Oi Gente!
Hoje, INFELIZMENTE, não irei conversar com vocês. Estou muito cansado e morrendo de sono, mas no próximo capítulo vocês não me escapam. Ok?
Antes de começar, eu quero pedir perdão pela demora. Era para eu ter postado este capítulo mais cedo, mas é que teve um dilúvio aqui no Recife que saiu destruindo tudo que tem por aqui, então a tempestade derrubou alguns postes e também alguns transformadores aqui próximo que resultou numa falta de energia por mais de SEIS horas. Esse é o motivo de não ter postado mais cedo. Também quero pedir desculpas pelos erros que vocês irão perceber, não revisei antes de postar.
OBS: Hoje o capítulo está bem curtinho, mas garanto que postarei o próximo o mais breve possível.
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NO CAPÍTULO ANTERIOR...
Estava descendo do ônibus que parou próximo a rua que subia até a minha casa, mesmo cansado, eu estava realizado e agradeci mentalmente por mais um dia de trabalho. Comparados aos outros dias, esse dia foi bem tranquilo, claro que sempre tem clientes chatos, ignorantes e até mesmo clientes malas, mas eu estou aprendendo a atura-los.
— Boa noite, dona Genoveva! – Cumprimentei.
— Boa noite, meu filho! – Respondeu.
Eu estou orgulhoso de mim mesmo, hoje foi o dia que não troquei os pedidos uma vez sequer, parece ser até uma besteira, mas para mim foi algo que fez elevar mais um nível no meu trabalho, meu supervisor até me elogiou. Ah, para meu alívio, o tal do Maximiliano não deu as caras por lá nos dias que se passaram, ainda bem, não tenho coragem de olhar na cara dele depois daquele incidente.
— Lá vem o filho dela! – Gritou uma mulher me fazendo estranhar.
Quando eu dobrei a esquina, vi um carro do SAMU parado em frente a minha casa. Meu coração parecia que iria sair pela boca, alguma coisa aconteceu com a minha mãe. Então eu corri desesperado como nunca até a minha a ambulância sendo recebido por um paramédico e Juninho se aproximou me olhando assustado.
— O que aconteceu com a minha mãe? – Perguntei quase gritando.
— Calma...
— FALA! – Gritei.
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> ALGUNS DIAS ANTES...
— Graças a Deus! – Falei para mim mesmo.
— Graças a Deus que esse homem não veio. Não sei por que, mas me dá um frio na barriga só de pensar nesse tal do... Max... Maximiliano Albuquerque. Não tenho coragem de olhar na cara dele depois daquilo que eu fiz, mas graças aos céus que ele não deu as caras por lá, hoje. É! Realmente eu preciso parar de falar sozinho.
Eu havia largado há pouco tempo do Bar e estava indo em direção à parada de ônibus com uma mochila vermelha um pouco surrada nas costas quando comecei a pensar o quanto eu estava com medo de reencontrar aquele poderoso homem.
— Coragem, Lucas! Poderoso só Deus. Com medo de um mero mortal? Foi sem querer, foi apenas um incidente – Pensei alto.
— Mãe, o homem tá falando sozinho – Uma garotinha disse para a mãe.
Fiquei rindo sozinho quando a mãe puxou a criança para junto de si, achando que eu era algum tipo de maluco. Será que eu tinha cara de doido?
— Uia! Um casamento – Observei curioso.
Já não era a primeira que vez que eu passava por essa igreja e via um casamento acontecer. Só veio a recordação da época da minha infância, onde meu irmão e eu íamos para as festas que aconteciam na recepção ao lado de uma enorme igreja, ficávamos por lá para ver se alguém nos dava um pedaço de bolo ou algum salgado. Detalhe, nossos pais não sabiam disso, mas para a nossa alegria, conhecíamos um garçom que sempre era chamado para trabalhar nessas recepções pós-casamento, ou seja, nos entupíamos de bolo e outras guloseimas.
— Eita tempo bom que não volta mais – Suspirei.
Passei pela frente da casa de Deus e percebi que os noivos, felizes, estavam saindo sob chuvas de arroz, onde pessoas jogavam e gritavam. Até aí tudo bem, mas quando eu observei direito, o noivo se tratava de uma pessoa conhecida, aliás, muito conhecida. Olhei mais de duas vezes para ter certeza, parei na frente e esfreguei meus olhos para garantir que não estava delirando.
— Eu não acredito no que estou vendo – Falei sentindo meus olhos encherem de lágrimas.
Limpei minhas lágrimas e tentei sair dali o mais rápido que pude, mesmo sabendo que não iria dá em nada, porque se ele não convidou membros da sua família, não iria fazer diferencia alguma se ele me visse ali, correndo. Acho que ele iria até agradecer.
— Desgraçado! – Comecei a chorar. Eu não queria chorar!
Olhei para trás e vi que sua cabeça estava virada na direção que apressadamente eu andava e me olhava de uma forma surpresa e ao mesmo tempo desesperada.
— Aquele ser desprezível. Aquilo não tem amor a ninguém – Enxugava minhas lágrimas, acenando para o ônibus parar.
Prometi para mim mesmo que iria esquecer aquilo, iria fazer de conta que nunca presenciei aquilo e jamais irei contar a minha mãe, eu tenho medo de sua reação.
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Foi olhando para o rosto da minha mãe, de olhos fechados deitada na maca que ficava dentro da ambulância que levava a minha mãe, comecei a lembrar desse episódio triste em minha vida, onde meu próprio irmão, sangue do sangue, não me chamou para o seu próprio casamento, e o pior, ele não chamou a própria mãe, SUA MÃE. Parece que nós fizemos algo de terrível na vida dele.
— Lucas, manda esse homem parar com esse barulho.
Minha mãe falava do GIROFLEX da ambulância que fazia um barulho ensurdecedor.
— Calma mãe! Já estamos chegando. – Falei.
Após alguns minutos, chegamos ao hospital e por incrível que pareça, minha mãe foi logo atendida (Sim, era um hospital público).
Logo quando cheguei ao local, fiquei assustado quando vi a ambulância em frente a minha casa, logo deduzi que era algo com a minha mãe, pensei até no pior. Então trataram logo de me acalmar e explicar o que tinha acontecido. Inicialmente minha mãe tinha sentido dores nas costas, algo que a incomodava de uns anos para cá, acredito que seja por causa dos esforços físicos que minha mãe se submetia em casas de família, onde ela era diarista, por isso que tratei de batalhar e arrumar um emprego digno e tirar ela desta função. Dona Josefa estava conversando com uma de nossas vizinhas na sala da casa quando começou a passar mal e foi socorrida.
Minha foi começou a ser examinada, trataram logo de medir a sua pressão. A mesma estava com a pressão muito alta, por ser Hipertensa, tinha que ter cuidado redobrado. Enquanto aguardava alguma notícia, lembrei-me do dia que Luan me abordou para dar suas explicações, isso foi no dia seguinte do casamento.
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> NO DIA SEGUINTE APÓS O CASAMENTO...
Agradeci por mais um dia cumprido no meu trabalho, apesar de alguns estresses em relação a alguns clientes, mas faz parte e eu estou aqui inteiro e graças a Deus lutando para algo melhor na minha vida. Foi pensando nessas coisas que senti uma pessoa pegar no meu ombro e infelizmente tive o DESPRAZER de me deparar com o meu irmão olhando para mim.
— Lucas, sobre ontem, eu...
— Luan! – Interrompi - Você não estaria em sua lua de mel? O que está fazendo aqui? – Fui irônico.
— Vou partir para a minha lua de mel amanhã, e...
— Me poupe! Não quero saber para onde você vai ou deixa de ir. Você não tem obrigação de explicar porque você não nos convidou para o SEU casamento, querido. Por mais que eu seja seu irmão e dona Josefa seja sua mãe, não nos deve explicações. Já estamos até acostumados, sabia? – Debochei.
— Nem venha com seu deboche, Lucas! Eu tentei de convidar, tá?
Gargalhei bem alto. Eu iria descontar todo o estresse do dia em cima dele.
— Você iria me convidar? Nossa! Eu acredito como eu acredito no coelhinho da páscoa – Ironizei mais uma vez.
— Sim, eu iria te fazer o convite naquele dia que você mostrou o dedo do meio para mim, mas como você é teimoso e marrento, foi logo embora – Falou.
E mais uma vez gargalhei, mas gargalhei mesmo de tão cínico que ele é.
— Para de rir, Lucas. Eu estou falando sério – Se irritou.
— Eu jurava que nós estávamos num show de humor, e você era o piadista – Ri alto.
— Querido – Mudei minha fisionomia em milésimos de segundo – Se você quisesse REALMENTE me convidar, alias, nos convidar, eu e minha mãe, você iria em casa, você dava um jeito de entregar este maldito convite ou seja lá o que for, e... – Suspirei.
— Ai Luan, quer saber? Eu tive um dia cheio e estressante, então não quero prolongar essa nossa conversa, eu já estou ficando com dor de cabeça. Enfim, eu te desejo do fundo do meu coração que você seja feliz, que Deus abençoe esse casamento e seja bastante durável e que tenham muitos filhos – Fui sincero.
— É... Na verdade...
Estranhei.
— Na verdade, nós já tivemos uma filha, e ela já tem dois anos – Falou.
Silêncio
Eu não conseguia falar mais nada.
— Tá bom, Luan! – Dei uma irônica – Que você seja feliz!
Virei às costas para ele e segui meu rumo.
— Espere! Eu te deixo em casa, Lucas – Gritou.
— FICA LONGE DA MINHA CASA! FICA LONGE DA MINHA MÃE! FIQUE LONGE DE MIM! – Disse apontando meu dedo para ele.
— Não, espera, por favor. Vamos conversar!
— ME DEIXA EM PAZ! DEIXE-ME EM PAZ OU EU CHAMO A POLÍCIA – Gritei.
Ele não falou mais nada e eu segui meu caminho. Uma lágrima teimava escapulir para fora do meu olho, mas minha mão a fazia não escapar.