EGEU - 9º Episódio

Um conto erótico de Lord D.
Categoria: Homossexual
Contém 2962 palavras
Data: 21/01/2016 11:56:52
Última revisão: 21/01/2016 12:02:13
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

9.

Uma tarde quente e ensolarada se estendeu no decorrer da sexta-feira. Ninguém estava muito disposto a explorar a fazenda debaixo daquele calor escaldante, até que a diretora Benedita autorizou um banho de rio, para animar os alunos. Não demorou quase nada para que todos saíssem de suas posições modorrentas.

Ficou a cargo dos voluntários organizarem os alunos que quisessem ir para o banho, o que foi quase todos.

- Atenção, pessoal! – Érico tentava pôr ordem nos alunos, que se aglomeravam na imensa varanda da casa principal. – Vocês estarão sob a responsabilidade de nós, voluntários, durante esse passeio ao rio. Por isso, peço que colaborem com as nossas instruções, para evitarmos contratempos. Aqueles que não sabem nadar, por gentileza, não nos acompanhe nesse banho, pois não é do nosso interesse entregar o corpo vocês para suas famílias.

- Cara, estou me sentindo diante da tia do jardim de infância – disse Pedro Miguel.

- Bom, meu caro, a presença da “tia do jardim de infância”, só foi necessária porque entre vocês, pelo que me parece, ainda existem alunos com a mesma maturidade do jardim de infância. Então neném, fale menos e ouça mais pra você não se machucar – Érico estava na sintonia do jogo de provocações.

- Tomou, distraído – um amigo de Pedro Miguel deu um tapa na sua nuca.

- Não enche, Júnior – Pedro Miguel empurrou o outro.

- Bom, pessoal, se não resta nenhuma dúvida, vamos ao banho, pois o caseiro está nos esperando para nos guiar até o rio.

Uma tropa de alunos marchava, contornando o lago, na direção de uma trilha que se estendia pela mata de frondosas. Era incrível como a mudança de temperatura ocorria no momento em se entrava na mata. A refrigeração, proporcionada pelas árvores, era revigorante ante o calor forte do sol.

- Vocês podem seguir direto por essa trilha – instruía o caseiro, apontando para dentro da mata. – Não tem como se perderem. Há uma pequena ponte madeira ladeada por dois jacarandás, que antecipa o rio mais bonito que vocês verão.

- Obrigado, seu Anastácio – agradeceu Érico. – Em fila indiana, todos vocês sigam-me.

Érico havia colocado, estrategicamente, os voluntários no final no meio e ele, na frente. Assim, ninguém se perderia ou tentaria bancar o aventureiro, desviando do caminho reto. Christian ia logo atrás de Érico, com William na sua cola, ou seja, nada de gracinhas durante o trajeto. Pedro Miguel é que não perdia a piada, fazendo todos rirem.

Antes de atingirem a metade do caminho, já era possível ouvir a corredeira do rio. Os alunos não se aguentavam de esperar. Algumas meninas só estavam com uma canga sobre o biquíni ou maiô, mas maioria só usava a peça de banho, pois não queriam perder tempo. O barulho do rio cada vez mais perto, e o suor que escorriam pelos pescoços de todos, só aumentava mais ainda a vontade de mergulharem.

- Um pedido das alunas do Colégio Santa Clara, que estão no final da fila – uma das voluntarias anunciava em voz alta, quase rindo do que estava prestes a dizer: - “Aos meninos esportistas. Por favor, não nos privem da visão de suas bundas e coxas, já que estão caminhando à nossa frente. O que estão esperando? Tirem suas roupas.

- É pra ficar pelado?! – um rapaz do atletismo, colega de Christian, gritou, arrancando risinhos maliciosos de todo mundo.

- Nem pensar! – Érico se voltou para trás. – Se eu vir algum passarinho fora da gaiola, vou ter que cortar as asas dele.

Mais risos. E em seguida os aplausos das meninas, quando os seus admirados ficaram apenas de sunga.

- Eu que dar uma apertadinha – uma voz feminina se esganiçou. – O Santa Clara só tem popozudo, haha-huhu!

E esse refrão foi repetido por quase todas as meninas, como em um eco extenso.

- Ei, Christian gostoso, na frente do gordo, desce as calças meu amor! – a mesma voz se esganiçada se esgoelava. – O que é bonito é pra se mostrar, apertar, morder. Nota 10, para a comissão de trás do Christian. Nota 10 para as coxas torneadas.

- Obrigado pelas observações, Luciana – Christian estava muito vermelho, e não conseguia esconder o riso. – Não sei quando vou me recuperar desse trauma, mas muito obrigado mesmo.

- Disponha meu lindo – a garota era implacável. – Agora mostra essa bunda, rapá!

- Tira logo essa bermuda, Christian – gritou Pedro Miguel.

- Tá bom gente – Christian desceu a bermuda e a pendurou no ombro.

Érico olhou para trás, e escaneou Christian dos pés à cabeça, lançando um sorrisinho discreto, porém cheio de segunda intenções.

- O que foi? – Christian perguntou baixinho.

- Pensamentos sujos – Érico coçou o queixo. – Muito sujos. Podendo ser ditos só em ocasiões específicas. – ele olhou para as coxas de Christian.

- Essas meninas parecem que estão loucas por um pica – William foi muito ríspido.

Christian não olhou para o amigo. Sua irritação com certeza não era apenas por ter sido chamado de gordo, quando se referiram à localização de Christian, na fila. William não escondia sua raiva quando Christian estava próximo de Érico, e muito menos quando os dois estavam de cochichos. Para ele, era como se Christian pudesse contaminar o seu irmão com a proximidade ou ao conversarem.

- Olha lá a ponte, William – Christian apontou, tentando puxar conversa com o outro.

- Ah, que legal – William parecia que estava comendo merda. – Eu só vim mesmo para esse passeio idiota por causa do Érico. Não pretendo entrar nesse rio cheio de xixi dos bichos dessa mata.

Christian preferiu não comentar. William nunca esteve amargo daquela forma, nas outras viagens que fizeram, como alunos convidados.

Antes de se aproximarem da ponte, a maioria dos alunos se adiantou, correndo na frente de Érico e se lançando no belíssimo rio que surgia à frente. De fato, o caseiro estava certo, a beleza do rio era inegável. A queda d’água não era não grande, mas mesmo assim, majestosa. A vegetação ao seu redor estava muito bem preservada. As árvores gigantescas, cresciam com as copas inclinadas para frente, formando uma espécie de meia cúpula, em torno do rio. As aves entoavam cantos ensurdecedores, voando em bando de árvore em árvore. Era a perfeita conexão do homem com a natureza.

- Isso aqui é o paraíso! – gritou Pedro Miguel, quando o restante dos alunos, que ainda não havia mergulhado nas águas cristalinas do rio, caminhavam sobre ponte.

Christian e muito menos Érico, não perceberam quando aconteceu. Pedro Miguel passou feito um foguete, agarrando Christian no colo e indo para um mergulho no rio.

- Pedro, não – Christian não teve escolha. Os dois afundaram no rio.

Pedro Miguel ria para Christian. No fundo do rio haviam algumas plantas subaquáticas e uma variedade de peixes muito grande, que eram apontadas por Pedro Miguel para Christian. Não demorou muito e os dois emergiram.

- É muito lindo lá no fundo – Pedro Miguel tirava o cabelo dos olhos.

- É mesmo. E você é um idiota – Christian jogou água na cara dele.

- Ah, é assim, não é? – Pedro Miguel arremessou uma onda com as duas mãos em direção a Christian, que se engasgou.

- Você mexeu com o soldado errado, escoteiro – Christian empurrou os ombros de Pedro Miguel para baixo, forçando todo o seu peso para que ele afundasse. – Bebe água seu franguinho.

Pedro Miguel segurou firme nas coxas de Christian, e o derrubou para trás, assumindo o controle da brincadeira.

- Você se meteu com o Gladiador Impiedoso, e agora vai pagar pelo seu erro – Pedro Miguel puxou Christian pelos os pés e o girou, fazendo com que ele ficasse de costa. – Vou mostrar o meu poder esmagador, aprendiz.

- Você não é de nada – Christian tentava se desvencilhar do outro, mas Pedro Miguel conseguia ter uma vantagem sobre ele.

- Você desiste? – Pedro Miguel apertou Christian com força, envolvendo um braço na cintura dele e o outro no pescoço. Christian estava de costa para ele, com o suas costas completamente grudadas no peito de Pedro Miguel.

- Jamais! – Christian tentava se soltar.

- Vai sofrer, aprendiz – Pedro Miguel estava com o queixo encostado na nuca de Christian. Não demorou muito e os dois estavam excitados. O pau de Pedro Miguel parecia querer rasgar a cueca dele e a de Christian. – Mas pode se render, se quiser?

Christian ficou paralisado quando encontrou um Érico de braços cruzados e uma cara nem um pouco feliz. Ele estava com um maxilar enrijecido, mas não parecia querer fazer algo a respeito. Na verdade, Érico estava esperando até onde Christian permitiria que aquela “brincadeirinha” fosse.

- Eu desisto – ele disse, relaxando o corpo.

Pedro Miguel viu Érico os observando, então afrouxou os braços em volta de Christian. Este último veio nadando, totalmente sem graça, em direção a ponte, onde Érico estava parado bem no final da extremidade. Christian, nada disse, apenas ficou encarando o irmão de William, que também silêncio, sustentava o mesmo olhar duro e sugestivo.

- Não se distanciem tanto! – gritou Érico para algumas meninas. – Podem se arrepender com algumas escolhas – ele voltou olhar para Christian.

Christian ficou boiando, de costas para Érico, mas bem próximo da ponte. Pedro Miguel fez um sinal para que ele se aproximasse, mas o rapaz balançou a cabeça em negativa. Não era o olhar duro de Érico que estava matando ele por dentro. Christian sabia que fora muito permissivo com Pedro Miguel. No fundo, ele havia gostado de toda aquela brincadeira, e quando sentiu Pedro Miguel o abraçando daquela maneira forte, percebeu que aquele sentimento que nutrira durante tanto tempo, não fora apagado completamente. Ele queria Érico. Estava certo disso. Mas ainda não havia conseguido exorcizar o outro.

Ao final do banho, os alunos voltaram para residência da fazenda, andando na mesma formação que viera. Christian caminhava de cabeça baixa, atrás de Érico e com William em seu encalço. Érico não olhou para trás em nenhum momento, tão pouco falou alguma coisa durante o regresso.

Depois de um banho de chuveiro, os alunos foram tomar um lanche da tarde em um enorme galpão bem arejado, que ficava ao lado da casa. O galpão possuía enormes mesas, e era grande o suficiente para acomodar todos com conforto.

- Aproveitem bem essa sexta-feira, pois amanhã vai começar a nossa tradicional gincana – disse a diretora Benedita, em quanto andava por entre os alunos famintos, que devoravam a variedade de comidas caseiras da fazenda.

Érico saiu de junto dos voluntários e foi até Christian, que lanchava ao lado de Pedro Miguel e William.

- Posso falar com você um instante? – Érico colocou a mão no ombro de Christian.

- Claro! – o garoto disse antes de engolir um pedaço enorme de bolo de milho com coco.

Christian levantou, lambendo os dedos sujos de leite condensado, e acompanhou Érico, que seguiu para dentro da casa principal. O dois entraram na rústica cozinha da residência, que estava vazia, pois todos se encontravam no galpão.

- O que foi? – perguntou Christian, inocente.

- Eu sou o seu superior, aqui nesse acampamento – Érico falou com uma voz austera. – Sua mãe me disse que qualquer travessura sua eu poderia puni-lo, sem dó.

- Mas o que eu fiz? – Christian arregalou os olhos, de um jeito bem pueril.

- Você não tem cumprido o seu papel de namorado – Érico puxou ele pela cintura. – Você, Christian, tem mantido a sua boca longe demais da minha.

- Eu posso pedir clemência? – Christian sussurrou no ouvido de Érico.

- Sem clemência! – Érico permanecia com um olhar sério. – Garotos como você, devem ser castigados sem piedade. – ele engoliu a boca de Christian, num beijo intenso e avassalador.

Érico apertava tanto Christian, que este achava que ia desmaiar, naquele cheiro forte e afrodisíaco, do “Meu Egeu”.

- Queria que essa escola fosse embora, e nos deixasse sozinhos nessa fazenda, assim talvez o meu por você tivesse espaço suficiente – Érico mordia a orelha de Christian, deslizando o seu nariz no pescoço do mesmo. – Ah, Christian, o que eu sinto por você é tão forte, que chega até queimar no peito. Às vezes acho que vou morrer.

Érico o beijou mais, com uma fome insaciável. Quanto mais ele beijava Christian, mais vontade sentia de fazê-lo.

- Só tem uma coisa que está me incomodando nessa viajem: aquele Pedro Miguel – Érico parou os beijos e olhos no fundo dos olhos de Christian.

- Ele só o palhaço da turma – disse Christian. – Toda a turma que se preze precisa de um palhaço desses.

- Sei... – Érico não estava muito convencido.

- Ah, meu Érico – Christian mordeu o pescoço do namorado. – Eu quero tanto...

- Érico? – a voz de William se aproximava. – Cadê você?

Christian e Érico se desgrudaram abruptamente, muito contrariados

- Porra! – Érico fechou os olhos, muito irritado com a pentelhice de William.

- O que vocês estão fazendo aqui? – o gordo entrou na cozinha.

- Eu, esqueci de dar um recado da Teresa para o Christian – respondeu Érico.

- Hum-hum – Christian assentiu, enquanto tomava um copo d’água.

- E por que você não fez isso na frente de todo mundo? – William perguntou.

- Porque você pergunta demais, e se mete no que não é da sua conta – Érico saiu da cozinha.

Christian saiu logo em seguida, deixando William sozinho. Em nenhum um momento durante o resto do dia os namorados tiveram um segundinho sequer de privacidade. Érico apenas observava Christian, ora querendo enchê-lo de beijos, ora querendo lhe dá umas palmadas por ser permissivo quanto a Pedro Miguel. Como se alguém tivesse escolha, em se tratando do dito cujo.

A noite foi a pior parte do dia, para Érico. Era hora de ver Christian dormindo na mesma cama de Pedro Miguel. Antes de todos entrarem no quarto, ele, Érico, preparou um barreira de travesseiros na cama de Christian. Quando seu namorado entrou no quarto, apenas riu ao ver o construto de Érico. Christian deitou-se na cama, mas Pedro Miguel ainda não havia aparecido.

Disfarçadamente, Érico jogou um beijinho de boa noite e fez um sinal que estaria de olho no outro. Christian devolveu o beijo, riu e fechou os olhos, ainda sem o seu companheiro de cama. Não demorou muito e todos pegaram no sono, exaustos do banho de rio somado à exposição ao sol.

Já era uma da manhã, quando Christian acordou, incomodado pelo calor da estação. O lado de Pedro Miguel continuava vazio. Ele ficou intrigado com esse fato.

Sedento, Christian se levantou lentamente e desceu até a cozinha para tomar água. Quando descia escadas, ele ouviu uma espécie de grunhido ou choro abafado. O rapaz reduziu os passos, e caminhou sorrateiramente, olhando um pouco assustado, para todos os cantos. Sentado em cima da mesa da cozinha, estava Pedro Miguel, chorando, cabisbaixo. Christian parou na soleira da porta, e ficou observando aquela cena inusitada. Era muito incomum ver Pedro Miguel numa posição da frágil.

- Pedro Miguel? – Christian chamou baixinho.

- Christian! – Pedro Miguel se assustou, limpando as lágrimas rapidamente. – Estava sem sono, e resolvi matar o tempo aqui.

- Aconteceu alguma coisa? – Christian se aproximou dele, tocando no seu ombro.

- Não! Está tudo bem – Pedro Miguel mantinha a cabeça abaixada. – Só foiAh, por favor, nem vem com essa história de cisco no olho – Christian levantou o rosto dele, vendo seus olhos inchados. – Me conta o que aconteceu? Qual o problema?

- Eu sou o problema? – Pedro Miguel desabou. – Só um estúpido, imbecil e covarde. As pessoas acham que sou feito de ferro, mas só tão carne quanto todo mundo. Só não posso me dá ao luxo de chorar quando estão vendo. Você sabe do que estou falando, não sabe?

- Sei... – Christian se sentou ao lado dele.

- Não aguento mais viver essa vida de mentiras – Érico soluçava. – De ferir pessoas bacanas, só pra que elas se afastem de mim.

- Por que você não se assume? – perguntou Christian. – Eu não estou dizendo que isso é fácil, mas vai ser tão libertador.

- NÃO! – Pedro Miguel aumentou o choro.

- Enquanto você viver assim, vai ser apenas uma pessoa fracionada, infeliz e potencialmente destruidora e autodestruidora.

- Eu te feri tanto, Christian – Pedro Miguel segurou no rosto de Christian. – Eu lamento tanto por ter te tratado daquela forma. Por ter sido um porco com você. Você me ofereceu tudo e eu só te dei desprezo.

- Não vale apena lembrar – Christian limpou uma lágrima também.

- É ele não é? Érico, irmão do William. É ele a pessoa com que você está?

- Sim!

- Ele é uma cara bacana, mas era eu quem devia estar nesse lugar – Pedro Miguel encostou sua cabeça no ombro de Christian. – Era eu quem devia ter você. Mas sou um covarde.

- Pedro Miguel, eu...

- Eu não sou um monstro insensível, como todo mundo pensa – Pedro Miguel interrompeu Christian. – Um dia, percebi que estava apaixonado por um garoto, vizinho meu. Nós éramos amigos, mas eu tinha vergonha de aparecer em público com ele, pois todo mundo sabia que o Felipe era gay. Mas mesmo o desprezando na frente dos outros, ele continuava me dando o seu carinho e sua atenção às escondidas. O Felipe adorava a lua cheia. No primeiro dia dessa fase da lua, em uma noite morna, nós saímos juntos para admirá-la de um morro. Um grupo de skinheads nos atacou, e eu fugi, com o rosto protegido pelo capuz do moletom branco que eu usava. Eles bateram no Felipe até a morte. Quando eu cheguei em casa, estava desolado, desesperado, não sabia o que fazer. O Felipe usava um colar com a lua cheia como pingente. Meu pai apareceu de madrugada em casa, sujo de sangue, trazendo esse colar enrolado no punho, como um troféu. Eu vomitei quando vi a joia do Felipe. Ele disse que era um presente de sua avó e que estava a gerações na família. Tive que fingir que estava tudo bem, quando na verdade convivia com o assassino do meu primeiro amor. Ainda ouço a voz do Felipe me pedindo ajuda. Gritando por socorro. Morrendo brutalmente. E eu o desprezei. Eu o abandonei. Christian...

Os dois se abraçaram fortemente, enterrando o rosto um na nuca do outro. Christian chorava mais do que Pedro Miguel.

- Posso saber o que está acontecendo aqui? – Érico surgiu subitamente na cozinha.

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