10.
Christian soltou Pedro Miguel rapidamente, mais pelo susto do que pelo o que Érico poderia achar. Os namorados se encaravam, enquanto Pedro Miguel tentava, de cabeça baixa, enxugar as lágrimas o mais rápido que podia.
- Não é nada – Pedro Miguel saiu, sem olhara para Érico.
Érico continuou a encarar Christian, ignorando a saída de Pedro Miguel. Esperava uma explicação mais aceitável, do que a que ouvira do outro.
- O que foi? – perguntou Christian para Érico, sem pensar.
- Bom... vejamos – Érico se aproximou dele. – Meu namorado some no meio da madrugada, e eu o encontro abraçado com outro cara, consolando-o em meio a uma crise de choro. “O que foi”?
- Eu estava com muito calor, e vim tomar água quando encontrei o Pedro Miguel, da forma como você viu. Eu só quis ser solidário com um amigo. – disse Christian.
- Certo – Érico fingiu aceitar a explicação. – E o que ele tinha.
- É... eu não quero falar sobre isso – Christian virou de costas para Érico, e abriu a geladeira pegando uma jarra com água.
- Não quer falar? Por quê?
- Porque é pessoal – Christian encheu um copo com água e levou à boca, um pouco trêmulo.
- Ah, ótimo! – Érico bateu as palmas. – Então vocês estão de segredinho? E você espera que eu não pense nada de mal?
- Você está desconfiando de mim? – Christian se virou para Érico.
- Bom... depois de ver aquela cena, você se recusa a me contar o que está acontecendo. O que espera que eu pense?
- É algo pessoal do Pedro Miguel. Eu não me sinto no direito de contar, pois não se trata de mim – Christian estava um pouco irritado. – E eu esperava mais compreensão da sua parte.
- Tudo bem! Eu vou ser compreensível, se você me disser o que esse garoto quer com você – Érico pegou no braço de Christian. – Eu estou de saco cheio de ouvir as pessoas falando que vocêsO que vocês estão fazendo aqui embaixo? – William surgiu na cozinha, coçando os olhos sonolentos. – Têm tanto assunto assim, que não podem esperar dia clarear?
Christian se soltou de Érico e voltou para o quarto, deixando ele e William sozinhos. A última coisa que ele queria era brigar com Érico, mas a história de Pedro Miguel o havia comovido profundamente.
Quando Christian chegou no quarto, Pedro Miguel já estava deitado, quase na posição de feto. Christian deitou-se lentamente, ouvindo os pequenos e abafados soluços do outro. Pedro Miguel colocou sua mão sobre o braço de Christian, que acariciou com sua mão a do outro.
No dia seguinte, quando Christian acordou, todos já haviam se levantado. Ele estava sozinho no quarto. Se sentiu abandonado. Lá fora, caía uma fina chuva, que anunciava o temporal que estava preste a vir. O céu estava toldado por nimbos carregadíssimas.
Rapidamente, Christian trocou de roupa, fez sua higiene e foi para o galpão ao lado da casa, onde eles faziam as refeições. Todos os alunos comiam, enquanto falavam alegremente. Christian avistou Érico falando com os professores. Ele estava tão envolvido na conversa, que nem percebeu quando seu namorado entrou no lugar.
- Ei, Christian? – Pedro o Miguel o chamou. – Guardei um lugar pra você dorminhoco.
Christian estacou, e ficou observando Pedro Miguel. Ele estava com uma aparência ótima. Aquela tristeza havia se esvaído.
- Bem, pessoal, parece que a nossa gincana vai ser abortada – anunciou a diretora. – É quase certo que vem uma tempestade aí. E com esse tempo quente e seco, pode ser um temporal perigoso. Vamos ficar abrigados na casa e aguardar. Se for possível, vamos resumir as provas preparadas, para serem executadas durante o domingo, amanhã.
Os alunos não ficaram muito contentes com a notícia. A maioria aguardava com ansiedade a gincana, e não se importava em realizar as provas sob a chuva forte.
- Christian? – Pedro Miguel chamou mais uma vez.
Christian caminhou em direção ao lugar oferecido por Pedro Miguel, enquanto Érico, que agora notara sua presença, o observava.
- Como você está? – Christian perguntou para Pedro Miguel, se servindo de milho cozido.
- Muito melhor, depois de ter desabafado com você ontem à noite – Pedro Miguel sorriu. – Sinto como se eu tivesse tirado uma bigorna das minhas costas.
- Fico feliz – Christian comia, dividindo seu olhar entre o seu prato e Érico, que não mais o olhava.
- Que chato esse lance da gincana, né? – Pedro Miguel falava alegremente.
- Pois é – Christian falava baixinho. – Eu também não estava com muita disposição para uma competição desse tipo.
- Você está passando bem? – quis saber Pedro Miguel.
- Mais ou menos – Christian falou vagamente. – Não é um problema físico, se quer saber. O que se torna bem mais difícil de resolver.
- Hum... se eu puder fazer alguma coisa...
- Obrigado, mas é uma questão muito pessoal – disse Christian por fim, demonstrando que não queria prosseguir com o assunto.
A chuva começou a se precipitar em pingos grossos e violentos. O vento açoitava a água espalmando a mesma para todos os lados.
- Todos, para a casa, antes que a chuva piore – ordenou a diretora Benedita.
Os alunos deixaram a o galpão ás pressas, correndo o mais rápido possível até a casa principal. Mesmo sendo um pequeno trecho a percorrer, a chuva estava tão intensa que ensopava a todos. Christian, no entanto, não se moveu. Ele observou que Érico havia se distanciado da turba de alunos e se apoiado em um janelão do galpão.
- Vamos, Christian – Pedro Miguel tentou puxá-lo.
- Vai indo na frente – Christian se soltou de Pedro Miguel, e caminhou na direção oposta dos outros, se perdendo de vista.
Todos saíram do galpão deixando Érico e Christian sozinhos. Esse primeiro não havia percebido a presença do outro. Érico continuava, de costas para Christian, admirando a chuva lá fora.
- Oi – Christian se aproximou de Érico, pondo a mão em seu ombro.
- Christian?! – Érico se assustou, se virando abruptamente. – Por que você não foi com os outros?
- Por que você não foi?
- Queria ficar um pouco sozinho – disse Érico, se escorando no janelão.
- E eu queria ficar com você – respondeu Christian abraçando Érico.
- Eu acho melhor você voltar – Érico não o abraçava direito.
- Tenho uma ideia bem melhor – Christian olhou no fundo dos olhos de Érico. – Você já tomou banho de rio, durante uma chuva?
- Ah, nem pensar, Chris – Érico balançou a cabeça. – Está ventando muito.
- Ei, eu não me apaixonei por um covarde. – disse Christian. – Cadê o meu encapuzado destemido?
- Você me chamou do quê, moleque? – Érico puxou Christian pela cintura.
- Covardão! Franguinho! Molengão! Florzinha! – Christian se soltou de Érico, e correu em direção a porta.
- Ah, eu vou te dá uma lição seu sem vergonha – Érico correu atrás de Christian.
- Vem, covardão – Christian caiu na chuva, correndo em direção à trilha que levava para o rio.
Érico pegou sua mochila verde-militar de tecido impermeável, jogou nas costas e seguiu Christian. A chuva estava tão forte que deixava a visibilidade zero. Os dois corriam chapinhando na lama, que se formava com rapidez. Dentro da trilha, as copas das árvores, que rangiam com o vento forte, retinham parte da chuva, melhorando o trajeto deles.
- Anda, vovô, não vai desistir no meio do caminho – Christian corria de costas, rindo para Érico que tentava acompanha-lo.
- Vai se arrepender quando eu te pegar, atleta do caralho. – Érico ria também, mas ofegante.
- Que medinho – Christian deu uma cambalhota assim que subiu na ponte, fazendo firulas.
Quando chegou no final da ponte, ele, Christian, começou a se despir, atirando as roupas para o lado. Ao ficar completamente nu, ele mergulhou nas águas quentes do rio, ouvindo o barulho da chuva tamborilar na superfície da água. Antes dele imergir, Érico chegou ao fundo, onde Christian estava, também completamente nu. Os dois se abraçaram e deram um beijo sem gosto, por causa da água.
- Você é um macaquinho, sabia? – Érico o beijava, já emersos.
- E você fica muito melhor sem roupa – Christian envolveu suas pernas longas na cintura de Érico e os braços nos seu pescoço, beijando-o com voracidade. As chuva caía impiedosa sobre os dois amantes.
- Eu te amo Érico. – Christian deslizou os seus lábios para o pescoço do outro.
- E você é meu EGEU. – disse Érico.
- Eu sou o quê – Christian sorriu.
- Depois eu explico – Érico não queria perder tempo longe da boca de Christian.
Os dois ficaram namorando, envolvidos em carícias bem ousadas. Não havia nenhuma barreira entre seus corpos. A bunda de Christian roçava no pau duro de Érico, mas não havia penetração. O pau rijo de Christian em atrito com a barriga de Érico, o fazia gemer de prazer.
- Seus lábios estão sem cor e trêmulos – Érico abraçava Christian com força.
- Só estou com um pouco de frio – Christian falava cm tremores, contraindo seus músculos involuntariamente.
- Eu não devia ter aceitado essa loucura – disse Érico.
- Deixa de ser chato – contrapôs Christian. – Eu estou bem. Ao seu lado é impossível não ficar.
- O que é aquilo? – Érico apontou para dentro da mata, onde uma árvore havia sido envergada pelo vento e abrira uma fenda na mata fechada.
- Parece uma cabana – disse Christian.
- É uma cabana – Érico desenlaçou Christian de sua cintura, e nadou até a ponte, puxando seu namorado pelo braço.
- Aonde vamos? – Perguntou Christian enquanto subia de volta à ponte.
- Nos abrigar naquela cabana, até esse temporal passar. – respondeu Érico, juntando a roupas dos dois e pegando a mochila. – Não quero que você fique nessa chuva nenhum instante.
- Tá certo! – concordou Christian.
Os dois correram em direção a cabana, por entre as árvores, e se abrigaram no lugar. A cabana estava em perfeito estado, não parecia ser abandonada.
- Acho que as árvores ocultavam esse lugar – disse Érico, abrindo a mochila que trazia.
- É muito aconchegante aqui – disse Christian de braços cruzados, tremendo o queixo de frio.
- Ainda bem que eu trouxe a minha mochila – Érico revirava em alguma coisa.
- Eu já ia perguntar sobre isso.
- Como bom escoteiro, eu sempre tenho uma mochila de sobrevivência por perto, nessas ocasiões – Érico retirou um colchão inflável e uma manta bem enrolada de sua mochila. – E agora quero que você fique bem aquecido.
Érico enrolou Christian, que estava nu, e friccionou suas mãos nos braços do outro, aquecendo-o. Christian deitou-se no colchão inflável, já cheio.
- Se tivesse madeira seca, poderíamos improvisar uma lareira. – Érico procurava no único cômodo da cabana. Ele ainda estava nu também
- Eu tenho uma ideia bem melhor – Christian levantou-se, tirando a manta do seu corpo e enxugando o namorado, aquecendo seu corpo frio e sem cor.
- O que você vai fazer? – Érico encarava Christian, mesmo na quase total escuridão.
- Dois corpo vivos unidos produzem mais calor – Christian o abraçou. – Precisamos ficar tão juntos quanto possível. Vem?
Christian deitou Érico no colchão inflável. Acariciando o seu peito e seus braços. Christian beijava a bochecha do outro com maciez e umidade. Os beijos eram longos e diferentes do que os que Érico já havia recebido dele.
- Acho que você está com febre – Érico sentia a temperatura de Christian se elevar.
- Assim eu consigo te aquecer – Christian beijava o queixo do outro com vontade.
- Christian, o que você tá fazendo?
- O que eu quero! – Christian deitou por cima de Érico, e começou a beijar o peito do outro, descendo sua boca pela barriga lentamente. Érico estremecia com o toque.
- Christian – Érico estava um pouco ofegante.
A boca quente de Christian deslizou pela região pélvica de Érico, e até encontrar o pau do mesmo. Uma barra de ferro. Ali, Christian deslizou sua língua pelo mastro de Érico, envolvendo seu membro com seus lábios aveludados. Érico soltou um gemido alto, torcendo os pés. Christian sugou sem dó, de uma vez.
- AH, CARALHO!!! – Érico mordeu o lábio com violência, acariciando a cabeça de Christian.
Christian continuou a chupar o pau de Érico, dando sugadas longas e profundas. Ele queria extrair todo o sabor do seu namorado por aquela abertura. Érico lacrimejava de tanto prazer, contraindo sua barriga. Ele estava sob uma intensa carga de prazer. Estava totalmente elétrico e inflamável. Érico achava que morreria com todas aquelas sensações. Seus sentidos estavam focados naquele oral de tal forma, que a tempestade se tornou totalmente alheia à sua atenção. O mundo se tornou totalmente alheio à sua atenção.
- Quero sentir você, dentro de mim – Christian subiu sua cabeça, encontrando os lábios de Érico com o seu.
Érico trocou de posição com Christian, ficando entre suas pernas.
- Você quer mesmo? – Érico perguntou, já colocando seu pau na entrada do cu de Christian.
- Eu preciso –Christian levantou suas pernas, deixando-as apoiadas nos ombros de Érico. – Agora!
Érico lambuzou seu pau com cuspe e depois lubrificou Christian. Ele começou penetrando bem devagarinho, acompanhando com muito tesão cada gemido do seu amado, que era totalmente possuído por ele centímetro a centímetro. Christian mordia o dedo indicador, sentindo o seu homem cravá-lo totalmente. Érico começou a se mexer lentamente, desfrutando de todo o aconchego quente de Christian. Os dois misturavam seus suores ao cheiro de sexo e aos de suas peles. Érico enfiava lento e profundamente, estocando sem pressa. Ele queria estender aquele momento até onde pudesse. Enquanto uma de suas mãos acariciava as pernas de Christian, a outra masturbava este.
- Eu te amo Érico. AHHHHH!!! – Christian gozou na mão de Érico.
- Eu muito mais – Érico estou com força, inundado Christian.
Os dois se abraçaram fortemente, colando seus corpo muito suados com esperma, desejo, calor. Suas almas estavam fundidas. Eles riam e choravam, diante da beleza do que acontecera. E abraçados, adormeceram naquela cabana.
CONTINUA...