O CRIME DOS VIEIRA DE MELO – Parte 34
Henriqueta acabara de ter um horrível pesadelo, quando acordou com o barulho de um tiro vindo da mata. Adormecera depois de ter dado a melhor foda da sua vida com o moço e logo começou a sonhar que estava atolada em um mar de cadáveres e sangue. Gritava por João Paes, mas ele não respondia. Então, percebia que todos os cadáveres afundados no sangue tinham as feições do amado.
Desde pequena, tinha dons premonitórios. Quando, já desperta, escutou o segundo tiro ao longe, não teve dúvidas: correu para a saída da casa, em busca de seu homem. Uma das escravas que estava de vigia afirmou que ele havia saído a cavalo com um padre. Nesse instante, o garanhão que pertencia ao rapaz veio em disparada, de algum lugar do engenho, e brecou perto da moça nua, oferecendo-lhe montaria. Henriqueta tomou a carabina que estava com a negra e montou de um salto o animal, partindo em disparada para onde viera os estampidos.
Tinha o coração apertado em seu galope veloz. Temia que aquela foda tão gostosa, antes de adormecer, não se tornasse uma despedida de seu amor. Sim, passara a amar aquele homem, mais jovem, porém, tão diferente do falecido marido. No entanto, algo lhe dizia que o havia perdido para sempre. Lágrimas escorriam dos seus olhos enquanto galopava o animal em pelo e sem rédeas. Mas era uma amazona desde criança, quando ainda morava na Espanha. O pai a ensinara montar logo cedo.
André Vieira escutou o tropel do animal vindo em sua direção. Rápido, montou em seu próprio cavalo e tratou de se afastar dali. Até porque não tinha mais como recarregar suas armas. Derramara toda a pólvora no chão, com seu aperreio antes de atirar no rapaz. Então, se fosse pego perto do moço, não teria como defender a sua vida. Covarde como era, tratou logo de evadir-se. Esporeou sua montaria e já ia longe, quando olhou para trás. Mesmo na quase escuridão de final de tarde, viu uma mulher nua, de pele alvíssima, montada sobre um belo garanhão, galopando em disparada e apontando-lhe uma carabina. Gelou. Agachou-se sobre a própria montaria, tentando tornar-se um alvo mais difícil. Ela atirou. André Vieira sentiu seu corpo ser projetado para frente, indo cair metros além de sua montaria. A mulher havia acertado o seu cavalo que, na queda, lançou longe seu dono.
O jovem ficou apavorado. Iria ser morto como um cão vadio por aquela mulher branca e nua. Quem seria ela? Com certeza, um anjo vingador. Aterrorizado pela aproximação da mulher em disparada, tentando recarregar a arma, André Vieira clamou a tudo que era santo para que o ajudasse. Prometeu, quase chorando, que até perdoaria Ana de Faria, se fosse salvo da morte que parecia certa. Fechou os olhos, pois era covarde demais para ver o inimigo atirando nele. Ficou esperando ouvir o tiro que não foi disparado. Aí tomou um pouco de coragem e reabriu os olhos bem devagar.
Henriqueta havia visto João Paes estendido perto do seu próprio cavalo morto e freou o garanhão. Desceu agilmente dele e agarrou-se ao corpo do amado. No entanto, logo percebeu que ele estava já sem vida. Deu um urro de dor, clamando por Deus. O garanhão aproximou-se do dono e ficou empurrando-o com o focinho, como se quisesse acordá-lo. Depois dobrou as patas, abaixando-se perto do corpo de João. Henriqueta demorou um pouco a entender o que ele estava querendo. Lembrou-se que o moço havia dito que o animal era muito inteligente e até lhe contou umas proezas dele. Finalmente, conseguiu sorrir. Depressa, segurou seu homem por sob as axilas e arrastou-o com esforço para cima do garanhão, deixando-o atravessado sobre o animal que se levantou. Henriqueta montou em sua garupa, ajeitando o cadáver do moço para que não escorregasse para o solo. Levantou a carabina acima da cabeça e bradou para o jovem André:
- FUJA AGORA, CÃO. ESTÁ LIVRE DE MIM, POR ENQUANTO. MAS HEI DE ENCONTRÁ-LO NOVAMENTE, SEJA ONDE FOR. ENTÃO, TE MATAREI.
André Vieira caiu ajoelhado no chão. O coração batia apressado, o suor era abundante e o medo era tamanho que ele tinha vontade de vomitar. Foi até seu cavalo. Ele ainda estava vivo, mas não tinha condições de levantar-se. Fora atingido em uma das patas, que estava quebrada com o impacto da bala disparada por Henriqueta. Mesmo se ainda tivesse pólvora, não teria coragem de sacrificar o animal. Restava-lhe, então, empreender a longa caminhada de volta ao Engenho Pindobas.
Henriqueta galopava em disparada de volta ao Engenho Velho. Tentava enganar a si mesma de que o amado estivesse vivo e pudesse ser salvo por alguma das negras de lá. Chorava compulsivamente de ódio por ter pego apenas a arma, sem trazer a pólvora nem a munição que estava com a negra. Por isso, só teve direito a dar um único tiro, pois a carabina já estava carregada e pronta para disparo. Com isso, perdera a oportunidade de matar o homem que atirara em seu amado. Encheu-se de esperanças quando avistou Malaquias cavalgando em direção a ela. O negro, porém, não interrompeu o galope da mulher. Pediu que ela seguisse para o engenho, que estava bem próximo. Logo Henriqueta avistou a construção numa clareira no meio do mato.
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Padre Sipriano acabara de regressar ao Engenho Pindobas. Notou uma grande movimentação de homens, comandados por Bernardo Vieira, mas evitou ser visto pelo grupo. Apeou na entrada da senzala e perguntou a um negro que pisava milho num grande pilão de madeira:
- Boa noite, meu filho. Vosmecê sabe onde posso encontrar a negra Filomena?
- Ela está dentro da casa grande, reverendo. Agora serve diretamente a D. Catarina – respondeu o escravo.
- Poderia chamá-la em sigilo até aqui, meu filho? – pediu o padre – venho de uma longa cavalgada e também estou querendo falar com ela a sós.
Pouco depois, a menina Filomena estava frente ao religioso. Primeiro ela ficou assustada quando ele lhe perguntou sobre a noite que havia dado suco a Donana e ao jovem que foi acusado de visitar seu quarto. Quis mentir, mas relaxou quando o padre demonstrou que não queria puni-la e que já sabia da verdadeira história. Contou que viu com seus próprios olhinhos a sua senhora adicionando umas ervas ao suco de manga. Afirmou que, depois disso, foi impedida de se aproximar da sinhazinha. Confessou também que naquela noite tomou o resto do suco, que sobrara no pote, e dormiu o dia seguinte inteirinho. Acordou ainda zonza, vomitando muito. O padre logo acreditou ter confirmado a história do rapaz - Mas como a infiel havia feito para a moça engravidar? - Depois sorriu, crente de ter descoberto a trama: Catarina devia ter masturbado o jovem e depois introduzido seu esperma na vagina da sinhazinha!
Seus pensamentos, no entanto, foram interrompidos por uma algazarra na frente da casa grande:
- EU O MATEI!!! – gritava para todos ouvirem, André Vieira – O DESGRAÇADO QUE ME TRAIU EM MINHA PRÓPRIA CAMA ESTÁ MORTO.
Bernardo Vieira o ovacionou, seguido dos homens que estavam montados a cavalo em frente à casa.
- EU DEI TRÊS TIROS NAQUELE INFELIZ! E ESTOUREI A SUA CABEÇA! – gritava insano o filho dos Vieira – AGORA SÓ FALTA ACABAR COM A VIDA DAQUELA RAMEIRA SAFADA – complementou, referindo-se a Ana de Faria.
A moça, que observava tudo aquilo de uma janela do seu quarto, caiu no pranto. Não por ela, mas por saber que João Paes estava morto. Havia visto o padre Sipriano se aproximar da senzala e depois viu a pequena Filomena ir ao seu encontro. Esperava notícias do que ele conseguira conversar com o moço. Torcia para estar enganada sobre a acusação que pesava sobre ele. Acreditava na inocência do rapaz. Aí, ouviu umas batidas na porta. Enxugou as lágrimas e foi abrir. Era Filomena, afobada:
- O padre disse para eu aproveitar que todos estão lá fora e dizer à sinhazinha que feche bem a porta do seu quarto e não abra para ninguém, enquanto ele não trouxer o bispo pessoalmente aqui no engenho. Não abra de maneira nenhuma a porta, disse ele, mesmo que a sinhazinha tenha de passar fome. E reze. Reze muito para que todo esse mal entendido seja resolvido.
- muito bem, Filomena – disse Ana para a negrinha de sete anos de idade – vosmecê já sabe muito bem dar um recado. Agora volte para seus afazeres, antes que te descubram falando comigo.
A menina correu contente, depois de receber um beijo na testa da sinhazinha. Procurou o padre para dizer que tinha dado bem o recado, mas este já havia desaparecido. Um negro disse que ele tinha partido em sua mula assim que ela foi dar o recado.
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- Não, eu não quero ninguém vingando meu filho. Chega de mortes – disse veemente o velho Cristóvão Paes Barreto, pai do finado João.
Haviam transportado o corpo do jovem até o Engenho Novo e Mtumba jurara vingança. Malaquias havia estado no local onde Henriqueta dissera ter derrubado o cavalo do assassino e descobrira que o animal pertencia a André Vieira. O negro reconhecia dever as regalias da sua nova vida ao jovem, que o acolheu no velho engenho. Queria ir com Mtumba ao Engenho Pindobas e dar cabo da vida do ex-patrão. Agora ouvia o próprio pai dele dizer que não queria vingança. Henriqueta, que estava inconsolável, foi a primeira a externar sua revolta.
Mas o senhor Cristóvão Barreto estava irredutível. Disse que depois explicava a ela o motivo da sua passividade. Advertiu que ela não tomasse como um ato de covardia. Garantiu que os Vieira não ficariam impunes. Mtumba acalmou-se, quando ouviu essas palavras do velho. Sabia que ele não era um covarde. Se o homem decidiu-se a agir daquela forma, era porque tinha algum trunfo. Então, pediu que as negras cuidassem de preparar os funerais do jovem. Chamou Henriqueta a um canto e conversou demoradamente com ela. A mulher estava mais calma ao cabo da conversa.
Malaquias, no entanto, estava decidido a vingar o jovem. Naquela noite, deixou Violeta velando o corpo do rapaz, junto com os escravos que, mesmo alertas contra um ataque dos Vieira de Melo ao engenho, prestavam as últimas homenagens ao jovem. Haviam providenciado um “paletó de oito varas”, que lhe serviria de caixão, como era costume enterrar os mortos naquela época. Só um negro que estava de vigia do lado de fora da casa grande viu quando Malaquias saiu furtivo, bem armado e a pé, para não fazer barulho. Pretendia caminhar a noite toda até chegar ao Engenho Pindobas. Antes do amanhecer, o sinhozinho Vieira estaria sem vida. Sua intenção era matá-lo no leito, enquanto dormia. E se escafederia do engenho antes que percebessem. Mas nada aconteceu como ele planejou.
Foi acuado por vários cães de guarda que deixaram soltos lá no engenho Pindobas. O Sr. Bernardo Vieira mandara buscar os animais em Olinda. Ordenara que qualquer dos seus homens que tivessem cães ferozes deveriam buscá-los. Por isso organizara aquele grupo que estava na frente da casa, quando o padre chegou lá. Voltaram todos rápidos, no meio da madrugada, e amarraram um ou mais cachorros em árvores, nas posições estratégicas de defesa do engenho. Temiam sofrer um ataque do velho Cristóvão Barreto, quando soubesse da morte do seu filho. Os cães deram alarme da presença de Malaquias e os homens soltaram os animais. O negro foi barbaramente estraçalhado por vários deles, longe de chegar ao quarto onde dormia André Vieira. O ex-escravo morreu antes de dizer a que viera. Como não viram mais nenhum inimigo, chegaram à conclusão de que o negro tinha ido se aliar ao grupo contra os recifenses, como já tinha proposto a ele o fidalgo Bernardo. Daí, não deram muita atenção à morte dele.
Quando Violeta deu pela falta do companheiro, foi procurar Mtumba. Este foi até onde estavam guardadas as coisas do casal e notou o desaparecimento de armas e munições. Logo adivinhou o que estava se passando. Consolou a negra que entendeu que seu homem não voltaria mais. Esta, no entanto, agora achava-se livre para estar com seu verdadeiro amor. Ao sentir a mão do velho guerreiro acariciando sua cabeça, tentando consolá-la, teve tesão. Pegou a manopla do negro e levou seu polegar à boca, como se estivesse chupando-o.
Mtumba disse, muito sério:
- Devemos respeitar o velório do meu amigo João Paes.
- Devemos mesmo é dar vazão a esse desejo que nos incendeia o corpo. Vejo que vosmecê está de pau duro, sinal de que quer foder essa negra. Mas quero que me foda de uma forma que eu nunca fui fodida, para apagar esse fogo que me queima o rabo.
Como não tinham possibilidade de serem flagrados, pois todos estavam em volta do corpo do jovem João Paes, Mtumba olhou em volta. Viu um tacho de barro com várias pitombas grandes. Pegou uma delas, levou-a à boca, descascou-a com os dentes e encaixou-a na buceta da negra. Esta arregalou os olhos, preocupada de que teria dificuldades em retirar a frutinha descascada dali. No entanto, o negro tirou a casca de outra e enfiou no mesmo lugar. Quando acabou de introduzir no racha dela a sexta pitomba, pediu que ela se despisse da saia que usava, sem nada por baixo. Ao ser rapidamente atendido, lubrificou a enorme glande e pediu que Violeta ficasse de costas para ele. Ela sorriu contente. Adorava ser possuída por trás. Ele lhe introduziu a pica no rabo e cochichou ao seu ouvido:
- Vou foder-te o cu, bem devagar. Se deixar escapar uma só pitombinha da buceta, paro de meter em sua bunda, ouviu negra safada?
Ela balançou a cabeça, dizendo que sim. Mas, nem bem sentiu os grandes testículos dele tocar-lhe as pregas, deixou escapulir uma fruta da greta. Ficou triste. Aí ele voltou a falar-lhe ao ouvido:
- Por essa, passa. Mas deixe escapar mais uma e prometo nunca mais comer teu rabo.
Violeta aperreou-se. Nem sentira quando a pitomba escorregadia desceu do túnel da bucha abaixo. Passou a concentrar a atenção da cópula na vagina, tentando esquecer a sensação da pica entrando e saindo do seu buraquinho estreito. Mas, não teve jeito: descuidou-se e cuspiu mais uma pitomba fora. O negro deu um tapa forte em sua bunda, rosnando:
- Se deixar escapar mais uma, juro que nunca mais trepo contigo, negra descuidada.
Ela começou a chorar. Implorou para que ele a desculpasse e não parasse de meter em seu rabo. Mas, nem bem disse isso, outra pitomba resvalou das suas entranhas. Quis dizer mais alguma coisa, mas sentiu o primeiro orgasmo se aproximando. Catou com urgência as pitombas que haviam caído no chão. Introduziu-as de volta à vulva. Mas, quando gozou deliciosamente, todas as frutinhas foram cuspidas longe, de novo, pela xoxota frouxa do gozo. Aí, quando achou que o negro iria retirar todo o caralho do seu cuzinho, sentiu a explosão de esperma dele em seu túnel estreito.
FIM DA PENÚLTIMA PARTE