Priscila:- Já estão indo pro velório?
Jéssica:- sim
Priscila:- Tarssi, meu amor – ela disse indo dar um abraço, mas Tarssila recusou
Tarssila:- me esquece Priscila
*LIBERDADE 4EVER – CAPÍTULO 36*
Tarssila:- você já causou muito transtorno na minha vida, eu não quero falar com você agora – ela estava arrasada
Priscila:- meu Deus, eu sinto muito pelo que houve com o João, mas eu não tive culpa de nada Tarssi, eu te amo, você não pode me dar as costas agora
Tarssila:- eu to muito confusa, não me procura mais
Deyse estava com um olhar mortal para Priscila.
Suelen:- vem Priscila, acho que agora não é o momento certo para discutir – ela puxou a amiga
Priscila:- Tarssi eu te amo, você não acredita no meu amor?
Tarssila não quis responder. A dor da perca do pai, era maior que a raiva que Deyse estava sentindo das duas. Priscila entrou no carro de Suelen.
Priscila:- eu não acredito que ela não quer mais nada comigo – ela estava chorando
Suelen:- Priscila se acalma, ela está muito abalada agora, você precisa dar um tempo, vai ficar tudo bem
O cemitério era perto e todos foram caminhando a pé até a capela onde o corpo de João Carlos seria velado. Deyse estava sendo consolada nos braços do tio Luan.
CASA DE ELIS
Tamy estava cuidando de Elis mais uma noite.
Tamy:- Suzan, você se importa de colocar água para ferver, está na hora do banho
Suzan:- não
Tamy:- eu vou precisar da sua ajuda, da sua também Maria
Maria:- ela não consegue levantar?
Tamy:- você sabe que não, ela está acamada
Maria:- então como vai fazer?
Tamy:- existe todo um preparo que vocês vão ver agora
Tamy não estava ligando para a frieza que Suzan estava para com ela.
Suzan:- até quando você vai continuar aqui?
Tamy:- até quando eu quiser, não tenho nenhum motivo para trocar de paciente, venham me ajudar
VELÓRIO
Todos aguardavam em silêncio a chegada do corpo, quando o celular de Jéssica começou a tocar.
Jéssica:- alô?
Daiane:- Jéssica querida
Jéssica:- oi mãe
Daiane:- onde você está? Que voz é essa?
Jéssica:- estou em um velório
Daiane:- era isso mesmo que eu queria saber, liguei para Antônio e ele me disse que não sei quem tinha morrido, não soube me explicar direito
Jéssica:- o marido da Tarssila
Daiane:- ai que pena, eu vou aí dar os meus pêsames, me passe o endereço
Jéssica informou e em seguida encerrou a ligação pois a funerária estava chegando com o corpo. Foi um momento de tristeza para a família e amigos. Deyse desabou no choro em cima do caixão.
Tarssila:- filha – ela foi tentar abraçar, mas Deyse se esquivou
Deyse:- tire essas mãos sujas de mim
Tarssila:- Deyse, eu estou sentindo a mesma dor que você – ela chorava
Deyse:- como a senhora pode dizer isso? Se ele está aqui, a culpa é sua, vagabunda – a garota saiu chorando
Ser rejeitada pela filha estava doendo no peito de Tarssila. Era maior que a dor de perder o marido, muito maior.
Dandara:- calma Tarssi, vocês duas vão se acertar ainda
Tarssila:- minha filha me dizendo isso, e ela está com toda razão – ela chorava
Dandara e Jéssica olhavam com pena para amiga. Luan tentava fazer Deyse entender a situação.
Luan:- Deyse desse jeito nada vai se resolver
Deyse:- eu não quero que nada se resolva, eu to cansada, cansada
Luan:- não fica assim, eu sei que você tá mal, mas brigar com a sua mãe só dificultam as coisas
Deyse:- ela não é mais minha mãe, será que ninguém me entende? Parece que vocês todos querem que eu aceite uma coisa que não é normal cara, eu não entendo, eu acho que não quero mais saber de vocês, todos vocês estão me dando asco
Luan:- Deyse – ele segurou ela com força – não se trata de aceitar as coisas, mas olhe onde você está, você está num cemitério, um dia todo mundo vem pra cá e de nada adianta ficar guardando mágoa desse jeito, ainda mais da mulher que te criou a vida inteira
Deyse:- não fez mais do que a obrigação dela, antes de morrer, o meu pai falou comigo no telefone, ele só bateu o carro porque estava pensando na safadeza que minha mãe aprontou mais cedo, se ela não tivesse feito isso, ele estaria aqui agora, sai daqui Luan, eu quero ficar sozinha, não quero ninguém me pertubando – ela disse chorando
Luan percebeu que seria muito difícil de resolver aquele problema.
Daiane e Antônio chegaram, ambos que os seus carros.
Daiane:- boa noite querido
Antônio:- boa noite, a noite não é das boas
Dandara:- amor – ela foi beijar o companheiro
Daiane:- boa noite Dandara
Dandara:- boa noite Daiane, veio fazer o que aqui?
Daiane:- prestar minha solidariedade, estou chocada com isso, sinto muito pela Tarssila – ela disse reparando que Dandara estava um pouco gorda
Dandara:- entendi, mas você já arrumou seu carro?
Daiane:- eu peguei hoje na oficina, obrigado pela carona de sábado
Daiane entrou para conversar com Tarssila.
Daiane:- minha querida, sinto muito por você, meus pêsames – ela disse abraçando a mulher
Tarssila:- obrigado Daiane
Daiane:- eu sei que não é fácil perder um amor, ainda mais para a morte, que Deus o tenha
Tarssila:- pois é
A noite foi longa, as horas passavam, o cansaço batia, mas ninguém ia embora. Deyse estava no seu canto, longe de todos. Por volta da meia-noite, Duda chegou ao velório.
Duda:- Deyse, amiga – ela deu um abraço na amiga
Deyse:- obrigado por ter vindo
Duda:- imagina, to muito triste por você, vai ficar tudo bem
Deyse:- eu não to aguentando essa dor
Duda:- chora amiga, chora que é bom chorar, por que esta aqui isolada?
Deyse:- não quero saber dessa gente falsa
Duda:- nossa, vou pegar uma água pra você – ela saiu
Gisele e Yngrid chegaram ao local para buscar Jéssica.
Yngrid:- Jéssiquita, viemos te buscar – ela sorria
Gisele:- oi Jé, estamos chocadas com isso
Jéssica:- todos nós né, mas eu irei ficar aqui
Yngrid:- sério que a gente veio aqui atoa? Eu disse pra perguntar pra ela Gisele
Gisele:- Yngrid menos, tem certeza Jéssica?
Jéssica:- a Tarssila está muito mal
Gisele:- a gente veio pra ficar um tempo aqui
Yngrid:- como assim um tempo Gisele? Você disse que já ia voltar pra casa! Não quero passar a noite num velório
Jéssica:- não era você que gostava de ir visitar o cemitério em dia de finados? Aqui você está bem pertinho dele
Yngrid:- aff, ok, já que estamos aqui, vamos dar os nossos pêsames a família
Jéssica reconheceu a blusa que Yngrid estava usando.
Jéssica:- espera aí, de quem é essa blusa aqui? - ela se dirigiu a Yngrid
Yngrid:- ai Jéssica, como Curitiba faz frio a noite e eu tava sem nenhuma blusa de manga cumprida, a Gisele disse que não tinha nenhum problema de eu pegar uma sua, já que usamos o mesmo tamanho, eu adorei ela
Jéssica:- nenhum problema é?
Yngrid:- tem algum problema?
Jéssica:- devia ter me avisado antes
Yngrid:- fiquei meio retardada na hora que esqueci
Jéssica estava com vontade de arrancar a blusa daquele corpo.
Jéssica:- não quero que isso se repita
Yngrid:- tá bom amiga, relaxa – ela disse indo olhar o falecido
Yngrid reconheceu Deyse sentada e foi falar com a garota.
Yngrid:- sinto muito pelo seu paizinho
Deyse:- quem é você?
Yngrid:- não lembra da festa? Yngrid
Deyse lembrou que ela era lésbica.
Deyse:- sai daqui sua lésbica
Yngrid:- é assim que você me trata? Sua ignorante
Deyse:- não quero saber de gente da sua laia
Yngrid:- eu só não meto a mão na sua cara aqui porque tenho classe, vai arrumar esse cabelo que você está parecendo uma bruxa, beijos – ela disse saindo
A madrugada fria foi passando, dando lugar ao amanhecer do dia. Em algumas horas, aconteceria o enterro de João Carlos. Tarssila novamente, foi tentar conversar com a filha.
Tarssila:- Deyse, deixa eu te dar um abraço
Deyse:- eu não quero te abraçar – ela disse chorando
Tarssila:- não faz isso comigo filha, pelo amor de Deus
Deyse:- não quero te ouvir, por favor, saia daqui
Tarssila:- você está pegando muito pesado comigo
Deyse:- ah eu é que to? Muito bem dona Tarssila, eu é estou errada né? Me poupe
Tarssila:- eu espero que você não passe pelo o que estou passando, acho que não tem dor maior do que isso que você está fazendo comigo
Deyse:- tem, tem a dor que a senhora está fazendo eu passar, que foi perder o meu pai, descobrir a vergonha que a senhora fez, CHEGA eu não quero mais olhar na sua cara, todo o carinho, todo o respeito que eu tinha, caiu por terra, você não é mais a minha mãe, você matou o meu pai, ai eu não quero mais ver você na minha frente – ela disse indo perto do caixão
Tarssila:- meu Deus tenha misericórdia de mim
Deyse:- pai, eu te amo, eu te amo paizinho, levanta pai, levanta pai – ela estava surtando
Tarssila:- Deyse para de descontar tudo em mim, foi uma fatalidade ele morrer nesse acidente
Deyse:- NÃO, NÃO FOI – ela se desesperou no momento de fechar o caixão e desmaiou novamente
PERUÍBE
Tamy acordou Suzan e Maria Fernanda para relatar um acontecimento.
Tamy:- acordem as duas, rápido
Suzan:- o que houve?
Maria:- oi
Tamy:- a dona Elis está passando mal
Suzan e Maria deram um pulo da cama ao ouvir isso e correram para o quarto, onde Elis estava sendo colocada em uma maca. O SAMU estava no local.
Maria:- o que aconteceu?
Tamy:- ela passou muito mal, a temperatura caiu, a pressão baixou, eu tive que chamar a ambulância
Suzan:- mas ela não estava assim sua incompetente, o que você fez?
Tamy:- eu não fiz nada sua louca, é normal que ela tenha alguma crise desse jeito depois de passar por aquelas cirurgias
Maria:- ai meu Deus do céu – ela se desesperou
Suzan:- pra onde estão levando ela?
Tamy:- pro hospital, eu vou acompanhá-la na ambulância, podem chamar a tia de vocês para irem juntos
Maria Fernanda rapidamente ligou para a tia Elenice.
SÃO JOSÉ DOS PINHAIS
A equipe da polícia militar prestava as últimas homenagens no enterro do soldado João Carlos.
Deyse:- vai com Deus pai
Tarssila:- adeus João Carlos, eu sentia um grande carinho por você, adeus
Priscila acompanhava o enterro de longe e de óculos escuros, emocionada. Ela ainda foi tentar falar com Tarssila, mas desistiu ao ver Deyse se aproximando dela. Priscila pensou em sair correndo.
Deyse:- espera ai
Priscila:- que foi?
Deyse ficou analisando o rosto de Priscila e deu uma cuspida na cara da moça.
Deyse:- sua vagabunda
Priscila grudou no cabelo da ex-amiga e começou a maior confusão no cemitério, as duas rolavam no chão entre tapas e socos.
Tarssila:- meu Deus, Luan separa essas duas – ela disse empurrando o irmão para tomar alguma atitude
Luan:- já chega disso – ele se meteu
Priscila estava com a cara toda arranhada.
Tarssila:- Priscila, eu não quero mais saber de você
Priscila:- tá colocando toda a culpa em mim né, deixa
Tarssila estava muito aflita e confusa com toda a situação e resolveu deixar Priscila para trás, ela percebeu que Deyse tinha sumido dos seus olhos.
CASA DE TARSSILA
Deyse chegou em casa sozinha, arrumando todas as coisas numa mochila. Ela estava disposta a fugir de casa.
Deyse:- vida maldita – ela colocou a mochila nas costas e entrou no quarto do pai
Deyse revirou as coisas dele até encontrar o revólver de João Carlos.
Deyse:- vou levar comigo esse presente pai – ela ensaiava uma maneira de atirar em frente ao espelho e colocou na mochila a arma.
Deyse saiu de casa sem um rumo certo.
HOSPITAL
Jéssica e Suzan se falavam ao celular.
Suzan:- como que foi o enterro?
Jéssica:- triste, muito triste pela Tarssila, a filha dela e a Priscila saíram no tapa no cemitério
Suzan:- gente, que desgraça isso que aconteceu, to aqui aflita esperando pra saber o estado de saúde da minha mãe
Jéssica:- amor, sinto muito, espero que fique tudo bem
Suzan:- vai trabalhar ainda?
Jéssica:- sim, já estou a caminho
Suzan:- mas você nem dormiu essa noite
Jéssica:- mesmo assim, não posso faltar
Suzan:- beijos então, qualquer notícia eu aviso você
Jéssica:- volta hoje né?
Suzan:- eu espero que sim
Jéssica:- tá bom então, to com saudade, beijo
Alguns minutos depois, o médico se aproximou da sala de espera.
Médico:- quem são os parentes de Elis Regina?
Maria:- a gente
Elenice:- então doutor?
Suzan:- ela já está melhor né?
As 3 estavam com o coração na mão.
...Got a tattoo that says, "2gether thru life"
Carved in your name with my pocket knife
And you wonder when you wake up will it be alright
Feels like there's something broken inside
All I know, all I know
Is that I'm lost whenever you go
All I know is that I love you so
So much that it hurts
Got a tattoo and the pain's alright
Oh, oh, oh, oh, oh, oh
Just wanted a way of keeping you inside
Oh, oh, oh, oh, oh, oh...
INK - COLPLAY ( TEMA DE ANTÔNIO & DANDARA )
( https://www.youtube.com/watch?v=cbixLt0WBQs )
#CONTINUA
NO PRÓXIMO CAPÍTULO...
Tarssila se desespera mais ao saber que Deyse fugiu. Luan pede Duda em namoro.
FELIZ ANO NOVO GENTE! QUE EM 2016 POSSAMOS ESTAR JUNTOS NOVAMENTE, COM MAIS HISTÓRIAS PRA CONTAR, BEIJOS.