Eu mal conseguia me aguentar de tanta felicidade, meu amor estava ali, acordado na minha frente, eu estava com um sorriso de orelha a orelha, tinha vontade de ir até lá abraçar ele e não deixar mais ele sair dos meus braços. Mas eu não conseguia chegar perto dele, os médicos e enfermeiros estavam fazendo diversos exames e perguntas pra ele.
A enfermeira que cuidou dele se aproximou de mim.
-Isso aqui ainda vai demorar um pouquinho, porque você não vai em casa, se arruma, fica bem bonito e volta. Quando você voltar ele vai estar comendo e vocês vão poder ficar a sós. - Disse ela sorrindo e colocando a mão em meu ombro.
-Tem razão, ele merece que eu tome um banho kk’s. - Disse eu, quando me levantei e ia saindo, ouvi ele dar um resmungo magoado, virei meu rosto em sua direção e o vi com o cenho franzido me encarando.
-Eu volto mais tarde, ok? - Disse eu. Empurrei os médicos e me aproximei dele, beijei sua testa e ele sorriu, que saudades daquele sorriso. Me virei pra sair, mas ele segurou meu braço, me virei e o encarei, mesmo um pouco fraco ele me puxou pra seus braços me envolvendo, eu afundei meu rosto em seu pescoço e ficamos um bom tempo abraçados, até os médicos nos interromper pra terminar os exames.
Saí do quarto com o maior sorriso que eu já tive em meu rosto, peguei meu carro no estacionamento do hospital e fui pro meu apartamento. Entrei em corri pro banho, tomei um banho caprichado, aparei a barba, penteei o cabelo, escolhi minha melhor roupa e passei o perfume que sei que o meu namorado gosta.
-Tô chegando amor… - Disse eu entrando no carro, passei em frente à uma floricultura e comprei um buquê pra ele, lindo, de tulipas roxas.
Estacionei em frente ao hospital e subi quase correndo pro quarto dele, me irritei com o elevador por parar em todos os andares, mas finalmente chegamos no dele.
Eu entrei no quarto e lá estava ele com uma bandeja cheia de comida à sua frente.
A enfermeira que cuida dele veio até mim e sorriu.
-Eu pedi pra ele não receber visitas ainda, porque sei que vocês tem muita coisa pra conversar né? - Disse ela saindo e fechando a porta, Enzo ficou me encarando e colocou a bandeja em cima de uma mesinha que foi posta ao lado da cama.
-Você lembra de mim? - Perguntei eu receoso.
Ele revirou os olhos e me olho com aquele olhar de tédio, mostrando que eu fiz uma pergunta idiota, balançou a cabeça afirmativamente.
- Tive medo que você não se lembrasse mais de mim. - Disse eu.
-E como eu iria esquecer o homem da minha vida, o homem que eu amo e que ficou aqui praticamente todas as noites. - Disse ele com a voz fraca e cansada.
-Como você sabe disso?
-Não sei, só sei! - Disse ele sorrindo. - São pra mim? - Perguntou ele olhando as flores.
-Sim. - Disse eu às levando pra ele.
Ele as pegou.
-São lindas. - Disse ele.
-Você é mais! - Disse eu.
-Você não mudou nada, continua o mesmo homem lindo e carinhoso pelo qual eu me apaixonei e me apaixono de novo todos os dias. - Disse ele sorrindo, ele bateu no colchão num espaço ao seu lado, fazendo sinal pra eu me deitar, me deitei e coloquei a cabeça em seu peito, não sei porque, mas comecei a chorar.
-Porque você está chorando, amor? - Perguntou ele passando a mão em meus cabelos. - Eu acordei, estou bem, temos que ficar felizes.
-Porque é por minha culpa que você esta aqui! - Disse eu. Ele pegou meu rosto e me fez olhar em seus olhos.
-O que aconteceu comigo não foi culpa de ninguém, foi uma fatalidade. Não uma causalidade, você veio aqui todos os dias, foi o primeiro que eu vi quando abri meus olhos, você não tem noção de como foi bom abrir meus olhos depois de tanto tempo e ver os seus me encarando. Para de pensar isso, já acabou. - Disse ele, me tomou em seus braços e novamente fez todos os meus medos, angústias e inseguranças irem embora. - A quanto tempo eu estou aqui? Eu perguntei pros médicos e eles só disseram “meses”, porra!
-Iam fazer dez meses. - Disse eu, ele arregalou os olhos e colocou a mão na boca.
-Meu Deus…
-Pois é. - Disse eu.
-Eu perdi um monte de capítulos das minhas séries. Vou travar o Netflix pra colocar tudo em dia… - Disse ele sério, os médicos disseram que pessoas que saem do coma ficam um pouco “desligadas”, mas o Enzo estava ligado até demais, era espantosa a recuperação dele, ele tinha emagrecido muito nesses últimos meses, mas até que ele ficou bem assim, gostei dele com corpo de modelo kkk Até hoje zôo ele com isso.
-Tem muita gente que depende de você e que está morrendo de saudades. - Disse eu.
-Meu pequeno ❤, Cadê ele? - Perguntou ele com os olhos brilhando.
-A essa hora ele está na escola.
-Na escola? Mas é de tarde…
-Eu sei, nós colocamos ele num colégio integral pra que ele sentisse menos a sua falta e ocupasse mais a cabeça.
-VOCÊS OQUÊ? - Disse ele dando uma tapa em meu braço. - Como assim? Meu bebê fica preso numa escola o dia inteiro. E vocês acham isso legal? Qual o problema de vocês dois retardados! Deixa eu sair dessa cama e vocês vão ver só uma coisa… Ahh vão!
Cara, ele estava brigando comigo e e eu sorrindo, porque eu estava morrendo de saudades disso, do jeito briguento dele kkk
As vezes o Enzo simplesmente desmaiava, dormia do nada, o médico disse que isso é normal. Ele ficou assim o resto do dia, dormia e acordava do nada, mas o que me confortava era que ele se mexia quando dormia, se mexia o tempo todo, então eu não tinha medo dele entrar no estado do coma do nada. Muita gente veio visitar ele, eu só ficava de longe observando o quanto meu amor era querido.
No fim da tarde bateram na porta.
-Entra… - Disse ele irritado, porque brigou com o médico que não queria deixar ele tomar café.
-Enzo, você acordou! - Disse o pequeno entrando no quarto e correndo, mas Allex segurou ele pra não pular no Enzo.
Ele subiu na cama e com todo o cuidado abraçou o Enzo, ele percebeu que o irmão estava frágil.
-Eu estava com saudades de você, você já sarou? - Perguntou ele se deitando em cima do Enzo e afundando o rostinho em seu peito.
-Já, só falta eu voltar a ficar forte! - Disse o Enzo.
-Você tem que comer seus legumes! Lembra que você me disse que se eu não comesse os meus ia ficar fraco? Então, você tem que comer os seus. - Disse ele.
-Tem razão, eu vou comer os meus legumes. - Disse o Enzo. - Então quer dizer que te mudaram de escola?
-É, eles me colocaram numa escola aonde eu fico o dia todo lá. - Disse o Gus fazendo fofoca pro Enzo. Dava pra ver que o Gus estava extremamente feliz do irmão ter acordado, ele estava sorrindo de uma maneira que a muitos meses não víamos, um sorriso sincero, ele olhava o Enzo nos olhos e seus olhinhos brilhavam quando encarava o irmão, ele não soltou e nem saiu de cima do irmão.
-Mas eu vou te colocar de volta na sua escola de antes! - Disse Enzo nos encarando.
-Não, eu gosto da escola, lá eu pinto, desenho e faço um monte de coisa legal, meus amigos iam sentir muito a minha falta! - Disse o Gus.
-Com certeza eles iam sentir mesmo! - Disse Enzo.
Allex foi até o Enzo e o abraçou forte, demorou pra solta-lo e quando soltou seus olhos estavam marejados.
-Tu não tem noção do quanto você fez falta, nunca mais me da um susto desses irmão! - Disse o Allex beijando a testa do Enzo.
Os três ficaram conversando e o Gus fazendo fofoca de mim e do Allex por termos deixado a casa bagunçada e não demos banho no cachorrinho dele.
-E o Allex disse que eu sou adotado! - Disse o Gus apontando pro Allex. Enzo o olhou com tanta raiva que só faltava sair faísca dos seus olhos.
-Não liga pra ele não bebê, minha mãe achou ele no lixo! - Disse o Enzo fazendo o pequeno rir. Gus contava as coisas que aconteciam na escolinha, aqueles três juntos é lindo demais, me dá vontade de ter um irmão porque da pra ver a afinidade e o amor que aqueles três sentem um pelo outro.
Minha mãe passou por lá, chorou muito quando viu o Enzo acordado, agradeceu a todos os seus santinhos, ela tinha feito até promessa, disse que se o Enzo acordasse eu nunca mais ia comer amendoim, como assim? Ela faz promessa por mim? Sendo que eu amo amendoim! Só mãe mesmo… Porque não fez uma promessa pra ela mesma?
Era de noite e todos já tinham ido embora, eu ia dormir no hospital com ele até que ele recebesse alta, eu estava na poltrona lendo meu livro e vendo o Enzo na cama ouvindo suas musicas no fone de ouvido e atualizando suas redes sociais. Ele estava fofo com aquele avental do hospital, usando seus óculos pra mexer no celular, ele fica lindo de óculos. Eu levantei meus olhos por cima do livro e o peguei me olhando, ele sorriu quando me encarou, seu sorriso só pra mim me faz sentir o melhor, é como se ele declarasse mil vezes seu amor pra mim.
-Vem cá deitar comigo, quero você perto de mim. - Disse ele colocando seu celular e seus óculos de lado, foi pro canto da cama e abriu espaço pra mim.
Eu me levantei e me deitei ao seu lado, ele se aninhou ao meu corpo todo manhoso, cheirou meu peito e sorriu olhando em meus olhos, deitou sua cabeça em meu peito, abraçou meu tronco e ficou ali coladinho a mim, eu fiquei fazendo cafuné nele, que saudades de ficar assim com ele.
-Eu te amo amor, obrigado por me esperar… - Disse ele me beijando docemente, que saudade eu senti dos teus lábios, eu sonhei tanto com aquele garoto voltando pros meus braços e eu matando a sede dos teus lábios. - Minha vida inteira eu sonhei com você, com o homem da minha vida e eu encontrei.
-Eu também te amo garoto… - Disse eu voltando pros seus lábios. Ele entrelaçou seus dedos aos meus, encaixou sua cabeça em meu ombro e ficamos conversando.
-Eu preciso olhar em seus olhos, não gosto de conversar, sem olhar pra você. - Disse ele se deitando em cima do meu peito, continuou com seus dedos entrelaçados aos meus, mas olhava em meus olhos com o queixo apoiado em meu peito e o corpo em cima do meu, perfeitamente encaixado no meio das minhas pernas.
Eu morri todos os dias esperando você
Querido, não tenha medo, eu amei você por mil anos
Eu amarei você por mais mil...
Terei coragem
Não deixarei nada te levar embora
Cada momento nos trouxe aqui
Um pouco mais perto...
E o tempo todo eu acreditei que encontraria você
O tempo trouxe o seu coração para mim
Eu amei você por mil anos
Eu vou amar você por mais mil
Eu morri todos os dias esperando você
Querido, não tenha medo, eu amei você
Por mil anos
Eu amarei você por mais mil
Pegamos no sono assim, abraçadinhos, eu o abracei, ele se aconchegou pertinho de mim. Mas alguns minutos depois ele começou a se mexer.
-Sai Joshua, tá calor! - Disse ele me empurrando quase me fazendo cair da cama. Ogro!
Eu me afastei dele, eu fiquei numa ponta da cama e ele na outra, no meio da madrugada quando eu já tinha pego no sono, sinto a mão dele apalpar meu braço.
-Joshua… - Resmungou ele com a voz rouca de sono, tinha acordado. - Amor, me abraça! - Disse ele me puxando e me prendendo em seus braços, eu me agarrei a ele e fiquei ali sentindo seu cheirinho, eu ri, porque eu senti falta de toda a loucura que é o amor dele.
-Esta rindo do que? - Perguntou ele.
-Do quanto você é necessário. - Disse eu mordendo seu peito, eu podia ver seus olhos brilhando quando olham pros meus. Como eu pude ter tanta sorte em encontrar o garoto perfeito e ele se apaixonar por mim. Acho que a gente devia casar… Né?
-Me dá um beijinho… - Disse ele fazendo a vozinha fofa ❤ Ele sempre consegue tudo o que quiser de mim quando faz a vozinha fofa. - Me dá um beijinho amor.
Eu sorri e dei um beijo nele, um selinho demorado, segurei suas bochechas de cada lado e beijei seus lábios.
-Gatinho manhoso. - Disse eu mordendo sua bochecha, ele puxou meu cabelo e me bateu com o travesseiro, depois me puxou num abraço de urso bem apertado, afundando meu rosto em seu peito.
-Você é meu sonho, meu milagre e pensar que a gente se conheceu brigando kk’s E olha aonde estamos. Você me esperou por todo esse tempo, eu te amo, amor, e esperei minha vida inteira por você. - Disse ele emocionado, eu o beijei e fiquei olhando em seus olhos. Eu esperaria mil anos, só pra poder me perder naquele olhar apaixonado que ele só divide comigo.
Ele ainda teria que ficar lá mais um mês, era de tarde e eu estava voltando pro quarto dele, Enzo tinha me feito rodar atrás de um lugar vendesse açaí, e estava um frio de 21° pra um carioca isso é quase clima polar kkk’s Ele fez tanta birra, tanta manha que eu tive que ir comprar o açaí dele, e ainda poderia levar a bronca da enfermeira caso ela o visse comendo açaí. Ele gosta do açaí dele simples, só com granola e flocos de arroz.
Entrei no quarto e lá estava ele todo esparramado na cama.
-Você demorou amor, já estava quase ligando pra polícia kk’s. - Disse ele sorrindo e estendendo as mãos pra pegar a sacolinha. Eu dei e ele como um desesperado se atracou com o copão de açaí que ele me fez comprar, ele ainda pediu o maior que tivesse na loja.
-Não comprou um pra você não? - Perguntou ele comendo e parecia estar muito bom, porque ele ficou feliz comendo, comida deixa ele feliz kk’s.
-Não, acho que está muito frio pra comer algo tão gelado. - Disse eu pegando meu livro.
-Que bobagem.
Eu fiquei lendo meu livro enquanto ele comia e ouvia suas músicas nos fones de ouvido, passaram-se alguns minutos e ele estava muito silencioso.
Eu abaixei meu livro e o peguei novamente me olhando.
-O que foi? - Perguntei eu.
-Nada, só que você fica lindo quando está lendo, tão concentrado! - Disse ele. Eu dei uma risadinha e voltei a atenção pro meu livro.
Mais alguns minutos eu percebi ele incomodado por eu não estar dando atenção a ele. Ele se levantou da cama e veio até mim, eu mantinha meus olhos no livro me concentrando pra ler.
-Esse seu livro deve ser muito interessante, né? - Disse ele deitando a cabeça no meu colo e me encarando, ele sempre faz isso quando eu estou lendo, ou fazendo qualquer coisa que não seja dar atenção a ele, as vezes só pra chamar a minha atenção ou conversar, as vezes ele até dormia no meu colo, ele ficou me encarando enquanto eu lia. Podia ver seus olhos brilhando, eu coloquei meu livro de lado e olhei pra ele, que ainda me encarava com a boca toda suja de açaí kkk‘s Sorriu pra mim e deu uma risadinha da cara que eu fiz olhando sua boca toda roxinha, eu peguei um guardanapo na sacola do açaí e limpei seu rosto, ele olhava em meus olhos enquanto eu limpava sua boca. Dei um selinho nele e sorri.
-Pior do que criança kk’s. - Disse eu, ele continuou com a cabeça em meu colo e pegou no sono ali, eu continuei lendo e estava com sono também. Me acostumei a dormir naquela cadeira kk’s.
Algumas semanas depois estávamos de volta em casa e como eu já esperava Enzo quase destruiu e casa inteira brigando com nós três por termos deixado a casa bagunçada. Brigou com nós três, só faltou nos bater kkk’s, ele nos obrigou a arrumar a casa enquanto ele foi no mercado.
-Onde já se viu? Não posso ficar um tempinho fora e vocês transformam minha casa numa favela, num chiqueiro, tão pensando que isso aqui é alguma “cabeça de porco”? Uma baiuca? - Resmungou ele entrando em casa com várias sacolas na mão. - E limpa esse chão direito, eu quero poder comer nesse chão!
-A gente já está arrumando, chato! - Disse o Allex passando pano no chão. Eu lavava o banheiro e o pequeno estava com uma flanela tirando pó dos móveis, até ele o Enzo colocou pra trabalhar kk’s.
Enzo foi pra cozinha fazer a janta, terminamos de arrumar a casa e fizemos um ótimo trabalho, a casa estava brilhando.
-Meu amor… Você me dá sorte, meu amor você me dá sorte na vida! ♫♪- Cantava ele fazendo a janta.
Ele esta fazendo escondidinho á bolonhesa, o cheiro da sua comida e o som dele cantando enquanto a prepara me faz perceber que tudo está bem e que o nosso Enzo voltou pra casa e que a vida voltou a ela junto com ele. Gus estava brincando com seu cachorrinho no tapete da sala, Allex no sofá vendo TV e indo ajudar o Enzo a por a mesa, meu amor cantando na cozinha e gritando pra irmos ajudá-lo a por a mesa.
Colocamos a mesa e nos sentamos todos pra comer. Ele fez nosso refresco preferido e até sobremesa, começamos a comer e conversar entre nós, nos sentíamos em família novamente.
-Cadê a sobremesa? - Perguntou o Gus ficando em pé na cadeira.
-Aquieta a bundinha e come sua comida, sobremesa só pra quem come TUDO. - Disse o Enzo.
A comida estava deliciosa, a comida dele é aconchegante, feita com amor. Allex ria como um bobo fazendo graça junto com o Enzo, a tempos aquela casa não ouvia tantas risadas.
-E é por isso que eu morro de medo de “avatar”, eles são azuis e assustadores! - Dizia Enzo enquanto comíamos o pavê que ele tinha preparado.
-Você vai me deixar gordo hein... - Disse eu me deliciando, essa era a primeira refeição de verdade que eu estava tendo em meses.
Estávamos eu, Allex e Gus jogando bola na sala, o Gus foi chutar pra mim e acabou acertado uma das estatuetas africanas do Enzo, quando eu ouvi o barulho dela se quebrando no chão, eu e eles corremos como se a casa estivesse em chamas.
-O QUE É QUE ESTA ACONTECENDO AÊ?! - Gritou o Enzo indo em direção a sala, ele estava no quarto vendo suas séries. - QUEM QUEBROU MINHA AFRICANA? OS TRÊS AQUI! AGORA!!
Nós fomos, os três na sala sentados no sofá completamente apavorados e ele com o chinelo na mão, entramos na sala com o rabo entre as pernas, até o cachorro se escondeu embaixo da mesa.
-Amor… - Disse eu, mas ele me olhou com tanta raiva que eu me calei.
-Eu quero saber só uma coisa. Quem quebrou? - Perguntou ele nos encarando, nenhum de nós abriu a boca, sabemos como ele é. - Ahh, o gato comeu a língua de vocês?
Ele continuou nos encarando.
-Já que ninguém assumiu a culpa, todo mundo é culpado. - Disse ele. - E querem saber o que mais? Todos de castigo! - Disse ele indo em direção a TV e desconectando e receptor. - Sem TV á cabo pra vocês e sem Wi-Fi, vou mudar a senha agora mesmo! - Disse ele pegando o celular.
-Não irmão, foi o Gustavo! - Disse o Allex apontando pro Gus e eu também apontei pra ele, quando se trata do meu namorado, a gente tem que tirar o nosso da reta kk’s
-Foi sem querer. - Disse o Gus com os olhinhos começando a marejar.
-Ohh não bebê. - Disse o Enzo pegando ele colo. - Esta tudo bem, esses dois IDIOTAS que não deviam deixar você jogar bola aqui dentro, foi culpa deles que não te mostraram que não podia! Não chora não meu amor, você não tem culpa...- Disse Enzo abraçando ele docemente e encostando a cabecinha dele em seu ombro e o beijando as bochechas.
Sem o Enzo ver, Gus mostrou a língua pra nós dois por cima dos ombros dele. Se chorar adiantasse eu já teria feito isso antes kk’s. - Vocês dois vão limpar essa bagunça e me comprar uma estatueta nova. E se eu imaginar que vocês estão jogando bola aqui dentro de novo, eu quebro vocês igual essa estatueta! - Disse ele saindo da sala com o Gus no colo, pegamos a pá e a vassoura fomos limpar os cacos, droga, garoto bravo da porra!
Estávamos os dois no quarto, eu tinha acabado de sair do banho e estava só de samba canção deitado na cama e tentando novamente ler meu livro, mas novamente ele não deixava, sempre querendo toda a minha atenção só pra ele. Ele saiu do banho só de cueca enxugando os cabelos, se deitou em cima de mim com aquele cheirinho de banho tomado, aquela pele cheirosa e macia dos cremes e loções de banho que ele sempre usa, se esfregava em mim todo manhoso. Eu me concentrava pra manter minha atenção na leitura, mas ele conhece meus ponto fracos, começou a beijar minha barriga.
-Para Enzo… - Disse eu tentando ler. - Me deixa ler.
-Não. - Disse ele continuando a me beijar.
-Quando você esta vendo suas séries e eu quero atenção, você praticamente me “joga” longe! - Disse eu rindo, ele continuou beijando minha barriga me fazendo ter arrepios deliciosos, eu me torturava pra não ficar de pau duro, se eu ficar ele vai perceber e vai se aproveitar disso e claro, não vou mais conseguir ler. Kk’s Ele mordeu minha barriga, ele adora me morder, vive com aquele dentes em minha pele. -Aii, porra Enzo, doeu! - Disse eu olhando o lugar aonde ele morder e vendo a marca dos seus dentes. Ele deu um beijinho onde mordeu e mordeu outro lugar da minha barriga deixando outra marca. - Quer arrancar um pedaço?
-Seria meu sonho? Kk’s - Disse ele rindo da minha cara de bravo, eu peguei a almofada e bati no rosto dele, ele colocou a mão no nariz, tinha atingido o piercing dele e acho que doeu. Apenas acolhi sua cabeça num abraço, deixando o rosto do meu leãozinho que adora morder, grudado ao meu peito, que ele cheirou profundamente e tocou levemente os lábios dando diversos beijos em meu peito nu, e depois me mordendo com vontade e rindo.
-Porque você me morde tanto?
-Porque você me parece tão gostoso, seu gosto deve ser uma delicia kk’s - Disse ele. - Deve não, é uma delicia! - Disse ele lambendo meu peito e olhando em meus olhos. Ficou deitado em meu peito enquanto eu lia e ele mexia no seu celular, tirou uma selfie deitado em meu peito e colocou de papel de parede do seu celular. Ele pegou no sono e eu fiquei olhando ele deitadinho no meu peito, nos cobri e dormi com meu amor, finalmente. No meio da noite eu acordei e ele estava do outro lado da cama, eu fui até ele e o abracei o colando ao meu corpo, enterrei meu rosto em seu peito sentindo seu cheiro, dormi como um bebê, como a muito tempo eu não dormia.
Eu acordei com uma barulhada na cozinha. Tentei voltar a dormir, mas o barulho de panelas, falação e musica não deixava, eu até tentei ficar bravo, mas não consegui. O silêncio naquela casa era muito pior do que o barulho. Ele trouxe a luz, a vida, a musica as cores e a alegria aquela casa.
Eu coloquei um short leve e uma blusa, lá do quarto eu conseguia ouvir o Enzo cantando uma música do Drake.
-You used to call me on my cell phone... Late night when you need my love! ♫♪ - Cantava ele em plenos pulmões, quase estourando nossos tímpanos.
Cheguei na cozinha e a cena mais linda estava lá, do jeitinho que eu me lembrava. Enzo passando café na pia, Gus com cara de sono abraçado a perna do Enzo e o Allex na mesa comendo seu pão e ajudando o Enzo a por a mesa do café.
Eu fui até o Enzo, o abracei por trás e dei um beijo em seu pescoço, ele se virou pra mim e sorriu, me deu um selinho.
-Bom dia amor. - Disse ele.
-Bom dia. - Disse eu sentindo cheiro de chá de capim-limão ou capim santo em algumas regiões.
-Nossa moitinha de capim-limão já cresceu? - Perguntei eu, ele colocou chá em uma caneca e me deu, eu bebi e estava delicioso. - Tem o gosto da minha infância kk’s Eu bebia muito chá de capim-limão no sitio da minha avó!
-Eu mesmo cortei as folhas… - Disse o Enzo, Gus estava bebendo o chá em sua caneca do Mickey e pedia mais. - Gostou do chá amor? Que bom!
-Gostei, me dá mais! - Disse o pequeno balançando sua canequinha. Eu peguei sua caneca e coloquei mais chá, nos sentamos todos á mesa e começamos a tomar café.
-Acordou cedo né? - Perguntei eu colocando a mão na perna do Enzo.
-Eu sempre acordo, tenho que fazer café pra esses homens mortos de fome! - Disse o Enzo, ele ficou me encarando enquanto eu comia, os olhos dele brilham quando ele olha pra mim e eu me sinto o homem mais perfeito do mundo quando ele faz isso, esse garoto me ama e eu mal consigo imaginar como pude ter tanta sorte.
Como tínhamos chá aquela manhã, ele tirou o jogo de chá de porcelana da mãe dele da cristaleira e colocou á mesa pra usarmos.
Algumas semanas depois. Eu tinha acabado de chegar do shopping, e ele estava muito irritado por eu não ter o levado e só ter dito que estava no shopping quando já estava lá, ele achava que eu fui pagar contas na casa lotérica, mas quando ele me mandou mensagem eu disse que estava no shopping. Mas eu não o levei por um bom motivo, eu fui á joalheria pegar uma “coisinha” especial que eu tinha encomendado pra ele.
Entrei no quarto com o “presentinho” dele no bolso, e lá estava ele arrumando o quarto.
-Amor, cheguei! - Disse eu tentando abraça-lo, mas ele se afastou de mim.
-Se divertiu? Eu não, fiquei aqui arrumando essa casa e tirando o atraso do meu trabalho. - Disse ele.
-Amor, para com isso… - Disse eu rindo e abraçando ele, mas ele saiu dos meus braços, ele sorria, estava fazendo manha, eu mordi seu ombro e ele se arrepiou, deu um sorrisinho de lado e me empurrou. - Eu só não te levei porque queria ir e voltar rápido, mas você sempre quer andar o shopping inteiro e sempre acaba entrando nas lojas e demora anos e anos comprando! Eu fui pegar uma coisa que eu encomendei pra você… - Disse eu, ele me deu um gelo e continuou arrumando o quarto. Eu fui até ele, segurei seu rosto pelos lados com as minhas mãos em suas bochechas macias, olhei em seus olhos e ele sorriu, mesmo tentando disfarçar por estar com raiva de mim, beijei ele, toquei aqueles lábios macios e deliciosos, sentindo o seu sabor, eu chupava seus lábios e dava leves mordidas sentindo sua língua passar pelos meus lábios e encontrar a minha, desci minhas mãos e o segurei pela cintura trazendo seu corpo pra mais próximo do meu. O soltei e ele sorriu, mas me empurrou, essa é a melhor forma de tirar a braveza dele, pegar ele em meus braços e beija-lo de uma forma que o faça sorrir.
Eu me sentei na cama e fiquei observando ele e sorrindo, porque eu quero viver o resto da minha vida com ele, com todo a braveza dele e a doçura, com qualquer humor e as variações dele ao longo do dia, com a marra dele e com a manha que ele faz só pra ficar em meus braços e ter minha atenção, pelo “eu te amo” que ele me diz todos os dias, arrumado e cheiroso ou todo bagunçado quando acaba de acordar, com aquele sorriso que ele me dá quando acorda e olha em meus olhos e me dá o primeiro beijo do dia, com aquelas lagrimas que se formam naqueles olhos lindos quando a gente briga, não importa! Eu quero ele e todo o pacote que vem junto, e eu amo toda essa tempestade perfeita que ele é.
-Enzo, posso te pedir uma coisa? - Perguntei eu.
-Ahh, olha essa casa! Vocês são um bando de bagunceiros, e você ainda vem me pedir alguma coisa? - Dizia ele andando pelo quarto e catando as bagunças que estavam pelo chão. Eu que sempre arrumo aquela casa, todo o santo dia, deixo ela brilhando e quando ele e os irmãos chegam, deixam tudo de “pernas pro ar”, mas isso não vem ao caso... - E ao invés de me ajudar você fica me pedindo as coisas… - Dizia ele, mas eu o interrompi.
Me ajoelhei no meio do quarto, ele estando de costas pra mim não viu, abri a caixinha de veludo, e a estendi em sua direção mostrando as alianças dentro dela, duas alianças de ouro branco em formato de coroa, as duas com formatos iguais, mas com detalhes diferentes, como eu sei que ele adora brilho, a dele tinha alguns detalhes em pedras e dentro da dele também tinha por dentro a inscrição: “Meu príncipe” e da minha aliança tinha a inscrição: “Seu Peter Pan”. Se não entenderam a referencia, leiam o capitulo 13.
-Quer casar comigo? - Perguntei eu. Ele se virou e me viu assim.
Continua…
Deixe sua nota, um comentário e muito obrigado por terem lido o meu conto! XOXO ♥