# 02 de janeiro de 2015, bairro de Piedade, Jaboatão dos Guararapes/Pernambuco;
Depois de um bom banho, André desceu as escadas rumo a sala de jantar, para tomar café com o filho. Ele sempre fazia isso, era uma sexta-feira preguiçosa e faltavam apenas 2 dias para embarcar para Orlando com a família.
André: Meu bem tomou banho e está tão cheiroso, nem parece aquele que estava correndo da Tereza! – Falou dando um beijo e um cheiro na cabeça do seu primogênito.
Miguel: Tomei paizinho foi bem gostoso. – Disse a criança com os olhos brilhando pois era louco pelo pai.
André: Que bom, o papai também tomou um banho caprichado... huuuuuuuum... o que temos hoje para o café... bolo, pão, queijo, presunto, frutas, café, suco e uns croissant... – Disse se deliciando do seu banquete matinal, feito com muito carinho pelas suas criada.
Miguel: Podemos atacar papai... – Disse sorrindo, pois os dois sempre brincava assim no café da manhã.
André: Quando eu disse 3.... – Disse olhando como se estivesse competindo- 1, 2... não vou esperar... – e atacou o banquete, fazendo o filho rir, porque sempre trapaceava.
Miguel: Eu vou comer tudinho... – Disse olhando para o pai que estava se divertindo. Até que a mãe chegou para estragar o café dos dois...
Rosana: De novo Miguel? O que foi que eu disse? Tenha modos à mesa...
André: Deixa o menino, já percebeu que você vive infernizando esse garoto? O que foi? Está com raivinha porque ainda está por aqui enquanto todas as “amiguinhas” estão em Miami? – Disse fazendo-a bufar de raiva.
Rosana: Claro, se você não tivesse atrasado mais de duas semanas, eu já estaria bem melhor humorada. – Disse sentando-se a mesa.
André: É incrível, você deveria cuidar do seu filho, e não querer de farra com essas “amigas” que só te botam para trás. Esqueceu que todas riem de você? Pode esquecer, mas eu sempre vou lembrar...
Rosana: Claro que você vai lembrar, não foi nem cavalheiro para me ajudar naquele dia! – Disse furiosa.
# Flashback:
Era carnaval em Recife, e como todos os anos, o André iria ter seu camarote, tanto no Marco Zero da cidade, quanto no Galo da Madrugada. Ele é apaixonado desde garoto pelo carnaval. Depois que cresceu e montou sua empresa longe do pai, ele começou a organizar esses camarotes. Sempre trazia amigos e familiares que vinham de longe ou aqueles que conviverá cotidianamente. No carnaval 2014 não foi diferente. Nesse ano ele montou um grande camarote, com infraestrutura de dar inveja a muita casa de show Brasil a fora. Era o dia do maior bloco de carnaval do mundo, O Galo da Madrugada, diga-se de passagem que são mais de 30 trios elétricos, alguns não tocam, apenas acompanham como carro de apoio, a festa estava boa, era de tarde, por volta das 14 horas quando o ultimo trio passará pela frente do camarote que estava montado na Avenida Sul, local que praticamente começava o bloco, alguns convidados estavam indo embora, outros estavam aproveitando o Buffet no térreo do local, Rosana estava impaciente, queria ir embora; Sol, calor, suor, cheiro de suor alheio o famoso CECÊ (para quem não sabe é o odor exalada pelas axilas), tudo isso incomodavam a Rosana, ela só tinha ido porque sabia que muitos blogs e sites da cidade e região iria passar por lá e ela queria posar para as fotos, e também sabia que o marido não era em nada feio e arrumar uma outra é questão de estalar os dedos e ela perderia a boa vida. Começa uma briga na frente do camarote, não era lá grande coisa, apenas uma briga de casal, ciúmes. O marido não parava de babar pela Rosana e a mulher sentou-lhe a mão na cara. Vendo a cena Rosana começa a rir e a provocar:
Rosana: Bate mais, ele merece, bate mais... – dizia aos risos.
Mulher: Você também merece sua vadia, fica se oferecendo. – Disse com raiva
Rosana: Eu vou lá dá moral para pobre, pobre é raça nojenta. – Disse irritada.
Algumas pessoas no meio da rua ouviu ela falar e se irritaram: Como é que é? – Começaram a vaiar e jogar latinhas de cerveja em direção ao camarote.
- Você tem noção do que está falando criatura? Você é quem mesmo querida? – Perguntou um rapaz no meio da festa.
Rosana: Sou rica, muito rica... – ela ria solta, sem perceber quem estava próximo a ela.
- Pode até ter dinheiro – disse o mesmo rapaz - mas não é amada e muito menos sabe o que é amor. E eu aposto que o seu “dinheiro” é do maridinho. – Disse zombando dela.
Rosana: Amor é coisa de besta, eu sou apaixonada por dinheiro. – E jogou uma latinha que estava no chão próximo a ela na direção do rapaz. O que ela não contava era a revanche que estava por vir.
Na mesma hora as pessoas que estavam na discussão começaram a jogar coisas em sua direção, era pedra para lá, latinha para cá, garrafinhas de água para outro, a cunhada que assistia tudo não perdeu tempo e finalizou a confusão;
Luana: Esfria a cabeça queridinha, ou vai ficar pior para você. – Foi nesse momento que Rosana viu a Luana passando o celular para o marido, com sorriso no rosto e caminhando em sua direção com as mãos para trás...
Rosana: Rum, não perguntei nada para você sua introm... – Disse com desdém, porém a frase foi interrompida com a cerveja gelada caindo em sua cabeça. – Desgraçada, você me paga, você me paaaaaaaaaaaaaaaagaaaaaaaaa.... – disse irritadíssima e saindo apressada em direção ao marido. Enquanto o povo aplaudiam e gritavam pela Luana. Quando o André viu a Rosana naquela situação, caiu na gargalhada assim como seus amigos e convidados.
No mesmo dia o vídeo estava rolando na internet e as criticas não eram nada boas. Todos riam dela, e ela pela primeira vez em anos sentiu vergonha, enquanto o André se divertia. O carnaval acabou ali para ela já o André curtiu todos os dias sem ela no camarote.
# Fim do Flashback.
# Enquanto isso no bairro de Boa viagem, Recife/ Pernambuco:
Eram quase 8:30h quando o Lucas chegou a sede da Andóva, olhou abismado aquele prédio empresarial altíssimo e seguiu para o balcão na recepção.
Lucas: Bom dia, eu vim por causa da vaga de emprego. A agencia de trabalho me deu essa carta. – Disse sorrindo e entregando a recepcionista.
Recepcionista: Claro, vou ligar para dona Luana, para saber como proceder, só um momento! – Disse solicita com o jovem. – Alô, Adriana, me passa para dona Luana por favor?... Não tem um rapaz aqui para vaga que ela disponibilizou... hummmmmmmmm.... então está bem, nada, obrigada também, até depois. – Disse desligando o telefone. – Olha, você vai fazer o seguinte, vai até aquele elevador, e aperta o numero 46, quando chegar nesse andar, você pode sair, e procurar a recepção, é bem em frente ao elevador, não tem erro, procura a Adriana, é loira, dos olhos cor de mel. – Disse com um sorriso franco no rosto.
Lucas: Obrigado, muito obrigado. – Disse seguindo o caminho.
O elevador chegou ao térreo, e ele entrou no mesmo, fazendo os procedimentos indicados pela recepcionista, apertou o 46, o elevador fechou a porta e subiu até o andar desejado sem parar em andar nenhuma por incrível que pareça. Quando chegou ao andar desejado o sinal sonoro se fez presente e nesse mesmo instante abriu as portas. De frente para porta estava um balcão e o Lucas caminhou até ele.
Lucas: Bom dia... Adriana por gentileza?. – Disse envergonhado por ser um rapaz que estava lá!
Rapaz: Claro, só um momento. – Falou calmo, com sorriso arrebatador nos lábios e indo atrás da Adriana.
Adriana: Olá, você deve ser o rapaz que veio pela vaga, não foi? – Disse com muito carinho ao novato que aparentava estar nervoso.
Lucas: Sim, sim, eu tenho a carta de recomendações da agencia! – Disse tentando se acalmar.
Adriana: Vem comigo, eu vou te dá um teste, nada complicado é apenas um procedimento da empresa. – Disse explicando - Entra aqui, pode sentar-se, eu já venho só um instante... – disse saindo fechando a porta.
Lucas: Meu Deus, o senhor é tão bom, eu só quero pedir mais essa, eu prometo, faz eu conseguir essa vaga. – Disse rezando baixinho.
#Enquanto isso em Piedade, Jaboatão dos Guararapes/Pernambuco;
André: Anda logo Miguel – Disse impaciente dentro do carro.
Miguel: Calma papai, eu tava no banheiro fazendo xixi. – Disse entrando no banco de trás e sentando-se na cadeirinha. – Vai Tê, pode fechar o sinto! – Disse sorrindo para criada que mesmo quando ele apronta ela não consegue ficar com raiva por muito tempo.
Empregada: Pronto, agora sim está um homenzinho, se comporte com seu pai no trabalho. – Disse dando um beijo na testa do garoto que vibrava. Enquanto seu pai começava a andar com o carro.
Era a primeira vez em muito tempo que o Miguel iria para empresa do pai, ele foi apenas duas vezes, mas era muito pequeno.
Miguel: Papai, obrigado por deixar eu ir com o senhor, prometo ser bonzinho! – Disse com o sorriso para o pai babão.
André: Eu sei meu filho, lá você vai poder desenhar e Brincar com os carrinhos, mas me prometa que não vai sair do andar, hein?!
Miguel: Claro que prometo, serei bonzinho, eu sou um bebê ainda papai! – Disse com seu jeito meigo de garoto levado.
Não demorou muito para chegarem ao edifício, ao entrar na garagem o Miguel teve a melhor surpresa do dia, seu tio Rodrigo estava descendo do seu carro.
Miguel: Pai, pai, pai... – disse eufórico - olha tio Rodrigo, TIOOOOOOOOOOOOO, TIO, OH TIOOOOOOOOOOOOOO – Começou a gritar, até chamar a atenção do tio amado, que já sorrindo veio ao encontro para dá-lhe um abraço e um beijo.
Rodrigo: Meu pequeno príncipe, bom dia, veio trabalhar com o papai foi? – Disse ajoelhado para pegar o sobrinho nos braços.
Miguel: Foi sim tio, eu vou brincar enquanto ele trabalha, o senhor vai deixar eu brincar no seu trabalho também? – Perguntou sorrindo.
Rodrigo: Infelizmente não, eu trabalho vários andares abaixo de onde seu pai trabalha, mas eu prometo almoçar com você, topa? – Disse tentando desfazer a carinha de choro do sobrinho amado.
Miguel: Está bem, mas tem que me comprar sorvete! – Disse já mais animado.
André: Está na hora de você ter o seu, assim eu terei o meu só para mim. – Disse dando um soquinho no braço do cunhado.
Rodrigo: É quem sabe? Pede a tua irmã ela que vive com medo da maternidade. – Disse triste pelo fato da mulher ainda não querer filhos.
Miguel: Não pai, ele não pode ter bebê, eu quero ser para sempre o bebê dos dois! – Disse rindo e pegando na mão do pai, e seguindo o caminho de mãos dadas com o tio também.
No elevador continuou a conversar com o pai e o tio, porém o tio desceu no 39ª Andar, mas não sem antes fazer uma promessa:
Rodrigo: No almoço nós conversamos mais, te amo meu bebezinho! – Disse dando um beijo no Miguel.
Miguel: Também te amo tio, até o almoço! – Disse dando um outro beijo.
Rodrigo: Até mais irmão. – Falou dando um tapa de leve no ombro do amigo.
André: Até! – Disse apertando o filho, fazendo-o gargalhar.
Assim que o elevador chega no 46ª Eles descem, o Miguel pergunta onde vai ficar, e o pai leva-o para uma sala vizinha a sua.
André: Aqui filho... – Disse abrindo a porta e dando de cara com o Lucas sentado. Uma sensação estranha percorreu o corpo, cabeça e o coração do André, é como se conhecesse aquele rapaz antes, sem nem ao menos conhece-lo, sentiu-se como se fosse amigos a muito tempo e um sorriso brotou em sua face.
Miguel: Quem é você? Veio brincar comigo? – Disse Miguel sem entender o motivo que aquele jovem estava fazendo na sala.
Lucas: Me chamo Lucas, vim para vaga de auxiliar administrativo... – Disse calmo, olhando para os olhos do André.
Miguel: Eu me chamo Miguel, mas pode me chamar Guelzinho e esse é meu pai, André, você quer brincar... – disse de forma encantadora o pequeno pingo de gente.
Lucas: Claro, vamos brincar de que? – Disse sentando o menino em uma cadeira na mesa.
Miguel: Desenhar, quero desenhar, você sabe desenhar? - Disse
Lucas: Um pouco, mas eu te ajudo. – Disse sorrindo para o menino.
Nesse momento a Adriana chega, e tenta arrumar a situação, mas André a surpreende com sua atitude...
Continua....
Minha gente, você não sabem como é complicado escrever uma história, eu estou tentando, então comentem. Espero que gostem da história. PS: Algumas coisas do conto são verdadeiras, outras são invenção, mas tudo por uma boa causa! Até depois!