O doce nas suas veias - (Capítulo 17)

Um conto erótico de Vamp19
Categoria: Homossexual
Contém 2077 palavras
Data: 18/12/2015 00:24:36

O silêncio do outro lado da porta do meu quarto domina o corredor quando abro a porta. É noite. Vampiros estão indo em busca de seus próprios lugares confortáveis fora daquele conselho de bobos. Deixo a porta aberta para Jesus. Dou um sorriso confortante para ele quando ele me encara e caminha em minha direção.

Jesus passa por mim e eu fecho a porta. Ele me espera, as suas duas mãos nos bolsos, o rosto não consegue esconder a tensão. Ele me entende, ele sabe o que eu quero e está começando a perceber que agora está nas minhas mãos. Ou se entrega, ou se entrega. Eu nunca o deixaria. Mas ele precisa pensar que eu não hesitaria em ir embora e deixá-lo sozinho.

Passo uma mão pelo seu ombro, alisando o seu terno novo, segurando firme no seu corpo como uma garra. Com a outra mão eu puxo o seu rosto para mim, encaro os seus olhos vermelhos e lembro de quando eram azuis.

“O que foi, Eduardo?” Ele pergunta. “Mestre!” fala surpreso consigo mesmo por ter errado.

Eu sorrio.

“Meu amor.”

Jesus morde o lábio e vira o rosto com vergonha, mas eu seguro no seu queixo e faço-o me encarar novamente. Jesus enrola seus braços ao meu redor.

“Por que eu quero chorar?”

“Como?” pergunto, confuso.

“Por que eu quero chorar? Você é tão bom pra mim. Tão bom que eu quero chorar. Por quê?”

“Está tudo bem.” Não está. Eu não sei a resposta para a sua pergunta. Será que há algo de errado com ele? “Isso é normal.”

Ele afunda seu rosto no meu peito e eu beijo seus cabelos dourados. “Vamos para cima.”

“Estou cansado daquela festa.”

Eu bufo. “Festa. Era para ser um conselho. Quase uma semana e tudo que os anciões fazem é adiar. Se não fosse por Aleera e você, ninguém estaria falando de lutar.”

“Temos que lutar? Não podemos... fugir? Esconder?”

Eu me separo dele. “Não. Não fale mais disso. Entendeu? Para ninguém.” Eu o puxo pelo braço e seguimos nosso caminho pelo longo corredor, subimos as escadas e chegamos novamente no salão enorme e dourado, lotado de criaturas bizarras. Solto o braço de Jesus e confio nele para me acompanhar.

Andando aleatoriamente, encontro Ruta, uma bruxa anciã, de aparência idosa mas elegante, cabelo curto grisalho preso num penteado simples. Seus olhos brilham de alegria ao me verem. “Eduardo. Por um minuto temi que tivesse ido embora.”

Ela estava no conselho de guerra, é uma das que mais adiou o avanço dos preparativos e eu não gosto muito dela. Sorrio mesmo assim. Beijo sua mão e continuo andando. Jesus está atrás de mim.

Se Ruta está aqui, minhas tias também estão, penso. Então vou em busca delas.

Encontro somente Aleera. Está conversando perto do palco com o bruxo Alexandre e o lobisomem Épini.

“Senhora” beijo sua mão. Olho para Jesus, que volta a encarar por dois segundos sem saber o porquê, então ele avança e desajeitadamente pega na mão de Aleera e beija.

Épini bufa e esconde um sorriso. O lobisomem e o vampiro tinham ficado amigos, pelo que parece.

“Estava conhecendo os amigos do seu descendente tão educado” ela diz, sorrindo para Jesus. Sinto-me orgulhoso, pois ela claramente gosta dele. Aleera esconde em seus gestos femininos e sorridentes uma vampira violenta e perigosa, voraz, sedenta. Jesus provavelmente não sabe disso. Jesus não sabe de muita coisa. Mas Aleera já teria mostrado alguma parte do seu lado mais escuro se Jesus merecesse. “Alexandre já me contou de um ocorrido na floresta entre Jesus e ele. Felizmente já se acertaram, não é mesmo? Épini me disse que quer ir a luta. Jovem valente. Mas o bruxo decidiu que seria melhor esperar.”

“Esperar pelo quê?” Eu olho para Alexandre.

Ele parece nervoso. “Por... por um plano mais seguro, em vez de atacar... todo mundo está muito...”

“Você mesmo queria a ajuda dos vampiros para atacar” Épini o corta.

“Mas eu mudei de ideia.”

“Mudou de ideia por quê?”

Ele fica calado. Jesus agarra uma taça cheia de sangue de um garçom e bebe, desinteressado. Aleera também percebe.

“Jesus.”

“Perdão?”

“O que você acha?”

Ele me olha nervosamente.

“Aleera fez uma pergunta” eu falo.

“Eu...”

“Fale livremente, Jesus. Você tem sua própria voz, não importa o quão duro seu Eduardo seja com você.”

Eu dou um sorriso a minha tia. Jesus engole em seco.

“Eu acho que quase uma semana parados é exatamente o que os caçadores querem. Uma semana parados num lugar excêntrico e fechado e cheio de seres sobrenaturais, os quais os caçadores adorariam achar. Um traidor seria o suficiente para entregar o local. Sem falar que nenhum plano deveria levar tanto tempo para ser formado, dessa forma seria melhor se render.”

“Eu preciso ir ao banheiro” Alexandre fala, e o lobisomem o segue.

Aleera se vira para Jesus e segura em suas mãos. “Brilhantemente dito. Você deveria tê-lo levado para o conselho, talvez esse novo jovem pudesse ter colocado um pouco de juízo na velha carcomida da Ruta.”

Jesus dá uma risada, seu rosto todo aceso por ter recebido um elogio.

“Deve saber, Jesus, que seu progenitor pensa da mesma forma que você. Ele deve estar muito orgulhoso.”

“Eu estou,” ele fala. Eu faço um barulho com a garganta e olho alertadoramente o seu rosto. Jesus entende a mensagem. “...senhora.”

Assenti para ele, aprovando seu comportamento e deixando-o saber que confiava nele. Quando Aleera nos deixa, eu seguro no seu braço e encaro seu rosto. “Quer sair?”

“Para onde?”

“Andar pela cidade. Longe de todos. Aqui está muito cheio. E o cheiro do sangue desses bruxos me deixam nauseado. Estou prestes a matar um. Uma guerra com os bruxos é a última coisa que preciso. Embora que no ritmo que as coisas estão indo, estou tão pouco ligando se os vampiros decidirem agir e acabarem com o tratado de paz. Tirando Alexandre, não consigo gostar de mais nenhum bruxo no momento. Parecem um bando de peixes, assustam-se até com sombras.”

“Não quero nem pensar em lutas com bruxos.”

Eu dou uma risada baixa.

“Ele só foi capaz de fazer aquilo com você porque bebeu o sangue dele. É por isso que é proibido. Beber o sangue de um bruxo é basicamente dar sua existência nas mãos deles.”

“Então eles não podem me fazer mal se eu não beber o sangue deles?”

“Eles ainda colocar fogo em ti, fazer uma estaca voar em direção ao seu coração, te jogar contra uma parede a uma velocidade torturante. Eles podem te matar. Mas nós podemos matá-los também.”

“É, não gosto nada de pegar fogo, vamos sair.”

Seguro em sua mão e o levo para a grande porta e além dela, passamos por baixo do túnel de segurança contra o sol e saímos na noite estrelada. O local é invisível aos olhos dos mortais. Charmes feitos milhares de anos atrás.

A cidade é pobre, mas vasta e bem populada. Caminhamos pelas ruas clareadas por postes de luz. Por estarmos de terno, boa parte das pessoas por quais passamos nos encaram. Isso e o fato de dois homens estarem de mãos dadas aos seus olhos.

“Quando esse conselho todo acabar, vou poder parar de usar terno?”

Eu olho para ele.

“Pode parar agora mesmo, meu bem.”

“Sério?”

“Sério.”

Ele não tirou o terno. Mas ficou com um sorriso no rosto desde aquele momento e pelo resto da noite. Andamos de mãos dadas por grande parte da cidade, conversando bobeiras, e foi quase como se ele não tivesse se tornado um vampiro. Ao meu lado era Jesus, filho do padre, inocente e calmo.

No caminho de volta, pois o sol já se aproxima, vejo um vampiro caminhar para o lado oposto. “O sol vem aí” eu digo. O homem levanta o rosto em nossa direção, olhos arregalados, meios evasivos. Eu paro no mesmo momento. Algo estranho ali.

Jesus continua andando até que nossas mãos se separam e ele retorna. “O que há de errado?”

Eu ando em direção ao homem, tentando sentir o seu cheiro, ou escutar seu coração. Nada. Seus olhos, no entanto... seus olhos não negam a humanidade, o medo de um mortal. Esse um conseguiu proteger-se de muitas formas, mas esqueceu de ser corajoso. Deixo Jesus me perguntando o que havia de errado para trás e avanço em direção ao humano.

Ele percebe que é descoberto e tenta correr, mas já estou segurando seu braço. O outro braço desce e agarrar algo por baixo da calça. Levanta uma estaca pontuda de madeira e antes que pudesse fazer algo, a estaca desce.

Eu morri. Penso por menos de um segundo. A estaca está parada a pouco centímetros do meu peito, mais a largura de um dedo à frente e teria me acertado. Vejo Jesus torcer a mão do homem num estralo. Crack. A estaca faz barulho quando cai no chão. Os olhos do homem adquirem novos níveis de medo. Ele gritaria, se eu não agarrasse sua garganta. Estou imprensando ele contra a parede.

Escuto vozes preocupadas de homens e mulheres que passam pela rua naquele horário, poucas, quatro no máximo. Não presto atenção. Encaro o homem à minha frente, segurando toda a minha vontade de avançar em sua garganta e acabar logo com tudo aquilo. Mas um sentimento que vem das vísceras do meu instinto diz-me que algo está muito errado com um humano que não pode ser cheirado por um vampiro tão perto do nosso encontro. Um humano que tinha uma estaca escondida na roupa.

“Quem é você?” sussurro.

Jesus está perto de mim, escutando.

A boca do homem só abre para respirar. Minha paciência está quase esgotada. Mais um pouco de aperto e aquela garganta seria torcida.

“Fale,” digo, aliviando a pressão na garganta do homem. Ele respira livremente, mas só isso.

“Por que não consigo cheirá-lo?”

“Encantamento. Bruxaria.”

“Bruxaria? Mas ele é um caçador.” Jesus está confuso. Ele que logo tinha entendido mais cedo e agora se perde.

“Não é mais.”

Minha pressão retorna no delicado pescoço do homem. Sinto meus dedos afundando na carne e o corpo entrando em espasmos sob meu controle, ele treme como se estivesse levando um choque, um choque mortal. Então com a outra mão, seguro no seu cabelo, dou um puxão para o lado e o pescoço do homem estrala.

O corpo cai sem vida. Levo meus dedos para a boca e sinto o gosto delicioso do sangue. Um caçador se foi. Espero muitos outros.

“O que um caçador está fazendo aqui? Pensei que eles não podiam nos encontrar aqui.” Ele fica

“Parece que podem.”

Ando em direção ao salão onde todos os vampiros estão... E o sol está quase para nascer. O tempo está se esgotando. Jesus vem atrás de mim.

“Você deveria ter perguntado o que precisava saber antes de matá-lo.”

Decido não o punir pela sua insolência.

Não agora.

“Não preciso saber de nada.”

“Como assim?” Jesus acelera os passos para acompanhar os meus largos.

“Já sei de tudo que preciso saber.”

.

.

.

Drica (Drikita) : Muito obrigado mesmo por se dar ao trabalho de ler minha história. Hahaha. Estou muito feliz que tenha gostado. Você tem razão quanto aos personagens, claro que tem mais neles do que isso, mas Eduardo, mesmo não querendo, consegue ser sedutor e Jesus precisava de alguém melhor do que o seu tio padre até quando era humano ainda.

Mediador: Você não sabe o quanto eu estou feliz por saber que alguém gosta do Jesus. Eu amo todos os personagens, claro, mas fico triste quando quase todo mundo odeia o Jesus. Ele faz por merecer, eu sei, mas ainda assim </3 E sério que n gosta do cabelo grande? tu viu aquela foto que postei uns caps atrás? enfim, eu n planejo cortar o cabelo dele, mas talvez um penteado melhor quem sabe... hmmm.

S2DrickaS2: vai ver ele só precisava de um bom sexo pra acalmar os nervos. to brincando. ainda vem muita coisa com esses dois. uma pessoa simplesmente não para de ser mimada da noite pro dia... ou seria do dia pra noite?

Edu19>Edu15: mas até quando?

Luanegra : E você está corretamente correta a respeito de ter muita coisa ainda. Mas estou feliz que shipa os dois juntos, tenho medo de fazer um casal e as pessoas não shiparem e ficarem enjoadas... uma coisa que aconteceu foi que além de ficarem juntos sexualmente, eles entraram num acordo.

Hello: A história realmente n gira em torno deles, mas pode ficar tranquila. confie em mim.

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Comentários

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Terminei essa etapa e vou ver as partes atuais top e algo me diz q alexandre é o traidor

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Oi vc sumiu meu rei!! hum... agora fiquei muito curiosa!! que a guerra comece!! e eu acho que é a velha Ruta que ta ajudando os caçadores, e o Alexandre não quer lutar por causa do Épine, ele já o ama. Volte logo viu?? bjos

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Será que Alexandre se uniu aos casadores? não vejo lógica para isso, mas espero que não.

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Meu lindo pq sumiu,aconteceu algo? sabe que amo seu conto e demora tanto a postar? AMEI ESSE CAPÍTULO, acho sinceramente que tem um traidor ai e vai dar merda, mais achei legal a tentativa de Jesus obedecer Eduardo. Como sempre capitulo lindo, ansiosa pelo próximo capitulo e por favor nao demore, bjs.

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