1. A Carta
“Meu querido Benjamim,
“Já faz muito tempo que não tenho notícias ao seu respeito, mais precisamente, dez anos. Apesar de ser óbvio, preciso confessar que o seu afastamento me causou muita dor durante todos esses anos. E apesar de pouco ter tentado entrar em contato com você, não houve sequer um dia em que não senti sua falta, ou que vi a sua imagem, como que um espectro, correndo pelos campos do sítio, ou sujo de lama, depois de saltar nas poças, formadas por aquelas chuvas, nas tardes quentes do mês de julho, quando você vinha passar suas férias aqui.
“Eu entendo perfeitamente que precisava de um tempo para colocar suas ideias no lugar, e se encontrar consigo mesmo, e por isso respeitei o seu silêncio, na expectativa de que você iria exorcizar os seus fantasmas. Sempre que me lembro da forma como você saiu daqui, caio em profunda tristeza, e a outro, que apesar de fingir, também sofreu muito, quase como que golpeado por um ferimento de morte.
“Estou velha e muito doente, meu pequeno Benjamim. Não sei quanto tempo ainda me resta, e por isso queria revê-lo novamente, junto com toda a nossa família, e matar saudade das festividades, ao lado dos meus amados, que tanto me fez sorrir nos dias da minha vida. Já enviei o convite para seus pais, mas queria me dirigir a você, de modo especial. Não, encare essa carta, como uma obrigação, nem nutra em sua mente jovem, a imagem de uma velhinha convalescente, mendigando por amor. Quero celebrar, em não lamentar pelo que não deveria ter acontecido. Mas ficarei profundamente satisfeita se você vier para as festividades deste final de ano, aqui no sítio.
De sua avó, que te ama sem medidas,
Elisa.”
Não conseguia parar de ouvir as palavras da carta da minha avó, reboando na minha cabeça, constantemente, durante cada minuto dos dois dias que haviam se passado, desde que eu havia lido a mesma. Ela estava coberta de razão, minha avó, principalmente naquilo que não me havia dito diretamente. Eu deixei que o nosso afastamento durasse dez anos, lançando tudo que eu vivi de mais intenso na vida, ao mais profundo e frio esquecimento. Mas a simples leitura de sua carta, me fazia estremecer, pois de repente, alguns sentimentos, que eu julguei há muito estarem perdidos nos porões da minha alma, agora reascendiam como tochas, em fachos de luz, que me incendiava completamente, de dentro para fora.
Meu nome é Benjamim. Conto 23 anos de idade, a pouco completados. Minha vida nos últimos dez anos, tem sido uma massa cinzenta, da qual o sol nunca parece querer nascer. Mas já houveram dias ensolarados e muito quentes. Já houveram risos pueris, toques ousados, brincadeiras instigantes, e muitas outras coisas. Eu me lembro perfeitamente da minha infância e do começo da minha adolescência, em especial, das férias que eu fazia questão de passar no sítio da minha avó, no interior do estado. Eu morava na capital com os meus pais.
Me lembro detalhadamente de cabelos loiros, atenuados pela exposição do sol, olhos verdes-selvagens, e de um corpo de pele bronzeada, que se acostumara a não se importar em usar cuecas, sempre deixando uma parte branca, não exposta ao sol, espreitar para fora do calção de malha fina. De fato, nesses últimos dois dias, o passado tomou conta dos meus pensamentos, sem bater antes, ou muito menos esperar autorização para entrar.
- Benjamim? Benjamim? – minha mãe me chamou, com sua impaciência de sempre. Estávamos sentados em uma mesa de restaurante, jantando depois de um dia bem chato de trabalho no escritório de advocacia da família.
- Pode falar, eu estou ouvindo – respondi, sem demonstrar atenção, pois ainda estava mexido com a carta.
- O que está acontecendo com você? Nos últimos dias está aéreo, desligado, e passa horas com essa cara de bobo, pensando em sei-lá-o-que.
- Já não basta controlar os meus passos, e agora a senhora quer controlar até os meus pensamentos? Que saco! – eu protestei com agressividade.
- Escuta, aqui rapaz, você sabe muito bem que eu detesto quando você usa esse tom de voz para falar comigo.
Não quis responder, apenas fiquei fintando-a, com olhos levemente semicerrados, na tentativa que ela percebesse que eu sabia de algo, que ela não tinha me participado. Mas a minha mãe me retribuiu com um olhar, de quem não tinha a menor a ideia do que estava acontecendo. Ao encará-la demoradamente, percebi o quanto era bonita, mas fazia muito tempo que sua arrogância havia encoberto sua beleza para os meus olhos. Dona Laura era alta e robusta, com cabelos negríssimos, e lisos, descendo até a nuca. Exceto a cor branca da pele, eu não herdara nada de sua fisionomia, havia puxado mais os traços do meu pai: cílios bem destacados, sobrancelha fina, e cabelos castanho-claro, que eu preservava em um corte curto e discreto. Também era alto e magro, mas não esquelético, e o ciclismo, que eu praticava com regularidade, havia definido as minhas pernas. Nada demais, mas que fazia a diferença quando eu tinha que ficar com pouca roupa. Algumas pessoas também diziam, que eu tinha os olhos belamente expressivos, como seu eu praticasse interpretação teatral com eles.
- Por que não falou sobre o convite da vovó? – indaguei, já que ela não queria tocar no assunto, e sem razão, havia escondido de mim.
- Porque não havia nada a ser tratado a esse respeito. – ela me respondeu, tomando um gole de vinho branco, depois de saborear mais um pedaço do robalo que jantávamos.
- Ela está doente.
- Câncer, eu acho – minha mãe completou, como se estivesse falando sobre os condimentos do nosso prato. – Seu tio Henrique me disse que ela está em estado terminal.
- E você diz isso com toda essa tranquilidade? – eu não estava acreditando no que ouvia.
- Não vejo motivo para alvoroço – ela respondeu. – Todo mundo vai morrer mesmo um dia. E de qualquer forma, atendermos a esse convite não mudaria em nada a situação dela. Sem contar que já tem muita gente cuidando da sua avó. E acho que nem preciso dizer a você, que não tem a menor possibilidade de nós desabarmos para o interior, para comemorarmos as festividades de final de ano no meio do mato.
- Mas é a sua mãe! – eu bati na mesa, chamando a atenção dos outros clientes.
- E sua avó, também. E pelo que me lembro, você não perguntou sobre ela, durante os últimos dez anos. Acho que agora é um pouco tarde para bancar o netinho comovido.
- Foi você, que...
- Basta! – ela ergueu a mão na frente do meu rosto. – Nós não vamos discutir o passado. Você já chamou a atenção do restaurante inteiro, e me tirou o apetite. Esse assunto está encerrado, entendeu Benjamim? Concentre-se no seu noivado com a Tatiana. Não seja egoísta ao ponto de se esquecer que o nosso, e não só o seu futuro, depende desse casamento. Já me basta o seu pai, com essa ideia ridícula de ser professor e deixar o escritório. Não vou tolerar uma deslealdade da sua parte. Tem mais alguma coisa?
- Tem várias – eu afirmei levantando. – Mas vou te adiantar apenas uma: eu vou visitar a minha avó. É coisa decidida.
- Você que não se atreva a fazer isso – minha mãe me desferiu um olhar brutal.
- É coisa decidida – eu repeti mais uma vez, saindo da mesa sem nenhuma cerimônia.
- Aonde você vai? – minha mãe gritou, sem se importar em chamar atenção.
- Se for para me livrar de você, até o inferno serve – eu disse, sem olhar para trás, ouvindo ela berrando pelo meu nome.
Já fazia muito tempo que o meu relacionamento com a minha mãe havia se tornado terrível. E tudo ficou bem pior, quando ela arranjou meu namoro com a Tatiana, a filha de um empresário do ramo hoteleiro, que era o principal cliente do nosso escritório, e que em tempos de crise, como o que nós estávamos passando, era praticamente o dinheiro da empresa do pai de Tatiana que ainda mantinha as portas do escritório abertas. Para a minha mãe, meu casamento com a moça, resolveria de vez nossos problemas. E se o preço fosse a minha felicidade, ela pagaria sem nem pestanejar.
Éramos eu, minha mãe e meu pai, Roberto, e mais quatro advogados que trabalhávamos no escritório, mas meu pai, depois que descobriu sua vocação dando aula na universidade, perdeu quase todo o interesse pelo exercício da advocacia, se afastando mais do escritório, o que provocava brigas diárias entre ele e a minha mãe. Ela dizia que ele não estava cumprindo seu papel de pai e marido, e que estava abandonando sua família, até suspeitava que ele tivesse um envolvimento com uma mulher mais nova, uma aluna, talvez. Paranoia da parte dela. Meu pai é um homem incrível; companheiro, solidário, mente aberta, e com quem eu sempre tive uma conversa direta e franca. E mesmo ele me aconselhando a pôr um fim no namoro fajuto com a Tatiana, eu não sei porque, me deixava ser manipulado pela minha mãe, e permitia que esse relacionamento se seguisse, mesmo morno e com caráter apenas de negócios. Diferente de mim, meu pai já havia decidido que ia dar um rumo para a vida dele, e se permitir fazer o que gostava, e não o que a minha mãe queria, mesmo que isso custasse o casamento de vinte e seis anos deles.
Quando cheguei ao estacionamento do restaurante, ouvi a voz autoritária da minha mãe, me chamando aos berros:
- Benjamim, você não vai ter coragem de me deixar sozinha, vai?
- Pega um taxi. – respondi entrando no carro, e arrancando dali, sem sequer olhá-la pelo retrovisor.
Eu precisava descarregar toda aquela energia ruim e pesada que percorria pelo sangue. E só conhecia um modo de fazer aquilo.
Dirigi até uma boate muito conhecida na cidade: Cave The Pub. Era muito bem frequentada, e por isso eu nunca tinha ido lá, por medo de algum conhecido me ver e me descobrir, mas naquela noite eu estava com o diabo, então queria que o mundo se fudesse. Ali eu iria encontrar o que eu queria. Mas não estava vestido apropriadamente. Ainda usava o terno do escritório e sapatos sociais. Seria ridículo entrar daquele jeito. Mas, precaução era meu apelido mais conhecido. Era uma sexta-feira, eu sempre levava um muda de roupas e alguns produtos de beleza no meu carro, para caso precisasse... descarregar as minhas energias ruins. Antes de estacionar o carro, eu desci do mesmo, e fui até o porta-malas pegar uma bolsa com as coisas necessárias. Fui para o banco de trás do carro, e retirei toda a roupa pesada do escritório, arremessando para o lado, em seguida reforcei o meu desodorante, e depois comecei a vestir uma calça jeans resinada, depois de trocar de cueca, justíssima e muito bonita. Pus em seguida uma camisa azul-água, de mangas cumpridas e decote “V”, que colou no meu peito, dando a impressão de que eu era mais definido. Calcei uma bota cano médio, e troquei o sisudo rolex do meu pulso, por uma pulseira de ouro branco. Só faltava cabelo; usei uma pomada modeladora, ensaiando um leve topete, já que os cabelos eram curtos e não dava para inventar muita coisa. Estava pronto para noite. Parecia outra pessoa. Eu era outra pessoa ali. Bem mais interessante, inclusive.
A boate estava cheia. Muita gente bonita e desinibida bebendo e dançando. O DJ arrebentava, e parecia saber exatamente o que a galera queria. Antes de tudo, eu precisava esquentar a garganta, e fui direto para o bar. Depois de um triplo uísque, me senti bem mais leve e pronto para começar a diversão. Estava empolgado só de ver um monte de um homem gostoso se pegando, ali pertinho de mim. Sim, a Cave The Pub, era uma boate gay. Eu era gay, mas não aceitava isso, por isso estava noivo de uma moça, e apesar de não amá-la, sentia que era o melhor caminho a se tomar. Se a minha mãe soubesse o que eu fazia as escondidas, acho que ela estava presa e eu enterrado.
Depois de mais uma dose generosa de uísque, eu resolvi que era hora de cair na pista. Quando larguei o copo, e me virei para sair, meus lábios foram chocados contra uma boca macia e faminta, que me deu um primeiro beijo tão forte, que eu fiquei mais tonto, do que o que uísque poderia ter me deixado. Empurrei um peito largo e rijo, mas só consegui afastar o ladrão de beijos, alguns centímetros de mim. Meus olhos encontraram um homem lindo, tão lindo que se eu tivesse o vendo por foto, teria certeza que a beleza dele havia sido intensificada por alguma manipulação de computador.
- Ei? Que ideia foi essa? – eu perguntei arfando, enquanto ele me mantinha preso pela cintura, com um braço, e apoiava minhas costas com o outro, me encurralando completamente.
- Foi a primeira que me veio à cabeça – ele respondeu com uma voz grave. – Não dizem que a primeira a ideia é sempre a melhor?
Não respondi nada, apenas fiquei olhando na profundidade de seus olhos, que possuíam uma vivacidade solar. O beijo me deixara atordoado, pois era muito difícil eu beijar outro homem. Geralmente era apenas sexo, principalmente oral.
- Caralho, você é mesmo muito bonito – ele me disse rindo, me puxando para um segundo beijo, e descendo suas mãos grandes pelas minhas coxas e bunda, onde ele apertou com força, me fazendo o empurrar de novo.
- Dá para me soltar? – eu soquei o peito dele, mas ele nem se mexeu ou reclamou. O cara parecia ser feito de pedra. E eu começava a perceber de que dentro de suas calças, algo rochoso e se erguia.
- Se eu te soltar, você vai fugir de mim – ele sussurrou no meu ouvido. – E depois que eu senti a sua bundinha tão durinha e empinada nessa calça justa, a última coisa que eu quero é te deixar escapar.
- Vai forçar a barra? – eu perguntei.
- Eu nunca faço isso, quando tenho certeza que o outro quer – ele apertou o meu pau por cima da calça, que já marcava feito um pepino.
Quase cedo as pernas com aquele apertão no meu cacete. Não estava acreditando que um homem perfeito como aquele era viado. Não tinha pinta nenhuma. Mas eu não estava muito seguro de que eu poderia deixar rolar. Algo em mim dizia para não prosseguir. E se ele fosse amigo de algum conhecido? Não podia arriscar.
- Pode me soltar, que eu não vou fugir. Eu quero também
Ele me olhou com desconfiança, me deu mais um beijo curto, e me soltou. Acho que nem o flash faria melhor que eu. Um milésimo depois que sua mão desgrudou da minha cintura, eu voei dali. Foi ridículo, parecia uma criança marota. Saí atropelando as pessoas, e corri para o banheiro, antes de deixar a boate. O uísque parecia se rebelar contra mim. Me debrucei sobre a pia, ameacei vomitar, mais não veio nada, mas a contração do meu corpo, fez com que a sensação ruim passasse. Lavei o meu rosto, demoradamente, e quando terminei de enxugar, vi, pelo espelho, o cara que eu havia dado um perdido entrando dentro do banheiro.
- Olha, eu não sei como você faz com os caras com que você sai, mas comigo ninguém me faz de palhaço – ele disse visivelmente irritado. Seus músculos ameaçavam rasgar sua camiseta preta.
- Dá o fora daqui! – eu falei, fingindo tranquilidade.
Ele me agarrou de uma vez me empurrou para dentro de uma cabine, travando a porta. Tirou sua camisa e atirou para o lado, e depois me beijou com mais desejo que a primeira vez.
- Prazer, meu nome é Luís – ele disse, me virando de costas com violência, e puxando as minhas calças e cueca para baixo com toda força.
Fui tudo tão rápido, que quando eu dei por mim, Luís já estava me rasgando com seu pau grosso, rapidamente encapado por uma camisinha, enquanto me masturbava com a mão livre. Arranquei a minha camisa, e deixei ele colar seu peito já suado, nas minhas costas nuas. Estava delirando com os estalos que seu ventre fazia, ao bater na minha bunda, durante as metidas profundas que ele me dava. Eu sabia que no outro dia nem ia conseguir sentar, mas como já estava ali, deixei que ele me arrebentasse logo de vez e me entreguei completamente a ele. Percebendo isso, Luís ficou mais carinhoso, e agora me puxava para beijos, mas sem diminuir o ritmo das metidas. Suas bolas se chocavam contra as minhas, enquanto seu pau entrava até o talo, sumindo no meu rabo, e depois emergia, saindo quase que por completo novamente.
- Nossa que delícia – ele arfava no meu pescoço, mordendo o lóbulo da minha orelha.
Se alguém estava ouvindo nossa transa, e eu tinha certeza que estava, pois eu gritava muito de prazer, eu não estava nem aí. Luís gozou duas vezes em seguida, com um rápido intervalo, apenas para trocar de preservativo, entre uma e outra. Também me fez gozar litros, sendo que nem precisava ter me punhetado, pois só de vê-lo, meu pau já estava babando.
Eu estava quase me ajoelhando no vazo sanitário, pois me sentia completamente descarregado, mas bem. Muito bem.
- Vamos lá para casa, para terminar essa história – ele sussurrou no meu ouvido.
- Desculpa... – eu comecei a dizer arfando. – Mas eu estou colocando o ponto final.
Me ergui, o fazendo sair de cima de mim, e pus a minha roupa o mais rápido que pude. Luís estava muito cansado para tentar qualquer impedimento, mas ainda disse, quando eu abri a porta da cabine para sair.
- Eu posso te ligar? Me dá o seu número. – ele sorriu.
- Não! – eu disse, saindo.
Dessa vez deixei mesmo a boate, pois já havia extravasado o suficiente para aquela noite. Fui para casa, e agradeci muito por minha mãe já está dormindo, e não à minha espera para uma conversa chata e cheia de cobranças, em plena madrugada. Tomei um banho bem demorado, e bati umazinha, me lembrando da transa mais alucinante que eu acabara de ter. O engraçado era que, para a minha feliz surpresa, diferente das outras vezes, eu não fiquei com a sensação de culpa. Pelo contrário, uma satisfação começava a tomar conta de mim. Mas não era Luís que me vinha na mente, era minha tão próxima viajem para a casa da minha avó, e quem eu ia reencontrar depois de dez anos sem notícias.
Após o banho, pus o meu pijama e busquei no fundo do meu closet, uma pequena caixa, que ficava bem escondida. Levei-a para a minha cama, e comecei a revirar no conteúdo. Lá eu guardava o meu tesouro, e no meio de tantas joias, eu retirei o que para mim era a mais importante: um anel de capim dourado, feito para um aro bem menor do que o meu atual. Beijei o anel, e deitei ali na minha cama, onde sonhei a noite inteira com cabelos loiros, atenuados pela exposição do sol, olhos verdes-selvagens, pertencentes a alguém com um corpo de pele bronzeada, que se acostumara a não se importar em usar cuecas, sempre deixando uma parte branca, não exposta ao sol, espreitar para fora do calção de malha fina.
CONTINUA...