Chegamos lá e meus pais estavam chorando sentados ...
- Como ela tá ? - Me aproximei
- O médico ainda não nos deu noticias
Se passaram algumas horas, não sei quantas e o médico finalmente chegou ...
- Descobrimos o tumor muito tarde, está numa fase avançada, ela não tem muito tempo, por sorte 1 mês.
Será que ela estava pagando por tudo que havia feito ? Será que Deus é um ser tão ruim e a fez pagar da pior forma possível pelos seus erros ? Eram perguntas que rondavam minha mente. Meus pais estavam desolados, não havia nada nem ninguém que pudesse os fazer sair daquela crise de choro, eu os entendo perder alguém que ama não é nada fácil, eu já havia passado por isso antes e entendia como eles estavam se sentindo. Eu nunca mais quis sentir aquela angustia que senti a dois anos atrás mas parecia que tudo aquilo estava acontecendo de novo. Alguém tão jovem, com uma vida toda pela frente, estava em seu leito de morte, condenada a morrer de uma das piores formas possíveis, sentindo dor até o ultimo suspiro.
Depois dali fomos para a casa de Mariano, chegamos entrei e me sentei no sofá, ele se ajoelhou em minha frente e pegou em meu queixo ...
- Eu imagino como deve estar doendo ai dentro - Ele falou
- Sabia que eu não a odeio - Uma lágrima escorreu - No fundo a unica coisa que eu queria era que ela fosse feliz.
- Eu sei - Ele me abraçou - Você é tão bom que é incapaz de desejar infelicidades até pra pessoa que já quis te matar.
- Ela é minha irmã, eu a amo tanto Mariano, tanto.
Ele me abraçou e ali me senti protegido, imune a tudo que poderia acontecer comigo, eu simplesmente não tinha mais forças pra nada. Os últimos meses tinham sido um verdadeiro inferno. A unica coisa que me animava de certa forma era estar com Mariano, ele me trazia uma paz, um conforto inexplicável.
Eu passei a tarde ali deitado naquele sofá, varias lembranças com Lívia tomaram minha mente, quando eramos crianças até nos suportávamos, tínhamos uma convivência melhor, eramos inocentes então brincávamos juntos quase sempre. Lembro de uma vez no quintal de casa, estávamos brincando na balança de pneu que papai havia feito para nós, ela me empurrava e me chamava de irmãozinho, brincávamos por todo o quintal, corríamos e numa dessas corridas acabei caindo e me machucando, ela me ajudou e até chorou comigo. Aquelas lembranças me fizeram chorar ainda mais. Adormeci ali depois de chorar muito.
Vinte dias haviam se passado Lívia continuava no hospital, sua estado era o mesmo, eles estavam apenas esperando para que o pior infelizmente acontecesse. Ela estava magra, quando digo magra é muito magra, seus ossos apareciam por todo o corpo, ela estava fraca e não podíamos fazer absolutamente nada. Eu não havia sempre pois foram recomendações dela, não me queria por perto e eu entendia ela me odiava.
Todos da família vinham vê-lá, eram seus últimos dias então todos os dias haviam visitas em seu quarto, meus pais já não choravam mais, apenas esperavam pelo pior, eles simplesmente não tinham mais lágrimas.
(Lívia narrando)
Eu estava fraca, não aguentava mais de tanta dor, não aguentava mais viver a base de soro para que a dor cessasse. Parecia que nada mais adiantava eu iria morrer, estava pagando por tudo que havia feito, por todo mau que eu cometi. Era justo não é ? Tentei matar meu irmão 2 vezes, acabei assassinando seu namorado que eu também amava, perdi meu filho, o único fruto desse amor doentio por puro ódio. Uma criança nunca geraria no ventre de uma pessoa má como eu, de uma louca, de uma doente. Eu estava cega, achava que Leon era o verdadeiro culpado do meu sofrimento, mas não a unica e verdadeira culpada de tudo isso era eu mesma e só agora em meu leito de morte vejo isso. Mas eu não posso morrer sem pedir pelo menos perdão a meu irmão, ele merecia isso, ele sim merece ser feliz de verdade, merece ter uma família e merece o amor de todos.
(Leon narrando)
Eu estava na casa do Mariano quando meu celular toca, era mamãe, meu coração disparou ...
- Oi mãe
- Oi meu filho, sua irmã quer falar com você
- Lívia ? Quer falar comigo ?
- Sim, vem por favor
- Claro, estou indo
Chamei Mariano e fomos até o hospital, chegamos e fui até meus pais ...
- Ela quer se despedir - Mamãe falou com os olhos marejados
- Eu vou lá então
Entrei no quarto e ela me olhou ...
- Eu preciso te pedir perdão, por tudo
- Eu já perdoei - Falei chorando - Perdoei a muito tempo
- Não chora - Ela pausou - Por favor
- Tá bom - Limpei minhas lágrimas e sorri amarelo
- Não vai ter raiva de mim ? - Ela perguntou
- Nunca, eu sempre te amei Lívia, nunca te desejei mal nenhum
- Eu preciso de contar uma coisa e te pedir outra
- Tudo bem - falei baixo e passei a mão em seus cabelos
- Mariano não é seu irmão
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Cheguei gente, um pouco tardinho mas cheguei rs
Penultimo cap, espero que gostem rs
Amanhã posto o ultimo ok, ele já está escrito até 00:30 posto rs
Até
