Brise do Amor – Capítulo 05
Assim que a sua mãe saiu, Lipe acabou se distraindo e, em meio aos seus pensamentos, ouve uma voz conhecida, e que odiava.
Pietro – Oiii, Lipe, meu gato! Vim aqui fazer uma visitinha! – disse o rapaz na maior dissimulação.
Filipe – O que você tá fazendo aqui, seu nojento? – disse o rapaz alterado.
Pietro – Ué! Quis ver como estava o meu Lipe – falava em um tom debochado.
Filipe – Você não tem um pingo de vergonha, não é? Seu viado asqueroso! Anda, vaza daqui – que dizia em tom baixo para não iniciar um escândalo e atrair curiosos.
Pietro – Escute aqui, garoto! Serei bastante categórico com você. Ontem me descontrolei e desci a garrafa na sua cabeça... kkkkkkkkkk. Mas, depois, parei para pensar que você não iria deixar um segredo, dessa proporção, vir à tona. Portanto, darei mais uma chance a você de se redimir e me comer bem gostoso junto com o outro cara. O meu cuzinho pisca na sua presença.
Filipe – Que vontade de vomitar! - dizia o rapaz com náuseas do vocabulário do inimigo.
Pietro – Bom, agora que as coisas foram esclarecidas, vou embora. Mas antes, quero deixar um prazo para você dar a sua resposta. Você tem até o final de semana para se decidir se vai ou não ficar comigo. Olha como sou generoso, estou dando três dias para você pensar, seu gostoso – dizendo isso, saiu, sem esperar que Filipe falasse algo.
Filipe – Eu tenho que dar um jeito de calar a boca do Pietro. Mas como? – pensava em voz alta.
Ben e Clara haviam acabado de almoçar e estavam esperando a aula começar.
Ben – Então, o Alfredo pediu o seu número de telefone...
Clara – Sim – disse sorridente.
Ben – Humm! Tô sentindo cheiro de tinta – riu.
Clara – Cheiro de tinta? – perguntou não entendendo.
Ben – Sim, porque tá pintando um clima – disse às gargalhadas.
Clara – Viado, a senhora tem andado muito comigo para vim com essas besteiras – e caiu na gargalhada junto com o amigo.
Ben – e ele já mandou alguma mensagem no WhatsApp?
Clara – Sim, já mandou. Mas eu puxei a barra de notificação do celular, porque eu não queria que ele visse que eu já havia visto a mensagem.
Ben – Mas por quê?
Clara – Jogo da conquista, gato! Mais tarde, eu respondo ele. Vai me dizer que nunca fez isso? Hein...
Ben – Eu nunca nem ao menos beijei alguém – responde o garoto envergonhado.
Clara – Como assim? Pergunta a garota espantada.
Ben – Ah! Tô com vergonha de contar o motivo – disse baixando a cabeça.
Clara – Benjamim Franklin Benton, me conte essa história agora mesmo!
Ben – Ok, vou contar... É que eu não queria ter o meu primeiro beijo sem valor algum e por isso, resolvi me guardar para alguém que me fizesse lembrar com carinho, sempre que eu fosse acessar essas minhas memórias. Porque o primeiro beijo é um dos momentos mais importantes da vida da gente. E por conta disso, não quero que seja com qualquer um – diz o garoto bastante sério.
Clara – Minha Santa da bicicleta caloi! Dai-me equilíbrio para não cair depois de ter ouvido uma coisa tão fofa assim. Viado, você é muito romântico – dizia a menina encantada.
Ben – Ah para! Não exagera... aposto, que tem muita gente, que deve achar isso, ultrapassado.
Clara – Gato, o importante é você estar feliz com a sua escolha. E dane-se quem não concorda com a sua opção de vida. Nem Jesus Christ agradou a todos – e abraçou o amigo.
Ben – É verdade. Você tem razão.
Após um dia cheio, porém produtivo, é chegada a hora de Ben e Clara irem para suas respectivas casas. Enquanto isso, no hospital, Lipe não aguentava mais ter que ficar naquele ambiente, mesmo sabendo que faltavam poucas horas para ter alta. Por ele, já teria ido embora, mas o seu pai não permitiu, pois queria seguir, à risca, as recomendações do médico. Depois de muita luta com o relógio, finalmente Filipe recebe alta e pôde ir embora para casa. Ao chegar, decide ir tomar um banho e escutar algumas músicas em seu notebook. Quando liga o computador, se assusta ao ver a área de trabalho com uma foto de Pietro como papel de parede e escrito em letras garrafais “FALTAM TRÊS DIAS, GATO!”.
Filipe – Mas que porra é essa? – pensando em voz alta.
No mesmo instante, Lipe pega o seu celular e liga para Alfredo, o seu único amigo, com quem poderia compartilhar o ocorrido.
Filipe – Alô, brother... vem pra cá agora. Preciso te mostrar algo – falava nervoso ao telefone.
Passados alguns minutos, Alfredo chega na casa do amigo que lhe conta o acontecido.
Filipe – Cara, olha isso aqui – mostrando a área de trabalho do notebook.
Alfredo – Que doideira é essa? – se assusta ao olhar.
Filipe – Não faço a mínima ideia. Esse desgraçado deve ter entrado aqui na minha casa, no meu quarto, fez login no meu notebook e colocou essa foto maldita. Não há outra explicação, brother - tentando imaginar como a foto foi parar em seu notebook.
Alfredo – Lipe, eu acho que esse cara ainda vai nos dar muita dor de cabeça – diz preocupado.
Filipe – Nem me fale! Cara, sinceramente, não sei o que posso fazer para contornar essa situação. Enquanto fiquei no hospital, pensei muito em alguma solução, mas não encontrei nada que me ajudasse a deter esse pervertido – falava triste.
Alfredo – Brow, calma! Nós vamos conseguir encontrar alguma solução. Ainda temos um certo tempo até o fim de semana.
Filipe – Tomara!
Alfredo – Bom, agora eu preciso ir. Precisando, já sabe, é só chamar, afinal amigos servem para isso – e abraçou o amigo.
É quarta-feira e o dia amanhece nublado. Filipe decidi ir para a faculdade, pois não iria deixar seus problemas pessoais, abalarem sua vida acadêmica. Receoso de dirigir por conta da pancada que havia levado, recentemente, na cabeça, resolve pegar carona com Alfredo. Chegando na universidade, Alfredo avista, ao longe, Ben e Clara e decidi chamá-los.
Alfredo – Clara! – grita.
Clara acena para Alfredo, e junto com Ben, segue até onde eles estavam.
Alfredo – Tudo bem com vocês? Lipe, esse é o Ben, o cara que te ajudou no dia do acidente. Ben esse é o Filipe.
Filipe – Eu não acredito! – diz incrédulo.
Continua...