Continuação...
"Meus pensamentos estão a mil, não posso acreditar... É ela... E não está sozinha... Está entre dois homens, e os três estão vindo em minha direção, me olhando firme, e eles estão todos... Fardados? Sim, mas será que eles..." Não consegui concluir meus pensamentos, pois sem que eu perceba, um carro preto cruzou A esquina muito rápido. Este mesmo carro parou em minha frente, e o passageiro ao lado do motorista, mais que depressa me puxou da calçada e num movimento rápido me lançou pro banco de trás, o que acabou fazendo eu rasgar parte do vestido que usava, e bater a cabeça a ponto de ficar zonza, o que ao menos me deu tempo para gritar, e assim sairam cantando pneu. Antes de gritar, olhei pra trás e percebi que os políciais perceberam algo de errado, entraram na viatura e começaram a nos seguir em silêncio, porém os caras perceberam... E o motorista acabou pisando fundo. Depois do choque, finalmente consegui gritar
-Mas o que é isso? Quem são vocês? Me deixem descer agora!
O motorista já irritado com meus berros falou para o outro, que parecia sob efeito de drogas:
-Fedão, faz essa maldita beata calar essa boca!
O outro apenas sorriu, grogue, e me mostrou uma arma, assim me contive, e passei a apenas chorar em silêncio. Olhei pra trás e vi que a polícia já não estava mais lá... Será que desistiram?
Em dado momento, percebi que o motorista, ficava me olhando e reparando através do espelho retrovisor, e após muito me observar, comentou com o outro:
-Essa garota realmente é muito parecida com a "Pantera" não é mesmo fedão? Não fossem essas roupas compridas e essa cara lavada...
O outro que não parava de rir, apenas consentiu me olhando e lançando uma piscadela, pegando em seguida minha bolsa, e remexendo nela, indignou-se ao perceber que eu não carregava comigo, minha carteira com documentos e dinheiro, apenas uma pequena niquileira.
-Essa maluca não nega que é filha de uma velha costureira! Olha só a micharia que ela carrega na carteira! Cinco pila não paga nem meu cigarro!
Ao ouvir isso, me assustei ao perceber que aqueles caras conheciam a minha mãe...
Percebi que já estávamos rodando a horas e por um caminho desconhecido e em certo momento, o motorista ao virar uma rua, dá de cara com três viaturas policiais, que para minha alegria cercam o carro.
-Larguem as armas.e desçam do carro com as mãos para o alto, não tentem qualquer gracinha!
Essa voz... É tão familiar... Eu já a ouvi... Ao descer do carro me deparo com aquele par de olhos verdes me encarando firmes... Não pude deixar de devolver seu olhar, mas aquela mulher de farda, que devia ter uns trinta e poucos anos, alta, de cabelos curtos e corpo atlético, me lançou palavras tão frias ao me algemar e colocar na viatura que acabei abaixando a cabeça e chorando, não tive coragem de me defender e dizer que não fazia parte daquela confusão...
Continua...
Bom meninas, é isso, eu disse que ia postar ontem e atrasei um poquinho, mas espero que gostem, beijos...