Ricardo:
Puta que pariu, isso só deve ser alguma maldição, não acredito que esse viado se jogou mais uma vez por cima de mim e ainda por cima me deu um beijo, limpei minha boca olhando com toda minha raiva para ele enquanto ele me pedia desculpas, ele estava branco feito papel, não aguentei minha raiva e me levantei rapidamente.
Eu: eu vou acabar com você seu viado idiota.
D: Ricardo, não foi minha intenção, calma.
Não aguentei ouvir a voz dele a o agarrei pelo colarinho de sua camiseta e fiz força quase o tirando do chão, ele estava assustado, com os olhos arregalados e segurando em meus braços com suas mãos tentando se soltar...
- O que é que esta acontecendo aqui? – meu tio chegou na cozinha e presenciou a cena.
Eu: nada tio Rogério, só estou mostrando para o Diego como se defender – falei soltando ele.
R: esta bem, filha vou sair, volto a noite, comprem pizza e comam - Falou saindo.
L: esta bem pai.
Olhei para Laura e ela me olhava assustada assim como o Gabriel que sustentava o copo com água em sua mão e me olhava com medo, nesse momento me senti estranho, como se eu não fosse uma pessoa normal, o jeito que eles me olhavam era muito ruim, olhei nos olhos de Diego e eles estavam cheios de lagrimas...
D: eu já disse que foi sem querer, você não precisava fazer isso – ele falou isso com a voz embargada pelo choro que estava segurando.
Diego se virou rapidamente e saiu da cozinha a passos largos enxugando os olhos com as mãos, olhei mais uma vez para a Laura...
L: Ele não fez por querer, vai lá e conserte isso – ela falou desligando o brigadeiro.
G: É cara, não seja mau – ou vi o Gabriel murmurar em voz baixa enquanto eu saia rápido da cozinha.
Sai da cozinha quase correndo, passei pela sala de visitas e sai de casa, encontrei o Diego já um pouco distante da minha casa caminhando na calçada, fui correndo em sua direção até que o alcancei e o puxei pelo ombro...
Eu: ei mano espera aí, vamos conversar.
D: você já não esta satisfeito, quer continuar aqui na rua? – ele perguntou rispidamente.
Eu: não cara, eu só vim me desculpar com você.
D: você se desculpando comigo, esse deve ser o sonho mais louco do mundo – falou com sarcasmo na voz e cruzando os braços.
Eu: cara, entenda, você me beijou daquele jeito...
D: tropecei e cai encima de você, é diferente.
Eu: esta bem, foi um acidente, devo confessar que me excedi com você, me desculpa?
D: esta bem, deixa pra lá.
Eu: vamos voltar pra casa e começar logo esse trabalho.
D: esta bem – ele sorriu timidamente para mim.
Por um momento eu apreciei o sorriso dele, era a segunda vez que ele sorriu para mim e ele ficou diferente, aquela covinhas apareceram de novo em suas bochechas e seu rosto me hipnotizou por um momento, até que fui tirado do meu transe...
D: então, vamos?
Eu: vamos sim – fomos caminhando lado a lado – você até que é um viado legal.
D: para de me chamar de “viado” por favor – ele falou sério e aquela carinha alegre desapareceu.
Eu: esta bem, desculpa Senhor Diego, não lhe chamarei mais de “viado.”
D: “Senhor” também não né? Eu tenho a sua idade, assim eu fico me sentindo um velho – ele falou sorrindo mais uma vez.
Eu: Olha, arranquei mais um sorriso de você – fiz um pequeno silêncio enquanto entravamos em casa – você não parece o tipo de pessoa que ri muito.
D: é que já perdi o motivo pra sorrir a muito tempo – paramos na sala de estar.
Eu: pois sorria, você fica mais bonito assim.
D: você me elogiando?
Droga, não acredito que eu tive coragem de dizer isso, meu Jesus Cristo, eu não acredito que to dando encima dele, de um cara, eu sou hetero porra, Ricardo você é hetero... Ricardo você é hetero... Ricardo você é hetero porra! – meu subconsciente gritava comigo – mas eu não conseguia escutar direito, aquele garoto estava me seduzindo com seu olhar sério e triste, tristeza que não foi causada por mim, já existia nele muito antes de eu o conhecer, olhei em seus olhos e ele olhou sério para mim assim como eu o olhava, aaaaaaaa que se dane o mundo. Agarrei o Diego com toda a minha força e colei nossos corpos...
D: Ei, que droga você esta fazendo?
Eu: Eu não sei.
Não esperei ele falar mais nada apenas aproximei nossos rostos rapidamente e o beijei mais uma vez, dessa vez eu abri a boca e meti a língua em sua boca, ele tentou resistir no começo, mas logo as nossas línguas começaram a dançar juntas, ele colocou a mão carinhosamente em meu rosto, nossos lábios se desgrudaram e ele me olhou com um sorriso enorme naquele rostinho delicado...
D: você não deveria ter feito isso.
Eu: você gostou que eu sei.
D: olha aqui o gostei.
Ele nem esperou eu falar e pisou com tudo no meu pé, ele estava de tênis e eu de sandálias, senti uma puta dor, o larguei e cai sentado no sofá segurando meu pé que doía pra caramba...
Eu: você esta louco?
D: o que te faz pensar que eu quero alguma coisa com você? Você não tem o direito de me agarrar desse jeito!
Eu: seu louco.
A Laura e o Gabriel vieram correndo da cozinha para vier a nossa discussão, nós dois gritávamos um com o outro, eu chamava o Diego de louco e ele me chamava de psicopata, devo confessar que foi um pouco engraçada a cena...
D: que saber, eu vou é sair de perto de você seu louco, vou para casa.
Eu: já vai tarde.
L: espera Diego, e o trabalho, como fica?
D: faz assim, você façam uma parte e me mandem outra por email para eu poder pesquisar e preparar, quando eu terminar, eu mando para o teu email.
L: esta bem e desculpa pelo meu primo, desculpa mesmo.
D: Não tem problema, depois de hoje, cheguei a conclusão que somos totalmente opostos, ou melhor, cheguei a essa conclusão desde o dia em que nos conhecemos.
Eu: você ainda esta aí? Rala peito viado.
D: Cara você é muito chato sabia? Vou embora mesmo, assim não tenho que ficar olhando para a tua cara – ele falou indo em direção a porta.
A Laura e o Gabriel o acompanharam até a porta e ficaram lá fora falando alguma coisa com ele, quando eles saíram eu larguei o meu pé e deixei meu corpo cair sobre o conforto do sofá, levei minha mão direita até minha boca e comecei a lembrar do beijo do Diego, meu Deus que boca era aquela? Seu toque, seu beijo, seu cheiro, o gosto de sua boca, diferente de qualquer garota com quem já fiquei, nenhuma garota me fez ficar desse jeito, o que será que esse garoto fez com a minha cabeça? E a pergunta mais importante, o que devo fazer? Nunca tinha beijado outro cara antes, desde menino moleque que eu só pego as minas e agora eu to tendo desejo por um cara que eu acabei de conhecer! Ai meu Deus eu to perdido.
...
Diego:
Me despedi do Gabriel e da Laura e fui para casa, não demorou muito e já estava dentro do meu ônibus indo para Boa Viagem, enquanto o busão circulava pela cidade, eu fiquei olhando pela janela e me lembrando do beijo que o Ricardo me deu, levei minha mão aos meus lábios e fique lembrando de sua boca encostada na minha, o macio de seus lábios combinados com a pericia de sua língua na minha boca proporcionando um beijo de puro prazer devo confessar que gostei, mas o Ricardo já ganhou antipatia minha o suficiente para eu não querer nada com ele, ele parece ser o tipo que se eu me envolver, na primeira chance vai me mandar para o espaço, já baste de gente assim na minha vida.
Fiquei ali apreciando a cidade enquanto não chegava no meu ponto, não sei por qual milagre e coincidência eu avistei o Arthur caminhando na calçada pelo centro do Recife, pedi parada e sai correndo do ônibus e fui correndo ao seu encontro, cheguei por trás dele e avancei bruscamente puxando sua mochila...
Eu: isso é um assalto.
A: Ai socorro! – ele gritou enquanto jogou as mãos para cima.
Eu: calma sua besta, que escândalo.
A: bixa a senhora me pregou o maior susto agora! Como você é maléfica...
- Esta tudo bem rapazes?
Quando olhamos para trás vimos 2 policiais atrás de nós.
Eu: esta tudo bem sim policial, somo amigos.
- é que vimos você chegar de surpresa atrás dele e ele deu um grito de socorro, viemos apenas averiguar.
A: esta tudo bem senhor, essa anta é meu amigo.
- esta bem garotos, juízo.
Eu: pode deixar e obrigado, tenham um ótimo trabalho.
- Obrigado - Os policiais foram embora nos deixando sozinhos.
A: Diego você viu que policial másculo e gostoso?
Eu: para com isso Arthur, você já estava de olho na farda!
A: tenho tesão em homens fardados, tenho que comprar uma fantasia de policial para o Caio.
Eu: seu namorado iria ficar muito fofo de policial – falei rindo.
A: ficaria mesmo, ele por si só já é fofo.
Eu: você tem sorte.
A: iiiiiiii, conheço essa cara, vai contando.
Eu: Então vamos procurar um lugar pra sentar.
Contei toda a história para o Arthur que só me deu um conselho “invista no Ricardo”, segundo ele, Ricardo seria o cara ideal para mim e depois de hoje ficou claro de que ele quer algo comigo, claro que eu questionei ele por esquecer que ele queria me dar uma super surra no dia que nos conhecemos, mas ele insistiu em sua palavra “vai fundo amigo, esse homem é pra você” sério, será mesmo que eu deveria me aproximar do Ricardo? Eu já começo a pensar que vou me machucar de novo e se é para me machucar, é melhor eu ficar sozinho de uma vez, enfim, vamos deixar o tempo falar, embora o Arthur seja um louco diagnosticado mas ele ainda tem as melhores opiniões quando o negocio se trata de meus rolos, espero que dessa vez ele esteja certo, amanhã eu vou conversar com o Ricardo...
Gatinhoo2gatinho02@hotmail.com
