[ FELIZ NATAL A TODOS XXX ]
[GLUE 09]
Passei a noite em claro toda vez que eu fechava os olhos vinha à imagem no Luan na minha cabeça e suas palavras. Levantei-me olhei no relógio eram cinco da manhã fui direto ao banheiro liguei o chuveiro logo o vapor da agua quente subiu ao ar. Deixei minha roupa sobre o chão e me pus abaixo da agua quente, ela passava a queimar minha pele e cada vez que eu fechava os olhos eu me lembrava de como era bom ter o Luan por perto, sua mão percorrendo meu corpo a sua boca na minha.
Meu Deus do céu só posso estar ficando louco pensei comigo mesmo. Sai do banheiro passei a mão sobre o espelho que estava coberto pela neblina de agua quente meus olhos estavam inchados, fiquei me encarando por uns momentos voltei ao quarto coloquei uma cueca limpa e me deitei na cama novamente.
O ventilador de teto continuava a girar, sempre gostei de ficar encarando ele porque para eu era relaxante. Acordei com o relógio despertando, não poderia faltar mais a aula toda vez que eu era atingido pelo Luan e também para evitar perguntas da minha mãe. Troquei-me seguia a cozinha eu estava sem fome, minha mãe me encarava em silencio, mas não me deu o desprazer de suas perguntas. Sai de casa comecei a caminhar o clima estava agradável, carros cruzavam as ruas, ônibus cheios de alunos passavam por mim. Pensava em tudo que havia acontecido e realmente cheguei à conclusão de que não sabia oque fazer.
Cheguei ao colégio os alunos passavam por mim com suas conversas e brincadeiras e me veio a memoria de como eu e o Luan éramos no começo cheios de alegria e de vida, e nessa hora eu só sentia uma dor no peito. – Eai como esta, foi perguntando Marcelo chegando por trás de mim. – Não sei ainda respondi, não sei se quero ficar aqui. Ele segurou na minha mão e ficamos parados olhando a entrada de ferro do portão principal que dava direto aos corredores das salas de aula. – Não precisa se não quiser o disse. Comecei a chorar de novo. – Vamos sair daqui disse ele me puxando pela mão. Pouco tempo depois já estávamos algumas quadras longe da escola, pude ouvir o sinal de entrada. Continuava caminhando sem dizer uma palavra, a mão dele ainda segurava a minha nesse momento não me importava de quem visse nos dois eu só queria um tempo de tudo.
– Não te entendo foi dizendo ele; Você não esta com ele por medo de se abrir para o mundo e mesmo assim esta nessa tristeza toda, e não se importa de eu estar segurando sua mão em meio estas pessoas que passam por nos. Eu continuava calando enquanto ele me guiava. – Você precisa se decidir Júlio, se não pode ficar nessa de meio termo, isso vai acabar te despedaçando aos poucos e o fim disso tudo não vai ser um final feliz. Chegamos à praça principal e nos sentamos em um dos bancos. – O que você quer da sua vida Júlio? O perguntou. Essa pergunta abriu tantas respostas na minha cabeça e todas essas respostas me levavam ao Luan. – Não sei Marcelo, realmente não sei. As pessoas passavam em nossa frente com seus compromissos mundanos. – É hora de encarar o mundo Júlio foi dizendo Marcelo enquanto olhava a fonte no centro da praça – Por mais que eu queira ter uma chance com você, ver você desse jeito me deixa muito triste e se for o caso de você ficar com o Luan pra ser feliz que assim seja. Nesse momento olhei para o Marcelo e toda aquela visão que eu tinha dele antes foi embora, a visão do garoto idiota, que só pensa em coisas fúteis realmente tinha ido embora. Ele me olhou e me deu um beijo, passou seus polegares sobre minha bochecha – Vá ser feliz seu muleque bobo, para de arrumar problemas se não vou te dar outras palmadas foi ele dizendo com um sorriso no rosto. Levantei-me do banco olhei para ele e dei uma aceno de cabeça, ele retribuiu com um sorriso.
Voltei para casa com meus passos apressados, decidido a mudar tudo mudar minha vida. Cheguei em casa deixei a mochila na cozinha e fui direto ao quarto da minha mãe q estava de joelhos sobre o chão. - Mãe preciso falar com você fui eu dizendo entrando no quarto. - Espere disse ela que continuava de joelhos, estou terminando minhas orações. Fui ate a sala fiquei andando de um lado ao outro, depois de mais ou menos quinze minutos de espera ela apareceu. – Posso saber por que não esta na escola? A perguntou num tom seco. – Mãe eu preciso falar uma coisa respondi. – Eu não sei ate quando você vai ficar inventando historia para faltar à aula Júlio, você quer o que para sua vida começou ela a resmungar. – Mãe não é isso... Continuei. – Então o que é, porque não é de agora que estou notando que você esta muito estranho, não fala, não come; Não vá me dizer que esta usando drogas? A perguntou. – Eu não acredito que você esta me perguntando isso respondi. – Então o que é me fala? Porque é a única explica... – Mãe eu sou gay disse eu a interrompendo. A figura que estava em minha frente era indecifrável, o olhar dela era como se o mundo estivesse desabando. – O que você falou, perguntou ela vindo em minha direção. Eu fiquei em estática. – Me responde Júlio oque você disse foi dizendo ela num tom mais alto. Minha respiração era acelerada. – Mãe eu sou... E com isso só vi sua mão acertando meu rosto. – Como pode fazer isso comigo foi dizendo ela, estava furiosa. Eu continuava com a mão no meu rosto. Seu olhar era de desprezo. – O que seu pai diria disso, ainda bem que ele esta morto para não passar por isso. Comecei a chorar, passei por ela e subi pro meu quarto. Tranquei a porta, me encostei-me a eu chorava em silencio, tudo parecia me sufocar. Será que fui longe de mais, será que estraguei tudo, essas perguntas rodeavam em minha cabeça meu peito estava apertado e me senti tão sozinho.