Naquele dia, depois do almoço sentia-me inquieto, não conseguia concentrar-me nas tarefas que tinha pela frente, o olhar perdia-se no movimento que acontecia lá fora e que via através das janelas do gabinete onde me encontrava.
Sou director duma empresa de prestação de serviços e, querendo, poderia decidir sair sem ter que justificar-me a ninguém.
Foi o que decidi fazer.
Chamei a minha assistente pelo telefone e quando ela chegou perguntei:
- Joana, como está a minha agenda para esta tarde? Tenho alguma situação prevista e importante?
A moça, nos seus trinta e dois anos de mulher apetecível, olhou-me com um certo ar de interrogação e respondeu:
- Não, senhor Brites Santos. Não tem qualquer situação marcada para esta tarde. Mas há algum problema com o senhor? - inquiriu com preocupação genuína.
Respondi com clareza e expliquei que me sentia apenas algo desconcentrado e, certamente, cansado, por isso iria sair para descansar em casa. No caso de ser necessário, estaria disponível pelo telemóvel. Bastaria ligar-me.
Joana assentiu com a cabeça e, pedindo licença, saiu fechando a porta do gabinete com calma e educação, como era seu hábito.
Passados breves minutos desliguei o portátil, vesti o meu casaco, guardei no bolso o telemóvel e pegando na pasta, saí, deixando a porta fechada, mas sem a trancar. Joana trataria de fechá-la ao final do dia.
Cumprimentei, despedindo-me e saí do edifício, dirigindo-me à viatura de serviço - um BMW X6.
Dirigi-me sem pressa em direcção a minha casa - uma moradia ampla, rodeada por um jardim, com piscina, situada numa zona residencial de luxo nos arredores de Lisboa.
Enquanto conduzia olhava sem ver a paisagem que ia cruzando e ia pensando em assuntos que não tinham nada a ver com a minha área profissional. Assuntos do meu passado e resolvidos. Era como se fizesse uma viagem sem critério ao passado.
Quando me encontrava a cerca de três quilómetros de casa lembrei-me que precisava deslocar-me a uma loja para fazer uma compra, mas, naquele momento, optei por adiar a ida ao Centro Comercial para mais tarde, decidindo ir para casa para descansar durante duas ou três horas.
Porque precisava voltar a sair mais tarde, estacionei o carro frente a minha casa e dirigi-me ao portão que abri despreocupadamente. Avancei para a porta de acesso ao interior da moradia que abri, sem fazer ruído.
Não era suposto que eu chegasse a casa àquela hora e nem sequer sabia se estaria alguém. A minha esposa, uma advogada, tendo uma profissão liberal, não tinha horários certos para sair ou entrar. O meu filho, o mais velho dos meus filhos, estudava num colégio privado e alem disso desenvolvia actividades desportivas para alem do horário escolar. Não tinha a noção dos dias e das horas em que chegava a casa cedo ou mais tarde. A rapariga, o segundo dos meus filhos, estudava noutro colégio e o seu horário escolar era especialmente carregado durante a tarde, chegando a casa, todos os dias, normalmente, por volta das dezoito e trinta.
Entrei em silêncio, descalcei os sapatos junto à porta, de acordo com as regras impostas por minha esposa, calcei os chinelos e, numa saleta do lado direito do corredor, poisei a pasta sobre a secretária do meu escritório particular, despi o casaco que pendurei nas costas da cadeira e fui até à cozinha para tomar água.
Enquanto andava absorto para a cozinha pareceu-me ouvir um ruído, vindo do andar de cima, onde se situavam os quatro quartos da casa. O meu quarto, o quarto do meu filho, o quarto da minha filha e um quarto de reserva, onde acomodávamos as visitas, sempre que apareciam.
Não valorizei e avancei para a cozinha onde tomei com gosto o copo de água.
Regressei ao corredor e dirigia-me ao escritório quando, voltei a ouvir, agora com maior nitidez, os ruídos anteriores que me pareceram gemidos.
Tomando cuidados redobrados subi as escadas em direcção ao primeiro andar e, pé ante pé, fui avançando devagar prestando atenção ao local de origem dos sons, que cada vez mais se definiram como gemidos intensos e profundos de quem parecia estar em pleno estado de êxtase. Só podia ser sexo o que estava a acontecer num dos quartos.
Quando me encontrava a meio do corredor que ladeava o acesso aos quartos confirmei que os ruídos tinham origem no quarto do meu filho.
Pensei para mim mesmo:
- O sacana do rapaz engatou uma menina e veio comê-la cá para casa. Que macho... Pelos vistos não deixa os créditos por mãos alheias. Dá-lhe, filho... - e interiormente sentia-me um pai feliz por ter um filho homem, pois a outra voz que se ouvia era claramente de uma mulher.
Aproximei-me mais, sorrateiramente, e quando consegui ver o interior do quarto, cuja porta se encontrava aberta, não quis acreditar no que os meus olhos viam. Não era possível! Não era possível!
Fiquei sem reacção, estático, boquiaberto. O que via não podia ser real. Não, em minha casa, com a minha família. Não com as pessoas que eu conhecia, que eu criara, que acompanhara, que educara. Como seria possível que aquilo, que eu via, estivesse a acontecer?
Que pessoas eram aquelas que todos os dias se cruzavam comigo, que eu conhecia (ou julgava conhecer), que, sem que eu pudesse desconfiar, se encontravam naquele quarto, naquela cama, nus e totalmente entregues à volúpia dum sexo animalesco?
Sem ter noção do tempo, permaneci ali junto da porta, espreitando a cena, vendo os corpos em plena função, aquele caralho penetrando aquela cona, fodendo com força, espetando sem dó. E aquela fêmea, sem pudor e a transbordar de tesão e desejo, totalmente arreganhada, com a vulva depilada, lisa, lustrosa, aceitando ser varada com vigor, ser possuída energicamente, submetendo-se ao macho com a energia de uma puta, a carência de uma ninfomaníaca, a gulodice de uma cadela no cio.
O que sentia não era explicável. Sentia-me confuso e ao mesmo tempo, à medida que via o que via, o meu caralho crescia e engrossava, crescendo em mim uma vontade inexplicável de acabar com aquela orgia, sendo violento, bruto, por me sentir ofendido nos valores e princípios que defendia, mas por outro lado vivendo a tesão duma cena inesperada, um desejo profundo de também eu fazer parte daquela festa de prazer e gozo sem freio.
De repente, o macho tirou o tronco da caverna alagada da fêmea e ordenou:
- Põe-te de quatro, puta, que vou-te comer esse cu guloso.
Inacreditável! Sem se opor à vontade do homem, como se ele fosse o dono da situação e ela apenas uma serva ou escrava submissa, aquela mulher ergueu-se da posição em que estava, aproveitou para mamar com vontade, por breves segundos, aquele cacete duro e grosso e pondo-se de quatro, ofereceu as nádegas firmes e sedosas, onde espreitava, totalmente encharcada, a cona antes fodida. O macho curvou-se, já de joelhos atrás da fêmea, afundou dois dedos na greta inchada e lambuzada, e de seguida espetou-os naquele orifício anal piscante, provocando na amante um grito lancinante:
- Foda-se, caralho, que me rasgas a peida toda...
De nada valeu o grito e a queixa. O caralho apontava para o túnel que esperava a invasão e quando o macho entendeu que estava na hora de possuir aquele rabo, encostou o cacete na entrada anal e agarrando a fêmea pelas ancas fincou nela o bacamarte e sem pedir licença espetou duma vez a cabeça do bicho, levando a puta a gritar desalmadamente.
Não recuou, no entanto, e, estocando mais forte, afundou o que restava até que os colhões tocaram os lábios inchados da cona antes espetada.
Os meus olhos pareciam querer saltar das órbitas. Que sacanagem era aquela? Que tesão sentia aquele macho para enrabar aquele cu, que parecia nunca ter sido comido, daquela maneira? E que mulher era aquela que sem negar dar ao seu macho o cu inexplorado, aceitava ser a cadela dum cachorro cujo vergalho lhe rasgara a peida sem dó?
O meu caralho estava prestes a explodir numa esporrada sem controle. E sem que pudesse controlar-me, esporrei-me todo, encharcando as cuecas e uma parte enorme das calças.
Afastei-me então sorrateiramente. E enquanto me afastava ainda consegui ouvir aquela puta no cio dizer com a voz de quem não nega satisfazer o seu homem, o seu amante, o seu macho fodedor:
- Que fodão... Estou toda arrebentada do cu. Que brutamontes do caralho. Mas é bom levar no cu, caralho. Enraba-me! Faz-me uma puta bem puta. Quero dar sempre que quiseres comer-me!
Troquei de cuecas e de calças, limpei-me o melhor que foi possível, levei comigo as calças e as cuecas, que meti num saco de plástico e, da mesma forma que havia entrado, saí sem dar nas vistas.
O que aqueles dois fizeram depois não posso dizer com certeza absoluta. Mas eram apenas quatro e quinze da tarde. Eu normalmente chegava a casa por voltas das sete horas da tarde. Será que o quarto membro, dos quatro que habitavam aquela moradia, chegaria a tempo de assistir ao restante daquela festa sexual?
Quem sabe?
No próximo capítulo talvez consigamos esclarecer algumas dúvidas.