Bom galera, meu primeiro conto foi algo real, mas as minhas demais experiências não acho interessantes ao ponto de postar aqui, afinal aqui temos historias incríveis né?!
Após ler contos de escritores incríveis como o Edward (meu eterno Love, rs) e o Igor Alcântara que escreveram histórias maravilhosas e em maior parte reais. Entre tantas outras belas histórias. Decidi tentar escrever uma fictícia, que é mais ou menos por onde minha mente viaja o que eu imagino ser algo legal e bacana entre dois caras, tentando fugir um pouco dos inúmeros clichês que a vida nos prega, rs.
Bom sou marinheiro de primeira viagem, e não sei como vai ser o desenrolar da história. Mas queria pedir aqueles que lerem para expressar a opinião de vocês para saber se devo continuar, e se, onde devo melhorar e por aí vai, rs. Desde já obrigado. Bora lá...
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Vixi! Ônibus cheio como sempre. Isso nunca vai mudar, será sempre o mesmo empurra empurra. As pessoas parecendo animais desesperados para fugir do abatedouro. Chega até ser engraçado, enquanto você tenta ser civilizado à agressividade das pessoas te levam junto à maré. Mas vamos lá, é só mais um dia como qualquer outro.
"João? Precisamos conversar e não vai passar de hoje. Beijos da sua namorada".
Revirei os olhos ao ler aquilo. Qual a necessidade da Carol enfatizar tanto que era minha namorada? Eu sabia disso! Acho que quando você namora há tanto tempo com uma pessoa, depois de tantas brigas e tantas outras coisas, e o fato do sentimento já quase não existir mais, você acaba se estressando com tudo.
Coloquei os fones de ouvido, ignorei a mensagem, e comecei a escutar Jorge e Mateus, uma música que eu e Carol sempre referíamos como sendo nossa: "logo eu"! Comecei a pensar em todas as etapas do nosso relacionamento.
Carol era uma mulher linda, encantadora. No auge da maior idade, 21 anos, morena, cabelos cacheados, sempre bem armados, um corpo muito bonito, resultado dos esforços na academia. É! Ela era mesmo linda?! Mas era só isso que eu tinha que levar em consideração para continuar com ela? Não! Definitivamente não. Tinha muito coisinha chata, daquelas que insistem em incomodar, e estava difícil ir adiante.
Não sou uma pessoa chata, não sou difícil de levar. Sou do tipo que se as oportunidades surgem, faço a minha parte para que tudo seja bem feito! É mais ou menos aquilo: "faça acontecer que eu faço valer a pena"!
Bom, meu nome é João Lucas, tenho 22 anos, me considero um cara alto e bem encorpado, acho que tudo na medida certa. Não sou o tipo que chama atenção, mas me preocupo sempre em estar bem arrumado e apreciável. Terminando o curso de logística. Trabalho em uma seguradora cuidando de toda papelada dos clientes, digitando as propostas e acompanhando tudo, não é um emprego tranquilo, mesmo que ainda não seja na área de atuação que quero, dá para ir levando até achar algo melhor, que é o que eu andava procurando constantemente.
Opa! O alvoroço das pessoas anunciava que tínhamos chegado ao centro de BH. Hora de começar o batente.
Um dia normal no serviço sem muitos contratos para serem digitados e com poucas pendências no sistema, ainda mais sem a presença do meu chefe. O S.r. Almir era um cara bacana, mas sem a presença dele na loja as meninas da venda se soltavam mais e até conseguiam um número maior de contratos. Aproveita esses dias para poder conversar bobeiras com elas e descontrair um pouco. Fazer o serviço de “faz tudo” lá não era algo que me incomodava, achava melhor me manter ocupado e estar perto das meninas para manter a equipe bem.
Logo meu dia no serviço tinha acabado e eu ainda tinha que ir para a faculdade, era dia de reunir todas as turmas que tinham formado no semestre passado para conversarmos sobre a formatura que já estava bem próxima. E afinal investir uma grande quantidade em uma festa e não saber de nada que estava acontecendo não era o que eu pretendia.
Do serviço até a faculdade era bem próximo, pois estudava no centro mesmo. Então com vinte minutos andando lentamente e olhando tudo e todos a minha volta eu cheguei ao campus.
No corredor já era possível escutar toda a baderna que quatro turmas reunidas faziam na sala escolhida para a reunião. Era a nossa turma de logística, a de administração, contábeis e economia. A faculdade em que estudávamos se resumia em sua maior parte por alunos bem jovens, então fazia sentido toda à empolgação para a festa, e eu com certeza também estava muito empolgado.
Era muita gente na sala, cerca de umas oitenta pessoas, avistei minha turma no canto superior esquerdo da sala e me juntei a eles. Após alguns comentários sobre o que seria falado ali me distraí com a música que estava ouvindo e parei de prestar atenção no que a Diana e Caleb falavam. Eles são as pessoas que tenho como mais próximas da nossa turma. Sempre estávamos juntos e até mesmo fora da faculdade era normal ver todos nós aprontando alguma. Sempre fui do tipo de amizade fácil, mantinha diálogo com todos da sala, mas volta e meia éramos sempre nós três que ficávamos rindo e comentando sobre coisas engraçadas e não relacionadas aos assuntos da faculdade.
Querendo analisar quem seriam as pessoas que dividiriam o momento da formatura com nossa turma, comecei a olhar em volta e ver que parecia ser uma galera bacana. Meu olhar parou em um cara que estava sentando todo largado exatamente como eu me sento normalmente durante as aulas e mordendo aparte de cima da mão direita. Achei aquilo estranho e até pensei em comentar com os meninos, mas ele tinha me chamado atenção demais e comentar com os meus amigos podia esperar. Não era uma mordida simples, era forte, daquelas que deixam marcas e ele sempre parava, umedecia os lábios e voltava a pressionar os dentes na mão. Vi que não tinha machucado então ele estava fazendo aquilo ou por estar com muita raiva ou por ser alguém que gosta de se machucar. Comecei a sorrir por pensar isso e quando olhei de novo ele estava me encarando e devolveu o sorriso. Fiquei sem graça e desconcertado, e no mesmo instante que ele estava rindo fechou a cara, fiquei mais sem graça ainda. E ele com a cara muito fechada do tipo “o que foi que você está me olhando”? Mas com um misto de humor acenou com a cabeça para mim e eu respondi acenando de volta. Naquele instante vi que se tratava de alguém que não era muito normal, virei para frente e comecei a ri internamente. E ao olhar novamente para trás para conferi “o maluco no pedaço” vi que ele ainda me olhava, mas agora com um olhar curioso, com os olhos meio cerrados e a mão no queixo de forma que tampava a sua boca e me impedia de ver qual era a expressão da sua boca. Virei para frente de novo e me senti vencido pela intimidação, coisa que não gosto que aconteça. Odeio ser intimidado e não me deixo vencer nesse jogo. É, mas naquela partida ‘i lost’.
O representante de classe da minha turma se posicionou na frente da sala e pediu para que os demais representantes fossem a frente, pois eram eles os integrantes da comissão de formatura. Comecei a reparar quem estava indo e vejo que o estranho da vez também estava indo, virei para frente e falei:
¬¬- Loucura, loucura! – Uma expressão que uso atoa, que o Faustão fala. E nem sei como nem quando comecei a falar isso, somente que agora era parte do meu vocabulário. Só não tinha reparado que no mesmo momento em que tinha falado, o cara tinha passado do meu lado. Ele parou, olhou para mim com os olhos cerrados novamente, deu uma risadinha e com a cabeça em sinal de negação caminhou até o encontro do pessoal que estava lá na frente.
Cara! Que vergonha, puts! Se esse cara decide brigar comigo ia estar no total direito dele.
Após conversarem entre si a comissão se posicionou lá na frente e o alvo das minhas manotas começou a falar: Bom galera. Vamos Lá! – A voz era firma, serena. Como daqueles professores gente boa, que sabem do que estão falando, com anos de experiência em sala. – Meu nome é Marcelo. Sou o representante de classe da turma de Administração. – nisso o pessoal da turma dele começou a gritar incentivando ele a falar. Ele abriu um sorrisão e continuou. – Nós somos a comissão de formatura das quatro turmas e hoje e a primeira vez que todos em geral nos reunimos aqui para poder dar um parecer para vocês sobre como está o andamento das coisas da nossa formatura e tirar as possíveis dúvidas... – Ele estava falando muito seguro de si. A imagem de louco estava saindo da minha cabeça. Pude reparar que era um cara boa pinta. Tinha a cor da pele puxada para um pardo mais claro, cabelos castanhos escuro em um corte disfarçado com a parte de cima ajeitada a mão em um estilo moicano. Olhos escuros e uma boca muito bem desenhada. Tinha um corpo normal, daqueles que não era nem muito magro e nem exagerado demais, era frequentador de academia como eu. Estava usando uma polo branca com a logo do curso dele. Uma calça jeans justa e uma botinha da nike preta. Tinha bom gosto para se vestir. É, ele era bonito.
O engraçado é que ele não parava de me encarar. Meus amigos estranharam, Diana virou e me perguntou. – João? O quê que pegou com você e esse cara? Por que ele está te encarado assim?
Caleb também se manifestou. – É mano O que tá pegando? Temos que resolver algo? Só falar! – fiquei feliz com a preocupação deles e ao mesmo tempo sem graça. E Respondi. – Não galera. Vacilo foi meu! Ele estava passando do meu lado e eu na mania de falar “loucura, loucura”, falei sem perceber e acho que ele achou que era com ele. Depois me desculpo com o cara. Rs
Caleb retrucou: - Não tem que se desculpar não. Isso não tem nada demais, o cara que é marrento. – Disse. – Deixa para lá Caleb, tá de boa mano.
Acabamos nos perdendo de boa parte das explicações, mas fiquei tranquilo ao ouvir que tudo seria enviado por e-mail. Quando o Roberto represente da nossa turma, estava falando sobre evitar intrigas entre os formandos e que era bom todos se conhecerem para ser uma festa harmoniosa, pedindo que todos os formandos amenizassem nas brincadeiras e criticas. O Marcelo se pronunciou em um tom mais alto. – Principalmente em questão de ficar jogando piadinhas no ar sobre as pessoas né? – e olhou para mim cerrando os olhos novamente. Reparei que muitos olharam para minha cara e nessa hora eu corei. Caleb ficou encarando ele, afrontando mesmo. Mas Marcelo não conseguiu manter a pose de bravo, e enquanto o Roberto terminava de falar, ele começou a sorrir, encostado no quadro branco. De cabeça baixa ele me olhava e aumentava o riso e balançava a cabeça em negação. Eu não aguentei e comecei a ri também. O cara estava tirando onda com a minha cara. E eu tinha caído e me deixado ser intimidado. Ainda bem que nessa hora ninguém mais olhava, e ficamos trocando risos no decorrer da reunião.
Após terminar a reunião, todos foram saindo de sala. Meus amigos queriam sair às pressas também. Caleb – Cara, bora? – Respondi – Preciso me desculpar com o Marcelo mano, pode ir indo, nos vemos amanha. – despedi dos dois enquanto aguardava o Marcelo terminar de conversar com o pessoal da comissão.
Assim que todos foram saindo me aproximei dele, já disse – Cara me desculpe! Não foi minha intenção te ofender, falei por falar aquilo, nem reparei que você estava do lado. Tenho mania de falar isso. – não podia assumir que achei o cara louco de pedra. Ele me olhava com os olhos cerrados novamente, e percebi que aquilo era uma maneira de tentar intimidar, analisando as pessoas. Ele não mudou a feição e falou. – De boa cara, Só pegou mal porque você ficou me encarando como se eu fosse um bicho exótico e quando levantei e passei perto de ti, falou aquilo e pensei que fosse para chamar atenção ou algo do tipo. – Não entendi o chamar atenção, e perguntei – Chamar atenção? Como assim? – Ele sorri e falou – Esquece. Eu levo tudo sempre na brincadeira, só quis te intimidar um pouco para devolver a atenção. Quer dizer, o seu falar sozinho como afronta.
Tudo bem mano. Valeu aí e até mais. – Falei indo em direção a porta. Ele somente acenou levando a mão até a cabeça como se estivesse batendo continência para um general.
Voltei para casa, como sempre ouvindo música. Pois não existe nada melhor neste mundo do que ouvir música. Coloquei meu play list favorito para tocar e esqueci um pouco do celular, com o ônibus muito cheio era difícil ficar mexendo.
Graças a Deus nesse horário era mais rápido à volta para casa apesar do ônibus lotado. Então com no máximo meia hora já estava descendo na estação final do meu ônibus. Cheguei em casa, troquei de roupa e fui para academia, meu treino acabou cedo, a academia estava vazia e por voltas das 23 H já estava em casa. Arrumei todas as coisas para o outro dia, tomei banho, jantei e só então fui pegar o celular que tinha ficado carregando em casa para mexer, estava até me sentindo vitorioso por ter ficado esse tempo sem mexer nele e não ter sentido tanta falta. Vi que tinha umas mensagens no whatsapp e uma delas era de um número novo, que não estava nos meus contatos. A mensagem dizia:
“Fala Lucas, beleza? Marcelo aqui cara. Estava conversando com o Roberto sobre montarmos um grupo no wpp para mantermos todos informados e também para o pessoal se entrosar. Ele me disse que você que é o adm do grupo da sala de vocês. Então vou colocar você como adm no nosso grupo e você add geral da sua sala ai. Blz?”
“Ah! E salva meu número aí. Se caso tiver um surto na rua e começar a falar sozinho e alguém implicar com você, me chama que eu explico a pessoa que isso é normal da sua parte. Rs”
Eu ri ao ler aquilo, mas ao mesmo tempo meu coração acelerou. Abri a foto de perfil dele e ele estava sem camisa, fazendo caretas e com um copo de cerveja do lado de uma moça bem bonita. Mas ele estava gato.
Han?! Gato? Como assim? Agora que me dei conta que estava atraído pelo Marcelo. Já fiquei com outros caras, sempre fui aberto quanto a isso, deixando claro que curto pessoas indiferente de sexo. Mas tinha um bom tempo que um cara não me chamava atenção além do normal de achar bonito, boa pinta. Afinal estava namorando há dois anos com a Carol.
Mas ao ponto de acelerar meu coração e me fazer sorrir feito criança ao abrir o presente de natal era novidade. Mas dane- se isso. Tenho muita coisa para resolver e isso não é uma delas.
Falando em resolver... 22 mensagens mais 10 ligações no whatsapp, mais quatro ligações no celular. Todas da Carol. Affs! Vou ir logo para casa dela, de hoje isso não passa!