prireis822, Ru/Ruanito, kel3599, Helloo, Taciturno e BDSP obg por comentarem 😘❤.
Duas horas depois...
Eu estava jogado na cama, meus olhos fitavam a parede, minhas lágrimas já haviam secado e meu corpo doía todo. Aquelas foram as duas piores horas da minha vida, os desgraçados do Thales e do Jefferson me estruparam e a vadia da Carol gravou tudo. Com certeza, ela vai mandar esse vídeo para todos e aí todos vão começar a me humilhar.
Me levantei com um pouco de dificuldade, pois aqueles dois desgraçados bateram no meu corpo todo, me sentei na frente do espelho e comecei a olhar o meu reflexo. Meus olhos não tinham mais nenhum brilho, meu rosto estava acabado, triste, e meus lábios estavam bem secos e quase sem cor.
De repente, afogado na minha tristeza, eu começo a ver o meu reflexo falando comigo.
Reflexo: Oi.
Eu: Oi.
Reflexo: Iai, o que você vai fazer com esses desgraçados ?
Eu: Nada. Eu não vou perder o meu tempo com eles.
Reflexo: Então, você vai deixar eles fazerem o que quiserem com você ? Vai ficar calado, enquanto eles te humilham ?!
Eu: Não ! Eu vou fazer algo que já deveria ter feito a muito tempo.
Reflexo: O que ?
Eu: Eu vou matar esse Pablo ingênuo e sonso que eu sou, e no lugar dele vai nascer um Pablo frio e sem sentimentos. -meu reflexo ficou rindo.
Reflexo: Isso é impossível. Ninguém consegue mudar de personalidade de uma hora pra outra. Tá me escutando ? Você não vai conseguir mudar, Pablo. Não vai !
Eu: Cansei de escutar a sua voz ! -me ajoelhei, fechei o punho e soquei o meio do espelho, ele se despedaçou todo e vários pedaços de vidro caíram perto dos meus joelhos.- Eu posso e eu vou mudar.
Fui até a minha cômoda e peguei uma maquininha de cortar cabelo. Caminhei até o banheiro, parei em frente ao espelho e comecei a rapar o lado direito do meu cabelo. Alguns minutos depois, eu já havia cortado os lados direito e esquerdo do meu cabelo e com a tesoura, eu picotei a parte de cima.
Eu: Ótimo, fico muito bom. Agora, eu vou toma um banho.
Entrei no box e liguei o chuveiro. Como estava frio, eu coloquei na água quente. Aquela água quente descendo pelo meu corpo e aquele vapor pareciam que não estavam lavando só o meu corpo, mas também a minha alma. Parecia que eu estava me transformando em uma nova pessoa.
Fiquei mais alguns minutos banhando, até que decidi sair. Desliguei o chuveiro, peguei a toalha e comecei a me secar. Enrolei a toalha na minha cintura, caminhei até o espelho, passei a mão para desembaçar e olhei para o meu reflexo.
Eu: Presta atenção, Pablo, você não sente mais nada, você não sente alegria, não sente tristeza, e principalmente, você não sente amor. Você não sente nada !
Sai do banheiro e fui até o meu guarda-roupas. Abri ele e algumas roupas coloridas e com estampas de desenhos animados caíram nos meus pés. Olhei para aquelas roupas e lembranças começaram a vir na minha cabeça, lembrei do dia em que os monstros do Augusto e da Lúcia me deram aquelas roupas, lembrei das vezes em que eu usei aquelas roupas para me encontrar com a vadia da Carol, com o desgraçado do Jefferson e com o filho da puta do Thales.
Uma raiva tomou conta de mim, minhas mãos começaram a agarrar as roupas e jogá-las para longe. Alguns minutos depois, eu já havia tirado todas aquelas roupas, que o antigo Pablo usava, as únicas que sobraram, eram umas roupas escuras que o Pietro havia me dado já fazia um tempo, mas eu acho que ainda serviam em mim.
Peguei uma calça jeans preta e uma blusa de manga longa cinza escura, coloquei e, como já suspeitava, ainda serviam direitinho em mim. Só de saber que eu não teria mais que usar aquelas roupas coloridas, um pouquinho de felicidade apareceu dentro de mim. Mas aí eu olhei para aquele monte de roupas coloridas que estavam espalhadas pelo quarto e a raiva voltou.
Eu: Que desgraça ! O que que eu vou fazer com essas roupas ? Jogar fora, seria muito desperdício, essas roupas ainda são novas. Queimar, iria incomodar os vizinhos. Ah, já sei. -disse estalando os dedos.- Eu posso ligar pra aquela velha que ajuda aqueles pobres, aí eu peço pra ela vir aqui, daí ela pega as roupas e dá pra aqueles pobres. Eu só tenho que lembrar do nome dessa mulher. -depois de alguns minutos socando a minha cabeça, eu lembrei do nome.- Lembrei ! O nome dela é Cida. Agora, eu tenho que ligar pra ela.
Fui até a sala, peguei a agenda e comecei a procurar o número da Renata, assim que achei, disquei o número dela e liguei. No quarto toque, ela atendeu.
Renata: Alô. Quem é ?
Eu: Sou eu, o Pablo.
Renata: Ah sim. Aconteceu alguma coisa ?
Eu: Eu queria que você viesse aqui pegar umas roupas que eu não uso mais.
Renata: São roupas suas ?
Eu: Sim. Por que ?
Renata: Por que eu tenho certeza de que os garotos não vão querer usar as suas roupas. Principalmente, depois do vídeo que está circulando por aí. -respirei fundo e uma raiva tomou conta de mim.
Eu: Aqueles pobres não precisam saber que as roupas são minhas ! E se souberem e não quiserem usar, por mim foda-se.
Renata: Mas...
Eu: Mas nada. Ou você vem aqui pegar essas roupas e dar para aqueles pobres, que nunca vão ter condições de comprar roupas como essas, ou então, eu mostro pra todo mundo que você não é tão boazinha como todos pensam. -ouvi ela engolindo o seco do outro lado da linha.- Eai, que hora você vai vir ?
Renata: Eu já estou indo aí.
Eu: Ótimo. -desliguei o telefone e subi de volta pro meu quarto.
Peguei aquelas roupas com desprezo e coloquei em uns sacos. Assim que terminei, a Renata chegou, peguei os sacos e levei pra ela.
Renata: Obrigada pela doação. -falou fechando o porta-malas do carro dela.
Eu: De nada. E como eu disse, eles não precisam saber que fui eu que dei, mas se souberem e não quiserem, foda-se.
Renata: Tá bom. Posso te dar um conselho, Pablo ?
Eu: Que conselho ?
Renata: Ora pra Deus e pede pra Ele te proteger e não deixar que nada de mal aconteça com você.
Eu: Olha Renata, se quiserem me xingar, falar merda pra mim, que falem, não vai ser eu que vai perder tempo e saliva falando coisas que serão ignoradas. Agora, tchau. -Ela não falou nada, entrou dentro do carro e deu partida.
Assim que virei pra entrar pra dentro de casa, acabei esbarrando em um cara que estava passando. Junto com ele tinha outro cara.
-Queima essa camiseta ou então joga fora por ela não presta mais. -disse o outro cara.
-Verdade, já tá toda infectada pelos vírus desse viadinho que adora leva pica no cú. -disse o cara em que eu esbarrei.
Eu: Prefiro ser um viadinho que adora levar pica no cú, do que ser um enrustido que paga de machão, mas adora um rola no cuzinho dele.
-Cê cala essa boca ! -gritou o outro cara.
Eu: Que foi ? Não queria que todos descobrissem o seu segredo ? -o outro cara avançou pra cima de mim, mas o cara em que eu esbarrei segurou os braços dele e não deixou ele vir.- Pra que segurar ele ? Deixa o macho mais macho do mundo mostrar pro viadinho quem é que manda.
-Deixa esse viado pra lá, não vale a pena bater nele. -falou o cara em que eu esbarrei.
-Tem razão. Vamo embora. -disse o outro cara.
Eu: Meu foda-se pra vocês, seus enrustidos. Ah, e lembrem-se: usem sempre camisinha, apesar dos cuzinhos de vocês serem arrombados, é sempre bom se previnir. -entrei pra dentro e fechei o portão, ainda dava pra ouvir eles me xingando.
Fui pra dentro de casa, cheguei na sala e me joguei no sofá. O que aconteceu lá fora, foi só uma pequena amostra do que me espera na escola. Mas eu não tô nem aí pra isso. A partir de agora, tudo vai mudar, e uma dessas mudanças, sou eu. Por que agora, como diz a música Roar da Katy Perry, todos vão me ouvir "rugir".
~#~#~#~#~
Capítulo 6
O resto do meu sábado passou normalmente, esquentei uma comida que tinha na geladeira e comi, bebi refrigerante, tentei me animar com alguma coisa na tevê, mas nada me animava. Dormi ali no sofá mesmo, não queria entrar no meu quarto por enquanto.
Estava dormindo tranquilamente, de repente sinto alguém me balançar pra lá e pra cá, abro os olhos e vejo o Pietro na minha frente, e no outro sofá a Jéssica com a cara de buceta mal comida dela.
Eu: Cadê o Augusto e a Lúcia ?
Pietro: Os nossos pais ?
Eu: É. Cadê eles ?
Pietro: Eles estão na cozinha. -me levantei e fui em direção a cozinha.
Jéssica: Por que você fez isso no seu cabelo, Pablo ? -ela pergunto quando eu passei por ela.
Eu: Não te interessa. -continue andando até chegar na cozinha.- Até quando vocês pensaram que iam me enganar ?
Lúcia: Do que você tá falando, filho ? E o que que você fez no seu cabelo ?
Eu: Não me chama de filho, sua vagabunda infeliz.
Augusto: Fala direito com a sua mãe, seu moleque.
Eu: Cala a boca, seu careca desgraçado.
Augusto: Como é que é
?! -falou furioso.
Eu: Isso mesmo que você escutou. Vai me bate ? Então, me bate, ai o seu tempo de prisão vai aumentar.
Lúcia: Do que você tá falando, Pablo ? -falou tentando parecer poderosa, mas dava pra percebe que ela estava assustada.
Eu: Eu descobri tudo.
Lúcia: Tudo o que ?
Eu: Que você e esse idiota me roubaram da maternidade, que por culpa de vocês, meus pais morreram e que vocês mentiram pra mim por todos esses anos. Mas eu não tô nem ai. Vocês vão pagar por tudo que fizeram comigo e com outras famílias.
Augusto: Como pode ter tanta certeza ?
Eu: Por que eu liguei pra polícia e contei tudo pra eles, eles ficaram bem animados, pois finalmente, os maiores ladrões e contrabandistas de recém-nascidos vão ser presos.
Pude ver a Lúcia e o Augusto engolindo o seco, a Jéssica e o Pietro estavam assustados e surpresos. Sobre a polícia, eu menti, só queria colocar pressão neles e, pelo jeito, eu consegui. Sai da cozinha e fui para as escadas, quando estava no segundo degrau, virei para atrás.
Eu: Antes que vocês saibam por outras pessoas, eu fui estrupado pelo Jefferson e pelo Thales, a vadia da Carol gravou tudo e já espalhou o vídeo por aí. E eu não tô nem ai pra isso também.
Subi o resto das escadas, fui para o meu quarto e me sentei no chão. Olhei fixamente para a janela, de repente, alguns gotas de chuva começaram a bater no telhado e na janela, logo uma chuva forte começou a cair.
Não tirava os olhos da janela, e a chuva caía forte e batia de vez em quando nela. De repente, alguém abre a porta, eu não olho para a pessoa, mas só pelo cheiro de perfume barato, eu já sabia que era a Jéssica.
Jéssica: Posso entrar ?
Eu: O que que você quer ? -disse sem olhar para ela.
Jéssica: Dá pra percebe que você mudou completamente e, por isso, eu queria te pedir uma coisa. -ela andou até na minha frente.
Eu: O que ?
Jéssica: Por favor, não faz nada comigo ! -disse se jogando aos meus pés.- Me desculpa por todas as vezes em que eu te xinguei, te desprezei e te maltratei. Por favor, me desculpa ! -disse gritando e chorando.
Eu: Já acabou Jéssica ? -falei olhando com desprezo para ela.- Não se preocupe, eu não vou fazer nada com você. Até por que, não vale a pena perder o meu tempo com você. E nunca mais faça esse seu teatrinho, é ridículo. Agora, some daqui.
Jéssica: Nossa, você tá mudado mesmo.
Eu: Descobriu isso sozinha ?
Jéssica: Olha aqui seu...
Eu: Cala essa sua boca e sai do meu quarto, sua vadia miserável ! -gritei apontando pra fora do quarto.
Ela se calou e saiu do meu quarto. Voltei a olhar para a janela, a chuva continuava caindo. Algumas horas depois, eu acabei dormindo. Dormi ali mesmo, sentado no chão com a cabeça nos joelhos. De repente, eu sinto alguém me cutucando. Era o Pietro.
Pietro: Acorda, Pablo.
Eu: Que que você quer ? -disse abrindo os olhos.
Pietro: O papai e a mamãe saíram de casa a horas e até agora não voltaram.
Eu: E eu com isso ?
Pietro: Ah é, esqueci. Você não é mais o Pablo de antes.
Eu: Graças a Deus. Aquele guri era muito ingênuo e burro, credo.
Pietro: Desculpa por te incomodar. Tchau.
Eu: Tchau.
Ele saiu do quarto, me levantei e fui tomar banho. Banhei e vesti uma calça preta e uma camiseta preta. Desci, peguei alguma coisa lá e comi. O Pietro nem falou comigo e eu nem falei com ele. Subi de volta pro meu quarto, coloquei umas cobertas no chão e dormi ali mesmo.
Acordei com o Sol atravessando a janela e batendo no meu rosto, levantei da onde estava e fui fazer minha higiene matinal. Escovei os dentes, lavei o rosto, fui no meu guarda-roupas, peguei uma calça cinza escura e o uniforme. Vesti a calça e o uniforme e um sapatênis azul escuro. Sai do meu quarto e fui para a cozinha. Peguei uma maçã, mordi ela e já fui saindo, quando o Pietro me chama.
Pietro: Pablo.
Eu: Oi. -disse me virando para ele.
Pietro: Meus pais sofreram um acidente ontem. O carro tava correndo muito e como a pista tava molhada, eles acabaram capotando.
Eu: Eu acho é pouco.
Pietro: Agora eles estão no hospital, mas assim que receberem alta, vão ser presos.
Eu: Não tinha como meu dia começar melhor. Espero que eles paguem por tudo que fizeram e que se fodam. Agora, tchau.
Sai de casa e fui pra escola,pelo caminho que sempre ia. Depois de alguns minutos, eu cheguei na escola, alguns alunos ainda estavam pra fora. Assim que cheguei na porta da escola, todos pararam o que estavam fazendo e olharam para mim.
Caminhei tranquilamente, enquanto ouvia sussurros e sentia todos olhando para mim. Estava passando pela calçada azul, como esperava, a grama estava cheia de água e lama. De repente, três pessoas param na minha frente, impedindo a minha passagem. Eram os filhos da puta do Jefferson, do Thales e da Carol.
Thales: Olha, o viadinho é bem corajoso hein.
Carol: Poisé. Mesmo depois de todos descobrirem que ele não é o perfeitinho que eles pensavam, ele ainda tem a coragem de aparecer aqui.
Jefferson: Ou então pode não ser coragem, e sim, burrice.
Eu: Burrice foi o que as mães de vocês tiveram, quando decidiram transar sem camisinha e acabaram engravidando de seres tão nojentos como vocês. Isso que vocês fizeram, era pra me derrubar e me destruir ? Ou foi, pra mostrar o quanto vocês são ridículos ? Não respondam. Agora, saíam do meu caminho. -eu tentei passar mas eles não deixaram.
Thales: Esquece, viadinho. Essa escola não vai ser infectada com a sua doença.
Eu: Você acha que eu sou o único gay dessa escola ? Não precisa responder. Agora, saíam ! -eles ainda não saíram.- Já que vocês não vão sair por bem, vão sair por mal.
Segurei nos braços do Thales e do Jefferson e os joguei na grama cheia de água e lama. Os dois caíram de costas e as roupas deles ficaram todas sujas. Fui até a Carol, agarrei no cabelo e a joguei de cara na lama. Ela caiu e, pelo jeito, ela engoliu um pouco de lama.
Eu: Eu acho é pouco. Queria que ao invés de água e lama, tivessem pedaços de vidro e lâminas afiadas.
Passei pelo resto da calçada, todos continuavam me olhando, eu nem liguei pra isso e fui para a sala. Cheguei na sala e fui para a minha carteira no canto da sala.
Continua...
Iai o q acharam ? Comentem. Me desculpem pela demora, eu tive alguns "problemas" mas agr eu tô de volta.
Bjs 😘😘