Quero agradecer mais uma vez pelo voto de confiança. E espero que continuem compartilhando e comentando o conto. Vamos ao capítulo de hoje:
O grande dia chegou. Meu pai ensaiou o discurso dele umas 293 vezes. Eu já sabia, o Gustavo também e o Alex repetia todas as frases, imitando meu pai. Reunimos um grupo de amigos próximos e decoramos um restaurante muito bonito que fica no centro da cidade. Ajudei na decoração, precisei fingir uma febre naquela manhã. Gustavo ficou responsável de acompanhar todos os passos da mãe. O meu irmão, faltou aula para fazer um vídeo do casal.
Alex: - Vou colocar essa imagem que o Thiago tá gordo. (rindo) Esse outro que o Gustavo tá com o dente sujo de chocolate
Hélio: - E o vídeo filho?
Alex: - Perfeito.
Hélio: - Alex. Eu acho que não vou conseguir.
Alex: - Xi, pai. Veio pedir conselho da pessoa errada. O Thiago que é o sentimental da família. Guarda essa dúvida para conversar com ele.
Hélio: - Filho. Você está feliz com a minha decisão?
Alex: - Eu tô sussa pai. A Eliza é gente fina. Só não espere que eu a chame de mãe, nem o Gustavo faz isso.
Hélio: - Deveria ter te dado mais carinho.
Alex: - O senhor deu. Só não faz o meu estilo mostrar minhas fraquezas.
Hélio: - E desde quando sentimento é fraqueza guri?
Alex: - Que sotaque gaúcho é esse?
Hélio: - Deixa eu treinar meu discurso.
Alex: - Eu já decorei. O senhor deveria falar o que vem do coração. Depois eu sou frio. Amadores. (levantando e indo ao banheiro)
Gastei cinco horas da minha vida arrumando o salão. O meu amigo arrasou na decoração. Estava algo simples, mas charmoso. Havia flores brancas e várias fotos dos dois. Montamos um pequeno palco para o piano de calda, estava tão animado por tocar um novamente. Gustavo me ligou e disse que a Elizabeth já estava indo para casa. O Alex chegou e montamos a parte que passaria o vídeo. Tentei ver, mas ele disse que era uma surpresa.
Alex: (mexendo no notebook)
Thiago: - Acho que ela estaria muito orgulhosa de nós.
Alex: - Ela quem? (sem tirar os olhos do notebook)
Thiago: - A mamãe. Mudamos tanto. Nós três conseguimos nos virar bem sem ela.
Alex: - Eu sai de casa justamente para evitar o papinho meloso do papai. Você vai começar também?
Thiago: (abraçando Alex)
Alex: - Sério?
Thiago: (chorando)
Alex: - Ei. Para com isso. Hoje é dia de celebrar. Você sabe que eu odeio…
Thiago: - Mostrar seus sentimentos. (abraçando Alex)
Alex: - Vai dar tudo certo. Tá? Eu prometo.
Thiago: - Tudo bem.
Alex: - Agora pode me soltar? Estou sem ar. E você tá fedendo pra caramba.
Thiago: - Tú é muito grosso sabia? Tenho certeza que o papai e a mamãe te acharam na lixeira lá de casa. Babaca. Tô indo pra casa. Vê se não demora. (saindo do salão)
Alex: - Sim. Eu sinto saudades dela. (olhando uma foto que sua mãe lhe segurava no colo)
Tomei banho e tive que sair correndo de casa. O meu irmão seria a isca da Elizabeth. O meu pai, Gustavo e eu fomos em direção ao restaurante. Eram quase 19h. Meu coração parecia que explodiria do meu peito, nem imagino para o meu pai.
Alex: (digitando o número de Elizabeth). - Alô? Elizabeth. Me meti numa encrenca.
Elizabeth: - Alex. Fala devagar. O que houve?
Alex: - Trouxe uma gatinha para jantar aqui no restaurante Coliseu e o meu cartão não passou. O mão de vaca do papai não deve ter transferido o dinheiro.
Hélio: (beliscando Alex)
Elizabeth: - Tá. O Hélio saiu para resolver uns problemas do escritório. (pegando a bolsa). - Estou chegando em 10 minutos. (desligando o celular)
Alex: - Espero que ela não venha baranga.
Thiago: - Adotado. (batendo na cabeça de Alex e virando em direção a Hélio) – Papai. Vai dar tudo certo. A gente confia no senhor.
Todo mundo se preparou para a grande surpresa. Estavam presente os meus amigos, alguns amigos do escritório do meu pai e os professores da escola. Quando chegou no restaurante, Elizabeth foi encaminhada para outra sala, uma moça chegou e pediu para ela ir para o salão. A namorada do meu pai não acreditava no que estava vendo. Começo a tocar algumas notas no piano. Gustavo vestindo um lindo terno anda em direção de sua mãe e pega sua mão.
Elizabeth: - O que significa isso?
Gustavo (levando Elizabeth até o meio do salão e a sentando em uma cadeira):
Sou da Terra, mas na Terra só meus pés estão
Sigo estrelas, posso tê-las na palma das mãos
Sou daqui, mas meu coração é lá
Gustavo (subindo no palco improvisado, ficando perto de Gustavo e pegando em seu ombro):
Ganhou de mim saiu de órbita
E é grave minha condição, sem ar, sem chão a gravidade sumiu
Thiago:
Sou da Terra, mas na Terra só meus pés estão
Sigo estrelas, posso tê-las na palma das mãos
Thiago e Gustavo:
Sou daqui, mas meu coração é lá
Ganhou de mim saiu de órbita
Thiago:
E é grave minha condição, sem ar, sem chão a gravidade sumiu
Thiago e Gustavo:
Vou amar-te até o fim do mundo eu vou
Explorar a criação do criador
Gustavo:
Descobrir mistérios do universo teu, coração, minha atração, meu céu
Thiago:
Sou teu astro, astronauta a viajar
Teu espaço todo eu quero conquistar
Thiago e Gustavo:
Habitar teu sonho mais bonito, minha paixão, atração, meu céu
Ludmila correu até Elizabeth e lhe entregou alguns lenços, a mãe de Gustavo estava chorando. Meu pai apareceu depois que terminamos a canção. Todo mundo aplaudiu. Visivelmente nervoso, o meu pai deixou seu discurso cair no chão.
Hélio: - Problemas técnicos. Bem… querida… é…. (respirando fundo) – Passamos por tantas coisas na vida. Conseguimos formar uma família amorosa e feliz. Então, fiquei pensado se você gostaria de… eu digo…
Alex: - Ele quer saber se você aceita casar.
(risos)
Hélio: (limpando o suor da testa) – É isso mesmo. Elizabeth. Gostaria de casar comigo? Quer fazer parte da família Vasconcelos. Você e o Gustavo? (ele disse se ajoelhando próximo a ela)
Elizabeth: (ficando de joelhos de frente para Hélio) – Claro que eu quero. (beijando Hélio)
Eu e Gustavo continuamos a cantar a música. Enquanto algumas fotos nossas passavam no telão. Eu juro que se não fosse a festa de noivado do meu pai, eu mataria o Alex. Todas as fotos eu estava feio, gordo ou com os olhos fechados. Até que no final, o vídeo ficou muito fofo, algumas fotos lindas que tiramos juntos. O meu irmão expressou todo o sentimento através do vídeo.
Kim: - Que lindo. Desejo toda sorte ao dois.
Bruno: - Achar o amor nessa idade é difícil. A minha mãe nunca achou.
Kim: - Depende muito da pessoa também. A prioridade da tua mãe são teus irmãos.
Bruno: - Eu sei, mas eu queria muito que ela encontrasse alguém.
Kim: - Ela vai. (abraçando o namorado)
Ludmila: - Quando você me pedir em casamento, por favor, não faça isso.
Alisson: - É bonitinho. Vai.
Ludmila: - Não combina comigo.
Alisson: - Tá. Vou chegar em casa um dia. Você vai estar deitada no sofá, vou pegar a aliança e jogar em cima de você.
Ludmila: (rindo) – Você é um palhaço.
Alisson: - Sabia que você ia gostar.
Gustavo: - Então, você gostou?
Elizabeth: (enxugando os olhos com um lenço) – Adorei. Vocês querem me matar do coração.
Hélio: - Fizemos em família.
Alex: - Eu queria algo mais rock… infelizmente perdi.
Thiago: - Fico feliz que tenha gostado Elizabeth. Gustavo, Alex… vamos lá com a turma?
Gustavo e Alex: (indo em direção aos amigos)
Hélio: - Você gostou mesmo?
Elizabeth: - Você é incrível. (beijando o noivo)
Hélio: - Fiz apenas pra você.
Elizabeth: - E tem tanta gente. Vamos cumprimentar o pessoal. (ela disse pegando na mão do noivo)
Aproveitamos a noite para conversar. Era bom estar próximo a pessoas que fazem o bem. Eu sempre fui distante da família da minha mãe, o meu pai era filho único, então era muito independente. O Alex herdou tudo do meu pai, principalmente a questão de fingir os sentimentos. Desde que eu me lembre, eram apenas eu, minha mãe, o meu pai e depois o Alex. E agora eu tinha uma família enorme que crescia a cada momento.
Thiago: - Eu amo vocês. (levantando o copo)
Bruno: - Acho que é o milésimo brinde que levantamos.
Suzana: - Não batizo mais a sua bebida. (levantando o copo) – Arrasamos na competição viados. Agora podemos fazer do repertório?
Thiago: - Quero cantar CPM 22.
Gustavo: - Sempre com boas ideias. (beijando o namorado)
Ludmila: - Tem que ser 'Não sei viver sem ter você'. Amo essa música.
Thiago: - Eu também. (abraçando Ludmila)
Ludmila: - Suzana. Não serve mais álcool pro Thiago.
Gustavo: - Acho melhor eu levar ele pra casa. Avisem para os nossos pais que a gente foi na frente.
Kim: - Tudo bem.
Chegamos em casa nos beijando. Adorava quando o Gustavo ficava vermelho por causa dos beijos fortes que eu dava nele. Entramos no quarto e eu praticamente o deixei pelado em poucos segundos.
Gustavo: - Você tá selvagem hoje.
Thiago: - Hoje eu quero fazer loucuras com você. (beijando o namorado)
Naquela noite transamos em todas as posições possíveis. O Gustavo nem usou lubrificante. Fiquei com o bumbum ardendo no outro dia, graças a Deus que eu fiquei de ressaca, ou seja, uma dor escondia a outra. No café da manhã estava usando óculos escuros. Sentei com certa dificuldade. O Gustavo chegou segundos depois e pegou no meu ombro.
Gustavo: - Desculpa.
Thiago: - Tudo bem. Eu quis também. Só vamos usar mais lubrificante da próxima vez.
Alex: - Problemas no paraíso. (arrastando a cadeira e sentando)
Thiago: - Cala boca panaca. E para de arrastar a cadeira. Barulho insuportável.
Alex: - Amador. (indo até a geladeira e pegando um guaraná antártica) – Pega. (jogando em minha direção) – Isso vai resolver um dos teus problemas.
Thiago: (abrindo a lata) – Isso ainda faz de você um babaca.
Alex: - Posso viver com isso.
Gustavo: - Amor, você vai querer ovos mexidos?
Thiago: (levantando e indo até a pia vomitar)
Alex: - Eu quero.
Gustavo: (andando até Thiago) – Calma. (passando a mão na costa do namorado) – Respira.
Thiago: - Não deixa eu beber da próxima vez. (tirando o óculos e vomitando de novo)
Alex: - Tua sorte que o papai não tá aqui.
Thiago: - xasjdssdasv
Alex e Gustavo: - O quê?!
Thiago: (limpando a boca) – Ele não dormiu aqui?
Alex: (sentando no sofá) – Menino. (afeminando a voz) - Ele e a Elizabeth foram para um hotel. Não te contei esse babado?
Thiago: - Idi… (vomitando)
Alex: - Enfim. Aproveitem seu feriado. Vou na casa da minha namorada. (saindo da cozinha)
Gustavo: - Vou pegar um remédio. Aguenta as pontas.
Suzana aproveitou o feriado para pegar sol. Ela deitou na espreguiçadeira e curtiu aquele momento. Depois de quase 30 minutos, o jardineiro da casa chegou. Ele regou algumas flores e mudou plantas de lugar. A empregada levou suco e alguns bolinhos para Suzana lanchar.
Suzana: - Ei, das flores. (chamando a atenção de Nuno)
Nuno: - Olha. Ela me enxergou. (sendo irônico)
Suzana: - Nossa. Vou guardar a ironia para depois. Aceita um suco?
Nuno: - Os plebeus podem ficar com a realeza?
Suzana: - Sim. Hoje vou dar folga ao chicote.
Nuno: - Vou colocar minha camisa.
Suzana: - Nossa. Ele quer ser cavalheiro? Meu Deus. Não faz isso que vai chover.
Nuno: - Se teu pai me pegar aqui, assim. Acho que não sobrevivo.
Suzana: - Ao contrário do que você pensa, o meu pai é muito legal. (servindo suco)
Nuno: (colocando a camisa) – Melhor evitar né?
Suzana: - E você?
Nuno: - O que tem eu?
Suzana: - Sua história. O que fez até chegar aqui?
Nuno: - É uma longa história.
Suzana: - Então é melhor começar agora.
Sim. Algo em Nuno chamava a atenção de Suzana e apesar do orgulho a jovem decidiu dar uma chance ao seu coração. Eles conversaram por um bom tempo e Suzana o convidou para tomar banho de piscina. Nuno era um cara muito bonito, definido, cabelos raspados e belos olhos castanhos.
Suzana: - No fundo você é legal… apesar de ser um…
Nuno: - Jardineiro?
Suzana: - Apesar de ser um chato. (jogando água em cima de Nuno)
Nuno: - Ei. Isso não vai ficar assim não. Vem cá.
Ludmila e Alison decidiram fazer uma tatuagem. A jovem ficou preocupada e conversou bastante com o namorado antes de fazer. Eles primeiro optaram pelo nome, mas depois mudaram de ideia e decidiram tatuar dois corações discretos. Ela no pulso e ele no ombro.
Alison: - Você tem certeza disso?
Ludmila: - Sim.
Alison: - A sua vai ficar linda. (beijando o pulso da namorada)
Ludmila: - O que a gente vai fazer ano que vem?
Alison: - Eu vou pra faculdade, depois você vai. É um ano amor. Vamos ter nossas vidas pela frente, juntos.
Ludmila: - Eu te amo tanto. (beijando o namorado)
Em casa não conseguia ficar em pé. O Gustavo passou o dia cuidado de mim. Acabei adormecendo. Ele ficou praticando algumas músicas no violão. Depois de duas horas eu acordei.
Thiago: (com os olhos fechados) – Dormi muito?
Gustavo: - Demais.
Thiago: - Desculpa. Acabei com nosso feriado.
Gustavo: - Tudo bem. Vamos ter outros. Quer assistir um filme?
Thiago: - Estou faminto. Vamos pedir pizza?
Gustavo: - Calabresa e portuguesa?
Thiago: - Por favor. (levantando da cama) – Vou tomar banho.
Meu pai e a Elizabeth chegaram a noite em casa. Fomos jantar em um restaurante muito chic. Eramos uma grande família feliz.
Hélio: - Meninos quero agradecer mais uma vez pela ajuda.
Elizabeth: - Fiquei muito emocionada.
Alex: - Lembra disso quando o papai me colocar de castigo.
Hélio: - Porque eu te colocaria de castigo?
Thiago: - Lembra do seu terno Versace? Ele queimou ontem. (com um sorriso sarcástico no rosto)
Hélio: (olhando para Alex) – Você o que?!
Alex: - Ele bebeu na festa do seu noivado e vomitou toda cozinha. (apontando para Thiago)
Hélio: - Você fez o que? (olhando para Thiago)
Thiago: (abrindo a boca, mas sem conseguir falar)
Hélio: - Eu não acredito.
Thiago: (olhando para Alex) – Adotado.
Alex: - Pelo menos não sou teu irmão. Não tenho a sorte do Gustavo.
Hélio: - Vocês querem parar? Que impressão vão passar para Elizabeth e Gustavo? (limpando a testa com um lenço)
Elizabeth olhou para Gustavo e os dois riram. Para os dois estarem em nossa família era algo positivo. Elizabeth sempre quis ser amada de verdade e Gustavo almejava o carinho de uma família. E naquele momento eles se sentiram parte do nosso pequeno círculo disfuncional.
Elizabeth: (olhando para Gustavo e rindo) – Vai dar certo.
Gustavo: - Vai sim. (pegando na mão da mãe)