_ Quero te levar a um lugar que é muito especial pra mim, posso? Perguntou Gui após saírem da frente do prédio onde João Marco morava.
_ Seria muito bom ver tal lugar. Agora me diz por que você quer me mostrar esse lugar em particular?
_ Porque foi o primeiro lugar onde fui levado por meu pai ao chegar aqui. Sou do Amapá. Na verdade nasci num lugar chamado Vitória do Jari que por sinal é bem diferente daqui. Não tive a vida boa que levo hoje não, João. Papai só veio a saber de mim por conta de uma foto que minha mãe um belo dia mandou pra ele. Pelo que sei os dois se conheceram e passaram um tempo juntos quando ele veio visitar a região a mando do meu avô Italiano.
_ Rapaz que coisa mais louca, né? Eu pensei que você sempre foi rico e tinha as melhores das vidas.
_ Pois você se enganou meu amigo. E a coisa só piorou porque minha mãe me usou pra arrancar o mais que pôde do meu pai nos Tribunais. Por conta disso eu não mais confiei nela e decidi ficar com meu pai de vez. Tive dez anos na companhia dele, os melhores da minha vida e depois ele me deixou.
_ Pelo menos você teve o que muitos nunca tiveram chance de ter. Eu cheguei a ver seu pai logo que iniciei a trabalhar com a Patricia Arraes.
_ Como é que é? Você conheceu meu velho? Onde? Em que situação?
_ Você tem certeza que quer saber? Perguntou João em expectativa.
_ Quero saber tudo sobre você, meu amigo. E aviso que sou ótimo ouvinte.
_ Foi numa recepção organizada pela empresa que trabalho na Residência Oficial do Governador. Foi ali que os vi pela primeira vez na vida. Você tava de terno preto, assim como alguns dos convidados... Eu fiquei meio fora de lugar e quando menos esperei a bandeja que tava nas mãos caiu bem aos seus pés e do seu pai. Quis sumir naquela hora e não tinha pra onde. Todos nos olhavam e você... Bem, você fez...
_ Fala, João. O que eu fiz? Foi algo contra você?
_ Você tirou uma onda da minha cara e sorriu cheio de arrogância e deboche. Claro que depois o vi em outras recepções mas nunca mais voltei a lhe servir nada.
_ Vale pedir desculpas agora? E Guilermo olhou o jovem que com certeza ficou surpreso com dua pergunta.
_ Já faz tempo tudo isso.
_ Essa não é a resposta que preciso ouvir. Você seria capaz de perdoar um idiota que graças a Deus já esta bem grandinho e louco pra mudar?
_ Sou capaz, sim. Tá tudo bem agora. Não sou de guardar mágoas, sabe? Não valem a pena e até travam a vida. Não gostaria jamais de ter a vida bloqueada seja lá por que ou quem fosse. Tá perdoado... Agora devo dizer que no escuro do meu apartamento na hora que cheguei em casa eu ri muito lembrando da cena.
_ Sabe João Marco aquele cara que era eu, tava indo por caminhos errados pensando que era mais e melhor que os outros até que fui salvo por meu pai antes do seu fim e de uma pessoa que farei questão de apresentar a você. Ela é durona mas de um senso de Justiça impressionante. Vocês vão se dar bem.
_ Bom saber disso novo Guilermo Cipriani Junior.
_ Pelo visto meu nome você não esquece mais... Falou Gui.
_ Também, cara com um nome tão comum desse quem é que esquece? Os dois gargalharam e quando menos esperaram estavam entrando em um bela casa de praia no Porto das Dunas.
O portão foi aberto por um garoto que sorriu ao ver o patrão novamente.
_ Oi Davi, seu pai tá por aí? Perguntou Guilermo.
_ Que nada Gui, ele me mandou vir pra ajudar você por aqui no que precisasse e tá lá no Hospital com a mãe... Parece que meu irmão nasce hoje. Desde ontem que tudo ficou preparado para que você tivesse um excelente domingo. A geladeira e o freezer estão cheios e há também muita comida na estufa da cozinha.
_ Poxa cara deve ter sido um corre corre grande pra poder preparar tudo, né? e você vai perder o trono, né Davi? Olha não precisa ficar não. Fica tranquilo que sei me virar, beleza? Vai lá curtir o irmãozinho, garoto.
_ Valeu Gui. Tu é o melhor amigo que eu tenho.
_ Ah Davi, esse aqui é o João Marco outro amigo da nossa lista.
_ Oi João. Tudo bem, cara? falou o garoto de 15 anos todo atencioso.
_ Tudo bem sim, Davi. Parabéns pelo irmão.
Dez minutos depois o garoto sumiu pelo portão lateral que dava para a praia, que era particular e do outro lado na descida de uma bela duna ficava a saída para a estrada lateral da propriedade.
O lugar era espetacular. Areia branca e fina. Mar verde e sem muita agitação. Ao longe se notava uma vila de pescadores que o pai de Gui fez questão de preservar e no meio do terreno uma casa magnífica cercada de palmeiras imperiais e um jardim planejado com muita roseira e plantas regionais. Gui fez questão de mostrar tudo ao novo amigo e assim que desceram uma escadaria de madeira escura chegaram a uma parte reservada e deslumbrante onde a enorme piscina mais parecia um lago.
_ Guilermo que lugar fantástico, cara. Jamais poderia imaginar que pudesse ter um lugar assim na vida. Agora sei porque esse lugar te faz bem. Você e seu pai devem ter vivido mil aventuras aqui. né?
_ Você nem imagina. Agora vamos entrar preparar algumas coisas pra trazer pra cá e aproveitar a piscina e essa bela vista, que tal?
_ Não sei nadar, Gui. Tenho pavor de água...
_ Eu já soube disso. Prometo que vamos com calma, ok?
_ O que você sabe sobre mim? Fui investigado, é isso?
_ Vem e te conto enquanto a gente troca de roupa.
_ mais nem trouxe sunga, nem nada.
_ Eu tenho um monte delas que ainda nem usei. Temos quase o mesmo corpo pois acho você mais forte que eu. Vem logo rapaz e vamos dar um jeito nesse medo e depois te conto como soube dessa sua fobia de água.
Os dois voltaram a subir a grande escadaria e chegaram à casa. O duplex era coisa de cinema. A casa toda estava decorada com artesanato local e tudo era de um bom gosto incrível. João foi levado para o segundo quarto do longo corredor do segundo andar enquanto Gui entrava duas portas depois e voltou rapidinho com quatro pacotinhos e os entregou a João...
_ Uma delas com certeza deve servir. Você só tem que escolher a cor que vai querer usar. Vou te esperar lá embaixo e não esquece de pegar duas toalhas que estão ali na terceira gaveta do armário.
João nada disse porque não teve chance e dez minutos depois desceu vestido apenas com uma bela e colada sunga branca com a barra amarela e na mão esquerda as toalhas que Gui sugeriu.
Quando João Marco apontou no topo da escada Guilermo prendeu seus olhos no belo corpo negro do amigo.Tudo beirava a perfeição no corpo de João Marco. A sunga lembrava uma segunda pele por conta da aderência no modelo que a usava. O contraste de cores deixou Gui sem palavras. cadenciadamente os degraus da escada foram vencidos e assim que os dois ficaram de frente João falou meio tímido.
_ Essa foi a única que deu. As outras eram muito curtas e não ia me sentir bem com nenhuma delas.
_ Não teria problema se você as usasse só tem nós dois aqui. Vamos até a cozinha pegar tudo o que a gente precisa.
Gui foi andando na frente pra mostrar onde ficava a cozinha e João pode ver o seu gingado. A quase nudez do garoto lhe hipnotizou. A sunga preta com barra amarela parecia ter sido colada com precisão sobre a pele de Guilermo e a cada passo que dava despertava em João algo que há muito tempo não sentia. Por ele um dia seria pouco pra poder admirar e elogiar o corpo do amigo. Se na visão de Gui, João era a perfeição de ébano... Na visão de João Marco, Gui era Apolo encarnada com a diferençado prato dos cabelos.
Rapidinho pegaram o que comer e colocaram em duas cestas para piquenique...
_ E como faremos pra levar as bebidas pra lá, Gui?
_ Não precisa. Lá tem um freezer. Vamos?
Por muito tempo conversaram e Guilermo contou como soube do quase afogamento de João numa infeliz brincadeira de Cid. Os dois sorriram quando a surra que o garoto levou foi mencionada.
_ Ele deve ter ódio de mim, né?
_ Acho que não. Cid é meio louco mas é uma boa pessoa.
_ A D. Madalena não devia ter feito isso. Mamãe trabalhou praticamente a vida toda lá na casa deles. Só saiu por conta disso. As coisa lá em casa ficaram ruins por um tempo... isso é passado. O que importa é que tudo se resolveu e hoje estamos aqui.
_ Assim que se fala, João. Que tal um mergulho?
_ Não dá Gui. O medo nunca me deixou.
_ Você confia em mim? E o olhar de cachorro caído do caminhão de mudança brotou de repente no belo rosto de Guilermo.
_ Claro que confio senão jamais teria vindo aqui com você longe de tudo e todos. É que a coisa simplesmente não dá.
_ Vem comigo,por favor. E Gui estendeu a mão para João Marco que pensou muito antes de pegar na mão do novo amigo e caminhar com ele na direção da bela piscina.
Guilermo pulou nas águas e rapidamente seu corpo foi visto embaixo da água. Assim que ele levantou a água da piscina ficou na altura do seu peito e ele disse...
_ Viu só, João... Não é profundo. Agora você senta na borda, se acostuma com a água que tá uma delícia e quando achar que deve pode vir se juntar a mim. Prometo que nada vai te acontecer.
João o viu dar várias voltas enquanto nadava pela extensão da piscina e numa das voltas Guilermo parou porque João finalmente havia entrado na água e agarrado a borda da piscina sorriu para o amigo.
_ Como você esta se sentindo, João? Perguntou Gui já aproximando dele rapidamente num nado perfeito.
_ Até agora tá tranquilo. Só falta agora soltar essa borda e acabar comisso logo de vez.
_ Pode fazer sem medo. Eu vou tá aqui, beleza? e sempre que você mergulhar solta lentamente o ar pelo nariz, assim evita engasgar. Gui o encorajou... E João Marco Lacerda Silva se soltou da borda e timidamente mergulhou fazendo o que Gui havia lhe dito quanto ao mergulho. Quando ele veio a tona ouviu a voz de Guilermo...
_ Precisou eu virar quase uma uva passa pra poder ter voc~e aqui comigo. mais fica tranquilo que valeu muito a pena.
Os dois ficaram na água por mais alguns minutos e saíram juntos e foram comer os petiscos que haviam trazido. Já passava da uma e meia da tarde quando sentaram nas cadeiras após passarem protetor nos belos e esculpidos corpos e voltaram a falar sobre tudo. Faculdade, trabalho, família e João por mais que quisesse abrir sobre sua opção teve medo de afastar o amigo que há muito tempo povoava sua mente.
Guilermo o olhava com intensidade e nunca desviava dos seus olhos enquanto falava. Os dois na verdade estavam cheios de vontades e nenhum deles tinha coragem suficiente pra tomar a decisão de levar o papo para algo mais íntimo até que João falou...
_ Você não ninguém em sua vida, Gui?
_ Como assim? Gui Se fez de desentendido.
_ Uma bela garota que orbite em volta? Uma namorada, uma ficante? João dessa vez não tirou os olhos dos dele.
_ Se tenho nem sei. Nunca fui de ter alguém por muito tempo. Só que algo aconteceu há alguns dias atrás e eu tô meio perdido por não saber o que fazer. Garanto João que isso nunca me aconteceu anates. E ta rápido demais.
_ Parece que você foi fisgado, meu amigo.
_ Você ta certo. Só que o correto a dizer é... Eu fui fisgado, entende?
Gui levantou da cadeira em que estava largado e veio até a mesa e encheu seu copo com o delicioso suco de cajá que havia sido preparado. Em seguida pegou o copo de João e fez o mesmo lhe entregando logo em seguida. João também levantou e quando os copos se tocaram Gui disse quase num sussurro...
_ Não paro de pensar em você de jeito nenhum. Desde aquele maldita festa de noivado da Mabel e daquele cara que pra mim ainda continua sem noção que eu não consigo desviar meu pensamento de você, sua voz, seu jeito, sua classe, seu físico...
João pegou o copo das mãos de Gui e repousou na mesa junto com o seu e ao se voltar pra poder ficar de frente pra ele disse...
_ Faz tempo que sempre penso em você. Eu já vivi muita coisa Gui apesar da pouca idade e neste exato momento eu tenho que resolver uma problema pessoal muito sério e não sei como dizer...
_ Então não precisa dizer nada. Como eu já disse a você eu não pretendo ir pra outro lugar sem que você esteja junto.
Guilermo era o mais novo e em todo caso o mais decidido e quando seus braços envolveram o belo corpo de João Marco o desejo foi maior que qualquer dúvida ou medo que pudessem sentir.
_ Quero você, João... Me diz o que preciso fazer pra afastar o medo da tua estrada pra poder seguir junto, por favor...
João avançou e seu lábio inferior tocou nos de Guilermo e nada mais pôde ser dito pelos dois jovens que começaram a selar o que estavam sentindo um pelo outro num beijo cheio de desejo e entrega. Gui sentiu sua boca ser chupada por outro homem pela primeira vez na vida e foi inevitável não ficar excitado com o que tava sendo revelado pra ele naquele momento... João jamais sairia da sua vida.
*
*
*
*
*
Cid ligou milhares de vezes para o amigo que tinha simplesmente sumido do mapa. A turma nem se importou com a cara emburrada que ele ficou durante todo o passeio pela orla da Cidade.
Zé Carlos Torres chegou em casa no começo da tarde bêbado e espancou a mulher que dessa vez tomou a decisão de denunciá-lo.
E na casa do Porto das Dunas os dois jovens finalmente descobririam o quanto de prazer o corpo pode revelar quando se faz amor com a pessoa certa...
xzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzxzx...
Meus queridos e queridas logo mais à noite a gente bate o bom e velho papo. Acabei de almoçar, Tão vendo a hora? E já vou de volta pra matar os meus leões, a cota é de no mínimo dois por dia. Espero que a leitura desse capítulo seja agradável na mesma proporção do meu prazer em leros comentários de cada um de vc. Beijo no coração. Obrigado por tudo mais uma vez. Nando Mota.