MESA PRA TRÊS 1ª PARTE CAP 9 - TODO MUNDO

Um conto erótico de Cookie
Categoria: Homossexual
Contém 3159 palavras
Data: 27/01/2016 07:44:03
Última revisão: 30/05/2016 12:27:42

1ª PARTE

CAPÍTULO 9

TODO MUNDOJá havia mais de uma hora que os dois estavam acordados, e um sabia que o outro estava acordado, mas não dava pra ouvir nada um do outro. Quem seria o primeiro a fazer uma piadinha sobre o assunto ou uma pergunta absurda? Por mais absurda que seja, ficar ali para sempre já havia se tornado uma opção fazia tempo e o que não surpreendia era que os dois estavam de bem com isso. Mas o mais incomodado com a situação era Mike, que tinha tantas perguntas em sua cabeça que parecia que transbordaria a qualquer momento e isso o estava incomodando mais do que a câimbra em sua perna, já amortecida.

- Eu quero que você me conte tudo. – Desabafou Mike num tom calmo.

- Tudo, tudo? – Respondeu Jorge igualmente suave passando tranquilidade na sua voz

- Tudinho – completou Mike sem olhar Jorge nos olhos.

- Tudo bem então... eu fui casado anos atrás, antes de tudo, antes do acidente com Frederico, antes de eu me tornar delegado, dos exames, do câncer, os tiros, Tom, tudo.

- Eu acho que para as coisas fazerem sentido para você, eu deveria começar contando sobre Elaine. Ela era a mulher mais linda que eu já vi, não era uma beleza tão óbvia, ele era o tipo de pessoa que primeiramente fazia a gente se encantar e depois se apaixonar, eu não sei explicar o que era, talvez fosse o jeito dela olhar de lado, ou o som da sua risada, ou como ela apoiava sua cabeça nas costas das mãos quando estava cansada, ela não precisava de maquiagem, sabe? Ela era... Elaine deveria existir num dicionário – Disse sorrindo – deveria vir com um manual, talvez. Ela tinha uma cabeleira preta linda, seus cabelos eram lisos, mas eram lindos espalhados e aquelas bochechas, que saudades daquelas bochechas que coravam com facilidade. Ela era uma mulher grande, não gorda, mas grande... sabe quem é Claudia Raia? Então... Grande, sexy... eu não bobeei não, uma mulher daquelas não apareceria duas vezes na minha vida, depois de 2 anos de namoro eu casei. Casei virgem saiba você. Existia esse tipo de coisa na minha época. Frederico me ajudou com os votos, foram dez linhas num papel amassado, depois de ditas eu percebi que as palavras não poderiam ser outras. Ela disse os votos dela de cabeça, ela era professora e tinha uma memória tão boa... ela sempre lembrava o que eu dizia, para me redizer quando eu me redizia, tanto faz se horas tinham se passado ou meses, ela lembrava, ela era péssima... Como eu a amava. Acho que eu lembro um pedaço, minha memória sempre foi péssima, pera... “...Os ventos deixarão de soprar, o sol deiará de brilhar, a existência da lua erá em vão...” - Eu não lembro o resto. “O mar não vai molhar, o fogo não vai mais queimar, irei para sempre te acompanhar... - Até o dia que eu parar de respirar...” Era algo assim... Ela sempre foi fã de literatura, poesia, essas coisas que eu nunca tive saco para ler. Casamos na mais antiga igreja da cidade, eu tinha feito uns favores para o padre e ele havia reservado a igreja e a decoração toda foi por conta da comunhão dos cultos de sexta feira, que em dois meses juntaram um dinheiro e nos doaram, não era grande coisa, mas pra dizer a verdade até sobrou, não gastamos com grandes coisas, quero dizer, tinha o pessoal do coral que tocaram violino, os comes e bebes eram todos caseiros, as flores eram doadas... Não queríamos luxo, só queríamos casar ...e casamos.

Quando ela ficava feliz demais as suas bochechas ficavam rosadas e acho que era com intenção, mas quando ela entrou na igreja, o buquê de rosas era da mesma cor de seus lábios. Quando ela jogou o buquê a mãe do Aurélio pegou, - Jorge soltou uma gargalhada – Frederico arregalou tantos olhos que parecia que iriam saltar dali. Um ano depois, nasceu Aurélio. Passamos a lua de mel na praia, nos molhamos de roupa e tudo, eu de terno e ela com o vestido de noiva, transamos ali mesmo, era de madrugada e não havia ninguém pelas redondezas. “Eu quero um filho” me disse ela, ela podia pedir qualquer coisa que eu daria à ela, dinheiro, luxo, joias, qualquer coisa eu daria àquela mulher, mas filho não estava vindo, tentamos por meses e nada, era angustiante ver a frustração dela quando estava naqueles dias... Ela tinha medo de ir ao médico porque não queria descobrir que tinha algum problema, mas eu tive que a convencê-la porque... Porque não dava do jeito que estava, ela sabia disso, ela sabia... chegamos lá, o Doutor era muito simpático, morreu ano passado, explicou tudo que estava acontecendo, mostrou pra gente várias fotos de óvulo, ovário, sei lá, ele usou de tudo quanto é exemplo pra nos contar que um filho não ia acontecer entre a gente. Eu pedi tanto a Deus para que o problema fosse comigo.

Elaine chorou.

Eu lembro que nesse momento meus dedos se entrelaçaram o dela e ali na frente do doutor, ela não expressou emoção alguma, mas apertava minha mão forte que chegava a doer, e eu queria que doesse, queria dividir a dor que ela estava sentindo. Parte de mim morreu aquele dia. Eu não sei dizer o que que aconteceu, mas dali um tempo em diante Elaine demorou, mas aconteceu algo que a fez sorrir novamente, ela começou a cuidar dela mesma, quero dizer, prestar atenção, sabe? Eu não saberia te dizer se foi algo que ela achou naqueles livros dela, ou se ela tinha adotado uma nova filosofia, mas ela já era a mesma, e eu estava gostando dessa nova “Elaine”, ela começou a pintar, escrever, planejar algumas aulas, ler mais do que o regularmente, organizava jantares e chamava os amigos, ela sempre estava com uma taça de vinho, mas eu nunca a vi bêbada.

Tom, tinha se mudado aquela semana para a casa a o lado, o vizinho que te viu quando você foi pedir glacê? Eu lembro que eu estava prestes a subir de cargo e ele se ofereceu para me ensinar alguns truques com arma e luta livre... Ele tinha crescido numa fazenda com o pai dele e sabia de algumas coisas. Elaine achou uma boa ideia, ela queria que eu tivesse novos amigos, pois acreditara que Frederico teria uma recaída do bom moço que estava sendo a qualquer momento. Ele tinha a mesma idade que eu, mas tinha algo no seu olhar... Uma... Uma coisa naquele olhar dele me deixava com vergonha, então eu o evitava olhar nos olhos por muito tempo, mas sabe quando você está sozinho com uma pessoa numa floresta afim de caçar alguns animais, tem de haver confiança... Eu teria que olhá-lo nos olhos... Agora ele mudou, tá gordo, velho que nem eu, mas ele era muito parecido com aquele ator... Marlon Brando, você não vai saber quem é! Era tão bonito que chegava a incomodar, eu me sentia intimidado, ele parecia ter anos a mais que eu... eu sempre tive a impressão que ele me encarava quando eu não estava olhando, mas quem poderia dizer, sabe? Era como se ele soubesse algo sobre mim que eu não soubesse. Sem perceber eu também começava a olhar para Tom de uma maneira diferente, passávamos tempo demais juntos, e isso estava começando a chamar a atenção de Elaine, naquele tempo eu não entendia o porquê, mas hoje eu sei que os dois entendiam coisas que eu não entendia, sempre que haviam planos como jantar Elaine começava a boicotá-lo, o querendo fora de vista, ela o apresentou a várias amigas, e ele foi recusando uma depois da outra, eu achei engraçado.

“Eu vi o jeito que você olha para ele, Jorge”

Elaine me disse isso em uma de nossas noites antes de dormir, mas ela não disse sarcasticamente, secamente ou acompanhado de qualquer outra palavra negativa. Não, ela disse conformada, como se quisesse me dizer que tudo bem. Ela apertou minha mão da mesma maneira que eu apertei a dela quando recebemos aquela notícia no hospital, com uma maciez regada de dor, ela disse sem falar nada que tudo bem, que ela estaria ali para mim, foi como se os nossos votos de casamento estivessem sendo ditos novamente ali naquele silêncio, sabe? Foi assim que eu me senti... Mas enfim, sobre Tom... foi como se de repente ele finalmente tivesse entendido a mensagem de Elaine ou se algo tivesse acontecido, não sei, mas por acaso uma mulher o pareceu boa, essa aí que você viu aqui do lado, ela nunca gostou muito de mim... Mas eu nunca me importei, eles saíram da cidade por uns anos, voltaram casados e ela grávida, eu e Tom nunca mais voltamos a nos falar do jeito que costumávamos... Às vezes acenamos um pro outro, mas é só.

Elaine foi ao médico sem me dizer, sofria há tempos e em silêncio, descobriu nela um câncer de mama.

Eu lembro que Elaine andava sempre tensa e cansada, ela tinha no olhar aquela angústia, raiva e medo... ela sempre se recusou ser vítima de remédio, sabe? Essas pílulas, quero dizer, ela aprendeu com a mãe dela que a natureza sempre tinha a solução, para cada dor ela tinha uma espécie de chá diferente, para dor de cabeça, era chá daquilo com um pouco daquilo, para febre era um pedaço daquele outro com aquela outra coisa.

Eu achava aquilo besteira, mas funcionava. Ela não gostava de me ver preocupado.

Um nódulo logo abaixo do seio esquerdo, já estava avançado... ouvir aquilo do doutor foi agonizante, não tinha para onde fugir. Eu tinha tantas perguntas, mas Elaine não, ela estava calma e só queria sair dali... eu estava indignado, como assim em pleno final de século vinte tínhamos tão poucas opções, não sei quantos por cento de chances disso, não sei quantos por cento de chances daquilo, eu estava cansado de calcular a vida da minha mulher como se fosse só números, pois não era. Eu também estava furioso com a tranquilidade de Elaine, ela estava agindo como se fosse tomar um chá e tudo fosse melhorar, depois eu fui descobrir que ela só estava conformada.

Várias brigas surgiram a partir daí, sem resultado algum claro. Eu fiz Elaine fazer várias consultas, ouvir várias opiniões, tentar vários medicamentos, mas... não adiantava, ela estava definhando ali na minha frente, a quimioterapia era a mais cruel, a perca de seus cabelos a mudou muito. Elaine estava irreconhecível, mas a tristeza dela era o esforço que eu fazia para não aceitar aquela situação. Ela pediu para eu desistir, para eu passar o resto de tempo ao lado dela, assistindo um filme, andando na praia... eu fiz tudo isso...

Até que um dia, Tritão, um professor de matemática esquizofrênico, assaltou uma loja em busca de uns produtos suspeitos, ele veio a confessar depois que queria fazer uma bomba, nós, os policiais, achamos loucura é claro, mas se tem um bicho que eu não duvido mais, é professor. Enfim, ele estava armado, algo deu errado e houve uma troca de tiros no local. Eu levei três tiros, um na perna, outro no peito e outro no braço, mas eu o acertei, Tom havia me sninado a me concentrar daquele jeito, ele acabou sendo preso, enquanto eu estava indo ao hospital. Recebi honras um tempo depois. Inclusive, ele fugiu esses dias. Apaguei por dois dias inteiros. Quando eu acordei... – Jorge fez uma grande pausa, como se relembrar fosse viver aquilo novamente. - ...A enfermeira, Mel o nome dela, me disse que eles tinham tentado de tudo... Mas que ela parecia estar pronta para ir, não é como se eu fosse mudar alguma coisa sabe? Mas eu queria... Eu devia estar lá, pra segurar a mão dela sabe, como nós sempre fazíamos em momentos difíceis. Talvez se eu tivesse a memória da vida dela sumindo do corpo a dor seria mais profunda, mas... Mas esse vazio que ficou aqui, isso foi crueldade... eu já não estava falando com Deus faz tempo... E é... Bom, o tempo passou e eu nunca mais me envolvi com ninguém... Eu queria ficar sozinho.

Coloquei as coisas de Elaine no antigo ateliê dela, que você... você sabe. Demorou um tempo até eu voltar a trabalhar, mas quando voltei me esforcei demais em focar no que deveria ser feito, me tornei delegado e muita coisa aconteceu...inclusive você!

Jorge fez um silêncio proposital como se estivesse deixando claro que a conversa tinha acabado, Mike tinha feito absoluto silêncio e Jorge não entendia o porquê. Era estranho para Mike, como uma pessoa que fosse tão silenciosa e fechada, tivesse tanto a falar e soubesse o que falar, era como se Jorge revivesse aqueles aconteimentos sempre e ele não fosse, de fato, silencioso, ele só estava silencioso.

- Mike? - Perguntou Jorge.

- Oi, pera, - Disse Mike numa voz rouca e fraca – É muita coisa para assimilar...

- É? Desculpa, mas é que eu me lembro de tudo acontecendo antes de dormir e não parece muita coisa...

- Mas... poxa... é. – pela primeira vez no dia, Mike olhava pra Jorge, ambos estavam com os olhos miúdos, extremamente satisfeitos, um beijo de bom dia e Mike fez mais uma pergunta.

- E agora?

Doía em Jorge, dizer isso, mas nada poderia ser mais sincero:

-Não sei.

Mesmo que ele tivesse depositado boa parte daquela manhã pensando naquilo, ele não sabia bem o que fazer, talvez o problema realmente não fosse sobre o que fazer, e sim sobre como fazer. As prioridades lhe era simples: ele iria ficar, isso era fato. Porém se esconder não era típico da personalidade de Jorge, ele acabara de entrar num mundo onde se sentia um novato. Não podia ser hipócrita e dizer para si mesmo que não se importava com o que os outros iriam dizer, porque até ele mesmo teve seu tempo para aceitar a situação. Ele tinha mais do que o dobro da idade de seu companheiro. “Seu companheiro”. Aliás, como iria chamar aquilo? Esquema? Caso? Namoro? O que era aquilo, ele deveria perguntar? Ele perguntava para si mesmo! E o “Não sei” Flutuava no ar preenchendo aquele quarto e a sua cabeça. Ele estava “dormindo” com um outro homem, parte de si ainda não acreditava, pensar lhe era estranho. Finalmente chegou em um acordo consigo mesmo, daria tempo ao tempo para perceber o que estava acontecendo, pois provavelmente, ele nunca havia tomado uma boa decisão na cama pela manhã.

Jorge percebeu que estava faminto.

- Quer comer alguma coisa? – Jorge nem se lembrava mais que a última coisa que tinha dito em voz alta era “Não sei”, levantou-se e se dirigiu a cozinha, mancando menos, pensando em ovos fritos e deixando Mike afundado em suas próprias dúvidas no lençol.

Pegou a frigideira do fogão e pensou na reação da vizinha ao vê-lo de mãos dadas com Mike.

Colocou o óleo na frigideira e pensou que daqui a vinte anos ele talvez estivesse num asilo enquanto Mike teria a mesma idade que Jorge tinha hoje.

Abriu a geladeira e tirou três ovos enquanto refletia sobre como podia começar a desenvolver o assunto com seus colegas de trabalho. Não desenvolveria.

Quebrou os ovos enquanto tentava se lembrar se já ouvira a palavra gay na delegacia e qual era a reação dos policiais.

Procurou o sal, rindo ao lembrar sobre o que seu pai diria se ainda estivesse vivo.

Tirou o garfo da gaveta e começou a misturar as gemas quando passou pela sua cabeça que não estava nessa relação sozinho e precisava levar em consideração o que Mike queria.

Jorge queimou a omelete quando pensou nas coisas que Mike pudesse vir a querer.

Jorge pegou a frigideira, jogou tudo aquilo fora e voltou ao quarto.

- Já comeu? – Perguntou Mike ainda na mesma posição que estava quando Jorge se retirou.

- Não... eu queimei o que você queria dizer – Se embaralhou Jorge.

- Hã? – Mike riu estranhando o que Jorge tinha acabado de dizer

- Eu queimei a omelete e não ouvi o que você tinha a dizer – Jorge nem percebeu que tinha dito uma frase completamente absurda na vez anterior.

- Olha... – Mike se ajeitou na cama como se se preparasse para dizer algo difícil, se enrolou no lençol e cruzou os braços. – Eu nunca me imaginei namorando, sabe? Eu não sei o que é isso... eu, quero ficar junto claro...eu, sinceramente espero que você queira isso também – Pareceu que Mike tinha adotado uma maturidade imensa em pouco tempo – Mas, eu estou consciente da... da... – gaguejou um pouco fazendo esforço para lembrar da palavra – figura que você representa para a cidade, quero dizer, levando em conta a sua profissão e tudo mais...

Jorge acabara de perceber que não era o único perdido na “relação” e que tinha achado mais dúvidas naquele quarto que transbordava de novos “não seis”.

Os dois passaram os próximos dias elaborando decisões precipitadas, afastando o inevitável, fingindo que tinham um plano e que daria tudo certo. Estranharam no começo a frequência com a qual começavam a assistir um filme juntos e acabavam não assistindo nada, trocava histórias no quarto, limpavam a casa juntos, lavaram o carro duas vezes aquela semana e não usaram uma vez se quer. Qualquer coisa era motivo para adiar os pensamentos, a conversa séria e as consequências.

Jorge percebeu que sua perna estava ótima e pela primeira vez em décadas, não queria voltar ao trabalho.

- Você tem mesmo que ir? – Perguntou Mike segurando sua jaqueta marrom novinha.

- Não, não tenho, mas... eu tenho. – Disse Jorge confusamente na esperança que Mike entendesse, mas gostando do drama que fazia para ele ficar. Se flagrou contando as horas para vê-lo novamente sem nem ao menos ter saído de casa.

- Eu... Eu preciso fazer uma coisa, trabalhar, qualquer coisa, pegar minhas roupas que estão no apartamento da...

- Tudo bem, fazemos assim, - Interrompeu Jorge – Esse final de semana, a gente sai, você pega tudo o que tem que pegar, entramos naquele carro e vamos direto para a praia que tal... ? E talvez, talvez, a gente ande de mãos dadas lá, pode ser? – Aquelas frases pareciam estranhas saindo da boca de Jorge até mesmo para ele, era como se uma parte da personalidade dele estivesse se revelando agora, Mike adorou. Tinha pensado na possibilidade de andar com Jorge de mãos dadas uma vez ou outra, mas nunca tinha chegado a dizer, isso era importante para ele e ele não sabia o porquê. Sorriu quando percebeu que Jorge compartilhava das mesmas ideias. Aquela fora a melhor semana da vida de Mike e a praia lhe trazia uma paz de espírito enorme, já estava ansioso para ir.

- Se você não cumprir, eu vou te encher de porrada quando você chegar em casa – Disse Mike engrossando a voz, numa tentativa falha de imitar Jorge.

Jorge riu e replicou

- Agora com certeza vamos.

Se beijaram antes de sair, Jorge entrou no carro e olhou para Mike pelo retrovisor até perde-lo de vista.

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Comentários

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Adorando o conto, mas espero que o Mike não morra... Senão será uma mesa mediunica para 3.

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