Eu soltei os braços do Miguel e da minha avó. Eu fui pra frente deles. Os dois eram irmãos. Não entendia a história. Nunca poderia imaginar isso.
Afonso - Ficou surpreso, Rê?
Ele me chamou de Rê? Quem ele pensa que é?
Eu - Não me chama assim.
Eduardo - Quanto tempo... - ele se aproxima de mim, me abraça e fala no meu ouvido - Orfãozinho!
Eu empurrei aquele idiota e saí em direção a piscina. O Miguel e minha avó vieram saber o porquê de ter empurrado o Eduardo. Eu pedi pra ficar um tempo sozinho. Por sorte, os demais convidados não tinham visto aquela cena.
Passado uns cinco minutos, eu estava à beira da piscina, quando sou surpreendido pelo o Eduardo.
Eduardo - Achei que nunca mais te veria.
Eu - Eu preferia que nunca mais nos víssemos mesmo. Não pense que eu esqueci de tudo o que me fez.
Eduardo - "Tudo o que você me fez"? Você não merecia ter alguém como o Arthur. Você o roubou de mim. Eu te odeio por isso até hoje. Mas, felizmente, ele está morto. Nem meu, muito menos seu.
Eu - Você tem noção da idiotice que acabou de dizer? Você está tripudiando sobre tudo o que de ruim aconteceu. Ele se matou. Sabia que a Rosana está morrendo? Sabia que ela não tem mais o filho dela pra ajudar nesse momento tão difícil? Eu te odeio! E que história é essa de vocês serem irmãos?
Eduardo - Sou meio irmão do Afonso. O Guerrijos do meu nome veio do nosso pai. O Afonso usou o Guarupe da mãe dele pra ninguém desconfiar. Eu vou acabar com você. Por falar nisso, já separou o dinheiro da propina?
Eu - Eu só não quebro sua cara aqui, pra não estragar o jantar da doutora Lúcia.
Eduardo - Orfãozinho, orfãozinho, você sempre foi patético. Agora eu preciso ir... Quero cumprimentar a caquética da sua avó e seu bofe maravilhoso. Ele será meu sócio. O Afonso me representa no B. Health, mas as ações são todas minhas
Eu dei um soco na cara dele assim que ele acabou de falar. Ele falou mal da minha avó. Eu queria mandá-lo pra um socorro dentário, mas tive que me segurar.
Eu - Lava a boca imunda quando for falar da minha avó! Se se aproximar do Miguel, ou me dirigir a palavra novamente nesse jantar, não respondo por mim!
Saí com muita raiva. Eu voltei pra sala de estar atordoado com tudo aquilo.
Miguel - Tudo bem, amor?
Eu - Claro...
Vó - Eu te conheço, meu amor. Você não está nada bem com essa história. - minha avó falou isso no meu ouvido. Ela não quis deixar o Miguel preocupado.
Eu - Ele me tira do sério.
Minha vó nem teve tempo de responder. O Miguel chegou e trouxe a doutora Lúcia com ele.
Lúcia - Os Garinis na minha casa. Dona Virginia como a senhora está linda!
Vó - Não mais que você. Faz tempo que não nos vemos.
Lúcia - São seus olhos. Depois que fiquei viúva resolvi viajar pra tentar esquecer o Élcio um pouco.
Vó - Sei bem como é. Os nossos maridos foram homens maravilhosos.
Lúcia - Grandes homens, mas por trás deles, grandes mulheres como nós. - ela se vira em minha direção - Cada vez mais bonito. Parece muito com o Silas. És tão parecido com o seu pai, Renan. Fiquei sabendo que resolveu dar uma chance ao amor. O doutor Miguel é um sortudo.
Renan - Obrigado, doutora Lúcia. Você ainda consegue me deixar sem graça. O Miguel é sortudo mesmo por me ter em sua vida. Eu sou um bom partido. - eu dei uma voltinha pra me exibir.
Miguel - Um partidão! Ah, e muito convencido!
Eu - E você ama esse "convencido". - eu dei um selinho no Miguel.
Lúcia - É muito amor!
Vó - Logo ele esquece essa velha aqui.
Abracei minha avó: - Nunca, vózinha! Nunca!
A doutora Lúcia era uma mulher linda. Ela tinha 50 anos, mas nem mostrava ter essa idade. Continuava com seus cabelos loiros, seu corpo em forma. Ela tem lindos olhos azuis. Tinha ficado viúva a quase um ano. Ela era uma médica muito respeitada e competente. Ela ainda não sabia da história do Afonso. Eu só conseguia pensar no tal plano do Miguel. Ainda estava indeciso sobre o que fazer.
Rodrigo e Stela logo se juntaram a nós. Infelizmente Eduardo e Afonso estavam por perto. Estavam presentes no jantar dois advogados do B. Health com suas esposas, a doutora Lúcia, eu, minha vó, o Miguel, Rodrigo, Stela e o Eduardo. O único filho da doutora Lúcia estava nos Estados Unidos de férias. Era um estudante de medicina. Faltavam apenas dois periodos pra ele se formar. Um jovem com um futuro promissor.
O jantar transcorreu normalmente. O Afonso sempre me provocando, falando sobre a parceria do grupo com a nossa empresa. Minha vó estava ficando encabulada com essa história. Eu percebia ela se segurando pra não rasgar o mapa ali mesmo. Até que ela se levanta, e eu já sabia o motivo.
Vó - Lúcia, eu tenho muito respeito por você, pela sua família, mas me recuso a ficar ouvindo as provocações desse miserável! Você é sócia de um bandido, de um mau caráter! Esse homem não têm escrúpulos. Me recuso a ficar mais um segundo no mesmo ambiente que ele.
Lúcia - Do que você está falando, dona Virginia? O Afonso é um bom homem, é honesto.
Vó - Você acha que se ele fosse honesto, ele seria capaz de cobrar propina ao Renan? Nossa empresa sempre foi respeitada no mercado... Afonso, você não vai ver um centavo sequer da minha empresa. Enfie suas ações no fundo do seu rabo! Eu deixei a Virginia em casa. Você está me conhecendo de verdade. Prazer, eu sou Kátia Cascata!
Lúcia - Alguém pode me explicar que história é essa? Afonso, o que você tem a me dizer? Renan?
Afonso se levanta e começa a mostrar que ele realmente é.
Afonso - Uma puta que mostrava o corpo em troca de dinheiro. Deu o golpe perfeito. A prostituta que se tornou uma dama da sociedade carioca. O Demétrio foi muito corajoso. Corno conformado! Você é uma ingênua, Lúcia. Quanto dinheiro nossa empresa já perdeu. Existem empresas melhores e mais baratas pra nos fornecerem seus produtos... Sem contar que eles liberam muito dinheiro por fora... A gente pode obter muito lucro. Quando nós compramos os produtos dessa bichinha, por terem nota fiscal, a gente acaba perdendo muito dinheiro com impostos, transportes... Nós podemos sonegar impostos, e além de lucrar com os bônus da concorrente, ainda economizamos com tributos.
Eu - Respeita a minha avó, seu animal! Eu vou acabar com você!
Miguel - Se você não sair daqui agora, eu vou partir pra ignorância. Vai embora, Afonso!
O Afonso começou a debochar do Miguel, eles começaram a brigar, minha vó pegou uma garrafa de champanhe e quebro na cabeça do Afonso.
Eu - Parem com isso, pelo amor de Deus. - eu tirei o Miguel de cima do Afonso que estava desacordado.
O Rodrigo estava segurando minha avó, a Stela estava chorando. Os empregados chegaram pra ajudar a acalmar os ânimos e limpar a bagunça. Afonso foi recobrando a consciência, mas logo disse que ia prestar uma queixa contra o Miguel e minha avó.
Eu - Eu abro uma queixa por chantagem. Estou com sangue nos olhos.
O Eduardo chorava e estava segurando o Afonso. Eles foram embora, e nos deixaram com os nervos à flor da pele.
Eu decidi sair um pouco pra tomar um ar, mas ao sair me deparo com os dois. Eu não estava acreditando no que estava vendo.
Eduardo - Nós vamos acabar com todos eles, maninho!
Afonso - Você quer se vingar da bichinha por conta do falecido. Eu não quero dividir minha putinha com ninguém, principalmente com um defunto.
Eduardo - Somos irmãos. Somos amantes. Eu vou ser seu pra sempre. O Arthur é passado, mas desde aquela surra que o Renan me deu, eu espero esse momento. Você provou que me amava: matou o papai. Foi muito fácil colocar a culpa no segurança dele. Ele era um idiota. Ele não deixou nada pra você, mas tudo o que tenho é seu. Eu disse a Rosana que ia acabar com o Renan. Acho que ela contou tudo pra ele. Ele sabe da doença dela. Espero que sofra bem muito antes de morrer.
Afonso - Me leva pro hospital. A velha quase abre minha cabeça.
Antes dos dois irem pegar o carro, vejo que eles começam a se beijar. Os dois além de irmãos eram amantes. Que nojo daqueles dois. Dizem que ladrão que rouba ladrão têm cem anos de perdão. Eu resolvi chantagear eles também, peguei o meu celular e comecei a fotografar os dois. No fundo eu sabia que tudo aquilo era só o começo da guerra.
O que será que vai acontecer daqui pra frente? Qual será o plano do Miguel? O que os irmãos Guerrijos vão fazer?
Continua...
Gente, eis aí mais um capítulo. No próximo capítulo vou mostrar a continuação de tudo. O Miguel vai conversar com todo mundo sobre o seu plano. Estamos na reta final. Só teremos mais três capítulos.
Desculpem pela demora, pelos erros. Eu sei que vocês mereciam um capítulo melhor, mas devido aos problemas, isso foi o que consegui escrever. Peço desculpas do fundo do coração. Vocês merecem mais que isso. Amo vocês!
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