Cap.6
E então ele mergulhou. Só nesse momento soltou a minha mão. Dentro de mim, ficava a voz interior falando "Ele tocou na sua mão. Por vontade própria !"
- Nossa, está muito boa para nadar ! - falou, voltando a respirar, enquanto víamos as meninas entrarem também na água - você já tinha vindo aqui ?
- Não, é a primeira vez...
- Fico triste, porquê depois que eu for embora não vou ter mais isso perto de mim.
- Lá em Brasília só tem piscinas, não é ?
- Humrum... - e ele continuou a mergulhar, e logo começou a conversar com as meninas. Num momento de distração dele com a irmã, minha prima veio ao meu lado.
- E aí, como foi no carro ?
- Foi bom, viemos conversando de lá até aqui, ele falou que gosta de Crepúsculo...
- Mas você conseguiu notar se ele é gay ou não ?
- Quer que eu diga a verdade ? Consegui - falei, lembrando do momento da camisa no carro e da forma firme como ele pegou na minha mão minutos atrás.
TEMPO DEPOIS
Já estávamos voltando para o local aonde tinha sido colocada a nossa barraca, quando senti uma mão no meu ombro.
- Lucas ? - virei o rosto e era Bruno.
- O que foi ?
- Vamos ali comigo ? - falou, me puxando.
- Onde ?
- Ali naquela ponta aonde tem pedras, tá vendo ?
- Sim... Mas pra Que ?
- Vamos tirar fotos e ver se tem alguma pedra boa - nem preciso dizer que fui.
- Mas pra que você quer uma pedra ?
- Para colocar no meu aquário.
- E você tem um aquário ?
- Não... Mas estou fazendo um, e como as pedras são caras, pensei em levar uma daqui - fomos andando pela areia até o local aonde ele queria ir.
- E você não corre o risco de pagar excesso ?
- Não, trouxe bem poucas coisas... - fomos caminhando pela areia, olhando a água, cristalina perto da areia, e olhando mais para longe, um aspecto azulado tomava conta da praia. Quando de repente, algo que apenas ele percebeu nos chamou atenção - Olha ! - falou ele, me cutucando - O casal se pegando na praia - eram dois homens, hippies, se engalfinhando na areia, que quando perceberam a nossa aproximação pararam e nos encararam.
- Nossa... Que coragem ! - falei.
- Eu não teria coragem de fazer algo assim numa praia - deu vontade de perguntar "Você faria algo assim com um homem em outro lugar ?"
MINUTOS DEPOIS
Andando pela beira da praia, via ele pegar pedra por pedra, como se tivesse eternamente a procura.
- Como e essa pedra que você quer ?
- Grande o suficiente para caber dentro do aquário. A maioria aqui são pequenas...
- Mas também não pode levar uma muito grande pra não pesar demais, senão você pode pagar excesso.
- É nisso que estou pensando - andamos mais um pouco, até que achamos um coração feito de pedras.
- Olha, tá vendo ? - o cutuquei e então ele também olhou.
- Que lindinho ! - nos aproximamos do mesmo. Era algo bem feito, e singelo ao mesmo tempo - vamos tirar fotos ?
- Mas agora ? Eu devo estar muito bagunçado.
- Está não, está bonito... - mais uma vez eu olhei para ele, como quem não entendia o porquê ele dizia aquilo. Pegou o celular, botou na câmera e me puxou para perto dele. Não nego, era incrível sentir aqueles braços quentes colados no meu corpo. E então tirou a foto... Era a primeira foto que tiravamos juntos. E a primeira que foi para o Faceboommb
HORAS MAIS TARDE
A tarde transcorreu sem mais nada de interessante. Tomamos banho, pegamos sol, comemos, rimos, enfim... Fizemos tudo aquilo que normalmente se faz na praia. E no final do tarde, arrumamos as nossas coisas e partimos para a vila. Andando na rua, podíamos ver a grande movimentação de carros que tomava conta aquele momento da vila. Paramos na mesma, descemos para tirar fotos.
- Olha o tanto de gente ! - falei, olhando a minha prima que estava ao meu lado.
- É muita gente mesmo - pessoas indo de um lado para o outro da ilha, procurando curtir o restinho de sol que aquela tarde proporcionaria. Ela pegou o celular, tiramos selfies e foi neste momento que eu perdi o Bruno de vista. Continuamos tirando várias fotos - você está criando uma amizade forte com o Bruno ein ?
- Que nada, nos conhecemos apenas a dois dias. Apenas fomos com a cara um do outro - falei, rindo.
- Mas sei lá, parece que ele gostou de você.
- Um homem de 24 anos vai se interessar por um adolescente Luna ? Óbvio que não... - falei, olhando o movimento. Nesse momento senti uma mão tocar-me, de repente, me assustando - aí ! - virei, e era ele - que susto Bruno, quase morro ! - falei vendo ele rir.
- Desculpa, eu não pude evitar... - quase que ele rola de rir - Olha o que eu comprei - e então ele me mostrou uma miniatura de avião.
- Olha, que lindo... Aonde encontrou ?
- Numa loja ali... E é para você...
Continua
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