Sempre fui um garoto na minha, não gostava muito de sair, lia sempre que podia e sempre me mantive longe dos perigos que rondam a qualquer pessoa, como drogas e outras coisas. Esse meu jeito me proporcionou conhecer pessoas interessantes e verdadeiras, amizades que poderia levar para o resto de minha vida e que chegaria nunca me esquecer. Hoje quase as não vejo, na verdade não as vejo a muito tempo, pois faz 1 mês que estou em outra cidade, outro Estado. Antes de começar a minha história de vida, meio fracassada, devo me apresentar: meu nome é Gabriel, tenho 17 anos incompletos, mas ja considero ter isso, cabelos pretos, pele branca e olhos castanhos, corpo normal, mas um pouco definido. Moro com meus pais, que são pessoas muito boas e que sempre buscam apoiar minhas decisões, sejam elas boas ou ruins. Isso pra eles é como se estivessem me preparando para as escolhas da vida, onde eu quebro ou não minha cara...
Todas as manhãs faço o mesmo ritual de todos os dias, vou ao banheiro que está acoplado ao meu quarto, faço toda a minha higiene, me visto, desço tomar café e saio pra escola. Nunca fui uma pessoa que gostasse de estudar, mas se é necessário, temos que ir a lutar. Como perceberam, estudo no horário da manhã, considerado um dos motivos de eu não gostar dos estudos, mas fazer o que, manda que pode, obedece quem tem juízo haha, ou seja, tenho que obedecer as escolhas dos meus pais.
Eu: Bom dia!! - digo me sentado a mesa e colocando meu café!.
- Bom dia filho! - pai e mãe.
Meus pais tinham a mania de falar as coisas ao mesmo tempo e isso me deixa irritado as vezes, era estranho e eu não entendia o porque deles fazerem isso.
Eu: Vocês não cansam de sempre fazerem a mesma coisa? digo, falar as mesmas palavras?
Letícia: Não! - olhou para mim e depois para meu pai - Isso mostra que ainda pensamos iguais, que o nosso amor ainda se mantém vivo, ou seja, que ainda permanecemos unidos, meu filho! - diz minha mãe levando uma colher rumo a boca.
Rogério: Concordo! - olhou para mim - E pare de ficar reclamando, quando você estiver namorando, nem vai perceber, mas vai estar pensando as mesmas coisas que a outra pessoa!
Aquilo que ele falou de certa forma me atingiu por dentro, porque eu amava alguém que nunca poderia me corresponder.
Eu: Ta bom né, não está aqui quem falou! - continuei a comer.
Após o café, subi as escadas novamente, fui ao banheiro, escovei os dentes, peguei minha mochila que estava em cima da cama e desci a espera de meu pai. Ele me levava todas as manhãs para o Colégio, não era necessário, já que ele era bem perto de casa. Esperei meu pai por cerca de 10 minutos até ele se aprontar por inteiro, ele era médico em um grande hospital da cidade e mamãe uma grande advogada..
No trajeto curto até meu Colegio, meu pai e eu fomos conversando banalidades e ao enconstar o carro, despedi-me dele e sai, o vendo partir acelerado, ele sempre fazia isso só pra irritar-me, já que não gostava de vê-lo correr. Voltei o olhar a frente da minha instituição de ensino e fiquei reparando-a, nesse 1 mês de estudos, essa é a segunda vez que paro para admira-lá. Um prédio extenso, de dois andares, nas cores marrom e bege, janelas transparentes e um jardim bonito, cantina grande e repleta de mesas e cadeiras, além de um auditório, quadra e piscinas.. Adentro ao local, observando a todos que estavam a frente ou ao redor de mim, alguns devolviam o olhar, já outros nem percebiam.
Caminhei entre os diversos corredores que ali existia e por fim cheguei aonde se encontrava meu armário, ao abri-lo me surpreendi ao ver um pequeno bilhete. Peguei-o na mão e ao abrir, um sorriso se formou em meus lábios.
"Sei que nunca poderemos ficar juntos, mas o que sinto por você é tão grande que não deixo de te olhar, te amar mesmo escondido, você é lindo e sabe disso! Espero que me aceite" Ass: Seu admirador ♡
Não acreditei no que estava lendo, mesmo que não sendo uma total declaração, não contive um sorriso. Nunca alguém disse estar apaixonado por mim e isso mecheu comigo. Guardei o bilhete no armário e segui para a minha sala, mas ao virar um dos corredores avistei a pessoa que vinha me atormentando ultimamente. Seu nome é Lucas, tem a mesma idade que a minha, olhos castanhos, loiro, corpo sarado e branquinho. Sempre fico nervoso ao vê-lo, mas não demonstro por ele me humilhar e me bater, tento sentir raiva do que ele faz, mas não consigo, o amo mais que tudo.. Respiro fundo e sigo meu caminho, ele me vê, mas não faz nada, ainda bem...
Deixa eu explicar tudo: conheci Lucas no meu primeiro dia de aula, pra mim ele era um cara normal, além de ser muito bonito, o que me fez se apaixonar a primeira vista. Mas nem tudo são rosas, em um dia o peguei maltratando um garoto e apartir desse dia ele começou a fazer o mesmo comigo, sem motivo, nem nada, me humilhava, batia e zuava... E sempre que fazia eu passar por alguma dessas situações, ele sempre me chamava de "meu bem", parece que como forma de prazer na voz.
Cheguei em minha sala, sentei-me e esperei o sino bater, o que não demorou muito, fazendo com que alguns alunos entrassem seguidos da professora. As aulas naquelia dia demoraram a passar e o tédio que se fazia era visível no rosto de vários jovens dentro daquele local, o meu era um deles haha.
Sempre na hora dos intervalos, sentava com alguns colegas de sala e comia o lanche preparado pelo Colégio, comia igual um condenado e isso deixava o pessoal perplexo haha. Mas voltando, nesse dia resolvi usar o banheiro, coisa que nunca faço, entrei, procurei uma das cabines e pus-me a resfrescar-me, logo após lavei as mãos e quando fui sair, fui barrado por ele, o Lucas.
Lucas: Eai meu bem, sentiu minha falta esse fim de semana? - falava ele com um sorriso cínico e uma voz sarcástica e nada agradável.
Eu: Cara, porque você sempre faz isso? Sempre me chama de " meu bem "?
Lucas: Sabe porque faço isso? Porque eu só tenho olhos pra você, na verdade - se aproximando - eu gosto de você, se você estiver me entendendo, eu TE AMO BIEL - fala e sem deixar eu raciocinar, me beija.
Me surpreendi com a atitude, mas sempre desejei que isso acontecesse e acabei por me entregar a ele. Uma das piores escolhas que fiz.
Lucas parou o beijo e ficou olhando em meus olhos. Vendo que ele não falava nada, eu disse: Eu sempre te amei, desde a primeira vez que te vi. Você é muito bonito, sempre te olhava e agora to confuso, tu sempre me humilhou, ja me bateu, mas se você esta aqui se declarando é sinal de que tudo que já ocorreu foi so uma desculpa pra ficar por perto, pra me vigiar - falo isso com um sorriso no rosto que começa a se desmanchar com a reação dele. Lucas começou a rir e isso me deixou com cara de confuso.
Lucas: Não acredito que você acreditou nessa babozeira que te disse! - risos - cara se liga, eu NÃO sou VIADO!!!
Após ele falar isso, sai de dentro de uma cabine um grupo de meninos falando que a gravação do "viadinho" tinha ficado perfeita.
Lucas: Perfeito, agora vamos sair daqui, preciso tirar esse gosto horrível da minha boca! - enquanto ele falava, já comecei a chorar. Ele olhou para mim - ENGOLE O CHORO SEU IDIOTA!!
Não conseguia me controlar, tinha acabado de ter meu coração esmagado no vivo e isso doia demais. Lucas vendo que meu choro não cessará, veio até mim e deu-me o primeiro de vários socos, que logo foram acompanhados por chutes. Aguentei por alguns minutos aquilo tudo e em nenhum momento parei de chorar. Estava prestes a desmaiar e vi no rosto e no olhar de Lucas preocupação, isso me intrigou, e encarando-o acabei desmaiando com um chute ganho em minha cabeça...
Fiquei internado em coma induzido por 3 dias e isso foi um pouco estranho, pois parece que eu estava apenas dormindo, e quando acordei, meus pais contaram que ligaram anonimamente pra eles falando que meu corpo jazia desacordado no banheiro do Colégio, eles pensaram ser trote até ligarem no Colégio e pedirem pra falar comigo, o desespero bateu assim que a secretária do local disse-lhes que eu não me encontrava na sala. Eles saíram apressados de seus respectivos locais de trabalho e ao chegarem a instituição, foram direto ao banheiro, onde me encontraram e me trouxeram as pressas ao hospital, onde meu pai trabalha. Recebi a visita de meus antigos amigos e eles contaram suas novidades, também me contaram que o vídeo feito por Lucas e seus amigos parou em todas as redes sociais. Essa notícia me abalou, me causou medo e tristeza, mas meus pais já tinham entrado com as devidas normas para retira-lo do ar, agradeci mentalmente por isso!
Passaram-se alguns dias e pensei muito na hipótese de estudar fora do país, meus pais não queriam que eu fosse, mas acabei os convencendo e eles deixaram. Esperei estar totalmente recuparado para poder viajar. Nesse meio tempo, meus pais e eu fomos ao Colégio e fechamos minha matrícula, a diretora desejou-me boa sorte e sentiu-se triste em perder um bom aluno haha, na saída bati de frente com Lucas e virei o rosto, o deixando parado no corredor a me observar. A viagem até Londres foi perfeita, o lugar escolhido era muito bom, um frio agradável, a comida divina, o estilo de vida invejável e a língua era exótica!
6 meses depois...
Nesse tempo que se passou, comecei a estudar, garanti bons amigos, tirei boas notas, conheci lugares, aprimorei minha língua e ganhei dinheiro. Entre todos os amigos que garanti, o que mais me identifiquei foi Dawi, ele era um londrino ruivo, de olhos claros e corpo definido, um cara muito gente boa e inteligente. Descobri também que os meninos do meu antigo colégio tiveram problemas com a diretora e ainda me falaram que o Lucas tinha sumido da cidade, mas isso eu nunca soube se era verdade...
CAMPAINHA TOCANDO...
Estava em meu quarto ouvindo música e estudando, e ao acabar uma das trilhas, escutei diversas vezes a campainha ser tocada, desliguei a rádio e fui em direção a porta, passei pelo corredor, sala e cozinha ate chegar lá. No caminho, pensei ser Dawi e ao abrir, tive uma surpresa.
Eu: Dawi?? - disse, feliz ao abrir a porta.
- Meu bem? - diz ele com um olhar fofo e um sorriso tímido, mas que logo se ruiu em choro...
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Olá bons leitores, resolvi reescrever meu primeiro conto e digo que amei essa nova adaptação, creio que alguns aqui já leram, mas já digo que talvez modifique algumas coisas. Espero agrada-los e aviso já de imediato que responderei a todos os comentários, sendo positivos ou negativos. Modifiquei o nome, por não achar o antigo proporcional, o conto no original possui três partes, e não duvido que a nova versão terá mais do que isso.
Um Ótimo Ano de 2016, que todos aqui da casa sigam felizes e abençoados. Abraços...
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