Capítulo 8
O Trem desembarca no esquecimento.
- Escutem - Valete pôs quatro moedas de ouro nas mãos de Alec, Came e Sam - só entreguem essas moedas para as atendentes e entrem. Não perguntem por passagens.
- Por quê? - questionou Came.
- Senhorita - Chamou Valete, atraindo a atenção de uma atendente que anunciava algo sobre uma viagem - esse rapaz perguntou onde se pode obter uma passagem.
A mulher conteu inutilmente uma gargalhada. Ela começou a andar rápido pra longe.
- Mais alguma pergunta? - perguntou Valete apontando o dedo à Came ainda, desde que se referira a ele na conversa com a atendente.
- Não - a expressão de Came se tornou azeda. Ele enfiou as moedas no bolso e cruzou os braços, emburrado.
- Bem, melhor embarcarmos, não é? - Sam empurrou Came para dentro do trem antes que a aversão resultasse em briga.
- Acho melhor eu ir também - Disse Alec, encarando Valete - Agradece o Ás por mim, ok?
- Certo... - ele olhou de soslaio - Valete?
- Fala - ele anotava algo em um caderninho.
- Por quê o Príncipe Vermelho implica tanto com você? - perguntou Alec.
- Implica?
- Sim, ele gritou com você só porquê você passou pela sala do trono e não o saudou mas depois quando você saía para nos levar e passou por lá novamente, Saudando ele, ele mandou você "desaparecer".
- Ele me odeia. Eu odeio ele. A única coisa me mantem nesse trabalho é o Às - Valete apontou pro tapa olho - aquele desgraçado arrancou um olho meu e fez um cachorro comer bem na minha frente.
- Posso fazer uma sugestão? - perguntou Alec.
- Depende. O que você quer sugerir?
- Finja concordar com ele. Em tudo. Como todos aqueles puxa sacos que ficam andando pelo castelo.
- Está me falando pra mentir - Valete pareceu surpreso - pra alguém tão nanico você tem um potencial muito maligno em si huh?
- Eu não sou nanico! - resmungou Alec massageando o pescoço dr tanto olhar pra cima pra encarar Valete. Se sentiu idiota - talvez um pouco...
- Você é pequeno de dar dó. Parece uma criança - Valete disse - Ninguém pensaria que você é um adulto.
- Tá, Chega. O assunto não é meu tamanho. Eu só sugeri isso, porque se você começar a concordar com ele como os bajuladores, Ele vai ignorar você. Por quê você não representará mais um problema a ele.
Valete encarou com descrença. Deu de ombros.
- Não custa tentar - ele estendeu a mão encoberta pela grossa luva de couro preto - boa sorte e boa viagem.
- Ah... - por fim Alec apertou sua mão - muito obrigado. Até mais ver.
- Cuide-se - Valete pegou uma carruagem e começou a afastar-se ao longo da estrada.
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Horas de viagem depois...
Um delicioso almoço fora servido. Massa com uma carne escura que tinha gosto de bife de frango acebolado. A sobremesa fora bolinhos com gosto de sorvete de amora.
Depois de comer, caíram num sono pesado e sem sonhos. Todos... Exceto Alec...
Em seu sonho, ele estava sentado em uma cadeira...
Seis pessoas estavam em pé a sua volta. Eles o encaravam. Seus corpos pareciam ser feitos de escuridão. Completamente impossíveis de se ver.
- O que estão fazendo? - Alec perguntou. Não houve resposta da parte de ninguém - O QUE QUEREM DE MIM?
Um deles avançou. Ele era o Maior de altura. Alto o suficiente para humilhar Alec com sua estatura gigantesca.
- Queremos que acorde... - Os enormes olhos castanhos de Alec se arregalaram. Uma onda de arrepios invadiu o seu corpo. Aquela voz... Era tão estranha e desconhecida... E ao mesmo tempo tão familiar e querida...
Quem era... Quem podia ser esta pessoa?!
Ele começou a recuar. Seus passos o levavam para longe de Alec.
- Não! Por favor!! Espere!! - ele tentava levantar-se, porém seu corpo parecia ser feito de chumbo - ele se misturara na escuridão quase completamente.
- Não vá embora... - a angústia o aflingiu - não me deixe aqui...
Porém, infelizmente ele já havia ido. Entretanto, uma última palavra ecoou de sua boca...
Acorde...
- ACORDE, ALEEEC!! - Berrou Came. Os olhos de Alec protestaram contra a clareza do sol que os atingira diretamente. Alec olhou pela janela. Pinheiros cobertos por camadas de neve e montanhas gigantescas. Vales aparentemente infinitos, cheios de árvores de muitos tipos - ei! - ele voltou a atenção á Came, ainda sonolento - termine de se prender - ele estendeu uma fivela para que Alec prendesse.
- Quê? - Alec pegou as fivelas - pra quê isso?
"Para não morrer " Shulåãn observou.
"E por que diabos eu morreria? "
Uma caixa de som tocou no alto do vagão.
" Último aviso. O nosso capitão pede para que prendam todos os 52 cintos de segurança. Em pernas, braços, pescoços, troncos e cabeças. Estes cuidados são necessários para que vocês não morram antes do esperado! Hihihi"
A caixa do som fez um chiado e silenciou. Segundos depois, o som retornou e a voz doentiamente alegre da atendente retornou.
já ia me esquecendo! Estamos chegando no vilarejo madeireiro. E á queda livre demetros também. Aproveitem sua viagem e obrigado por viajar conosco! "metros?!! COMO ASSIM??!? - berrou Alec se prendo aos cintos o mais rápido que podia.
- Eu odeio esse lugar... Odeio muito... - Came fechou os olhos - Alec, se eu sobreviver, saiba que vai estar encrencado comigo. Vou te matar.
Os três sentiram um frio na barriga. Estavam caindo. Houve um impacto e os três afundaram no banco do trem como se ele fosse feito de gelatina.
- Que MANEIRO! - berrou Sam - amo montanha russa!
- Pena que não é montanha russa - resmungou Alec. Sam viu o desespero nos seus olhos. A mão pequena de Alec foi envolvida pela mão de Sam. A mão dele era macia... E humilhantemente grande. Alec sentiu a mesma energia da primeira vez que segurara sua mão - o que você tá fazendo?
- Te apoiando, ué - Sam sorriu - eu esroy aqui. E o Came também.
- É, mas só até eu ter um ataque cardíaco. Aí eu vou partir dessa para a melhor - Came balbuciou. Ele suava muito.
O trem caiu, caiu, e caiu mais. Alec pensou se o coma era tão ruim depois de tudo aquilo.
Quando chegaram à estação, Came vomitou horrores numa lata de lixo. Vomitou pelos três.
- Bem, melhor irmos andando - disse Sam, pegando os cavalos com um atendente careca. Ele usava a mesma roupa branca, blazer vermelho e gravata e sapatos pretos. Parecia um personagem de desenho animado.
- Esperamos que tenham feito uma viagem inesquecível! - disse ele.
- Inesquecível Concerteza foi - resmungou came olhando feio.
" E como foi " comentou Shulåãn.
" Calado, sua vida não mudou nada. " Alec aborreceu-se.
" Eu fui atingido sim " disse Shulåãn " Psicologicamente "
" Você vai ver daqui a pouco o que é ser psicologicamente afetado "
" Não mata nem uma formiga e acha que consegue me fazer algo... Que inocente "
" Foda-se " cortou Alec, caminhando rápido para alcançar Sam e Came.
- Adeus! - Alec ouviu a voz afetada e alegre da atendente - boa sorte... Alexander...
Isso o fez parar onde estava. Seus olhos voltaram-se imediatamente para trás. Não havia ninguém no trem.
- Anda logo, ou vamos te deixar pata trás, Alec!! - Brincou Sam.
- Já vou - Alec começou a se apressar em direção aos amigos. Sua pele estava arrepiada. Ele por um momento pensou ter ouvido o seu nome. Bem claramente. "Alexander".
Ele se perguntou se não era apenas obra de sua imaginação enquanto seguia com seus amigos.
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(Preparem seus corações, eu avisei. Thau)
A vila madeireira... Como explicar aquele sentimento... O lugar mais belo do universo. Pessoas com roupas vitorianas caminhavam pelas ruas; Feiras ao ar livre; Crianças correndo pelas ruas e mulheres lavavam suas roupas no rio á beira do rio que corta o vilarejo.
E todas as praças, casas, jardins, quintais estavam repletos de plantas, árvores e arbustos floridos.
O cavalo branco, enlouqueceu assim que chegara no lugar. Começou a trotar velozmente pelas ruelas até que chegara o momento que haviam cruzado o vilarejo. Do outro lado era mais movimentado ainda. O cavalo entrou numa casa ao lado de um carvalho gigantesco que tinha um balanço preso a ele. A casa já ficava no fim do vilarejo. A estrada para a floresta selvagem se estendia ao longo.
- Ele se enfiou nos arbustos - Sam disse - será que essa é a casa dele?
- melhor irmos perguntar - Came entrou. Os arbustos eram tão grandes que estavam criando um muro vivo - minha nossa, tesoura de jardinagem existe. Eles não conhecem?
Algo se mexeu nos arbustos afrente.
- deve ser ele - Alec falou, andando na frente. Ele ergueu os galhos do arvusto para conseguir ver através dele - cavalinho?
Uma pelugem preta estava ocupando o lugar. Um rosnado se fez ouvir.
Alec sentiu que aquilo não era o cavalo. E também não era um panda fofinho alegre e gorducho.
Uma figura negra e gigantesca pulou para fora e abriu a bocarra cheia de dentes de forma ameaçadora.
Um lobo.
Por reflexo, Alec cambaleou para trás, para perto dos amigos. O lobo latia cada vez mais alto, deixando todos extremamente desesperados.
- ele deve ter matado o pobre cavalo... - lamentou Sam - e agora... Vai nos matar...
- Pode parar, Tony. - uma voz feminina ordenou. Uma mulher magra de olhar rígido e cabelos castanhos claro surgiu dentre as plantas - quem são vocês, impostores?!
- Ei, por favor mantenha a calma - Sam pediu - não queremos fazer mal. Trouxemos um cavalo a pedido do capitão Ashton. O cavalo se chama Ydnac... Alguma coisa. Ele disse pertencia à família... Odidore...
- Odidrep? - a mulher sibilou .
- Isso mesmo - disse Alec - acredite. Só viemos trazer o cavalo para essa família. Não queríamos invadir o seu quintal sem permissão. É que ele entrou aqui...
- não tem problema - aliviou a mulher - ele só voltou para casa.
- Aqui é a casa da família Odidrep? - perguntou Sam.
- Certamente - afirmou ela - me chamo Dorothea e esse é meu pastor alemão, Tony. Pedimos desculpa pelo mal entendido.
- Pensei que ia morrer - Came se jogou no chão.- mais um susto e eu posso dar Thau.
- Vai ficar tudo bem agora, Came - Alec dei tapinhas solidários nas suas costas.
- Se o Ás enviou vocês não tenho do que desconfiar.
- O Ás é tao reconhecido assim? - Came estranhou.
- Ele é uma boa pessoa - O cavalo branco saiu do meio dos arbustos e relinchou para Dorothea - Oh, Ydnac! Quanto tempo! Pensei que não o veria mais - ela acaricpu o focinho do animal - mais uma vez agradeço e insisto para que descansem aqui até se sentirem dispostos novamente. Foi uma Longa e exaustiva viagem.
- Ficamos agradecidos - Alec disse.
- O seu cavalo gosta muito da senhorita - Came observou.
- Ele não é meu. Pertence ao meu filho mais velho. Ele deve estar almoçando. - ela se virou para a casa de pedra cheia de trepadeiras floridas - Tsol! Venha ver quem está de volta!
Ela os guiou até a varanda. Um rapaz Véio andando. Cabelo bagunçado, roupas vitorianas e botas de couro velhas.
- Tsol! Veja quanta bondade. Estes jovens trouxeram o seu cavalo de volta a pedido do Sr. Ás. Não é maravilhoso?
O coração de Alec vacilou.
O que era aquilo?! Como... Podia ser possível?! O desenho dos olhos... A expressão... Os olhos... Cada formato matemática e geométricamente iguais. Como se não bastasse, o cabelo dourado como feno contrastava com os grandes olhos azuis e a pele levemente bronzeada.
Tsol...
Seu jeito era tão familiar...
Meio que percebendo o seu olhar, Tsol o encarou de volta. O coração de Alec disparou. Por quê?
- Alec?! - sua expressão alterou-se de neutra para inquieta. Alec despertou do transe. Como aquele cara sabia seu nome sem nem conversar com ele?! - o que vice está fazendo aqui?
- quê? - foi a única coisa que pôde dizer.
- vai fingir que não me conhece? Não seja cínico!
- Ma-ma mas... Eu não conheço você...
- ALEC!! - Tsol agarra o braço de Alec com forca - Você tá louco? SEU DOENTE! TÁ RETARDADO DE VEZ?!!
- Me solta. Tá machucando meu braço! - seu braço parecia estar sendo arrancado á força. Como uma pessoa podia ser tão forte assim?
Já sentia a dormência dominando seu braço quando ele foi solto repentinamente.
Sam o empurrara para longe.
- Deixe o Alec em paz, seu maluco. - ele disse.
Sam e Tsol ficaram se olhando feio. Alec não sabia o que pensar. Tsol aparentemente, mesmo que a pouco fosse apenas um estranho, tinha a imagem do seu desenho; e do homem dos seus sonhos, Porém, por outro lado, acabara se tornando o demônio que assombra seus sonhos.
©°NTinU4...
Se vcs n me matarem sai Ainda essa semana mais um capítulo :v
E se a minha irmã não me matar também, já que ela acompanha.
Conselho; nunca faça faculdade de Física. E salvem seus rascunhos, porque senão você atrasa 2h o capítulo <\3
Minha irmã providenciou essa imagem esse cara é a visão exata que eu tenho do Tsol em mente. Mas o cabelo do Tsol é mais Loiro, lógico :v
http://www.mdig.com.br/imagens/semana/sem192/sem192_44.jpg