegaremos, e é impossível não ver aquele edifício-Eu disse apontando pra o prédio mais alto da região.

-Bom se é assim, passaremos ao mercado, farei um jantar para todos nós. Cheguem antes da 21h.

-Pode deixar mano.

E então olhamos para a megera, que retribuiu um cínico sorriso, e fomos, passeamos, por perto do cais, compramos besteiras, objetos pra eu levar pra Ster, Carmen e para o Lubbe. E voltamos pro apê. Passamos pela portaria, demos um doce pro porteiro gente boa, que já nos conhecia. E era gatinho por sinal. No caminho até o elevador cochichamos fantasias sexuais com o cara da portaria, rindo como retardados como sempre, chegou a doer a barriga.

Saimos do elevador, e quando chegamos, lá estavam elesCONTINUA

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O que será que aconteceu hein??

Comentem por favor!!!!

Obrigado a todos os leitores.

Kisses, Niss.

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Como é triste a pressão psicológica que as pessoas com orientação sexual diferente passam. E como é cruel obrigar, querer forçar alguém a ir contra a sua natureza... Amei o capítulo, espero o próximo ansioso. Abraços

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