Confesse Que Me Ama | CAPÍTULO 28 | Imortal

Um conto erótico de Xixi Mijurina
Categoria: Homossexual
Contém 1012 palavras
Data: 12/12/2015 22:33:53
Última revisão: 13/12/2015 13:15:49

Cauê estava sentado num quartinho pequeno e aconchegante. Joaquim trouxe-lhe uma toalha:

- Toma, se enxuga.

- Obrigado - Cauê respondeu pegando a toalha.

- É bom tirar essa roupa molhada, vai pegar um resfriado. Pode usar umas minhas.

- Verdade. Onde posso me trocar?

- Aqui mesmo.

- Na sua frente? - Perguntou Cauê.

- Relaxa, não tem nada aí que eu já não tenha visto. Se quiser eu não olho.

Cauê se trocou enquanto Joaquim estava de costas pra ele.

- E então? Veio fazer o quê aqui? Pensei que tinha sido bem claro...

- Não vim por sua causa. - cortou Cauê - Vim pela Janaína.

- O que tem ela?

- Ela está grávida.

- Oi?

- É isso mesmo. Janaína está grávida, o pai dela está uma fera, estão todos te procurando. Ela disse que você é o pai.

- Mas é claro que eu sou o pai. Meu Deus, preciso voltar pra lá agora.

- Ótimo. Pelo menos o seu filho você não abandona.

- Posso voltar com você? - perguntou Joaquim ignorando a provocação.

- Claro. Eu vim pra isso.

- Vou me arrumar. Já, já saímos.

- Espera, mas já? Eu acabei de chegar de viagem, estou um bagaço.

- Eu dirijo.

- Joaquim, relaxa, ela está grávida, não em trabalho de parto.

- Tá bom, amanhã cedo a gente sai daqui. Cara, eu vou ser pai... – Joaquim falava para si mesmo.

Cauê estava feliz por reencontrar Joaquim, mas essa criança dificultaria a aproximação entre os dois.

***

Abel chegou a um prédio inacabado num bairro novo e muito afastado. Era praticamente a única construção que existia ali. Entrou e começou a vasculhar o lugar com uma arma na mão. Subiu as escadas até que encontrou um homem sentado à mesa no terceiro andar fumando e bebendo uísque.

- Armas? Sério? Não precisa disso.

- Cadê ela, Mangalô?

- Vai ser difícil falar com você com essa arma na mão.

- Eu não sou idiota.

- Nem eu. Não teste a minha paciência. Com um piscar de olhos posso fazer os corações da sua amada e do seu filho pararem, isto é, se o feto já formou um coração, certo?

- Infeliz! Se você...

- Coloca a arma no chão e vem aqui. – cortou Mangalô.

Abel colocou a arma no chão e se aproximou da mesa.

- Senta. – disse Mangalô.

Abel sentou.

- Então, há quanto tempo vocês estão juntos?

- Pelo amor de Deus, o que você quer de mim? Não me venha com conversa furada. É dinheiro? Aqui, tenho todo o dinheiro que te devo com juros e tudo, agora solta a Janaína. – Abel jogou uma pequena bolsa com o dinheiro em cima da mesa.

Mangalô derramou sua bebida sobre o dinheiro, acendeu um isqueiro e jogou fazendo todo o dinheiro pegar fogo.

- Que merda é essa? O que você fez? - assustou-se Abel.

- Isso não paga a sua dívida, eu tenho bastante e nem todo o meu dinheiro devolveria o que você me tirou.

- Do que você está falando?

- Enzo! Você matou o Enzo! – Mangalô gritava furioso.

- Como assim? Eu não matei ninguém. Espera...

- Amarrem ele.

Mais do que depressa Heitor e outro capanga amordaçaram Abel.

- Você sabe o que é achar alguém realmente especial hoje em dia? Nesse mundo podre com tanta gente interesseira e sem coração? Não é algo que acontece com frequência e você conseguiu destruir a única vida que ainda fazia a minha ter sentido. Agora eu prometo que vou te tirar tudo e assistir você sangrar até a morte.

Heitor acertou a cabeça de Abel com um porrete e ele desmaiou.

***

Já era noite quando Cauê e Joaquim resolveram dormir. Só havia uma cama no quarto e Cauê estava resfriado.

- Toma, é um chá de hortelã com mel, vai melhorar essa tua tosse. E pode dormir na minha cama, eu fico no chão.

- Nossa... Obrigado. – disse Cauê pegando o chá.

- Bom, você ficava no meu pé pra eu tomar os meus remédios, então não custa nada eu retribuir.

Cauê riu.

- Como você está lidando com isso? - perguntou Joaquim.

- Com isso o quê?

- A gravidez da Janaína. Eu sei que você gosta de mim, ou pelo menos gostava antes de eu ir em bora.

- Uau! Essa é uma pergunta difícil. Achei que a gente não tocaria mais no assunto. – Cauê bebeu um gole do chá.

- Olha, eu fui um idiota, me desculpe, mas eu precisava desse tempo sozinho.

- Eu ainda estou muito magoado com você, mas isso não importa, você vai ser pai e entre a gente nada vai acontecer.

- Sabe, eu estava com uns planos. Sair de lá me ajudou muito a organizar as ideias na minha cabeça. Eu ia trabalhar, conseguir dinheiro, comprar uma casa e voltar pra te buscar.

Cauê riu novamente:

- Por favor, eu não vou ficar a vida inteira te esperando.

- Eu sei, por isso que eu não te prometi nada antes de partir. Eu não tinha medo de que você vivesse a sua vida sem mim porque eu sabia que quando eu te encontrasse de novo todo o nosso sentimento iria despertar. O que nós temos é forte demais, Cauê, é inquebrável, é imortal.

- Meu Deus, eu te beijaria agora mesmo... – Cauê sussurrou com uma das mãos no rosto de Joaquim.

- E por que não beija?

- Porque a quilômetros daqui existe uma garota grávida precisando de você mais do que eu e provavelmente vai precisar pelos próximos dez anos no mínimo.

Joaquim ficou em silêncio.

- Eu vou dormir. Boa noite. – disse Cauê se ajeitando na cama.

- Boa noite. – respondeu Joaquim. Sua cabeça estava confusa, não sabia o que seria de sua vida dali pra frente. A única certeza que tinha era que Cauê se tornaria um sonho cada vez mais distante. Queria pedir um último beijo, uma última transa, mas era melhor deixar tudo como estava. Ficou um tempo vendo Cauê dormir, chegou perto, deu-lhe um beijo na testa e sussurrou:

- Eu dificilmente vou deixar de te amar. Talvez nunca deixe. - Deitou no chão e dormiu.

Lá pelas uma da manhã o celular de Cauê tocou. O barulho acordou também a Joaquim:

- Alô! O quê? Calma, Felipe... Ai, meu Deus. Tá, estamos indo. – Cauê desligou e disse para Joaquim: – A gente precisa voltar agora ou algo muito ruim vai acontecer.

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