Amigos - Alone

Um conto erótico de Gunter
Categoria: Homossexual
Contém 1326 palavras
Data: 25/12/2015 15:46:55
Assuntos: Homossexual, Gay

Sabe na faculdade, não sei nas particulares, pois nunca frequentei uma apenas a federal da minha cidade, tem vários grupos definidos e é engraçado pois esses grupos tem subgrupos e eles se misturam uma hora ou outra, não sei se vocês pegaram a idéia mas vou tentar explicar. A federal da minha cidade é separada por institutos, e em cada instituto tem um certo comportamento particular que pode ser ou não seguido. Vou fazer a comparação mais marcante que é entre a de exatas, humanas e de direito (sim o direito tem um só pra eles). Nas exatas, as pessoas são soberbas, metidas, complexo de superioridade e o local é triste, pesado e dificilmente se ver pessoas felizes com suas notas mas todas as pessoas são bem esforçadas. O direito é o local de fartura, os alunos de lá são em sua maioria são de classe média/alta e sempre tem carros, sempre muito bem vestidos mas muito companheiro entre eles. Humanas é uma galera de bem com a vida, estuda, debate calorosamente, canta, ri o local é leve, descontraído e relaxante a tal ponto que as vezes alguns alunos de exatas chegam a invejar. Dentre esses institutos surgem clãs específicos mas em todos tem aqueles que se repetem como os marombas, mauricinhos, patricinhas, drogados, colões, gamers, geeks, nerds entre vários outros. O ponto é a diversidade de idéias, cultura, vida e é tão rico que te assusta... na minha opinião todos deviam passar por ali, pois talvez as pessoas respeitassem mais umas às outras. Você pode ser quem quiser e não vai ser ofendida, agredida ou desrespeitado. Eu era eu mesmo e ninguém ligava, ficava na minha, desenhava, estudava, escrevia, debatia, ficava isolado mas também interagia. Paz, finalmente paz. Admito, é cansativo e desgastante mas vale a pena. Na faculdade você faz o que em outra situação jamais faria. Foi na faculdade que fiz o que jamais seria possível... um amigo, minto... amiga.

No segundo período conheci Elizabeth, ela era irmã de um dos rapazes que treinavam lá em casa. Ela não era como eles e sim, incrível. Nos tornamos melhores amigos rápido, ela gostava dos mesmos livros, mesmas músicas, mesmas séries, mesmos filmes, mesmos desenhos, artistas, autores, diretores, TUDO. Era incrível a sintonia. Na faculdade eu era alguém em casa eu era apenas a sombra disso. O choque era tanto que chegava a demorar uns instantes pra se ajustar as realidades.

Mas foi em casa que eu realmente me apaixonei, não um crush como meu antigo diretor e sim algo de verdade, o que é horrível e desesperador.

Ele era o melhor amigo do irmão da Lizzy, o Alberto. Ele era perfeito... pra mim é claro... alto, pálido, olhos castanhos brilhantes e vivazes, cabelos pretos, magro e definido. E sobre a voz? Era grossa mas brincalhona, feliz e tinha um pouco da língua presa que em vez de ser feio o deixava ainda mais charmoso.

A primeira vez que eu o vi foi saindo do treino de judô... suado, fedendo e esculhambado. Mas quando olhei pro sorriso perfeito que ia até os olhos meu coração acelerou, meu rosto esquentou e corou violentamente, e comecei a hiper ventilar, e é claro a pagar de doido parado olhando fixamente... a sorte que não prestaram atenção. Corri para o meu quarto e desenhei ele enquanto a imagem não desvanecia dos meus pensamento, no entanto descobri com os dias que seria impossível esquecer.

-Lucas, acho que estou gostando do Miguel, disse Lizzy.

-Ele não gosta de moças, não é?

-Sim, ele não gosta... Não é perfeito? Eu fico gostando dele platonicamente e nunca haverá risco de eu me ferrar. Fico stalkeando e feliz.

-Seguro e eficiente, você termina o relacionamento quando bem entender. Eu apoio.

-E você luquinhas, quem está na mira?

-Não me chama assim, pior coisa da língua portuguesa é o diminutivo.

-Sério, responde... Não tem ninguém?

-Não gosto de mentir pra você, logo vou ignorar a pergunta.

-Beleza...

-Você não vai me intimidar com um beleza Miss Elizabeth.

-Você não vai me acalmar me chamando assim Mr. Dalrian.

-Eu não sou o primogênito mas ser chamado assim.

-Beleza.

-Para, por favor.

-Beleza.

-Você é a única pessoa no mundo que consegue intimidar alguém com um beleza. Se eu contar pra você terá que me prometer sigilo, discrição e o mais absoluto segredo . Promete?

-Pelas crônicas de gelo e fogo.

-Agora estou mais confiante, caso quebre terá que pagar em fogo e sangue... Deixando bem claro desde já que ele é a única exceção do grupo e espero que seja pela eternidade e muito em breve o nem essa exista.

-Esta bem mas eu quero nomes, AGORA.

-Alberto.

-De que curso?

-Direito.

-Você vê essa galera pelo menos?

-Se você me deixasse contar a história nos meus termos, faria sentido.

-Fala logo, caramba.

-Era uma noite de verão...

-Gurrrrrlllllllll, stop.

-Ok Ok... mas sério meio que começou assim. Foi paixão a primeira vista.

-Só existe tesão a primeira vista.

-É possível ter tesão em um sorriso?

-Big Dick Richie.

-Pelos deuses é verdade, mas o Richie é exceção.

-Loki, Capitão, Guardião.

-Você está apelando.

-Esta bem, mas que da, da.

-Ponto provado. Mas não é esse tipo de sorriso, entende? É um sorriso espontâneo, doce e sem malícia. Um sorriso por sorrir.

-Eca. Tu está na merda e nem me diz nada.

-Você não havia me perguntado antes.

-Beleza.

-Não começa.

-Beleza.

-Beleza, não conto mais.

-Ok Ok. Conta aí. Eu conheço.

-Sim.

-Ok Ok.

-Ele treina lá em casa.

-NÃAAAAAAAOOOOOOOOOOOOOO.

-Para de pagar de doida.

-NÃAAAAAAAOOOOOOOOOOOOOO.

-Para caramba.

-Eles não Lucke, por favor não eles.

-Você esquece que seu irmão treina lá também.

-EXATAMENTE, conheço ele e eles. Péssima escolha pra começar.

-Primeiro, você fala como se eu tivesse escolha e segundo estou tão feliz quanto você. Mas o que eu posso fazer?

-Decepcionada.

-Eu também. Acredite.

-Espera... É o Betto? O Betto?

-Sim.

-Pelo menos você escolheu a maçã menos estragada . Ah ele é um fofo, educado mas não presta tanto quanto os outros.

-Eu sei. Mas mesmo que prestasse ele é hétero.

-Sim. Ao menos eu comando meus crushs e na minha cabeça pode dar certo.

-Eu não sei lidar. E por favor descrição. Se eles descobrirem eu sumo de casa e depois com você.

-Não vai ser por mim que eu vão descobrir.

-Obrigado, acho que precisava contar pra alguém.

-Disponha, luquinhas.

-Um dia o universo vai sorrir pra mim Elizabeth e nesse dia ele deixará de sorrir pra você e vai ser aí que minha vingança vai se realizar e você lembrará de cada luquinhas, luquizinho, cuzinho, lulu, luzinho que proferiu nossa vida pra mim.

-Ameaças vazias não me afetam Mr. Lucas.

-Pois espero que crie mais juízo no futuro Miss Lizzy.

-Não, obrigado.

Elizabeth foi a pessoa mais importante da minha fase depois do ensino médio. Com ela debati e aperfeiçoei minhas idéias, com ela aprendi tudo sobre feminismo e sua causa, com ela aprendi tudo sobre meu signo e mesmo não acreditando era divertido especular, com ela a solidão foi dando adeus, com ela eu descobri o amor fraterno, com ela eu pirei sobre filmes, livros, animes e tudo o mais, com ela eu chorei rios de lágrima escutando Adele e seu álbum 21, com ela dei meu primeiro beijo, com ela descobri que me sentia atraído por garotas também, com ela descobri o gosto do que é a felicidade. Enfim, Elizabeth foi o princípio e o composto ativador da minha vida. Foi ela e somente ela que me mostrou a porta e me guiou até ela, disse me não tenha medo e venha. Lizzy foi minha psicóloga, terapeuta, irmã e amiga. Tenho orgulho da minha amiga e tenho orgulho de mim por conservá lá ao meu lado até hoje.

Vou postando quando der. Não vai ter regularidade mas vão vir. Espero que gostem, pois é o único presente de natal que eu posso dar pra vocês. Feliz natal.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Gunter a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários