Aventuras do Rafael

Um conto erótico de Felicius
Categoria: Homossexual
Contém 1201 palavras
Data: 16/12/2015 05:36:44
Última revisão: 17/12/2015 19:44:53

O sol estava no seu ponto máximo quando Rafael chegou à praia. Ele vestia uma bermuda de surfista azul escuro e uma camiseta regata branca, e calçava uma sandália simples que lhe caía muito bem. Muitos olhares se direcionaram para o jovem que descia a duna em direção à água.

Claro que ele nunca precisou de muita coisa para chamar a atenção dos olhares desejosos. Sua genética lhe proporcionava um corpo sarado, apesar de nunca ter frequentado academia. Sua pele bronzeada lhe proporcionava um tom moreno claro, que combinava muito com seus olhos e cabelos pretos. E por falar em olhos, seu olhar era iluminado de tal forma que parecia fazer seu rosto ter luz própria. Esse garotão de 22 anos era dono de um sorriso encantador e uma fala mansa que deixava qualquer um com mais desejo de ouvir sua voz. Sempre teve um ar malandro e conquistador, chegava ao ponto de arrebatar qualquer um desavisado que iniciasse uma conversa com segundas intenções.

Quando ele chegou um pouco mais perto da água, onde a areia está sempre consistente e fria, retirou as sandálias e a camiseta. Ele realmente precisava de um mergulho rápido para relaxar e esquecer dos últimos acontecimentos em sua casa. Retirou sua carteira do bolso e enrolou na camisa, dando uma olhada em volta a procura de um lugar em que pudesse deixar suas coisas, não queria que seus documentos molhassem caso uma onda mais forte viesse até onde ele estava. Ele observou três senhoras sentadas em cadeiras de sol e rodeadas por crianças enquanto comiam e enterravam restos de comida na areia. Mais à direita, havia um casal em um momento de intimidade, que ele não tinha a menor intenção de atrapalhar. Um pouco mais atrás, entre o casal e as senhoras, estava uma pequena barraca improvisada de sorvete. O dono da barraca era um rapaz de meia idade de altura mediana. Ele fazia propaganda continuamente dos sorvetes para atrair mais clientes, e conseguia devido sua simpatia.

Rafael ponderou um pouco e resolveu arriscar e foi pedir para que o senhor guardasse suas coisas enquanto ele ia até a água. Andou em direção a barraca e, quando se aproximou, o comprimentou com um "Boa tarde" tão caloroso que parecia conhecer o vendedor havia muito tempo.

-Limão, creme com passas, cupuaçu, coco com goiaba, napolitano e moça bonita! - respondeu o vendedor quase que automaticamente, como se os sabores dos sorvetes tivessem algum significado lexical.

-Não, não! - Rafael sorriu surpreso e mostrou as coisas que estavam juntas em sua mão.- Na verdade, queria te pedir um favor. Sei que é algo chato, mas prometo comprar sorvete quando eu voltar.

- Ah, sim... Deixe aqui nesta caixa.- respondeu o vendedor de forma neutra enquanto apontava para o lugar em que Rafael poderia deixar as coisas em segurança. Ele já tinha se acostumado com pessoas que queriam curtir e não queriam se preocupar tanto com os objetos de valor. Os moleques daquela área não eram brincadeira. Além disso, não seria nada demais fazer um favor tão simples para o jovem que o cumprimentara de forma tão educada.

No momento em que recebeu a indicação de onde poderia colocar seus pertences, Rafael seguiu até a parte de trás da barraca e arrumou suas coisas. Levantou em seguida limpando a areia dos joelhos e observando a praia um pouco mais atentamente. Aquele seria o ambiente perfeito para espairecer caso a maré não estivesse subindo. Ele precisaria ser rápido e aproveitar o máximo possível daquele mergulho.

...

Depois de algumas horas, Rafael se sentia muito mais leve do que quando chegou à aquele lugar. Seus pensamentos começaram a fluir de forma natural e calma. Ele deixou que a ansiedade e as preocupações fossem levadas junto com as ondas. O mar começava a ficar agitado e a praia estava ficando mais vazia.

Um grupo de jovens se reuniu próximo de onde ele estava e começaram a organizar algo, que com certeza seria uma pelada. Rafael notou que o vendedor começara a demonstrar impaciência, nem mesmo fazia anúncio dos sorvetes, e decidiu sair da água para que não atrapalhasse o senhor que fora tão colaborativo.

-Rapaz, achei que não ia mais sair da água. - O vendedor falou num tom amigável. - Gosta mesmo de água salgada, hein! - E sorriu como se estivesse tentando puxar assunto, embora não tivesse escolhido a melhor frase para isso.

- É, gosto muito de água salgada desde criança. - Confirmou enquanto repetia mentalmente o termo "água salgada" parecendo que ele carregava um significado diferente de mar. - Essa praia aqui é bem legal.

Enquanto a conversa seguia, Rafael pôde observar e conhecer um pouco melhor o vendedor de sorvetes e, para um senhor de meia idade, ele não estava nada mau. Era alguns centímetros mais alto que Rafael, mas nada que fizesse o contato visual parecer forçado. Tinha a pele mais escura, num tom jambo, e o corpo mais volumoso que o de Rafael. Usava calçados de couro, bermudas que cobriam metade dos joelhos e uma camiseta folgada que deixava a mostra os braços fortes resultados do trabalho manual intenso. Empurrar um carrinho de sorvetes devia dar algum aumento muscular de forma natural. Estava com a barba por fazer, que lhe conferia um ar viril, e, apesar de não tão bonitos, seu dentes eram brancos como papel.

Rafael sempre associou a cor dos dentes ao nível de higiene pessoal porque sua mãe dizia que as pessoas limpas escovam os dentes várias vezes por dia, e ele se sentia atraído por pessoas com dentes brancos. Renato, que se apresentou durante a conversa, transpirava energia e jovialidade.

- Ah! Quase ia esquecendo, meu sorvete! Prometi comprar.

- Então você vai ficar me devendo. Os sorvetes acabaram antes dos meninos começarem o treino. - O vendedor apontou para o grupo que jogava futebol na areia.

- Mas não sobrou nada? Nem mesmo um picolé? - Rafael perguntou por impulso, só depois percebeu o duplo sentido de suas palavras. O vendedor apenas ergueu uma das sobrancelhas e sorriu antes de responder.

- Talvez tenha um... Mas antes me confirma uma coisa. Eu te observei enquanto estava na água. Você curte homem, certo? - O tom de voz agora era levemente mais grave, demonstrando que aquilo realmente lhe interessava.

Rafael se perguntou o que ele fez para se entregar tanto. Pouca gente sabia sobre sua sexualidade e, mesmo sentindo muita atração pelo mesmo sexo, ficava com meninas na maioria das vezes. Ele já tivera experiências homossexuais intensas que sempre buscava reviver em momentos de prazer consigo mesmo.

Nesse momento da conversa, seu interesse pelo homem de dentes branquíssimos aumentou ainda mais. Começaram a acontecer mil coisas em sua mente antes que ele pudesse responder, e tudo em fração de segundos.

- Pra ser sincero, sim. Mas esse seu "talvez" pareceu mais uma proposta. Agora eu que pergunto se estou certo. - Retrucou de forma direta porque ele nunca gostou de ficar enrolando. Seu coração começou a bater mais forte e sua respiração pesou um pouco. Ele sentia que uma ereção estava prestes a acontecer.

- Garoto resolvido, gostei da resposta. E sim, você também está certo.

- CONTINUA -

Posso terminar no próximo ou seguir desenrolando a história, comentem a opinião e/ou sugestão.

Esse é meu primeiro conto. Aceito críticas>.<

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