- Pi, tu não trabalhas hoje, não?
- Trabalho, mas hoje eu vou entrar somente a tarde.
- E tu, amor, não vais para a Universidade?
- E te deixar aqui? Nem pensar! Tu não tinhas aula, hoje?
- Ele não trabalha nas sextas, Bruno.
- Como tu sabes disso?
- É por que a gente sempre sai, à tarde, nas sextas.
- E como eu não sei disso?
- Digamos que tu estavas um pouquinho ocupado, amor.
- Ah... é... – Ele ficou todo sem graça.
- Mas gente, eu já estou bem, se vocês quiserem ir não tem problema algum.
- Não, eu fico! – Os dois falaram ao mesmo tempo.
- Então, tá! Amor, tu viste meu celular?
- Acho que eu deixei lá no quarto.
- Eu vou lá buscar.
Eu fui até o quarto e logo visualizei meu celular, ele estava em cima da mesa do computador. Eu peguei e vi que tinham várias ligações do Thi. Eu logo retornei as ligações.
- Oi! – Ele atendeu logo no primeiro toque.
- Oi!
- O que aconteceu?
- Como assim? – Eu sorri
- Aconteceu alguma coisa contigo, eu sei. O que foi? – Ele estava todo preocupado.
- Não aconteceu nada!
- E por que tu não atendes o celular desde ontem?
- É por que eu não pego no celular desde ontem...
- Tu não me enganas, Antoine Guimet! O que foi?
- Não foi nada! Eu só voltei lá com aquele médico, eu senti aquelas dores de novo.
- É algo grave? O que o médico disse? Tu foste lá sozinho?
- Calma! Não é nada grave e eu não fui lá sozinho, o Bruno e o Pi foram comigo.
- Ai, que bom! O que tu vais fazer hoje?
- Vou passar a tarde com o Bruno, por que?
- Ah, não, eu ia te chamar para fazer um passeio. Mas fica para outro dia.
- Podemos ir amanhã, se tu quiseres.
- Combinado, então.
- Ah, o Bruno quer conversar contigo?
- Comigo? O que ele quer comigo?
- Não sei! Eu pedi pra ele tentar conviver contigo, eu acho que ele só quer tentar fazer isso.
- Isso é uma boa ideia?
- Bom, vocês não vão se matar, pois senão eu mato os dois, então sim, é uma boa ideia.
- Ai, ai, ai... Isso não me parece boa ideia.
- Deixa de ser frouxo, Thi. O Bruno não vai poder fazer nada contigo.
- Eu lembro ainda hoje como ele bate bem, viu?
- É só tu não fazer nenhuma gracinha que dá tudo certo.
- Teu marido parece um lutador de boxe.
- Frouxo!
- Não sou, não! Só prezo pela minha vida.
- Frouxo!
- Não sou, rapaz. Sou forte, muito forte.
- Unrum... Ei, onde tu estás? Que barulho é esse?
- Eu estou indo pegar o metrô, já que tu não vais comigo, eu vou dar uma volta com a Gisele e o Arthur.
Arthur e Gisele faziam parte do grupo de professores brasileiros que vieram dar aula na France, foram eles que fizeram amizade conosco, o outro rapaz era muito fresco e não falava com ninguém.
- Ai, que safados! Nem me chamaram!
- Ué, eu acabei de te chamar, e eu te liguei o dia inteiro, ontem. Eles estão contigo, agora?
- Estão!
- Safados! Põe essa porra aí no viva voz.
- Nem pensar!
- Thiago, põe logo!
- Oooo moleque chato!
- SEUS SAFADOS, COMO VOCÊS SAEM SEM MIM? ISSO VAI TER VOLTA!
- Quem mandou sumir? – Eu ouvi a voz da Gi
- Eu não sumi, eu estava quase morrendo no hospital.
- Deixa de drama, Antoine! – Thi disse rindo.
- Tô falando sério, gente, eu estava no hospital. Se eu morresse vocês não iam nem ficar sabendo.
- Meu Deus, tadinho dele!
- Arthur, seu viaaaaadooooo!!!!
- Antoine, meu amooooor, vem pra cá!
- Não posso, Arthur! Tenho dois vigilantes aqui em casa.
- Quem mandou fazer besteira!
- Ficar doente é fazer besteira?
- Sério? Tu estavas no hospital?
- Estava! Não é brincadeira, não.
- Tu já estás melhor?
- Claro que ele já tá bem, Arthur, ele já tá até te chamando de viado. – Gi disse caindo na gargalhada.
- Gente, vamos marcar um passeio, amanhã? Aí eu posso mostrar Paris pra vocês.
- EU estou fazendo isso, Antoine!
- Thi, tu não sabes nem sair do Musée du Louvre e chegar no Arc du Triomphe
- Claro que sei!
- Meninos tomem cuidado com ele, ele se perde muito facilmente.
- Bom saber disso! Vou andar com o mapa ao lado.
- Ah, ele também se perde olhando o mapa, então, nunca deem o mapa pra ele.
- Que horror, Thiago! – Gi disse
- Eu não tenho culpa por não ser bom em geografia. Antoine, vamos entrar na estação, depois nos falamos.
- Tudo bem! Bom passeio!
- Tchau, viaaaaadoooo! – Os três responderam.
Eu voltei para a cozinha e Bruno e Pi estavam conversando.
- Eu amo o Lifehouse. – Bruno disse
- Ele só gosta por que eu gosto, Pi.
- Com quem tu estavas falando? – Pi me perguntou
- Com o Thi.
Pi me olhou com uma cara tão engraçada que eu tive que rir.
- O Bruno sabe que Thi e eu somos amigos, Pi. Eu já conversei com ele.
- E tu aceitaste?
- Estou processando ainda, mas o que eu posso fazer?
- Antoine, de onde tu tiraste esse cara não tem outro, não?
- Não, ele é único e é meu!
As pessoas sempre me faziam essa pergunta, Bruno sempre foi perfeito, mesmo cometendo os deslizes dele.
- Bruno, tu não tens nenhum irmão, não?
- Olha, eu até tenho, mas o problema é que eles me odeiam só por eu ser gay. Então, não vale a pena tu conheceres.
- Que horror!
Nós ficamos conversando durante toda a manhã, o Pi ficou lá em casa e eu fiz a comida. Eles não queriam, mas eu insisti bastante e fiz tudo bem rapidinho. Pi amou a comida brasileira que de brasileira não tinha nada. Ele só foi embora na hora de se arrumar para ir ao trabalho. Eu sentia meu primo feliz, ele dizia que ele estava feliz em Paris, que era independente, mas ele se sentia sozinho. Ele sentia falta de família.
- E nós? O que vamos fazer? – Eu perguntei para o Bruno
- Que tal se a gente fizesse nosso famoso cinelençol?
- Eu acho que eu topo! Tem pipoca em casa?
- Acho que tem!
- Deixa eu ver, espera aí.
Eu olhei na dispensa e tinha pipoca. Fazia muito tempo que a gente não fazia esse cinelençol, foi ele que nos aproximou, que fez a gente se apaixonar. Antes do Pi sair para o trabalho, eu fui até a casa dele e peguei vários filmes.
Bruno colocou as pipocas no micro-ondas enquanto eu colocava o filme. Nós nos deitamos sob as cobertas e ficamos agarradinhos assistindo filme e comendo pipoca. Existe programa melhor que esse? Definitivamente, não! Nós passamos a tarde inteira assim, no meio da tarde a dor quis voltar, mas o médico tinha passado alguns remédios que eu tomei e logo a dor passou. Eu não queria me preocupar com aquela dor, mas eu estava começando a ficar preocupado. Como o Bruno disse, cansaço não dá uma dor como aquela.
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- Thi, para com isso! – Eu disse quando o maluco tentava pular no rio Seine.
- Ele é maluco! – Gi disse rindo
- Cai logo, Thiago! Deixa de drama!
- Thi, para com isso! Daqui a pouco nós quatro seremos presos.
Era final de tarde de um sábado, nós estávamos fazendo um passeio de bateau mouche.
- Eu disse que ele não faria isso! – Gi disse
- Eu matava ele se ele fizesse isso! – Eu disse
- Vocês são engraçados, parece até que vocês são namorados.
- Nós já fomos! – Thi disse.
- Sério?
- Sério! – Eu disse
- E vocês continuaram amigos?
- É que antes de nós sermos namorarmos, nós já éramos amigos. É uma longa história!
- Uau! Amigos, namorados, amigos... é, realmente, é uma longa história.
- O que importa é que a amizade prevaleceu. – Eu disse.
- É verdade! – Disse Gi
- Como vocês aprenderam a falar francês?
- Bom, eu acho que meu nome já é uma dica. – Eu sorri
- Não entendi! – Disse Arthur
- Mas é lesado mesmo, viu? A família dele é francesa, Arthur.
- Isso mesmo, Gi. Como minha família é francesa eu sempre falei francês, eu costumo brincar que eu tenho duas línguas maternas: o francês e o português.
- E tu, Thiago?
- Nossas mães sempre foram muito amigas, então, eu sempre falei francês também.
- Vocês são amigos desde criança?
- Desde a barriga das nossas mães. – Eu disse sorrindo
- Ai, que lindo! Vocês são lindos!
- Obrigado, Gi.
Esse dia foi muito legal, mas ele só me fez sentir mais saudades dos meus amigos. Fazia tempo que eu não falava com eles. Nós ficamos até tarde passeando por Paris, eu fui mostrando tudo para os meninos. Eles adoraram, principalmente pelo fato de nós não falarmos português em nenhum momento. Eles estavam amando a experiência que estavam tendo.
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Passaram-se os dias e o Bruno cumpriu com a promessa dele. Agora, ele passava mais tempo em casa, nós saíamos juntos. Eu mostrava toda Paris para ele que já era quase um francês nativo de tanto que ele amava aquela cidade. As minhas dores não cessavam, eu já estava muito preocupado. Bruno desconfiava de algo mas não me falava nada. Ele só queria falar quando saísse o resultado do exame. Mas eu notei ele muito mais atencioso, ele estava sempre reparando em mim, estava sempre me estudando, o que me preocupava ainda mais.
Foi somente no quinto dia, após a minha ida ao médico, que o resultado dos exames saiu. Nós fomos juntos ao hospital.
- Boa tarde, doutor! – Eu cumprimentei o médico que estava cuidando de mim
- Boa tarde, senhor Antoine.
- Boa tarde, doutor! E os exames?
- Boa tarde, doutor Bruno. Bom, o resultado dos exames não são muito bons.
Quando eu ouvi isso eu já senti um frio na barriga.
- Eu posso ver? – Bruno perguntou
- Claro, olhe aqui.
Bruno olhou os exames, ele leu mais de duas vezes aquele papel.
- Não, não, não...
COMENTÁRIOS DO AUTOR
OIEEEEEEEE, MEU AMOREEEEEES!!!! VOLTEIIIIIIIIIIII!!!!!! MINHA INTERNET VOLTOUUUUUU!!!! TEREMOS PUBLICAÇÕES DIÁRIAS, AGORA! EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!!!!
Eu fui hoje lá na empresa de internet e perdi toda a minha finesse (Sim, sou um rapaz phinoooo!), toda a minha educação e rodeiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiia a baiana. Chamei os caralho e tudo. Kkkkk O rapaz ficou até com medo de mim, ele tinha agendado para quarta-feira a visita dos técnicos, mas, eu até me assustei quando eles chegaram hoje às 12h aqui em casa. Kkkkkkkk O que o barraco não faz, não é? kkkk
Bom, mas....
Miniari: Seja muitíssimo bem-vindo(a)!!! Fico extremamente feliz que você esteja gostando.
Ursolino: Bom, eu ia tr desejar boas vindas, maaaas.... Que pena que você irá parar de ler, ainda tem muita coisa por vir. Eu te entendo muito bem, às vezes, ao ler um livro, a gente se identifica tanto a um personagem que quando o autor muda os caminhos dele, é um sofrimento danado. No meu caso, eu tenho vontade até de dar uns tapas no autor. Kkkk Bom, mas caso se sinta à vontade novamente para continuar a leitura, estarei por aqui. Um abraço!
Hello: EEEEEEEEEEE que bom que chegou até aqui! E que bom, que bom, que bom, que bom que gostaste! Um beijooo!!
€$: Pois é, fiquei até surpreso quando um dia desses eu vi um conto bobinho com mais de 50 comentários. Eu olhei e disse: Poxa, o que minha história (que é verdadeira comparada àquela história sem pé nem cabeça) não tem? Mas, eu também pensei: Bom, posso ter poucos comentários, poucas pessoas dispostas a conversar comigo, mas as que eu tenho sãoEntão, eu continuo com a campanha #VENHAMCONVERSARCOMOTIO. Mas, se não aparecer muitos leitores, eu já estou feliz em ter vocês. S2 S2 Beijoooooooooooooooooooooooo!!!!
Jamesblack: O pior é que somos bem loucos mesmo! Maaaaaaaas, era Paris, era a Pont des Arts... Qualquer loucura é explicável lá! Ainda mais quando essa loucura é feita com quem a gente ama... Mais de uma semana sem internet é um sacrifício muiiiiiiiiiiiiito grande, é angustiante, desesperador. Ainda bem que agora eu já estou comunicável e sociável virtualmente. Beijoooo!!!
Plutão: Bom, acredito que todos já perceberam que vem coisa por aí, não é? Nem tudo é um mar de rosas na vida, infelizmente! Nossa, mas quanto ao aniversário, eu não esqueço, não! Eu lembro as pessoas uma semana antes, eu sou daqueles que gosta de fazer festa, de ter todos os amigos por perto. Eu amooooooooooooooo festa surpresa quando fazem para mim, infelizmente, meus amigos já desistiram por que sempre da errado. Eu sempre descubro. Kkkk Um mega abraço, Plutão!
Mille***: Oooooo meu amor, eu sei muito bem como é final de semestre, eu também estou numa correria só. São provas e provas para corrigir, artigos e artigos para revisar, TCC e mais TCC para orientar e corrigir... Enfim, é uma loucura só. Maaaaas, o bom é que as féria também estão chegandoooo uruuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!1 kkkk Espera, tua vizinha te empresta “gentilmente” o wifi dela e tu ainda vais lá reclamar?? Só tu mesmo, Mille!!! Kkkkkk Um beijoooooooooooooooooo, minha flor!
Irish: Você sempre está presente nos comentários, entendo que nem sempre dá para comentar, mas sei que tu sempre comentas. Obrigaduuuuu!! E sim, vem coisa por ai. Preparem-se! Um beijãoooo!!
Tau: Minha coisinha maldosa, como assim não estavas bem? O que tu tinhas, meu amor? Bem que eu achei estranho tu não comentares.... Não era nada grave, né? Um mega beijo!!!! Espero que já estejas melhorzinho!
Ze Carlos: Oieeee!!! Tudo bem? Pois é, campanha #VENHAMCONVERSARCOMOTIO a todo vapor! Kkkk abraço!
NinhaM: Oi, meu amor! Como vai a tua princesinha? Ela é o orgulho da mamãe, não é? Dá pra ver quando tu falas dela. E olha que tem mesmo, eu também sou que nem tu, curioso demais, eu também leio um livro em um dia só pra saber o final, mas quando eu acabo o livro fico numa deprê danada, pois já tinha viciado nos personagens e aí tenho que me acostumar com o término da história. Bom, mas, como aqui não é um livro, vais ter que acalmar um pouquinho essa ansiedade. Kkkk Um beijuuuu, minha linda!
FASPAN: Vamoooooooooooooooos!!! Campanha #VENHAMCONVERSARCOMOTIO kkkkkkkkk Nem me fale nessa empresa. Eu tive que perder toda a minha compostura para eles poderem fazer algo, infelizmente, aqui no Brasil as coisas só funcionam assim. É nesses momentos que sinto falto da França. Lá é bem diferente! Um beijoooooo!!!!
Amores, por hoje é isso! Amanhã, graças ao meu ataque de pelanca, teremos capítulo fresquinho também. EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!!!!!
Até amanhã se papai do céu permitir....
