- Ok! Ok! Tu venceste! – Disse Bruno
- E isso significa? – Eu perguntei
- Significa que a gente vai tentar ser mais sociáveis um com o outro.
- Já é um começo! Deixa eu apresentar vocês. Guillaume, esse é meu marido, como eu te falei, ele se chama Bruno.
- Encantado, Bruno! – Ele estendeu a mão e Bruno apertou.
- E esse é meu irmão, ele se chama Thiago.
- Satisfação em conhece-lo! – Guillaume estendeu a mão para Thi que a apertou.
- Posso falar contigo um minutinho, amor?
- Claro!
Nós nos afastamos do Thi e do Guillaume que ficaram conversando.
- Tu sabes que eu só fiz isso por ti, né?
- Sei, sim!
- Tu sabes que eu não sou amiguinho dele, não sabe?
- Também sei! Eu não pedi para serem amigos, eu só pedi para serem educados um com o outro e para não me colocarem em situações difíceis onde eu tenho que falar por turnos.
- Ok! Tu também sabes que eu não gostei nada dessa gracinha de ter vindo falar com esse cara.
- Também sei! Não fiz isso pra ti gostar, foi justamente o contrário. E SIM eu iria continuar falando com ele até vocês se entenderem. Eu não vou parar de falar com meus amigos, Bruno. Não mesmo! Estamos casados e eu sempre te respeitei, nunca te dei motivos para nenhuma desconfiança. Tu sabes que eu te amo, até por que já deixei isso bem claro, e não é por que eu te amo que eu vou esquecer que eu tenho uma vida, além da NOSSA vida. Eu tenho amigos, tenho conhecidos e vou continuar tendo, amor. Eu sou assim, gosto de ter quem eu amo perto de mim, não vou mudar. E eu acho que nós estamos juntos justamente pelo fato de tu seres assim também.
- Eu sei, eu sei de tudo isso. Mas, às vezes, Antoine, tu tens algumas atitudes que eu não gosto muito.
- Amor, a vida é assim mesmo. Eu não sou perfeito e nem tu és. Tu também tens atitudes que eu não gosto, mas eu relevo. Acredito que estar com alguém é isso, é aprender a relevar determinadas situações para poder ter uma relação saudável.
- Tudo bem! Tudo bem! Não vamos conversar sobre isso aqui, né? – Ele disse rindo e me abraçando
- Não mesmo! Mas foste tu quem puxou o assunto. – Eu cutuquei ele.
Nós fomos até Guillaume e Thi, mas sentamos um pouco afastados, eles estavam conversando e nós não quisemos atrapalhar.
- Eu estava pensando... como o Dudu vai reagir a tudo isso? Tu sabes que ele é meio bobão.
- Bobão, não! Ele te ama, aquele sim te ama como irmão.
Eu percebi a alfinetada dele, mas relevei.
- E eu o amo também, por isso me preocupo com ele.
- Amor, acho que essa é a tua melhor qualidade e o teu pior defeito: tu te preocupas demais com os outros. Tu precisas te preocupar contigo, agora.
- Não tenho com o que me preocupar, eu sei que vou fazer quimio, eu sei que vou ficar feio novamente, perder cabelo, peso e etc. Eu sei que vou ter que fazer uma operação para retirar o tumor, eu sei que meu humor vai variar demais, eu sei que terei dificuldade para fazer as coisas sozinho. Eu já passei por tudo isso, tudo bem. Eu só me preocupo com quem cuida de mim, por que quem cuida de mim sofre tanto ou mais do que eu. Eu lembro como minha família ficou. Eu me preocupo contigo, amor. Não sei como tu vais reagir a tudo isso.
- Mozão, eu sou oncologista, eu estou acostumado a ver essas coisas.
- Eu sei, mas tu estás acostumado, ou melhor, preparado para me ver nessa situação?
Ele engoliu a saliva que tinha na boca e ficou em silêncio.
- Tá vendo, é por isso que eu me preocupo.
Nos chamaram para entrar na aeronave, agora só tínhamos que esperar algumas horas e já estaríamos no Brasil. Eu estava louco pra chegar na minha casa.
Thi conversou durante todo o voo com Guillaume e, já que estava tudo tranquilo, eles não estavam brigando e nem me deixando louco, eu dormi o voo inteiro, hora ou outra eu acordava quando Bruno falava alguma coisa comigo. Mas, eu dormi quase o voo inteiro. Eu achava que ia ser um voo bem difícil graças as duas crianças que estavam viajando comigo, mas tudo correu muito bem. Bendita hora que eu fui falar com o Guillaume!
- O papo foi bom, hein? – Eu disse quando nos despedimos do Guillaume ao desembarcamos em Belém
- Pois é... – Ele disse sem graça
- E aí?
- E aí o quê?
- Não vai me falar mais nada?
- Não tem nada para falar...
- Conta outra, Thi. Vocês passaram horas tagarelando e não tens nada pra falar? Por favor, né? Trocaram pelo menos telefone?
- Sim!
- Aíiiiiiiiiiiiii garato!!!!
- Para, Antoine!
- Ah, qual é, Thi? Ta com vergonha de mim?
- Ai, até que enfim eu consegui pegar essa mala! – Bruno chegou resmungando, pois a mala dele havia desaparecido.
- Onde estava, amor?
- Esse povo incompetente não colocou a mala na esteira, ficou no carrinho de desembarque de bagagens.
- Hum...
- Podemos ir?
- Sim!
Nós tivemos que ficar em Belém por algumas horas. Nós chegamos em Belém às 7h e nosso voo só sairia às 17h. Então, nós fomos para um hotel, pagamos um quarto para nós três, visto que ninguém ficaria no hotel, era só para guardar as malas mesmo e poder tomar um banho para poder viajar novamente.
Nós fomos passear pela cidade, almoçamos por lá. Eu AMO, AMO, AMO, AMO a comida típica de Belém. É quase a mesma coisa de Macapá, mas o tempero de lá é muito bom. Tem uma erva chamada jambú que dá uma certa ardência na boca que é uma delícia. Em Macapá também tem essa erva, mas é de um tipo diferente, já me falaram que a daqui é igual a de Manaus, é mais suave o sabor, não tem a ardência gostosinha que a do Pará tem.
Eles estavam se comportando direitinho, não brigavam e ainda trocavam algumas palavrinhas gentis. Passamos o dia inteiro juntos e foi muito agradável. Nós voltamos para o hotel, tomamos um banho, descansamos um pouco e depois fomos para o aeroporto. Eu estava louco para chegar em Macapá.
Nós chegamos atrasados graças a um taxista lerdo que não conhecia a cidade direito e se perdeu tentando chegar no aeroporto. Agora, que taxista se perde no caminho do aeroporto de uma cidade? Todo taxista tem o dever de conhecer PELO MENOS a rota do aeroporto.
Felizmente, deu tempo para pegar o avião. Mas, também, foi só chegar despachar a bagagem e correr para a aeronave. Em menos de uma hora nós já estávamos aterrissando em Macapá, para a minha alegria.
Quando eu sai da sala de desembarque, eu pude ver o Dudu com um sorriso ENORME no rosto e pulando feito um maluco, Jujuba e Papa com um olhar de preocupação, Loh e Maman super felizes. Anne e Gui me olhavam de forma estranha, eu não conseguia decifrar. Mal sabiam que a felicidade não ia durar tanto assim.
Dudu veio derrubando todo mundo e veio correndo na minha direção. Ele pulou em mim e eu gritei com dor no joelho. Bruno deu um empurrão no Dudu que o bichinho ficou assustado.
- Tá tudo bem? – Bruno perguntou
- Meu joelho, tá doendo.
- O que foi? – Jujuba veio correndo saber o que tinha acontecido
Lindo, passando vergonha logo na chegada.
- Mano, o que foi? Eu te machuquei? – Dudu falou todo sem jeito, tadinho.
- Não, tudo bem! – Eu o abracei – Só estou com meu joelho machucado, bati antes de viajar.
- Poxa, desculpa!
- Tudo bem! Como tu estás?
- Tô bem! Caralho, que saudade que eu estava de ti, velho!
- Eu também estava com saudade de ti, minha quenga preferida.
- Sai pra lá, brutamontes! Deixa eu falar com meu irmão também.
- AH, sua macumbeira de beira de estrada...
- Macumbeira é a senhora sua avó, gorila de academia.
Que saudade que eu estava daqueles dois.
- Filhote! – Papa veio em minha direção.
- Papa! – Eu disse indo abraça-lo.
- Tá tudo bem? Como foi o voo? Não tiveste nenhum problema?
- Não! O senhor ainda não falou para ela, não é?
- Ainda não! Não tive coragem!
- E eu que vou ter que contar?
- Não, eu disse que eu cuidava disso e eu irei.
- Os meninos já sabem?
- Já!
- Papa, como o senhor conta para duas crianças e não conta para a Maman?
- Quando ela soube que tu estavas voltando, ela até passou mal de tanta felicidade. Imagina se eu contasse o verdadeiro motivo da tua vinda.
- E o que o senhor falou pra ela?
- Aproveitei a mentira do Bruno e do Thi.
- E ela caiu?
- Sim!
- Antoine!! – Eu ouvi Gui me chamar e vir correndo me abraçar, ele começou a chorar.
- Calma, Gui! Eu voltei!
- Mas voltou doente! – Ele falou baixinho.
- Mas voltei, não foi?
- Sim!
- Que bom que tu voltaste, maninho. – Anne me abraçou também.
- Eu estava com saudade de vocês!
- Chéri! Tu m’as beaucoup manqué!
- Toi aussi, Maman!
- Amigooooo!!! – Loh também me abraçou e eu a agradeci mentalmente.
Se Maman tivesse mais tempo, ela iria me fazer mil perguntas e eu não saberia responder.
- Loooooh!!!
De longe eu via todo mundo falando com o Thi e com o Bruno. O pessoal passava primeiro por mim e depois iam falando com os meninos. Dudu estava quietinho, ele ficou super sem jeito depois do que aconteceu.
Eu fui até ele.
- Ei, o que foi?
- Eu sou um idiota mesmo, viu?
- Dudu, tu não sabias que eu estava doente.
- Doente? Tu não tinhas só batido o joelho? O que tu tens?
Eu me xinguei de todos os palavrões possíveis.
- Sim e não. Mas, depois eu te conto. O que vamos fazer? Tenho certeza que tu programaste alguma coisa.
- Com certeza eu programei! Na verdade, eu e a macumbeira.
- Vocês se amam, velho!
- Tu não falas comigo não, seu sacana? – Bruno veio ao nosso encontro
- Porra, tá doendo aqui do teu empurrão ainda.
- Foi mal, Dudu. Eu vi o Antoine gritar e eu tive que te tirar de cima dele. Foi mal, cara. Mas, eu não ganho nem um abraço, porra?
Eles se abraçaram e começaram a conversar e me deixaram de lado. Isso era frequente entre eles. Eu já nem estranhava mais.
- Vamo parar com a viadagem aí e vamos embora? Eu tô morta de fome e preciso comer.
- E a macumbeira agora é esfomeada também.
- Eduardo, nem pra tu teres uma pira forte no colhão. Que tu possas te coçar que nem um cachorro pirento.
- E depois não quer ser chamada de macumbeira...
- Vamos logo, gorila!
- E tu vens com a gente?
- Claro!
- Mas não cabe no carro!
- COMO ASSIM? TÁ ME CHAMANDO DE GORDA, ANTOINE?
- Não, maluca! Mas, vamos fingir que tu sabes matemática, tá? Olha só: o carro do Dudu tem 5 vagas. E iremos Dudu, Loh, Thi, Bruno e eu no carro. Faça a soma, querida, dá quanto mesmo?
- Ah, sua bichinha quáquá... pra tua informação a Loh não vai com a gente.
- Como assim? Por que?
Dudu lançou um olhar de morte para a Jujuba.
- Eles não estão mais juntos!
-O QUÊ?
0- É, mano, não estamos mais...
- E TU NÃO ME FALAS NADA? COMO ASSIM? EU NÃO POSSO FICAR ALGUNS MESES FORA QUE TUDO DESANDA? E AQUELE AMOR TODO? CADÊ? ERA FALSIDADE?
- Isso, Antoine, pode brigar com o parrudo, ele não ouve ninguém.
- Depois a gente conversa! – Dudu disse – Vamos?
- Mas com certeza nós vamos conversar.
Nós distribuímos as malas entre os carros e fomos direto para a minha casa, os meninos tinham organizado tudo lá.
COMENTÁRIOS DO AUTOR
OIIIIIIIIIIIIIIIIEEEEEEEEEEEEEEEEE, MEUS AMORES! FELIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIZ NATAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAL!!!! DESEJO TUDO DE BOM, MUITAS ENERGIAS POSITIVAS PARA TODOS VOCÊS, SINTAM-SE ABRAÇADOS E BEIJADOS. Como foi o Natal de vocês? Comeram muito? Eu estou largado em casa, só me mexo de alguém me empurrar, por que ontem eu meti o pé na jaca legal. Dieta? Nem sei mais o que é isso, só encontro com essa sujeita segunda feira. kkkkk
Eu ia publicar ontem, mas o povo aqui em casa não deixou. Desde que meus irmãos chegaram, a casa vive em festa. Mamam e Papa estão muuuuuuuuuuuito felizes em ter as crias todas em casa. Por isso meu sumiço, desculpem-me. Eu precisava dar essa atenção aos meus irmãos.
E eu tenho uma noticia boa: EU JÁ ESTOU DE FÉRIAS!!! PUBLICAÇÃO DIÁRIA, AGORA! E AGORA É PRA VALER!!!!
Um mega beijo para todos! Amanhã estou de volta, mais gordo do que hoje COM CERTEZA! Kkkkkkk