Brise do Amor - Capítulo 04

Um conto erótico de Ben22
Categoria: Homossexual
Contém 1514 palavras
Data: 22/01/2016 06:11:33

Brise do Amor – Capítulo 04

Logo após, os pais de Filipe terem se certificado que o rapaz, aparentemente, estava bem, eles saíram, em busca do médico, para se inteirar a respeito dos cuidados do filho. Nesse momento, só ficaram no quarto, Filipe e Alfredo que começaram uma conversa esclarecedora sobre o motivo de toda aquela confusão.

Filipe - Alfredo, preciso te contar o que aconteceu na piscina...

Alfredo – Estou louco para saber.

Filipe – Eu tava curtindo a festa numa boa, quando vi que havia chegado um WhatsApp em meu celular. Quando fui ver, era do Pietro.

Alfredo – Puta que pariu! O que ele queria, dessa vez?

Filipe – Continuar a me chantagear com aquela gravação, onde eu e mais um cara estávamos ficando na boate Movie Music. Lembra da história?

Alfredo sabia sobre a bissexualidade de Filipe, desde quando o mesmo se descobriu, aos 17 anos. Foi aí que Lipe resolveu contar tudo, mesmo morrendo de medo de perder a amizade do amigo. Mas como a amizade entre os dois era grande e a mente de Alfredo era aberta, isso foi um mero detalhe. Era um segredo que os dois mantinham apenas entre eles, mas que acabou caindo nas mãos de Pietro.

Alfredo – Lembro mais ou menos. Mas por que mesmo ele armou essa emboscada?

Filipe – Porque ele queria ficar comigo e eu não dei trela. Você sabe muito bem que não curto gays espalhafatosos. Sempre são promíscuos. E outra, não sou assumido. Não posso ficar com gays assim, porque alguém pode ver e tirar conclusões. E como ela não aceitou, quis se vingar. Me seguiu e gravou tudo.

Alfredo – Esse cara tem problema... mas, brother... sei lá! Acho que você tem que acabar com esse preconceito. Do mesmo modo, que tem héteros que não são promíscuos, existem gays efeminados que também não são promíscuos. É uma questão de ter mente aberta para enxergar isso e você não tem, meu grande amigo – disse o rapaz dando conselhos quando foi interrompido.

Filipe – Enfim, além de me chantagear, exigindo que eu ficasse com ele, aquele sujeito queria fazer um ménage à trois comigo e mais um outro cara – disse o rapaz muito zangado ao lembrar do ocorrido.

Alfredo – E você, o que disse?

Filipe – Disse que já tinha nojo dele, por ele ser tão mal caráter, e que agora tinha asco por conta da proposta dele. E eu disse mais, falei que como eu já tava de saco cheio das suas chantagens e com a bebida subindo para a cabeça, mandei ele mostrar para todo mundo, se quisesse. Foi aí que ele se irritou, porque viu que o “trunfo”, que tinha em mãos, não surtiria mais efeito e me deu uma garrafada na cabeça que me fez desmaiar, fazendo com que eu caísse desacordado dentro da piscina.

Alfredo – E você se lembra do calouro que te ajudou?

Filipe – Não me lembro do rosto dele. Só me vem à mente, alguns flashs. Você o conhece? – disse o rapaz, tentando se lembrar da fisionomia de Ben.

Alfredo – Pior que não! Só lembro que ele chegou com uma caloura bem gatinha. Aquela que você passou o endereço da festa na sala dos calouros. Tentei investir nela, quando ela chegou na festa, mas bem na hora, comecei a ouvir os gritos de socorro. Daí todo mundo foi ver o que estava acontecendo, inclusive ela.

Nesse momento, os pais de Lipe, aparecem para ficar com ele, e então os dois amigos cessam a conversa.

Vitória – Filho, vou ficar aqui com você até amanhã na hora do almoço. O seu pai vai embora agora, porque amanhã tem uma reunião cedo na empresa, mas pela tarde ele vai ficar aqui e eu vou para casa, porque vou precisar ir à faculdade participar de uma banca examinadora – disse isso com todo carinho.

Filipe – Tudo bem, mãe.

Bernardo – Filho, se cuida. Depois quero ter uma conversinha com você sobre esse acidente de hoje, viu?! disse o pai chamando a atenção de Lipe.

Filipe – Vixe! Ferrou – falou baixinho.

As horas passavam, como se estivessem se arrastando para Lipe, que estava no hospital com uma baita de uma insônia ocasionada pelo medo de Pietro expô-lo. Em contrapartida, para Ben e Clara, as horas passaram mais rápido do que Pégaso em um voo veloz. Os dois dormiam pesadamente, quando o despertador escandaloso de Clara começa a tocar...

Despertador do celular – Ela manda na cidade, ela tá dominando

Pega o ônibus às sete, ela tá ralando, toda tatuada

Escova no cabelo, ela não tem limite, ela não tem medo

É que ela se garante toda poderosa

Faz cara de rica, anda sempre na moda

Ela não fica em cima, ela não dá moral

Ela vai te seduzir até você passar mal

Faz cara de rica, faz cara de rica

Só fica provocando porque sabe que é bonita

Faz cara de rica, faz cara de rica

É perigosa, é um veneno essa menina

Ben – Meu Deus! Por favor, jogue um raio nesse celular maldito com essa música horrívelllll – disse o garoto se levantando mal-humorado.

Clara – Fique quieto, Benjamim! Ninguém fala assim da minha música inspiradora... – diz a menina se levantando e tentando abrir os olhos, que teimavam em ficar cerrados.

Ben – Por que inspiradora? – pergunta o garoto, mesmo sabendo que viria alguma besteira, para variar.

Clara – Porque ela me inspira a fazer um streap-tease e faz com que eu vá direto para o banheiro tomar um banho – disse a garota bocejando sem parar.

Ben – Sabia que viria alguma besteira. É de praxe – disse Benjamim com um meio sorriso por conta das bobagens que a amiga dizia.

Clara – Gato, vou lá em casa, me arrumar para não sair da rotina de ser linda, e depois passo aqui para te pegar. Até daqui a pouco! Beijo, beijo.

Ben – Até! Beijo.

Chegando na faculdade, os dois teriam aula de “Geometria Gráfica I” e, assim, foram direto para a sala, porque estava quase na hora da aula começar.

Professor – Bom dia a todos! Eu me chamo Oscar e vou ministrar “Geometria Gráfica I”. Como hoje é o primeiro dia de aula, vou apresentar o ementário da disciplina e conversar um pouco com vocês sobre o sonho de cada um nessa maravilhosa profissão.

Dizendo isso, abriu o notebook para projetar na parede algumas coisas. Foi quando o papel de parede da tela despertou a curiosidade em Ben, que resolveu fazer uma pergunta aleatória.

Ben – Professor, qual o nome desse elemento arquitetônico contido nesse prédio? – pergunta o garoto curioso.

Professor Oscar – Qual o seu nome, meu jovem?

Ben – Benjamim.

Professor Oscar – Bom, Benjamim, esse elemento arquitetônico, vem do francês e chama-se “brise-soleil”, que significa “quebra-sol. É composto em forma de placas horizontais ou verticais, fixas ou móveis, aplicadas sobre a fachada de um edifício, para barrar a incidência direta dos raios solares; quebra-luz, quebra-sol. Pode ser chamado apenas de “brise”.

Ben – Ah sim! – responde o garoto satisfeito com a explicação.

A manhã passa em um estalo. Chega a hora do almoço e como Ben e Clara, teriam aulas pela tarde, resolveram ir almoçar no RU da UFES. Durante o caminho até o restaurante, os dois são abordados por Alfredo.

Alfredo – Fala, calourada! Beleza? Deixa eu me apresentar – dizendo isso, dá dois beijinhos em Clara.

Alfredo – Prazer, gata! Como é o seu nome?

Clara – Clara. O seu é Alfredo, certo? Lembro que você disse ontem na nossa sala.

Alfredo – sim, isso mesmo – abriu um sorriso para a moça.

Alfredo – Prazer, cara! E o seu nome, como é?

Ben – Eu me chamo Benjamim, mas pode me chamar de Ben – pegou na mão de Alfredo.

Alfredo – Prazer, Ben! Então foi você quem salvou o meu amigo ontem, certo?

Ben – Sim... e como ele está? – pergunta meio sem graça.

Alfredo – Ele tá bem, fora de perigo. Depois ele vai querer te agradecer por ter salvo a vida dele. Eu também te agradeço muito, o Filipe é como um irmão para mim – disse isso pegando na mão de Ben em sinal de obrigado.

Ben – Que bom! – disse meio sem graça, tentando desconversar, para Alfredo não fazer perguntas sobre o acidente.

Então, na tentativa de que aquela conversa não continuasse, Ben chamou Clara.

Ben – Clara, vamos? Estou com fome.

Clara – Sim, vamos. Até mais, Alfredo! – disse toda sorridente

Alfredo – Até! Me passa o seu WhatsApp para podermos conversar mais?

Clara – Claro! Aqui está – e passou o seu número de telefone para Alfredo.

Alfredo – A gente se fala – diz isso, e joga uma piscadela para Clara que fica toda risonha.

Ben – Ufa! Ainda bem que o Alfredo não fez perguntas comprometedoras sobre o acidente.

Clara – Verdade.

Já havia chegado a hora do almoço e, com isso, a mãe de Filipe, iria embora para casa tomar um banho e depois, para a universidade, trabalhar.

Vitória – Filho, tenho que ir! Daqui a pouco o seu pai chega. Tchau! Beijo. Te amo!

Filipe – Tchau, mãe. Também te amo!

Assim que a sua mãe saiu, Lipe acabou se distraindo e, em meio aos seus pensamentos, ouve uma voz conhecida, mas que odiava.

Pietro – Oiii, Lipe, meu gato! Vim aqui fazer uma visitinha! – disse o rapaz na maior dissimulação.

Continua...

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Comentários

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Gostei, mas o Felipe quando ver quem o salvou não vai querer agradecer.

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