[Repost] O Lutador de Jiu-Jitsu - Capítulo 3

Um conto erótico de Adam
Categoria: Homossexual
Contém 4029 palavras
Data: 04/01/2016 23:40:48
Assuntos: Gay, Homossexual, Romanca

~ Respondendo os comentários ~

Atheno: O Gabriel tá longe se ser barraqueiro, pelo contrário, ele é super mega hiper pacífico ( isso até irrita as vezes haha) mas com o temperamento que o Guilherme tem demostrado, isso é bom, ou teríamos uma tragédia. Com a heterossexualidade tão frágil de hoje em dia, não duvido nada que o Guilherme seja gay ou bi ;) hahaha. Um abraço

Digos2: Se já achou o Guilherme escroto, então espera até ler o próximo capítulo :x Um abraço

Monster: Que bom que gostou :D. Um abraço

Ru/Ruanito: Fico feliz que esteja gostando. Um abraço

fessonrs: Que bom :D Um abraço

LipM: Postando agora mesmo haha Um abraço

S2DrickaS2: Fique a vontade haha. Um abraço

Geomateus: Continuando :D

thalesenando: Aê, mais alguém que acompanhou no orkut \o/ Na verdade, o Gabi não pode continuar postando por problemas pessoais, mas ele deixou especificado onde o conto terminava, tudo o que foi postado depois é ''extra''. Na verdade o conto não tá separado em capítulos, então eu ainda tô ajustando isso, não quero que fique muito cansativo. Um abraço.

Let's go, guys!

****

Gabriel> Eu não acredito! Olha quem tá ali, o Danilo. Filho da puta, como ele conseguiu entrar! Nenhum aluno foi convidado...

Jú> Ah Gabi, o pai foi, esqueceu que ele foi patrono da turma do terceiro ano do ano passado?

Gabriel> E como poderia esquecer?

O infeliz do garoto, o Danilo ele era o Bad Boy da escola. Menino imundo, já foi reprovado duas vezes e estava na nossa turma. Era um saco ele. Vivia no meu é e no da Jú, infernizando agente. Eu odiava ele. Odiava. Ano passado quando o pai dele patrocinou a festa de conclusão do terceiro ano, aquele infeliz me fez pagar o maior mico, quando no momento da valsa, eu dançando com a Luciana, uma menina que mora no meu prédio e que era formanda, o infeliz pôs o pé e eu cai estatelado no chão derrubando mais dois casais.

Danilo> E ai Xuxa, como anda? (já fiquei vermelho na hora)

Jú> Aff Danilo, quem te botou pra dentro em. Ôoooo menino besta...

Danilo> Ah gatinha, tenho meu prestígio. Kkkkkk. E que palhaçada foi aquela lá na quadra em... kkkkkk nunca vi coisa mais besta... kkkkk

Eu já tava me enchendo e metendo a mão naquele idiota. Não sei o que eu tenho em mim que atrai esse tipo de gente pra perto. Eh um imã mesmo!

Danilo> Foi a coisa mais ri...

D. Alba> Bonita que já aconteceu neste colégio!

A cara que o Danilo fez parecia que tinha visto o fantasma do Bin Laden. Mas pensando bem, a cara de brava da D. Alba era mais assustadora que o fantasma do velho Bin...

Danilo> Oi D. Alba, boa tarde, tava só falando pro Gabriel o quanto gostei da apresentação dele...

Jú> Deixa de ser sínico garoto, tu tava zuando...

Danilo> Que nada Juliana, tava só brincando... (e gaguejando) é, com licença, acho que meu pai ta me chamando... (e saiu de fininho com o rabo entre as pernas – bem feito)

D. Alba> Se preocupa não Gabriel, esse ai só está aqui porque o pai dele é um grande amigo meu. Senão, já tinha dançado. Olha, vim chamar vocês pra apresentar a uns amigos, vem...

Fomos seguindo minha salvadora. Naquele momento já tava a academia lotada, e tínhamos que nos espremer pra passar. D. Alba não! Parecia a editora da vogue americana, do Diabo Veste Prada... Rs.... a medida que ela andava o caminho se abria...

D. Alba> Olha eles aqui... (falou referindo-se a mim e a Jú, para um pequeno grupo) encontrei eles.

Fomos apresentados a todos. Era um grupo pequeno, dois ou três senhores, uma velho com perfume forte, o pai do Danilo, o infeliz do Danilo que ficou do meu lado imediatamente pondo a mão nos meus ombros – que ódio - minha mãe e ele, o Guilherme!

Mãe> Guilherme, quero apresentar a você o meu filho (apontou pra mim e o Danilo).

Guilherme estendeu a mão pra nosso lado e, tive que cumprimentar. Devo confessar que a cara que ele fez quando cumprimentei até hoje lembro. Parecia que tinha descoberto o Brasil.

Guilherme> Você?

Mãe> Vocês já se conhecem. Mais que coisa boa, vai ser melhor ainda porque já que vão trabalhar juntos...

Guilherme e Gabriel> Como é? Trabalhar juntos!!!!!!!?

Mãe> Ué, claro! Gabriel, esqueceu que você que vai ficar aplicando as sessões de massagens na academia?

Atônito, Guilherme que ainda segurava minha mão desviou o olhar de incrédulo da minha mãe pra mim. Foi ai que me lembrem deste triste detalhe que havia esquecido devido a maldita apresentação, daquele maldito dia...

Gabriel> Esqueci! (respondi olhando pra minha mãe – mas durou pouco, porque tive que voltar meu olhar para aquele que estava esmagando minha mão)

Gabriel> Aiiiii (impossível não gritar de dor)

Guilherme> Que foi, não consegue aguentar nem um aperto de mão? (e rindo soltou minha mão destruída) com essa sensibilidade toda, como é que vai massagear músculos fortes?

O sensibilidade foi com uma entoação a mais, embora percebi que ninguém havia notado só eu, e a Jú, acho.

Gabriel> Bom se você não me aleijar antes... garanto que dou conta...

Todo mundo começou a rir, mas na mesma hora me arrependi, porque a cara que ele fez, indicava que haveria troco, e dos grandes!

Mãe> Não se preocupa Guilherme, o Gabriel já tem mais de dois anos de experiência em massoterapia. Ele é um excelente massagista.

Guilherme> Mas Júlia, ele não é muito novo não...

Mãe> Que nada, tem 16 anos e vai fazer 17 no mês que vem, além do mais, desde pequeno ele entende de massagens, mas o fiz fazer um curso técnico aos 14. Tanto que ele quer fazer vestibular para fisioterapia. Ele é muito aplicado, gosta do que faz

Guilherme> Deve gostar mesmo (falou maliciosamente) além do mais, deve atrapalhar os estudos...

Ai que ódio, o infeliz pensa que me aproveito dos caras que massageio... que ódio, que ódio... quem ele pensa que é. Nem me conhece. Nem achei ele essas coisas toda. Alias, um grosso, brutamontes que apesar de 23 anos parece ter uns 50! Ogro...

Gabriel> Mãe, vou dar o meu melhor. Não se preocupe. E senhor Guilherme eu já dava aula de massagem na clínica que minha mãe trabalha 3 vezes por semana. Ai já ficou acertado que eu iria ficar com este horário aqui. Portanto, não atrapalhava antes, e não será agora que vai atrapalhar...

Guilherme> Olha que você vai fazer massagem nos professorem em... são atletas que ganharam títulos lá fora, cuidado com lesões...

Mãe> Guilherme! Não confia em mim? Poxa, meu filho já trabalhou comigo e vários atletas lá na clínica de estética, alias, onde você frequenta... ele ta acostumado, não se preocupe. Além do mais, não temos ainda verba pra contratar um profissional de nível universitário. Ele tem o técnico e só vai fazer o básico. Fazer os músculos relaxarem no fim da aula... deixa de ser bobo, e só atenderá os professores, ok.

Guilherme> Tava brincando dona Júlia, só tava brincando com o garoto ai... claro que você colocaria a pessoa mais ADEQUADA pra o serviço...

Eu já estava ficando com muita raiva daquele cara. ADEQUADA. Porque aquela ênfase. Até quando ele iria me chamar bicha? E na cara de todo mundo. Já não aguentava mais aquele pressão, pedi licença e fui ao banheiro, precisava lavar o rosto. Quando entrei no banheiro do vestiário ele tava vazio, tinha acabado de sair um senhor de meia idade. Fui direto pra pia enorme, com 4 torneiras. Liguei duas e com as duas mãos pegava punhados de água e jogava na cara. Quando estendi o braço tateando procurando uma toalha de papel, de olhos fechados, sinto alguém me entregar um maço de papel toalha. Nem precisava conferir quem era. Não tinha surpresa nisso. Era o maldito do troglodita, o Guilherme.

Guilherme> Então, veio lavar a cara safada é, Gabriel?

Não ouvi aqui, poxa o que havia feito pra aquele cara falar comigo desta forma? Não foi muito grave...

Gabriel> Cara o que eu te fiz pra você me detestar tanto? (ele só me olhava com aquela cara de mal) poxa tudo bem que eu pisei na bola ao sujar sua camisa (que alias ficou bem vintage com essa mancha de coca - pensei) mas foi sem querer... (ele me interrompe)

Guilherme> Sei sei, que foi sem querer sim... uma bichinha louca desesperada correndo pelo palco (me olha de cima a baixo e se dirige a um mictório e continua com voz gutural) esbarra no cara, como é o nome mesmo, anh??? O gato? Né isso? (e terminando de mijar sacode aquele troço – eu nem olhei em gente, e era doido? – volta pra mim de cara fechada e eu vou recuando até tocar no azulejo frio e ele a poucos centímetros de mim) Né isso? Nossa que gato...

Gabriel> Cara não é o que você tá pensando (balbuciei)

Guilherme> Não? Vai dizer que tu não é uma bichinha nojenta? Que não perde a oportunidade de dar em cima de qualquer um... (só balançava a cabeça negativamente) olha cara sabe o que me dá nojo? Esse tipo de gente que nem você... que não respeita os que não são. Os homens, os machos que não tão nem ai pra o cu que você dá... não tenho nada contra (pôs os dois braços um de cada lado na parede me encurralando – estava sufocado) o que me faz querer quebrar a cara é quando um desgraçado que dar uma de gostoso e dá em cima de outro cara que não tem nada haver com a sua realidade...

Gabriel> Mas eu... (já com nó na garganta e sentindo que iria chorar a qualquer momento)

Guilherme> CALA A BOCA! (o grito fez um eco ensurdecedor que me fez tremer violentamente) eu só não te quebro essa cara infeliz por causa de sua mãe que é uma pessoa maravilhosa. Que ínfero! (ele sai e exasperado passa a mão no cabelo) mas eu não vou tolerar (chega próximo a mim com um dedo em riste) escute! Olhe pra mim! Eu não vou tolerar que você ao menos a mínima gracinha com os professores e alunos daqui... porque aí vou esquecer que você é menor de idade e filho de quem é. E ai você vai ver esse gato aqui raivoso. Estamos entendidos?

Somente balancei a cabeça... Guilherme respira fundo e se dirige para a porta que dá acesso ao vestiário, mas antes de cruzá-la volta e acrescenta:

Guilherme> Olha, não tenho nada haver quem quer ser gay, desde que bem longe de mim. A educação que tive não permite que eu quebre esses infelizes, mas abro uma exceção pra você, se você se meter a besta comigo... na boa... sai do meu caminho seu degenerado, sempre que tiver a oportunidade. Não fala comigo, não sou seu amigo, nem conhecido... se vai trabalhar aqui e pra mim, tem que ser nas minhas regras. E que Deus te ajude, porque você está no inferno, e eu sou o seu pior demônio.

Dito, saiu, me deixando pra trás humilhado. Sujo, e acima de tudo magoado. Não sei se porque não tinha culpa... não havia dado em cima dele... não tinha nem me identificado com ele. Mas o que mais me deixava com aquele sentimento de devastação da alma, era o fato de eu realmente ser gay. De realmente gostar apenas de homens, desde pequeno. Mas o que ele não sabia é que desde aquele dia nunca havia nem beijado um. Nem ficado. Nem paquerado, muito menos ter dado o que fosse a alguém... Mas, eu simplesmente era o sujo mais limpo da situação. Mas mesmo assim, chorei como se tivesse sido eu o responsável pela aquela raiva e revolta legítimas. Como se tivesse sido repreendido por alguém muito importante. Chorei, chorei como se meu pai tivesse batido em mim.

Foi difícil sair dali. Passei quase uma hora no banheiro, entrei numa cabine e comecei a vomitar. Acho que era o fator emocional. Minha cabeça doía muito. Parecia que eu tinha morrido e estava em uma espécie de purgatório.

Nauseado, reuni minhas forças e sai daquele banheiro, passei pelo vestiário frio e ouvi a música que tocava lá fora, na academia. Já tava um jogo de luzes nervoso e muita gente dançando. Procurei pela Jú quando a vi conversando com o professor Daniel muito animada. Não tinha jeito, ela iria me odiar para o resto da vida, mas eu precisava dela.

Rumei meio que um zumbi com o foco num algo determinado. A Jú era meu alvo.

Gabriel> Jú? (puxando o braço dela)

Jú> Oi muleque, onde se escondeu? Passei tempão te procurando, o professor Dan... (interrompi)

Gabriel> Jú vamos sair daqui...

Jú> O que? Tá doido, começou agora, e cadê seus modos, nem falou com o professor?

Daniel> Oi Gabriel, parabéns pela bela apresentação, nem sabia que tinha um vozerão daqueles... (rindo)

Gabriel> Brigado... vamos Jú (disse puxando ela)

Jú> Mas Gabriel, pera, professor é que (e sai me dirigindo a porta principal agarrado arrastando a Juliana que olhava o professor com a cara de quem tava deixando a melhor peça da Dior com 80% de desconto na Oscar Freire)

Jú> Filho da mãe o que deu em você pra me tirar da melhor festa com a melhor companhia do mundo? (e para abruptamente quando me vê chorando)

Jú> Ei Gabi, o que foi. Eu tava só brincando... claro que era uma oportunidade, mas não fique assim não. Não tou chateada...

Gabriel> Não é você (daí contei tudo o que aconteceu. Acho que lembrei de tudo. Também aquelas palavras me magoam até hoje. Mas, contei tudo)

Jú> Nossa, como foi que aconteceu isso. Ele pensa que você é dessas bichinhas loucas que ficam na esquina do pina (local em Recife na praia do boa viajem) pra pegar os marombeiros que ali vão malhar no fim da tarde? Vou falar com ele agora, quem ele pensa que é... eu odeio esse cara... ele vai ver só... vou desfazer tudo isso...

Gabriel> Não! Chega. Chega de tanta confusão... por favor. Nada do que você disser esse cara vai entender. Afinal a primeira impressão é a que fica não é?

Jú> Mas tu não é assim meu! Você é a pessoa mais legal que existe. E a mais molenga (olhei feio pra ela) TÍMIDA, eu quis dizer tímida... nunca deu em cima de ninguém... nem namorou nem nada... é virgem de pai e mãe...

Gabriel> Ai, pára! Se ta tentando me animar, pegou o caminho errado!

Jú> Não é isso seu bobo (e senta-se ao meu lado pondo a minha cabeça em seu ombro) você é doce, honesto, lindo mesmo, fora e dentro... fico puta quando um infeliz faz algo assim contigo, porque não é a verdade... mas se você não quiser eu não falo nada com ele não... ok.

Balancei a cabeça somente.

Jú> Embora ache que eu deveria...

Gabriel> JÚUU....

Jú> Tá, tá... mas que ele merecia ter as caixas de suplemento alimentar trocadas por um lote: vencimento 2005!, há se merecia...

Rs menina lesa...mas que amo. Estava tão fora de mim que as investidas da Jú em me animar não estava dando muito certo não. Olhei a academia por fora, e puxa, imaginei que na segunda-feira estaria ali depois da aula para trabalhar... nunca em minha vida me recusei a trabalhar. Sempre gostei, sempre tive disposição. Minha família trabalhou a vida toda. Meu pai morreu trabalhando. Minha mãe, putz nem se fala... ela simplesmente era maravilhosa. Nunca teve nem um outro relacionamento. Há 11 anos não se relacionava com ninguém. Ela dizia que não tinha tempo, vontade, nem vocação, porque o coração já tinha sido tomado por um loiro de olhos azuis profundos que infelizmente a vida foi encurtada.

O som abafado da festa me recordava aquele momento ruim... estava abraçado com a ju sentando num banco – tipo aqueles bancos de praça - perto do jardim que fica entre a academia e o ginásio de esportes.

Jú> Gabi, vamos dormir lá em casa?

Era uma possibilidade. Era muito bom dormir lá na Jú. Agende se divertia muito... comia besteira até tarde da noite... acordávamos de meio dia, e depois ficávamos na piscina torrando (meu caso) RS. mas não tava com clima pra aquilo não...

Gabriel> Jú, na boa, tô querendo mesmo é ir pra casa e dormir apenas... esquecer esse maldito dias, e as pessoas que mais brilharam nele...

Jú> Pô Gabi, vai ser bom pra você. Vai se distrair... esquec (interrompi)

Gabriel> Não Jú, esquecer eu não vou. Principalmente porque embora seja impossível esquecer, EU NÃO QUERO.

Terminei preferindo ir pra minha casa mesmo. Para convencer a Juliana foi dose. Quando essa guria queria pegar no pé de um ninguém merece. Pedi pra Jú avisar a mainha que eu tava indo pra casa de táxi, que inventasse uma história, que porque tava cansado esses bla, bla, bla todos. E assim fui.

Tava um dia quente em Recife, eu adoro olhar o rio Capibaribe a noite, por cima das pontes... si lá, sempre tem um quê meio poético e nostálgico. Baixei o vidro e fiquei sentindo a brisa nos cabelos e pensando na vida. Tava indo para casa, numa noite de sexta-feira, onde a cidade vibra de festas, alias, tava vindo de uma boa... mas, comecei a perceber que não tinha pra quem voltar. Claro, minha mãe não conta, mãe é mãe. O que eu estava sentido era que ao chegar em casa, não tinha alguém me esperando, alguém que pudesse dizer, amor que bom que retornou... ou vem aqui, tava com saudade... ou com tesão! E faríamos amor, sexo, transa, foda, o raio que fosse, pela noite inteira até nunca mais pudesse sentir esse vazio. Pois quando chegasse em casa, não teria ninguém lá me esperando. Nem eu tinha ninguém pra quem ligar e dizer... amor tô com saudade.

Ok, ok, só tenho 16 anos, mas... tava começando a me exasperar, talvez sem motivos. Mas na realidade, eu deveria mesmo era ligar para os amigos da escola e combinar uma saída mais “adulta”. Tipo ir pra METRÓPOLE – boate gay conhecidíssima aqui. Massssssssssss, morria de medo de encontrar alguém lá que fosse conhecido meu. Na realidade não tinha nenhum amigo que fosse topar ir a METROPOLE sem a respectiva namorada. Nenhum amigo gay. E pensar que fui tachado como bicha desesperada...

O taxista me deixou na porta do prédio. O miserável me cobrou R$ 35,00... ah infeliz... disse que era bandeira 2. Eu disse que com aquela grana comprava uma passagem pra São Paulo....rsrsrs na realidade só pensei, pois a vergonha não permitia que falasse qualquer coisa. Pronto, só falta chover agora... olhei pro céu, e se tivesse alguma nuvem lá, com certeza ela estaria no meu ombro trovejando! Fiz menção de entrar, ate que uma súbita vontade de andar na praia se apoderou de mim... como moro a apenas um quarteirão...

Dei meia volta, e fui pra praia...

O mar tava seco, quem conhece Recife sabe que quando a maré ta baixa, os arrecifes aparecem por toda a extensão da praia de boa viagem até piedade. Como é iluminada por fortes refletores, muita gente ficava lá andando. É muito comum.

Andei pelo menos uns 800m e sentei na areia, fique apreciando aquele lago de mar represado pelas pedras e ondinhas minúsculas banhando a praia. Estava tanto entretido com o mar que não percebi a aproximação um garoto. Ele se sentou perto de mim e ficou me olhando. Eu só vim percebê-lo quando fui acompanhar um barco que passava e acabo virando para o lado que ele estava, meio que me assustei pois realmente ele tava muito perto... ele percebeu que me assustei e falou:

> Oi, desculpa se te assustei...

Sorri, nervoso.

Gabriel> Não, que isso... tô de boa.

> Deixa eu me apresentar, sou Paulo, moro logo ali em frente... (apontou pra um prédio alto de janelas azuis – já estendendo a mão)

Gabriel> Oi sou Gabriel.

O menino era bonitinho. Moreno tipo surfista. Tinha um sorriso franco e apertava os olhos quando sorria.

Paulo> Eu sei. (e na mesma hora muito envergonhado, começou a gaguejar) – tipo, sei porque já te vi na padaria diversas vezes, compramos na mesma.

Gabriel> Ok, blz.

Paulo> E ai, nunca te vi aqui a noite. Sempre que posso estou vindo aqui. Mas é a primeira vez que te encontro nessa hora.

Gabriel> na realidade eu nuca venho a noite. Minha mãe acha perigoso (na mesma hora tive vontade de enfiar a cabeça na areia feito avestruz – que mancada, o garoto ia pensar que eu era um bebezão da mamãe) mas, é que ela é meio paranóica com segurança... (emendei mucho).

Paulo> De boa cara, toda mãe é assim... a minha nem se fala... mas e ai, o que vc faz da vida Rs.

Gabriel> Bom a pergunta certa é, o que a vida faz comigo (rindo pela primeira vez naquele dia)

Paulo> Como assim? (ele ficou um pouco desconcertado)

Gabriel> Nada não... esquece. Na realidade eu estudo, faço segundo ano científico e trabalho em uma clinica de estéticas pelo menos três vezes por semana, a tarde. Pera, trabalhava! Porque fui relocado para uma academia...

Paulo> Clínica de estéticas? O que você faz?

Ele me olhou engraçado. Acho que pensou que eu era maquiador... rsrsrs.

Gabriel> Sou massoterapeuta. Técnico, claro.

Paulo> Ummmm. Que massa. Tou com uma dorzinha aqui no pescoço RS

Gabriel> Tá... folgado. Te darei um cartão meu! rs

Rimos a valer. A conversa com o Paulo era fácil. Tínhamos a mesma idade, ele estudava em outra escola, e tava também no segundo ano. Gostávamos basicamente das mesmas coisas. Música, cinema, tudo. Se bem que sou bem eclético. Ele era filho de pais separados, e morava com o pai dele, um pai bemmm legal segundo ele. A mãe dele mora no interior, e ele ficou na capital por causa dos estudos. Tava adorando conversar com ele. Ele falava pelos cotovelos. Era engraçado, eu ficava apenas observando ele falar e falar.

Paulo> Gabriel, o que você vai fazer amanha a noite?

Gabriel> Há, não sei, acho que vou sair com amigos (inventei, nunca saia no sábado).

Paulo> Porque tipo assim, se você topar poderíamos ir pra o shopping Center Recife pegar um cinema e depois agente saia pra alguma balada...

Gabriel> Pode ser Paulo (respondi sem pensar), mas vamos confirmar ok.

Paulo> Feito. Me passa teu fone. E msn, ai agente marca amanha... vc é preguiçoso? Acorda que horas?

Gabriel> acordo cedo, cedo da tarde, 1, 2 rs. (daí trocamos o fone e msn).

Quando meu celular toca o olho no visor... mainha.

Gabriel> cara que horas são? Putz 11:40, cheguei aqui de 8:30... (atendi) oi mãe, tou aqui na frente de casa conversando com um amigo. Não ainda não subi. A senhora já tá em casa???? (ferrou)... tá tá mãe. Vou subir, (olhei de lado e o Paulo tava com uma cara sorridente) JÁ VOU SUBIR, (sussurrando) já disse. Tá bjos.

Paulo> Tem que ir... (rindo).

Gabriel> É, desculpa (vermelho) minha mãe sempre me faz pagar mico.

Paulo> Sem pró cara. Queria eu ter a minha aqui pra me fazer pagar também.

Me levantei e estendi a mão pra o Paulo.

Gabriel> Agente combina amanhã, ok. Prazer em conhecer...

O Paulo me puxa e me abraça demoradamente, e estranhamente...

Paulo> O prazer foi meu (e sussurrando no meu ouvido) amanha te ligo.

Então ele me solta, dá meia volta e segue com as mãos nos bolsos sem olhar pra traz. E eu fico ali olhando aquele que simplesmente me tirou da beira de um abismo. Sem esforço, sem grandes promessas ou sonhos. Simplesmente um garoto de praia, moreno de sol e com um sorriso lindo cujos olhos ficam apertadinhos ao sorrir.

Como todo sonho é quebrado por um acontecimento que te faz voltar a realidade, um celular vigoroso começou a tocar. Mainha!

Sai correndo pela praia feliz como nunca.

Continua...

******

Gente, esse é o capítulo que passamos a odiar oficialmente o Guilherme, também conhecemos o idiota do Danilo e o fofo do Paulo, mas calma que ainda tem muita história pela frente, façam suas apostas hahaha. Um abraço.

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Comentários

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Confesso que durante bastante tempo de leitura, odiei o Guilherme e achava que ele e Gabriel nunca fossem dar certo por causa das atitudes dele. Enfim, a gente realmente se surpreende, rs... Reler essa história é o máximo! ♥️

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"aquelas palavras me magoam até hoje", ele e o guilherme nao ficaram juntos ou tiveram um lance e o guilherme chutou ele por causa de uma bitch?aff, um cara com 1,80 deixa ser humilhado assim é uma bicha mesmo sem coragem. nao consegue nem responder a altura sempre que for humilhado vai começar a chorar é?

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Guilherme sem graça heim?? Que coisa... Paulo é fofinho. Mas eu acho que Danilo tem uma queda pelo Gabriel.

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Saudades desse conto do tempo do finado orkut.....

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Que escroto esse Guilherme, N O U J O. Abracos man...

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Ah, pelo amor de Deus. Esse Gabriel é um idiota, né ? Que deixa esse babaca do Guilherme fazer essas coisas com ele e não faz nada. E depois ele ainda vai se apaixonar e ficar com ele ? Um babaca desses ? Sério mesmo ? 😒

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Muito massa essa história, cheguei a ler alguns capítulos no orkut, mas como eu perdi a minha conta, não consegui mas acompanhar a história, fico feliz que ela seja repostada aqui, aguardo ansioso pelo próximo capítulo, parabéns pela ideia Kk

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Gente. to sem ar. o que é esse garoto da praia, vou para Recife já. kkkkk

adorando o conto. nem posso esperar mais. to no cel toda hora esperando a continuação.. bjs adam voce é de ++++

jefferson iecege@gmail.com

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VAMOS VER SE AS COISAS COMEÇAM A MELHORAR PRO GABRIEL. ACHO Q ELE MERECE.

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Apostas coisa nenhuma, devia deixar esses 2 escrotos do Guilherme e do Danilo junto dão um par perfeito, que vontade de dar na cara desses 2. Abraços 😝

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