Eai meu povo lindo, beleza? Então obrigado pelas leituras, e pelos comentários peço desculpas por todo o rolo das falas. É que tentei fazer algo diferente dos outros dois contos que escrevi, queria fazer algo mais direto, mas acabei fazendo merda. Desculpem-me :D. Tentei mudar nesse capitulo tentando fazer o mais entendido possível de acordo a tudo. Espero que eu não tenha feito errado de novo. Amo vocês XXX
[GLUE] 03
Ana saiu me puxando pelo braço corredor adentro, fomos direto ao vestiário dos jogadores, atrás de mim podia ver o rastro vermelho de sangue. Ela ligou uma dos chuveiros e enfio minha cabeça direto na agua. Não sabia se doía mais por causa do corte ou por causa da situação com o Marcelo.
- Meu Deus do céu Júlio o sangue não para, disse Ana com um olhar de desespero, Continue com a cabeça debaixo do chuveiro continuou ela dizendo e assim ela desapareceu. A agua do chuveiro batia sobre minha cabeça, e passava por meu rosto e caia no chão em forma de rio de sangue.
Ouvi os passos da voltando, enquanto ainda eu continuava com todo aquele processo de me manter dentro da agua. – Aqui, disse ela estendendo sua mão por trás de mim e me entregando uma toalha, - Coloque em cima e pressione disse ela. Voltei-me a ela com a toalha sobre a testa, ela estava pálida estava mais desesperada do que eu.
- Como você conseguiu essa proeza Júlio? Perguntou ela. Parecia que minha cabeça ia explodir. - Então Ana, eu estava sentado e o Marcelo... Antes que eu pudesse terminar outra pessoa havia entrado no vestiário, por um momento achei que fosse o Luan, mas era um dos professores que ficou sabendo do ocorrido.
Ela veio diretamente a mim em um passo apressado. Percebi que a toalha começava a ficar úmida. – Júlio como você esta? Disse ela. – Eu não sei professora respondi com a toalha banhada a sangue sobre minha testa. – Vamos agora ao Hospital, se não você vai morrer de tanto sangrar. – Hospital! Respondi em um tom expressivo, não é para tanto. Ana me atravessou com um olhar que eu sabia que não era hora de argumentar.
- Vamos disse a professora, meu carro esta na frente da escola. Enquanto nos três seguíamos a saída principal da quadra eu não conseguia prestar atenção mais em nada, pegamos o desvio do corredor quando ouvia alguém gritando meu nome. E lá veio ele correndo, com uma expressão de que o mundo estava acabando.
- Meu Deus Júlio oque houve! ? O que aconteceu! ? Dizia ele segurando no meu braço e olhando para a toalha cheia de sangue. – Agora não Luan, foi dizendo a professora, me arrastando-me corredor a fora. Ele continuava a nos seguir sem dizer mais nada.
Chegamos ao carro parado na calçada, - Vamos entrem foi dizendo a professora, Menos você Luan. Ele fico parado – Eu quero ir ouvi ele dizendo. – Não disse ela, em um tom mais grosso.
-Você tem um jogo para continuar e nem sei o que esta fazendo aqui, volte para dentro. E com isso ela entro no carro e saímos em direção ao hospital. Pude ver o Luan imóvel parado na calçada.
Horas depois estava sentado sobre a maca, e havia uma enfermeira passando linha sobre a agulha e fazendo perguntas sobre o ocorrido, entre outras coisas que eu não tinha a mínima intenção de responder. Na minha cabeça só girava a situação do Marcelo e mais nada. A professora e a Ana ficaram do lado de fora conversando enquanto os curativos eram feitos. A sala cheirava soro, era toda branca varias cortinas nos quatro cantos da sala que seguiam por janelas. Um armário longo estava sobre a parede central e acima um relógio que marcava 11:30 da noite. – Pronto foi dizendo a enfermeira terminando de dar o ultimo ponto sobre minha testa em um total de seis. Ela se retirou da sala para falar com a professora, com isso a Ana entrou com uma cara de preocupação. – Já acabou eu disse olhando para ela. Ela se aproximou e sentou do meu lado. - Agora pode me dizer oque aconteceu, foi ela perguntando. Eu continuava a encarar a parede ate terminar toda a historia sobre o ocorrido. – Então foi isso que aconteceu Júlio, tudo isso por culpa do Marcelo dizia ela se levantando e se pondo em minha frente. – A única coisa que não entendo é como ele descobriu foi ela dizendo olhando para o meus pontos cravados na minha testa.
- Quem não sabe sou eu Ana respondi, e não sei o que fazer agora... Fui respondendo num tom de preocupação. Se o Marcelo decide abrir a boca, mesmo que inventemos que é mentira isso vai cair nos ouvidos da minha mãe e dos pais dele e você sabe oque pode acontecer.
- Eu sei Júlio respondeu ela, mas só acho que se Marcelo fosse falar para alguém ele já teria feito, ele não daria o trabalho de fazer esse circo todo. – Espero que você esteja certa respondi.
Quando olhei para a porta lá estava ele parado, ainda com a roupa de futebol, todo suado... Estava um trapo. – Ei, disse eu num tom manso olhando para a porta. Ana o encarou, e saiu da sala nos deixando a sós. Ele continuava parado, parecia que estava com medo. Bati com a mão sobre a maca para ele sentar ao meu lado, aquilo parecia um aviso de que eu estava bem para conversar.
Ele sentou do meu lado sem dizer nada, suas mãos estavam sujas, ele encarava a parede enquanto ficava em silencio. – Eu estou bem respondi, olhando par ele. Mesmo assim ele não se moveu.
- Eu tive medo hoje Júlio foi ele dizendo, tive muito medo hoje. Sua expressão era preocupante. – Medo de que Luan, eu estou bem fui eu dizendo colocando a mão sobre a dele. Ele continuava a encarar a parede branca. Dentro de mim veio um aperto grande. Nunca tinha visto ele daquela maneira, ele era sempre alegre e de um modo geral valente quando precisava ser.
- Tive medo quando te vi daquele jeito, nesse momento ele tirou a sua mão que estava sobre a minha e colocou sobre seu joelho. Sabe Júlio continuou ele, hoje eu me senti inútil, quando vi você lá da quadra com o rosto cheio de sangue, tive vontade de sair correndo pra te ajudar, mas eu não fiz porque fui covarde, porque fui egoísta os olhos dele ficaram vermelhos.
– Calma Luan, fui eu dizendo, O que aconteceu não foi culpa de ninguém, mesmo passando na minha cabeça de quem era a culpa. E você fez certo, em ficar lá na quadra continuei. Apesar de tudo como você ia explicar a situação depois se você saísse correndo para me salvar. Não ia fazer sentido. – Eu estou cansando Júlio, eu não sei oque esta acontecendo respondeu ele. Em nenhum momento ele havia olhado para mim e continuava a encarar a parede. – Cansado do que Luan? Perguntei. No funda sabia oque estava por vir não ia ser bom, nem pra mim, nem pra ele.
Antes de ele responder minha mãe entrou na sala como se eu tivesse a beira da morte. – Esta vendo Júlio porque eu não queria que você fosse esta vendo? Foi dizendo ela num tom alto. Essa porcaria de futebol, esse povo que você anda só vai levar a você a esse tipo de coisa. Parecia que aos olhos dela o Luan era invisível. E agora como vai ser? Perguntou ela. Vai faltar na escola vai perder matéria e todo o resto. – Eu estou bem Mãe, obrigado por perguntar respondi num tom de sarcasmo. Ela ficou em silencio, o Luan a encarava, enquanto ela só olhava para mim. – Vamos você esta liberado, disse ela. - Você veio do que Luan perguntei.
– Correndo respondeu ele.
A distancia entre o hospital é imensa, pensei comigo. – Podemos dar uma carona a ele perguntei a minha mãe. Ela olhou para ele, e seu estado. – Se for vamos logo respondeu ela olhando para ele. Minha mãe sabia ser seca como ninguém. Saímos sala a fora, a professora já havia ido embora junto com a Ana. Chegamos ao carro, saímos em direção à avenida principal todos em silencio. Depois de mais ou menos 30 minutos de pistas escuras e postes a meia luz, chegamos à casa do Luan, ele desceu do carro e antes de fechar a porta agradeceu minha mãe, que nem o respondeu. Ele olhou pra mim e disse. – Ganhamos o jogo e fiz mais dois gols, com isso ele levantou o braço esquerdo e fechou a porta. Segui o resto da viagem rindo igual bobo.